Na VEJA.com:
Apesar
de a empresa de Ângela Maria do
Nascimento ter faturado 1,6 milhão de reais da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff,
o valor recebido pela empregada
doméstica foi 2.000 reais pelos poucos meses trabalhados para montar
cavaletes de propaganda da então candidata presidencial. A empresa de Ângela, Mascote Flag, foi alvo nesta quarta-feira de um pedido do ministro Gilmar Mendes,
vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e relator das contas de
Dilma, para que o Ministério Público
investigasse indícios de irregularidades. O pedido ainda não chegou à
Procuradoria. “Nem faço ideia de quanto é
isso tudo de dinheiro”, disse ela ao jornal Cruzeiro do Sul sobre
o total de 1,6 milhão de reais. A
empregada doméstica afirmou ao jornal O Globo ter recebido apenas
2.000 reais do montante.
LULA O BONECO
PRESIDIÁRIO Lula
inflado em frente à Prefeitura: ÍCONE OU
PRESIDIÁRIO? (Foto: Aruay Goldschmidt)
Com base em informações de um relatório encaminhado ao TSE pela
Secretaria da Fazenda (Sefaz), Mendes suspeita que a empresa seja de fachada
porque, segundo ele, não foram identificados
“registros de entrada de materiais, produtos e serviços” e “destaque de pagamentos de impostos nas
notas fiscais emitidas”. A Sefaz identificou que, apesar de a Mascote
Flag ter faturado 1,6 milhão de reais
em os serviços de fabricação de banners,
bandeiras e faixas para a campanha petista, a compra dos materiais foi feita pela Embalac Indústria e Comércio Ltda
– o que motivou a desconfiança do TSE.
As duas empresas
funcionam lado a lado, na mesma Rua Paraguai, na cidade de Sorocaba, a 100
quilômetros de São Paulo. A Embalac pertence à empresária Juliana Cecília
Dini Morello, para quem Ângela trabalha há 25
anos. Juliana é filha de Fernando Dini, famoso publicitário na cidade,
morto em 2013. A Mascote Flag, empresa
aberta no nome de Ângela, tem o mesmo nome da antiga empresa do
publicitário.
Procurada em sua casa, no Parque Três
Meninos, Ângela não foi encontrada. O filho dela disse que
ela estava viajando, sem data de retorno. Juliana foi procurada em seus endereços
comercial e residencial, mas a empresária não quis se manifestar.
O contador Carlos Carmelo Antunes, responsável pela
abertura da empresa, disse
que a funcionária tinha ciência da abertura da empresa em seu nome. Carmelo afirmou que,
em agosto do ano passado,
foi procurado por Ângela, acompanhada de Juliana, para iniciar o processo. “Ela assinou todos os documentos”, declarou.
Carmelo rechaça a afirmação de que a
Mascote Flag é uma empresa “laranja”
e limita a questão a um erro contábil. “Bastaria
que fosse feita uma operação entre as empresas”. Segundo ele, todos os serviços faturados foram
prestados.
De acordo com o contador, a Mascote foi criada para faturar os
serviços de publicidade durante a campanha e, assim, evitar que a receita
originada pelos serviços prestados à
campanha petista desenquadrasse a empresa da empresária Juliana, a Embalac, do
regime Simples Nacional, cujo limite de imposto é de 3 milhões de reais. A Mascote ultrapassou esse teto em dois meses de
funcionamento.
Fonte:
Blog do Reinaldo Azevedo
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