Em 28 de agosto de 2014, o país ficou sabendo que o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, guarda dinheiro vivo em casa desde que virou figurão do mundo das finanças. O estoque de cédulas é de dar enfarte em escriturário: na declaração ao Fisco referente a 2012, por exemplo, ele calculou em R$ 280 mil a reserva doméstica.
Um presidente de banco que prefere esconder debaixo do colchão o que poderia aplicar na instituição que dirige não merece dirigir sequer um carrinho de cachorro-quente. Mas não é tudo. Dois dias depois, as investigações sobre a origem dessa e de outras boladas ainda engatinhavam quando aumentou a suspeita de que o gabinete reservado ao presidente do BB talvez hospedasse um caso de polícia.
Em 30 de agosto de 2014, numa reportagem de página inteira, a Folha de S. Paulo informou que Bendine também andou distribuindo dezenas de malas atulhadas de cédulas. A revelação foi feita por Sebastião Ferreira da Silva, o Ferreirinha, ex-motorista do Banco do Brasil.
Ferreirinha também confirmou as estreitas ligações entre o chefe e Val Marchiori, a socialite beneficiada pelo BB com um empréstimo de R$ 2,7 milhões. A velocidade do acerto, a brandura das condições de pagamento e o raquitismo dos juros lembram transações entre pais e filhos. Ou entre amigos especialmente íntimos.
Nesta sexta-feira, por decisão de Dilma Rousseff, o investigado por essas (e muitas outras) histórias mal contadas foi promovido a presidente da Petrobras do Petrolão. Aldemir Bendine agora comanda a estatal devastada pela maior roubalheira de todos os tempos. Parece o homem certo no lugar certo.
Coluna do Augusto Nunes - Veja
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