Ainda entrincheiradas
nas discurseiras dos integrantes dos comandantes, e portanto invisíveis, as tropas formadas por lavradores que nunca
viram uma foice fora dos desfiles do MST e pelegos
que suam a camisa apenas no bailão da CUT acabam de ganhar o aliado
internacional que merecem guerreiros que só conseguem matar de rir. Na semana
passada, o chefe supremo Lula, o marechal de campo João Pedro Stédile e
o general Vágner Freitas festejaram
a entrada das Forças Armadas da Bolívia na ofensiva
retórica contra os inimigos da República do Pixuleco. “Ouvi dizer que no Brasil há um golpe de Estado contra a companheira
Dilma, contra Lula e o PT”, diz Evo Morales no vídeo que registra a iminente mobilização dos batalhões cucarachas. “Irmãos comandantes, oficiais das Forças
Armadas do Brasil, enviem o meu recado à sua comandante: não vamos permitir
golpes de Estado no Brasil nem na América do Sul nem na América Latina. Vamos
defender as democracias. E pessoalmente, agiremos para defender Dilma, presidente
do Brasil, para defender o Partido dos Trabalhadores”.
Evo Morales diz que não permitirá Impeachment de Dilma no Brasil
É
compreensível que Morales vislumbre
conspirações e quarteladas até em eleição na Dinamarca. Desde a independência
consumada em 1825, ocorreram na Bolívia nada menos que
189 golpes de estado ─ um recorde que reduziu a dois anos, em média, a
permanência de um chefe de governo no Palácio Quemado. Quem
nasce naquelas paragens se torna ainda no berço num doutor em golpe de estado e num analfabeto em democracia. Até
os bebês de colo sabem que a turma que chegou ao poder à bala é muito mais
numerosa que a eleita nas urnas.
Os tiroteios domésticos foram
tantos e tão frequentes que não sobrou tempo para que aquela gente permanentemente empenhada em
ganhar mais uma guerra civil aprendesse a vencer
adversários estrangeiros. Sempre que se meteu numa aventura beligerante, a
Bolívia encolheu. Em 1883, com a derrota na Guerra
do Pacífico, perdeu para o Chile a faixa litorânea. No começo do século 20, com a derrota na disputa fronteiriça, perdeu o
Acre para o Brasil. Em 1955, com o fiasco na
guerra contra o Paraguai, perdeu três quartos do Gran Chaco. Hoje mal chega a 1 milhão de quilômetros
quadrados o que restou dos 2,5 milhões que tinha
quando nasceu. [detalhe:
Lula, o Apedeuta, propiciou a única vitória internacional da Bolívia: quando o
cocalero Morales mandou o poderoso Exército boliviano ocupar duas refinarias da
Petrobras, Lula, imediatamente, ficou de ‘quatro’ e assinou o termo de doação das refinarias para
a Bolívia.
Lastima-se apenas que por ser, o
estrupício do Lula, naquela ocasião, presidente do Brasil, seu gesto
napoleônico e servil de ficar de ‘quatro’ também humilhou o povo
brasileiro.]
Um destacamento do Exército
seria repelido pelo Tiro de Guerra caso tentasse invadir Taquaritinga. Por
falta de litoral, a Marinha simula combates navais nas águas do Lago Titicaca.
A frota da Força Aérea é menor que a de
qualquer traficante de cocaína. Se sabe que Bolívia é um Tabajara da
América do Sul, e por isso mesmo vive evitando confrontos com cachorro grande,
por que Morales resolveu intrometer-se no quadro político brasileiro?
Certamente por achar que todos os habitantes do País do Carnaval são tão
poltrões quanto seus amigos do governo lulopetista.
Na cabeça
do Lhama de Franja, o país de Lula e Dilma não passa de
um grandão abobalhado, que mete o
rabo entre as pernas assim que ouve latidos com sotaque bolivariano. Em
maio de 2006, por exemplo, Morales confiscou os ativos da
Petrobras na Bolívia, ordenou aos
funcionários da estatal que dessem o fora e aumentou ilegalmente o preço do gás
comprado pelo Brasil. Lula engoliu sem engasgos os desaforos. Há meses, Dilma não deu um
pio sobre a busca policial no avião em que o ministro da Defesa Celso Amorim,
na pista do aeroporto de La Paz, aguardava autorização para a decolagem.
A procissão de atrevimentos e
afrontas vai acabar tão logo for sepultada a política externa da canalhice, uma das abjeções que tornam incomparavelmente
repulsiva a era lulopetista. Evo
Morales vai baixar a voz (ou emudecer de
vez). E a Bolívia será tratada pelo
Brasil como mais um grotão que teima em enxergar um enviado dos deuses
incas onde existe apenas outro
embusteiro autoritário destinado à lata de lixo da História.
Fonte: Coluna do Augusto Nunes
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