Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Segundo turno - caso haja, quem será o adversário de Bolsonaro?


Quem tem mais chance de ir para o segundo turno com Bolsonaro

A hora dos extremos
Com saída de Lula e a chegada de Haddad, disputa para definir quem será o adversário de Bolsonaro no 2º turno se afasta do centro e se aproxima da esquerda


Entre as muitas dúvidas a pairar nestas eleições de contornos inéditos, há pelo menos duas certezas neste momento. A primeira é que o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, é o único com vaga assegurada no segundo turno. A outra é que o volume da campanha subiu de tom desde a saída de cena do ex-presidente e atual presidiário Luiz Inácio Lula da Silva. Antes de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negar o registro da candidatura do petista, o congestionamento de candidatos à Presidência da República se dava entre as vozes mais comedidas do espectro ideológico — o Datafolha de 22 de agosto mostrava Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) empatados tecnicamente atrás de Bolsonaro e seguidos por Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB) e João Amoêdo (Novo), todos com desempenho de um dígito. 

Agora, o cenário passou a ser de polarização. Bolsonaro, Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT), donos dos discursos mais extremados da campanha, hoje acumulam juntos quase 50% das intenções de voto, o equivalente a 60% dos votos válidos. Já os cinco candidatos mais próximos do centro têm apenas 30% das intenções, ou 40% dos votos válidos. Tecnicamente, porém, Haddad, Ciro, Alckmin e Marina estão empatados.

Desses últimos, Haddad é o que tem hoje mais chances de crescer. E não apenas porque registra um baixo índice de rejeição entre os candidatos mais bem posicionados, mas sobretudo pelo imenso potencial de votos que pode vir a colher no Nordeste, reduto de seu padrinho. Caso o poste de Lula consiga 45% dos votos na região [lembrando que por absoluta falta de autoestima, Haddad foi rebaixo de poste a LARANJA de Lula]  — meta considerada modesta diante do histórico petista, acima de 50% nas duas últimas eleições —, isso significará que aos atuais 9 pontos que detém, segundo o Datafolha, Haddad acrescerá 10 pontos, chegando a 19% — um capital e tanto quando se leva em conta a fragmentação da atual disputa eleitoral. [oportuno lembrar que apesar de 'engessado', Haddad tem grandes chances de catalisar o voto útil.]



O espetáculo armado para selar a candidatura de Haddad foi planejado por Lula. O ex-presidente atribuiu a Ricardo Stuckert, seu fotógrafo e amigo, a missão de transformar o anúncio, que já era esperado fazia mais de um mês, em um ato histórico — ainda que, ao final, o evento não tenha reunido mais que 500 pessoas. Desde que foi preso, em abril, o petista cultiva a ideia de construir símbolos e mitos em torno de si. Da cela de 15 metros quadrados da Superintendência da Polícia Federal, ordenou: “O anúncio tem de ser aqui onde eu estou. O mundo inteiro precisa ver isso”. Até então, a direção do PT planejava oficializar a troca de Lula por Haddad num evento com a presença de intelectuais e estudantes no teatro da Pontifícia Universidade Católica (PUC), em São Paulo.


Na tentativa de conquistar a militância petista e os votos que eram do ex-presidente, Haddad tem escolhido como alvo o setor financeiro. Na quinta-feira 13, em comício no centro de Osasco, na Grande São Paulo, defendeu a volta dos subsídios governamentais para os combustíveis, “como no governo Lula”. [os eleitores que gostam de subsidios devem ter presente o péssimo resultado da eletricidade mais barata - nos tempos de Lula e Dilma, pagaram menos pela energia e agora, em plena recessão, estão tendo que devolver com acréscimo o que receberam.] Semanas antes, dissera em um encontro com comerciantes, em Brasília: “Temos de dar um basta à oligopolização dos bancos, e isso não virá sem dor para os banqueiros”. Em privado, Haddad vem suavizando parte de seu discurso. Ele falou ainda em soltar presos que tenham cometido pequenos delitos, “para sanar a lotação carcerária”, e convocar referendos e plebiscitos para decidir questões de interesse nacional, como a participação da Petrobras no pré-sal. [lembrem-se que o que f ... a Venezuela foram os plebiscitos e referendos. Para transformar o Brasil em  Venezuela, é só adotar o governo plebiscitário - não esqueçam que o Brasil não tem em sua fronteira um Brasil.]
Único candidato a visitar até agora os nove estados do Nordeste, Haddad deve voltar à região a partir desta semana. Será o epicentro de sua campanha. Ele viajará acompanhado da ex-diretora de jornalismo da Rede Globo Olga Curado, encarregada de amenizar sua dicção acadêmica e seu sotaque paulistano, além de ensiná-lo a emular a fala nordestina, sem artigos definidos, e fazê-lo aparecer no horário eleitoral com chapéu de cangaceiro.


Ciro Gomes, que rivaliza com Haddad no campo da esquerda, sinalizou que aumentará a estridência dos ataques também à direita. Em sabatina feita pelo jornal O Globo, na quarta-feira 12, chamou o vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, de “jumento de carga”, e disse que, se fosse presidente, teria demitido e posto “em cana” o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas. Dias antes, Villas Bôas dissera em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que o ambiente político conflagrado poderia deixar sob questionamento a “legitimidade” do próximo governo. Na outra ponta da linha, cada vez mais estirada, o “jumento de carga” não deixou por menos e aventou a hipótese de que o novo presidente dê um “autogolpe”. 

Em meio à desidratação do discurso moderado, Alckmin e Marina, afirmam analistas, só terão possibilidade de sobreviver na disputa se capturarem o voto útil de quem não quer nem a volta do PT nem a vitória de Bolsonaro. Por esse ângulo, o tucano pode ter mais chance de crescer do que a candidata da Rede. Isso porque, ao contrário de Marina, Alckmin não vem caindo nas pesquisas. Além disso, ele tem as vantagens da grande estrutura partidária e dos espetaculares cinco minutos diários de tempo de TV. “Se Alckmin apresentar, nas próximas semanas, um crescimento de 3 ou 4 pontos, ultrapassará Marina e ficará emparelhado com Ciro, tornando-se mais competitivo para receber o voto útil. É uma eleição que será definida nos últimos dias”, afirma Pereira, da FGV. Marina, por sua vez, pode voltar ao jogo se conseguir atrair o voto dos indecisos, que somam hoje 7% dos eleitores, segundo o Datafolha. Atualmente, o grupo de indecisos é composto majoritariamente de mulheres das classes C e D, justamente as camadas da população em que a ex-senadora tem seu melhor desempenho.



Colaborou Roberta Paduan - Veja


 

Nenhum comentário: