Contrariando
a vontade do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o plenário do
Senado aprovou nesta quarta-feira, 7, o reajuste de 16,38% no salário
dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e dos membros da
Procuradoria-Geral da República (PGR), incluído na pauta sem acordo com
os líderes. Considerado o teto do funcionalismo, a remuneração passará
de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil mensais. Os dois projetos de lei que
previam os aumentos já haviam sido aprovados na Câmara dos Deputados e
agora seguem para a sanção presidencial.
(…)
Comento Os ministros do Supremo — e, portanto, o Judiciário — estava sem reajuste há quatro anos. O tema está em debate desde agosto, quando o STF previu o reajuste. A proposta já havia sido aprovada na Câmara. A questão, no entanto, passou longe da campanha eleitoral de Jair Bolsonaro. Convenham: ele também se manteve longe da Previdência.
O Senado
toma a decisão no dia seguinte a Paulo Guedes ter sugerido que se desse
uma prensa no Congresso para aprovar a reforma da Previdência, de que o
então candidato não tratou quando teve a oportunidade. Interessa
menos saber se foi retaliação do que constatar que dois Poderes da
República deixaram claro ao eleito que não existe imposição na
democracia. Ou as coisas se resolvem na conversa ou não se resolvem.
Bolsonaro
teve uma conversa civilizada com Dias Toffoli, presidente do Supremo,
que merece aplauso. Mas que se note: o ministro não subordinou o que
considera uma decisão importante para o Judiciário aos interesses
políticos do eleito. O presidente do STF agora está empenhado em cortar
penduricalhos, como o auxilio-moradia, por exemplo. [resta saber se o ministro Fux libera o processo.]
Blog do Reinaldo Azevedo
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