Pré-candidato do PSL afirmou que irá levar
'progresso' para indígenas
Em evento
em Parauapebas, no interior do Pará, o presidenciável Jair Bolsonaro, do
PSL, prometeu na manhã desta sexta-feira que, se for eleito, vai levar
"progresso" a aldeias indígenas e permitir que quilombolas
abram garimpo em terras demarcadas ou até mesmo possam vendê-las.
No
evento, que contou com centenas de simpatizantes, Bolsonaro declarou que os
indígenas têm o desejo de se "integrar à sociedade". — No meu
governo, o progresso vai entrar nas terras indígenas, como vai entrar nos
quilombolas também. O quilombola que quiser garimpar na sua terra, vai
garimpar. Se quiser vender sua terra, vai vender também. O que a comunidade
indígena quer é se integrar cada vez mais à nossa sociedade — afirmou.
[Bolsonaro está certo; é completamente sem sentido manter feudos intocáveis apenas por no passado ter sido moradia de alguns grupos hoje minoritários - que se mantenha alguma proteção por um determinado período, mas, o que se ver hoje é que as benesses dadas a tais grupos - entre os quais estão incluídos os quilombolas - são mais que vitalícias, são hereditárias (em relação aos descendentes, visto que, os que iniciaram a ocupação já faleceram há muito).
Outro absurdo é que índios que foram para o Distrito Federal na época da construção - há pouco mais de 50 anos, portanto NÃO MORAVAM na região nos tempos do descobrimento ou mesmo do Brasil colônia - se tornaram proprietários de terras no Plano Piloto, chegando ao absurdo de uma avenida que seria a via principal do Setor Noroeste ser impedida de seguir o traçado original por passar nas terras indígenas.
Que valor cultural tem uma área ocupada na década de 50/60 do século passado? ao ponto de impedir a construção de uma via importante para o trânsito da localidade.
O ideal seria que tivesse sido mantido em Brasília o planejamento original - população prevista para no máximo 1.000.000 de habitantes, mas, já que desrespeitaram o previsto e transformaram a Capital do Brasil em uma cidade que já ultrapassou os 2.000.000 de habitantes , que façam o que for necessário para evitar que se transforme em uma gigantesca favela (a propósito, Brasília sedia a 2ª MAIOR favela do Brasil - favela Sol Nascente.
Outro absurdo é que moradores da região do Plano Piloto agora ocupem áreas públicas ainda não urbanizadas, alegando possuir direitos sobre as mesmas e que não foram consultados pela administração pública sobre o destino que deveria ser dado a área.
Agora mesmo tem uma questão na Asa Sul, 214/215 em que os moradores querem impedir qualquer construção (a ser realizada pela administração do Plano Piloto)em uma área pública, ociosa e que atualmente serve de estacionamento aberto para uma igreja evangélica.]
Em abril,
a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou Bolsonaro ao Supremo
Tribunal Federal (STF) pelo crime de racismo contra quilombolas, indígenas,
refugiados, mulheres e LGBTs. Parte da denúncia é baseada nas declarações de
Bolsonaro sobre uma comunidade quilombola. — Eu fui
em um quilombo em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá
pesava sete arrobas — afirmou na ocasião o deputado, que também acrescentou que
eles “não fazem nada” e “nem para procriador eles servem mais”.
Nesta
sexta, Bolsonaro adotou tom mais amenos, e chegou a chamar quilombolas e índios
de “irmãos".
— É uma
satisfação muito grande estar aqui ao lado de gente que é tão brasileiro como
nós, como índios, representantes afro neste evento. Somos irmãos — afirmou.
O evento foi organizado por Paulo
Quilombola, que lidera uma entidade denominada Federação das
Comunidades Quilombolas do estado do Pará. Seu grupo apoiava Alvaro Dias
(Podemos), mas decidiu migrar para Bolsonaro. Paulo
Quilombola é questionado por entidades que não o consideram um representante
legítimo do movimento. Em abril, a Coordenação Nacional de Articulação das
Comunidades Negras Rurais Quilombolas divulgou uma nota assinada por dez
entidades do Pará com críticas a Paulo.
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