França venceu Copa do Mundo após apostar em
trabalho de longo prazo com Deschamps
Num país
onde a elite do futebol nacional reza pela cartilha do imediatismo e troca de
técnico a cada mínimo revés sofrido, a seleção brasileira passou a última
década no limbo com as duas passagens do inexperiente e irascível Dunga,
intercalada pela segunda empreitada de um ultrapassado Luiz Felipe Scolari, que
culminou no desastre do 7 a 1 para a Alemanha, em pleno quintal de casa. Nesse
panorama, a continuidade de Tite, há anos o melhor treinador brasileiro em atividade,
parece ser o caminho ideal para a busca de um novo triunfo mundial. E o exemplo
francês pode ser utilizado como norte.
[o que complica é que o projeto francês tem Didier Deschamps e a Alemanha tem
Joachim Löw, e as duas seleções possuem jogadores que sabem jogar futebol, e podem ser trabalhados pelo técnico;
Joachim Löw, e as duas seleções possuem jogadores que sabem jogar futebol, e podem ser trabalhados pelo técnico;
já o Brasil tem o medíocre Tite, jogadores que na hora de jogar não jogam, entre eles Filipe Coutinho, Neymar, William, Marcelo, Firmino e o indispensável Galvão Bueno.
Além do mais, cá entre nós, a França deu uma sorte imensa, já a Croácia faltou sorte.]
Há seis
anos no comando dos Bleus, Didier Deschamps assumiu o comando após um curto e
controverso trabalho de Laurent Blanc, eliminado nas quartas de final da
Eurocopa de 2012. Em seu primeiro Mundial, em 2014, o treinador francês caiu na
mesma fase, diante da Alemanha.
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A federação francesa de futebol não seguiu a lógica de nossos principais clubes: manteve Deschamps e apostou num processo de longo prazo, como a Alemanha fizera com Joachim Löw, que venceu a Copa do Brasil depois de oito anos à frente da Alemanha.
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A federação francesa de futebol não seguiu a lógica de nossos principais clubes: manteve Deschamps e apostou num processo de longo prazo, como a Alemanha fizera com Joachim Löw, que venceu a Copa do Brasil depois de oito anos à frente da Alemanha.
Mesmo com
a derrota na final da Euro 2016, contra Portugal, os franceses decidiram
corretamente manter o ex-capitão de sua seleção no comando, apostando no bom
futebol apresentado pela equipe e na continuidade da renovação do time. E os
frutos foram colhidos na Rússia, com apenas seis titulares da campanha de dois
anos atrás. Se não mostrou performances brilhantes, a França provou que tem
ótimos jogadores à disposição e que pode evoluir ainda mais para o Mundial do
Qatar.
Como não
há receita de bolo para o sucesso no futebol, Zlatko Dalic chegou ao vice-campeonato da maneira oposta, com apenas poucos meses como técnico da
Croácia. Mas o caminho mais seguro para criar seleções vencedoras ainda é a
aposta num projeto sólido. Foi assim com Espanha, Alemanha e França, as três
últimas campeãs. E é esse rumo que o Brasil deve tomar para 2022. Caso não
surja uma proposta irrecusável de algum grande clube europeu ou dos milhões
inebriantes e sedutores do futebol árabe ou chinês, é provável que Tite siga na
seleção brasileira. E essa pode ser uma boa notícia, se o treinador não cometer
o mesmo erro de Löw neste ano, que indicou uma renovação brutal na Copa das
Confederações, mas acabou optando por seus velhos homens de confiança, como
Khedira e Özil, e acabou naufragando com eles.
Com a
idade avançada de Thiago Silva e Miranda, os zagueiros titulares desta Copa,
Marcelo e Daniel Alves, que ficou de fora do Mundial por lesão, o Brasil terá
quatro anos para fazer o que Deschamps realizou nos últimos dois: equilibrar
jogadores experientes, como Griezmann e Lloris, e jovens talentos, como Pavard,
Hernandéz e Mbappé.
Aos 26
anos, Neymar, Philippe Coutinho e Roberto Firmino ainda têm pela frente outra
Copa do Mundo em alto nível. Gabriel Jesus, Marquinhos e os goleiros Alisson e
Ederson também são nomes que podem fazer parte da espinha dorsal para uma nova
seleção, que precisa iniciar seu novo ciclo.
E para
completar essa mistura surge uma geração promissora no futebol brasileiro, com
nomes como Lucas Paquetá, Paulinho, Jorge, Arthur e Vinícius Jr. Os dois
últimos, recentemente negociados com Barcelona e Real Madrid, respectivamente,
estarão já sob o grande holofote do futebol europeu na próxima temporada. Não
falta matéria-prima para fazer testes, trabalhar opções táticas e formar uma
base sólida para o Qatar.
É
impossível garantir resultado com a sequência do trabalho, mas a permanência de
um treinador — e o foco num projeto de prazo mais elástico — é meio caminho
andado para a evolução do Brasil, que terá oponentes de peso para voltar a
assumir o protagonismo mundial, como apontam as jovens e ronovadas seleções da
França e da Inglaterra, além da Bélgica, que se consolidou como potência ao
levar a medalha de bronze. Assim, como canta a torcida inglesa, o futebol
poderá voltar não para a casa onde nasceu, mas para aquela que escolheu como
lar e viveu seus principais momentos de glória.
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