A massa pobre do eleitorado está um terço mais
empobrecida do que na eleição de 2014. Aumento da desigualdade na sociedade é
sinônimo de instabilidade
Há um
país em ruína nas margens do enredo da luta pelo poder — cada dia mais
dependente das sub-tramas desenvolvidas numa Unidade de Terapia Intensiva, em
São Paulo, e na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. Entretidos
no embate personalista, os candidatos à Presidência passeiam cegos à dimensão e
à celeridade do desmoronamento da paisagem a que pertencem. Driblam a
realidade, onde a renda de sete em cada dez famílias mal alcança dois
salários-mínimos (R$ 1,9 mil).
Voluntaristas,
abstraem o aumento de 50% na velocidade da regressão social desde 2014, depois
de um quinquênio de profunda recessão.
A
magnitude desse retrocesso social está na preservação de 23,3 milhões de
pessoas na pobreza, com renda inferior a R$ 233 por mês. Significa
que o número de brasileiros na miséria já supera a população de Minas Gerais
(21 milhões). Num mapa equivale à soma dos habitantes do Paraná e Rio Grande do
Sul.
O quadro
se deteriora rápido: 6,3 milhões de novos pobres surgiram do governo do PT até
o do MDB. [sendo até indicativo, no caso do limite final, não sobra espaço para dúvidas que foi o governo do maldito partido perda total que fabricou 6,3 milhões de novos pobres.]
Vai-se
completar três anos de aumento na desigualdade de renda, demonstra um estudo
sobre a vida como ela é por trás do Produto Interno Bruto (PIB), do pesquisador
Marcelo Neri, da FGV. Isso não
acontecia desde a eleição de 1989 , a primeira depois da ditadura. Para se
avaliar o impacto dessa regressão social, é necessário lembrar que ela ocorre
num período de moeda estável. Três décadas atrás, aconteceu sob o desastre
legado pelo regime militar: do golpe de 1964 até o Plano Real de 1994 o aumento
acumulado dos preços ultrapassou a marca do quatrilhão
(1.302.442.989.947.180,00%, pelo IGP-DI), conta Míriam Leitão no excelente
livro “Saga brasileira”.
A massa
pobre do eleitorado está um terço mais empobrecida do que na eleição de 2014.
Aumento da desigualdade na sociedade é sinônimo de instabilidade. Nessa
paisagem, a cegueira eleitoral pode ser prelúdio de um governo em crise
permanente.
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