A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar hoje (4), a
partir das 14h, mais um pedido de liberdade feito pela defesa do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Fazem parte do colegiado o
relator do pedido, Edson Fachin, e os ministros Gilmar Mendes, Celso de
Mello, Cármen Lúcia, e o presidente da turma, Ricardo Lewandowski.
No habeas corpus, os advogados de Lula argumentam que a
indicação do ex- juiz federal Sergio Moro para o governo do presidente
eleito Jair Bolsonaro demonstra parcialidade do ex-magistrado e também
que ele agiu “politicamente”. Moro irá assumir o Ministério da Justiça em janeiro. Ele era o responsável pelos processos da Lava Jato na 13ª Vara Criminal de Curitiba. A juíza Gabriela Hardt assumiu a função.
A defesa de Lula quer que seja reconhecida a suspeição de Moro para julgar processos contra o ex-presidente e que sejam considerados nulos todos os atos processuais que resultaram na condenação no caso do triplex de Guarujá (SP). Em parecer enviado ao STF na semana passada, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se manifestou pela rejeição do recurso. [não tem o menor sentido a argumentação infantil da defesa do presidiário Lula;
quando Moro condenou aquele criminoso, em meados de 2017, a candidatura de Bolsonaro sequer era considerada viável - então qual razão de Moro condenar um réu na expectativa de ser convidado, mais de um ano depois de proferir a sentença, para ser ministro de um Governo Bolsonaro.]
Ao analisar a argumentação da defesa de Lula, Raquel Dodge afirma que
as acusações são “ilações infundadas”. “Quando proferiu a sentença
acima mencionada [triplex], por óbvio, Sérgio Moro não poderia imaginar
que, mais de um ano depois, seria chamado para ser ministro da Justiça
do presidente eleito”, disse a procuradora. De acordo com Dodge, desde que passou a ser processado, Lula “vem
insistentemente” defendendo ser vítima de perseguição política. No
entanto, os argumentos sobre a suspeição de Moro já foram julgados por
mais de uma instância da Justiça e foram rejeitados.
Lula está preso desde 7 de abril na Superintendência da Polícia
Federal em Curitiba, após ter sua condenação no caso confirmada pelo
Tribunal Regional Federal 4ª Região (TRF4), que impôs pena de 12 anos e
um mês de prisão ao ex-presidente, pelos crimes de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro. Sergio Moro nega qualquer irregularidade em sua conduta e diz que a
decisão de participar do futuro governo ocorreu depois de medidas
tomadas por ele contra o ex-presidente.
IstoÉ
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