É melhor debater besteira do que ladroeira
A reforma da Previdência, assunto essencial, está no Congresso. Outra reforma com alto potencial de controvérsia está para ser enviada: a que devolve ao Congresso sua missão básica de determinar o Orçamento, dando fim às porcentagens obrigatórias para Educação, Saúde, etc. O Ministério Público desistiu de criar uma fundação para lutar contra a corrupção, com verbas recuperadas após investigações. [alguns membros do MP se empolgaram com a ideia de criar uma fundação - pareceu bem mais fácil do que se tornarem MEMBROS do 'quarto poder' da República;
só que a própria chefe da PGR foi contra e impediu a manobra.] Um pacote anticrime, proposto por Sergio Moro, está pronto para exame pelos parlamentares. Para o bem ou para o mal, são propostas que modificam muito a estrutura do país.
E estamos discutindo tuites e fake news que, seja a razão de quem for, fazem tanta diferença quanto o resultado de um jogo sub-15. É triste.
Ou não: um leitor desta coluna, advogado e ex-ministro, lembra que, por menos relevantes que sejam esses temas, pelo menos não discutimos hoje alguns bilhões de reais em propinas, nem somos surpreendidos porque um diretor de estatal devolveu R$ 90 milhões ─ que tinha na conta! ─ para se livrar da prisão fechada. As notícias de hoje são sobre indecências no Carnaval ou declarações atribuídas a uma repórter que estaria se esforçando para que suas descobertas derrubem o presidente. Coisa mais micha!
O comportamento é ilegal? Cabe à Justiça decidir. A discussão é boba? É. Mas os temas são menos escandalosos que construir uma refinaria como Hugo Chávez mandou sem ele botar um centavo na obra. Esta coluna quer esquecê-los. Mas admite que é melhor discutir besteira do que ladroeira.
Passagem rápida
Discussões sobre um episódio do Carnaval e uma entrevista a um site
francês, que nega ter feito a entrevista, são chatas demais. Não deve
ser impossível que governistas defendam o projeto de reforma da
Previdência e oposicionistas mostrem suas falhas. É melhor até para ler a
notícia!
Os lucros do assassínio
Dois presos são apontados como assassinos de Marielle. Cessa com isso
a choradeira de que o Governo não queria esclarecer o crime? Não: para
os radicais que dividem o mundo entre nós e eles, o assassínio continua
sendo culpa de Bolsonaro ─ embora as prisões tenham ocorrido em seu
Governo, embora ele tenha dito que é preciso chegar aos mandantes.
Sergio Moro é criticado por não ter dito nada sobre as prisões ─ embora
tenha emitido nota oficial sobre o tema. Ô, gente chata! Será que só
pensa em lucro político? [não fosse a preventiva decretada contra os dois suspeitos - que é a prisão perpétua à brasileira - os dois acusados seriam liberados na audiência de custódia.As provas que não foram apresentadas, talvez por não convencerem nem as procuradoras que conduziram a entrevista, que não apresentou os suspeitos, apenas informou que haviam sido presos e também não colocou as provas sobre a mesa.
Fato é que devotos da vereadora cometeram um crime hoje em Brasília = descumprindo ORDEM JUDICIAL picharam a Ponte Costa e Silva com o nome da vereadora psolista.]
Ninguém é de ferro
Indignado, caro leitor? Então, mais uma: o famoso Carnaval baiano, de
longa duração, é para os fracos. A Câmara dos Deputados reiniciou ontem
o trabalho, após 13 dias de Carnaval, com reuniões de bancadas
estaduais. Resta uma dúvida: se o Carnaval de três dias era Tríduo
Momesco, como será apelidado o de 13 dias? Teremos de chamá-lo de
Trezena Momesca?Coluna do Carlos Brickmann - Transcrito do Blog do Augusto Nunes - Veja
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