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sábado, 17 de novembro de 2018

Um alerta para os políticos e Bolsonaro terá uma base consistente no Congresso


Pesquisa Latinobarômetro mostra que, na América Latina, a democracia, cuja consolidação parecia certa, passa por perigosa mutação, em meio a uma onda de desencanto

Ao divulgar a pesquisa Latinobarômetro deste ano, Marta Lagos, diretora da ONG chilena que desde 1995 mede a percepção dos latino-americanos sobre a qualidade da democracia e a situação econômica em seus países, disse que 2018 foi um annus horribilis para a região. “Desde o início da transição para a democracia, a América Latina poucas vezes viveu um período mais convulsionado em sua história do que o atual”, escreveu a economista, lembrando “as acusações de corrupção, os presidentes presos, as empresas corruptas e as migrações em escala inédita na história”. Tudo isso somado mostra que a democracia, cuja consolidação parecia certa, está passando por uma perigosa mutação, em meio a uma onda de desencanto. 

Essa malaise latino-americana é particularmente acentuada no Brasil, como mostra a pesquisa. Apenas 6% dos brasileiros consideram que o País está progredindo, mesmo nível verificado na Venezuela, que atravessa brutal crise econômica, política e social. A média latino-americana é de 20%. 

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Os motivos de tamanho pessimismo são bem conhecidos. Para 35% dos latino-americanos, o problema mais importante a afetá-los é derivado da situação econômica – especialmente desemprego e baixos salários. Em seguida aparece a criminalidade (19%). A corrupção e a degradação da política vão aparecer bem abaixo, ambas com 9%. O estudo conclui que a queda da renda, a instabilidade no trabalho e a violência passaram a ser os temas que mais mobilizam a atenção dos latino-americanos. 

No geral, apenas 12% dos 20.204 entrevistados consideram que a economia vai bem – em 2013, eram 25%. No Brasil, apenas 6% estão contentes com a situação, enquanto na Argentina são 8%. O Chile lidera nesse quesito, com 26%.A Venezuela, claro, é o país que tem o maior índice dos que consideram a situação econômica “ruim” ou “muito ruim” – são 83%. Em seguida vêm Brasil e Argentina, ambos com 62%, ante uma média de 42% no continente. Mas 58% dos brasileiros entendem que a economia vai melhorar, opinião que o estudo atribui à realização de eleições, que tendem a gerar otimismo – e isso indica o tamanho da expectativa que pesa sobre o novo governo. 

O nível de satisfação com a situação econômica vai se refletir na percepção sobre a qualidade da democracia, conforme atesta o Latinobarómetro. No continente, o apoio à democracia alcançou seu ponto mais alto em 1997 (63%), caiu para 48% em 2001 com os efeitos da crise asiática de 1997 e subiu para 61% em 2010 com a bonança das commodities e as políticas de estímulo econômico para enfrentar a crise mundial de 2008. Começou então um declínio constante do apoio à democracia, até chegar aos 48% em 2018. Os indiferentes à democracia saltaram de 16% em 2010 para 28% agora. Os que defendem uma ruptura autoritária são hoje 15%, ante 13% em 2017. “Em síntese”, diz o estudo, “podemos constatar que os cidadãos da região que deixaram de apoiar a democracia preferem ser indiferentes, alienando-se da política, da democracia e de suas instituições.” 

No Brasil, o apoio à democracia caiu de 43% em 2017 para 34% em 2018. É um dos índices mais baixos da região, igual ao de Honduras. Já os brasileiros indiferentes à democracia chegam a 41%, terceiro porcentual mais alto. E o apoio a um regime autoritário chega a 14% por aqui. Por fim, mas não menos importante, 73% dos brasileiros não escolhem partido na hora de votar, também um dos índices mais altos no continente. É o retrato de uma população que se distanciou dos políticos tradicionais e dos partidos – e que manifestou essa descrença nas urnas, como constata o Latinobarómetro.  

No geral, a insatisfação com a democracia na América Latina subiu de 51% em 2008 para 71% em 2018. No Brasil, são apenas 9% os satisfeitos eram 49% em 2010 – e a maioria absoluta (90%) considera que o País é “governado por grupos poderosos apenas em benefício próprio”. O estudo alerta, com razão, que “fingir que isso não tem consequências é pouco inteligente por parte dos políticos”.

 Editorial - O Estado de S. Paulo

 

 Bolsonaro terá uma base consistente no Congresso de 222 deputados e 23 senadores

Levantamento mostra que Jair Bolsonaro terá o apoio inicial de até 260 deputados e 39 senadores. Para aprovar a PEC da Previdência, o presidente eleito precisará negociar com o Congresso a fim de chegar, ao menos, aos 308 votos na Câmara e 54 no Senado

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), deve iniciar a gestão com o apoio de 222 deputados federais e 23 senadores, de acordo com a Queiroz Assessoria Parlamentar e Sindical. A consultoria Arko Advice coloca um cenário melhor, com 260 votos favoráveis na Câmara e 39 no Senado. De qualquer forma, os números apontam para muitos desafios que precisarão ser superados. Afinal, o pesselista ainda não dispõe de votos para aprovar nem um Projeto de Lei Complementar, que exige a maioria absoluta, ou seja, de 257 deputados e 41 senadores. O apoio também é insuficiente para aprovar Propostas de Emenda à Constituição (PEC), como a da reforma previdenciária, que necessitam de 60% dos congressistas em ambas as Casas.

A ampliação da base no Parlamento exigirá muito traquejo político. Afinal, a base calculada de 222 votos inclui deputados que foram eleitos propondo pautas que têm afinidade com o discurso de Bolsonaro durante a campanha, como defesa da segurança pública, combate à corrupção e resgate dos valores da “família tradicional” e dos “bons costumes”. A proximidade com a retórica bolsonarista, no entanto, não garante o embarque de todos os parlamentares à base.
 
 
 

 






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