Eles contra nós
Ninguém
escolhe os pais que tem, nem os filhos, quanto mais os vizinhos. Mas
presidente da República, os habilitados a votar escolhem. [o eleitor brasileiro tem melhorado e muito sua capacidade de escolha do presidente da República;
Considerando apenas o período da famigerada Nova República - instalada em 1985 - até que não fez escolhas tão ruins, só piorou quando em 2002 elegeu uma coisa chamada Lula e na sequência a 'mulher sapiens', Dilma, e, tragédia das tragédias, reelegeu as duas coisas.] E também seus
representantes no parlamento. Bolsonaro, que à época do
assassinato da vereadora Marielle Franco preferiu nada comentar a
respeito, ontem, provocado por jornalistas, abriu a boca para dizer
platitudes e mais uma grossa besteira.
A besteira, e tomara que
fosse apenas uma besteira: ele disse que está interessado em saber quem
encomendou sua morte ao pedreiro Adélio Bispo que o esfaqueou em Juiz de
Fora. Do seu ministro da
Justiça e da Segurança Pública, Bolsonaro já ouviu como resposta que
Adélio agiu sozinho, por conta própria, e que o atentado não foi
encomendado por ninguém. Foi o que concluíram dois
inquéritos da Polícia Federal que viraram pelo avesso o presente e o
passado de Adélio. Peritos indicados pela Justiça atestaram também que
Adélio é um doente mental.
A inconformidade de
Bolsonaro com os resultados nada tem de inocente, nem trai apenas um
justo sentimento de revolta com o que quase lhe custou a vida. Ele pode
ser tosco, mas bobo, não. Bolsonaro precisa manter
viva a narrativa de que foi vítima de uma conspiração da esquerda,
empenhada em evitar sua eleição. Se o PT inventou o nós contra eles,
Bolsonaro inventou o eles contra nós. [apesar da competência da PF, tem uns detalhes que não fecham:
- algumas amizades do quase assassino com políticos inimigos de Bolsonaro;
- o passado político de Adélio;
- como conseguir prover sua subsistência se, quando empregado, ganhava pouco mais de um mínimo e ficava mais tempo desempregado que empregado;
- a facilidade com que advogados de renome assumiram sua defesa.
Tudo isso são coisas que deixam sempre espaços para dúvidas.
E o presidente tem ciência que há sempre o risco de novo atentado - o que motiva, a nosso ver., seu interesse em que eventuais mandantes sejam identificados.]
Depende disso para manter
sua tropa coesa. Depende disso para governar. Depende disso para se
reeleger ou eleger o seu sucessor. Enfim, depende disso para não passar à
história como uma fraude. [com a devida vênia ao ilustre articulista:
- manter uma narrativa, se irreal, de ser vítima de uma conspiração não se sustenta por quatro meses, quanto mais por quatro anos.
O governo Bolsonaro começa a tomar rumo e apesar da torcida contrária, do desejos em contrário dos adeptos do 'quanto pior melhor', será um EXCELENTE GOVERNO e convém que os adversários do capitão, se adaptem a grande possibilidade de um segundo mandato para o nosso presidente. ]
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