A partir da
implantação do Real no ano de 1994, todos pensávamos que seria uma moeda forte
perenemente. Ledo engano. Hoje somos um País de grandes recursos naturais cujos
preços são caros antes de nos tornarmos rico. E qual seria o mistério o segredo
de tudo isso que acontece em terra brasilis? Do produtor rural
até a mesa do consumidor, os preços oscilam em até mil por cento. Hoje a nota
de cinquenta reais não serve para nada, e o Banco Central ao que tudo indica
parou de fabricar papel moeda. As notas que temos em circulação são velhas e
surradas. Já é tempo de sair a nota de duzentos reais e moedas de 2 e 5 reais
para facilitação do troco e recolher moedas menores, a nota de 2 e também de
cinco reais, mas não é isso o que mais nos preocupa.
Enquanto dados de
inflação são completamente alheios à realidade, hoje em dia mesmo a classe média alta reclama no sentido de que os preços no
exterior são mais em conta do que no Brasil. Uma série de fatores colore essa
triste circunstância os preços dos combustíveis, pedágios, transporte quase que
exclusivamente rodoviário, falta de infra estrutura e logística. A cada dia vamos
observando que os preços dos serviços, do comercio e da indústria empinam ares
de voo supersônico e os salários derrapam numa reposição de migalha. O mesmo
sucede em relação aos servidores públicos, os quais passaram a ser os
vilões da história brasileira. Em cada loja, em cada mercado, em cada posto, em
cada profissional um preço diferente, mas diriam os bons economistas que é a
realidade de mercado, ao contrário, são preços inflados uma espécie de oligopólio
ou monopolio que se pratica e o CADE nada ou pouco faz a respeito.
A mão de obra se
tornou cara, o emprego com encargos sociais mais ainda e flertamos com a alta
do dólar e o desemprego que ainda assusta além de seguidos produtos internos
bruto negativos. O brasileiro de uma forma geral não ganha para pagar o
condomínio e o plano de saúde. Essa matéria deverá ser alvo de estudo e
mudança, pois que sem uma classe média forte tudo se dissipa e as esperanças de
crescimento são enterradas. Os preços dos
carros acima da média do mercado europeu e americano, o telefone celular mais caro ainda, e assim por diante, o lucro
empresarial é justo ou simplesmente predatório? Um sanduíche simples num
determinado estabelecimento comercial não pode custar 25 reais, somente levará
pão um queijo branco e acrescido de vez em quando pedaço de tomate. Esse produto que no máximo poderia ser vendido a
dez reais tem um valor abusivo.
Quem controlará
os preços abusivos no Brasil e combaterá o lucro de uma minoria em detrimento
da maioria. Acreditamos seja o maior desafio do novo governo que assume de
combater sem tréguas os aumentos explosivos e não mesclar preços
administrativos com preços privados para implodir ao consumidor que deseja sair
do negativo e passar a ter vida natural no mercado em geral. A primeira
situação é mostrar que não basta ter cartão. É fundamental ter crédito e para
tanto os 60 milhões de negativados precisam de um plano de salvaguarda para
limpar seus nomes e terem vida orçamentária regrada. [os 60 milhões de negativados precisam, antes de tudo, ter salário que seja suficiente para sustentar seus gastos (o que o leva à necessidade de mais empregos, mais opções, já que na situação atual até mesmo as pessoas mais capacitadas padecem devido os baixos salários) - é tão óbvio que a afirmação se torna redundante.]
O plano real está
morto. Os preços são irreais e sem a formulação de uma nova política são escassas
as chances de crescimento e desenvolvimento.
Carlos Henrique Abrão (ativa) e Laércio Laurelli (aposentado)
são Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Transcrito do Blog Alerta Total - Jorge Serrão
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