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sexta-feira, 13 de julho de 2018

Os rumos da Petrobras



A Petrobras tem desafios de longo prazo, em um mundo em transição para novas energias, e problemas de curtíssimo prazo para enfrentar: o do aumento da incerteza jurídica no país. O presidente da estatal, Ivan Monteiro, acaba de voltar de Londres e Paris, de conversas com empresas de petróleo. Ouviu que há muito interesse no Brasil, mas muitas dúvidas. Uma delas é sobre o que acontecerá com os preços.

Outro problema é o da suspensão da venda de ativos, que interrompeu o programa de desinvestimento que pretendia atingir US$ 21 bilhões até o fim deste ano para a redução da dívida.  — A Petrobras tem a maior dívida corporativa do mundo, apesar de toda a redução que já ocorreu. E tem uma parcela de pagamento de juros anual muito expressiva que chega a US$ 7,5 bilhões. Isso equivale a todo um sistema de produção do pré-sal. A Petrobras deixa de fazer um sistema de produção no pré-sal para honrar o pagamento de juros da dívida. Isso é insustentável a médio e longo prazo — afirmou Ivan Monteiro, em entrevista no meu programa na Globonews.

Ivan Monteiro assumiu no meio da crise do preço do diesel, na greve do transporte de carga, quando Pedro Parente se demitiu durante as grandes críticas à fórmula de reajuste dos preços dos combustíveis. Monteiro disse que a Petrobras aderiu às regras do subsídio, que prevê a redução do preço, mas ainda não recebeu ressarcimento:  — A expectativa é que a empresa seja ressarcida, não só ela, mas todas as empresas que aderiram.

A importação de diesel caiu desde a crise, porque empresas privadas deixaram de importar o produto. A Petrobras vai aumentar a sua capacidade de produção nas refinarias, porque estava com redução da utilização da capacidade, pela competição com o produto importado.  — Viemos de uma experiência do passado que foi muito ruim para a companhia, quando houve intervenção na liberdade que a Petrobras tem de fixar preços. O projeto de recuperação da saúde financeira da empresa tem quatro pilares, um deles é o da política de preços.

A liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowsky, que paralisou a venda de ativos da empresa, levou a uma espécie de audiência pública sobre o tema, e Monteiro disse que a empresa vai participar para mostrar a importância das vendas programadas.
— Um dos projetos era a venda das refinarias, que são dois clusters, cada um com duas refinarias, onde a Petrobras se tornaria minoritária, vendendo 60%. Isso é muito importante porque nós queremos aumentar a competição no refino. A produção aqui no Brasil tem a competição do produto importado, mas com a venda do controle dessas refinarias efetivamente se iniciaria o processo de quebra do monopólio da produção — explicou.

Nem todos os processos de venda foram paralisados, apenas os que envolvem a transferência de controle. No caso da Braskem, a Petrobras está negociando com a empresa holandesa LyondellBasell a venda da sua participação e do prêmio de controle. Ivan Monteiro disse que a empresa está analisando as duas possibilidades, ou vender as suas ações ou ficar na empresa se tornando sócia de um player global na área.  A Petrobras vai recorrer da ação trabalhista de R$ 17 bilhões que perdeu no TST, assim que for publicado o acórdão. Monteiro disse que tomará todas as medidas para defender a empresa. Admite que este é um dos problemas que elevaram a insegurança jurídica da empresa, que se transforma em taxas de juros maiores cobradas das empresas pelos financiadores.

As empresas de petróleo já estão mirando o mundo das novas energias, quando fazem seu planejamento estratégico. A Petrobras fará um agora no fim do ano. Segundo Ivan Monteiro, haverá investimentos em energia solar e eólica, tanto em terra quanto no mar, aproveitando a estrutura das plataformas. Mas ele acredita que o pré-sal é tão competitivo que outros centros de produção serão abandonados antes do nosso nessa redução do uso do petróleo no futuro. Além disso, o Brasil tem muito gás associado a petróleo no pré-sal, que será usado como energia de transição. Mas a Petrobras quer trabalhar junto com a norueguesa Equinor, ex-Statoil, para a produção de energia renovável em alto mar.


 

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