Governo vai mandar Orçamento de 2016 prevendo déficit primário.
Deve ser o 3º consecutivo
Cadê
aquela Dilma da campanha eleitoral, segundo quem o PSDB “quebrou o
Brasil três vezes” — o que é mentira? Cadê aquela Dilma para falar dos
menores juros da nossa história? Cadê aquela Dilma para se orgulhar do
baixo desemprego?
Sabem por
que essa gente não consegue andar hoje nas ruas — e não que eu endosse
manifestações de agressividade com petistas? Porque há milhões de
pessoas que se sentiram enganadas pela falsidade das promessas e
agredidas pela arrogância com que foram feitas. O que
Dilma está esperando para convocar rede nacional de rádio e televisão e
anunciar: “Quebramos?” Isso mesmo: o PT quebrou o país, embora tenha
vivido circunstâncias internacionais positivas com as quais os
antecessores não contaram. “Ah, mas e as nossas reservas?” O que têm
elas? Dilma não pode transformá-las em Orçamento. Carregá-las,
inclusive, supõe também um custo.
Internamente,
quebrou. Não são os petistas que adoram fazer associação entre o país e
uma casa, entre o Orçamento do Brasil e o orçamento doméstico? Quando
um sujeito fica no vermelho, não paga nem o juro do que deve e vê
aumentar o principal, o que isso significa? Que ele “quebrou”. Pois bem:
Dilma reuniu os ministros neste domingo — imaginem como é chato fazer
parte dessa equipe — para tratar do Orçamento de 2016 que será enviado
ao Congresso neste segunda. Ali se prevê déficit primário. Isso
significa que não só o país não conseguirá guardar dinheiro para
amortizar os juros da dívida interna como a verá aumentada. Vale dizer:
está quebrado.
É claro
que isso deriva de 12 anos da mais desbragada irresponsabilidade com as
contas públicas. Inebriado por aquele modelo que era assentado na
supervalorização das commodities, o PT enfiou o pé na jaca dos gastos e
se esqueceu de planejar o futuro. Deu nisso aí.
Joaquim
Levy, ministro da Fazenda, torce agora para ter a boa-vontade de
estranhos. O país que havia prometido superávit 1,15% do PIB há meros
sete meses vai fazer déficit primário por três anos seguidos, com
recessão por dois, juros na estratosfera e inflação idem. Vamos contar
que a grigolândia valorize o nosso ziriguidum, o nosso balacobaco, o
nosso telecoteco e mantenha o país na condição de grau de investimento.
Estamos por um degrau nas três principais agências de classificação de
risco. Nota: no ano passado, não fossem as pedaladas criminosas, o
déficit primário teria ficado claro já.
A
esperança para evitar o déficit primário no ano que vem era mesmo a
recriação da CPMF. Como se nota, a Saúde, à diferença do que tentou
vender o petistas Arthur Chioro, não tinha nada com isso. Dilma,
faça um favor ao Brasil! Liberte o país da sua incapacidade de governar!
Os brasileiros acabarão fazendo isso, mas demora mais, o que é pior
para todo mundo! Com a renúncia, há até a chance de granjear alguma
simpatia.
Abaixo, vai um vídeo feito pela campanha eleitoral de Dilma Rousseff à reeleição. É coisa lá deles. Tanto é assim que, dada a lógica de associação de conteúdos congêneres, o Youtube oferece em seguida falas de delinquentes intelectuais, reforçando a farsa. Vejam.
O PSDB quebrou o Brasil por três vezes
Fonte: Reinaldo Azevedo - Blog Revista VEJA
Governo vai enviar proposta de Orçamento com previsão de déficit
Após desistir da criação da CPMF, Planalto decide enviar ao Congresso nesta segunda-feira uma proposta com previsão de rombo nas contas do setor público
O reconhecimento das dificuldades foi a forma encontrada pelo Planalto para evitar "mascarar" o Orçamento, num momento de crise política e econômica, às vésperas de a presidente Dilma Rousseff enfrentar julgamento no Tribunal de Contas da União (TCU) pelas pedaladas fiscais. Um dia após abandonar a ideia de recriar a CPMF, Dilma arbitrou a disputa interna no governo e decidiu escancarar os problemas.Na noite de domingo, o senador governista Romero Jucá (PMDB-RR) falou sobre o Orçamento para 2016 e defendeu a previsão de um déficit primário na proposta. "Será um impacto maior no mercado se o governo tentar tapar o sol com a peneira", afirmou. "Se os agentes do mercado não acreditarem no governo, eles vão criar um cenário ainda pior. Todos se retraem."
Com a decisão, a meta de superávit primário de 2016, de 0,7% do PIB, será reduzida novamente e é possível que haja corte de programas sociais. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, chegou a manifestar preocupação com a exposição do rombo, por considerar que a medida embute um sinal negativo para o mercado e pode levar o Brasil a perder o grau de investimento, com severas consequências para a economia, que já está em recessão.
Ao fim das discussões, porém, Levy acabou concordando com o núcleo político do Planalto. A estratégia do governo, ao deixar claro o vermelho, consiste em negociar com o Congresso. A ideia é que ou os parlamentares autorizam o aumento de receitas, com desonerações e até, mais adiante, com a volta da CPMF, ou o Executivo será obrigado a propor medidas mais duras, como a reforma da Previdência.
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