General interino deve deixar pasta após reação negativa à indicação de militar
A
permanência do general Joaquim Silva e Luna no comando do Ministério da Defesa
até o final de 2018 está praticamente descartada no Palácio do Planalto. Além
da repercussão negativa que gerou na opinião pública a ascensão de um militar
para um posto idealizado para ser ocupado por um civil, a interinidade vem
gerando incômodo entre membros das outras forças militares que ficam sob o
guarda-chuva da pasta. Além do Comando do Exército, os comandos da Marinha e da
Aeronáutica também são subordinados à Defesa. [papo furado esse de uma Força ficar incomodada devido o ministro da Defesa ser de outra Força;
nos tempos do EMFA - Estado-Maior das Forças Armadas (com funções diferentes das atualmente atribuídas ao Ministério da Defesa) quem mandava em todo EMFA era um oficial general e havia um rodízio entre as três Forças, o que possibilitava que o ministro-chefe do EMFA oriundo do Exército, passasse o cargo para um oficial-general oriunda da Aeronáutica e este para um oficial-general da Marinha.
- na verdade o ministro da Defesa está no comando das FF AA de uma forma simbólica, haja vista que os três comandantes militares estão teoricamente subordinados àquele ministro, só que o Comando Supremo das Forças Armadas é exercido pelo Presidente da República, conforme determina a Constituição Federal e ao que consta Temer não delegou tal função a nenhum ministro da Defesa.
Mas, o melhor mesmo é a extinção do Ministério da Defesa, a recriação do EMFA e dos três Ministérios militares.]
Embora as
reclamações não tenham chegado diretamente aos ouvidos do presidente, é sabido
que a indicação de Silva e Luna causou desconforto na caserna. Isso precipitou
a tomada de decisão de Temer, que, segundo auxiliares, está decidido a nomear
um civil para a Defesa, faltando ainda definir o nome. Um ministro diz que o
general só está como interino porque era o número dois da pasta: — A
escolha do presidente vai ser de um civil. O general está lá como interino
apenas porque era o secretário-executivo do ministério, e é o que geralmente
acontece quando o titular deixa o posto, até que o novo ministro assuma.
Anteontem,
o colunista Lauro Jardim publicou que Temer já estava informando a
interlocutores que, dentro de duas semanas, vai nomear um civil para o lugar de
Silva e Luna, que assumiu após a saída de Raul Jungmann para ocupar o
recém-criado Ministério da Segurança Pública. Na
tentativa de botar panos quentes nos temores de que a intervenção federal no
Rio e a mudança na Defesa possam ser um sinal de militarização da gestão Temer,
o comandante do Exército, general Villas Bôas, escreveu esta semana artigo
negando que a intervenção seja militar. “Convém salientar que a intervenção
federal não é uma intervenção militar. Ela foi decretada pelo presidente da
República, com base no artigo 34 da Constituição Federal, em um segmento
específico da administração pública de um estado da federação, para fazer
frente à escalada da criminalidade que tem vitimado a população do Rio de
Janeiro”, disse.
Catarina Alencastro
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