O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, convidou o presidente Jair Bolsonaro para uma visita aos territórios palestinos, informou o embaixador palestino em Brasília, Ibrahim Alzeben. O convite foi entregue há poucos dias no Palácio do Planalto e, apesar de não propor uma data específica para o encontro, Alzeben sugeriu que ele poderia coincidir com a visita de Bolsonaro a Israel, que começa em 31 de março e vai até 2 de abril. O convite inclui uma oferta para o brasileiro visitar a Igreja da Natividade, em Belém.
Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro prometeu transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, como fizeram os Estados Unidos. Os palestinos reivindicam o setor oriental (árabe) de Jerusalém como capital de seu futuro Estado, e resoluções da ONU afirmam que o status final da cidade deve ser decidido em negociações entre Israel e os palestinos.Depois da posse, o governo Bolsonaro recuou da decisão, diante da resistência dos países árabes e de maioria muçulmana, grandes compradores dos produtos brasileiros, sobretudo agrícolas. [o presidente Bolsonaro foi eleito para governar o Brasil e o esperado é que condicione suas viagens aos interesses comerciais brasileiros;
o volume de negócios do Brasil com Israel não justifica que nosso presidente viaje àquele País durante votações importantes no Congresso Nacional, mas, já que marcou a viagem o mais sensato é que aceite o convite do Governo Palestino e visite os territórios palestinos - recusar o convite será uma atitude antidiplomática e com elevados riscos de retaliações comerciais dos países árabes.
É conveniente que o presidente Bolsonaro se certifique com Israel que durante sua permanência em territórios palestinos aquele País não pretende efetuar nenhum bombardeio na região.] Não se sabe, ainda, que posição o presidente adotará durante a visita a Israel, que ocorrerá poucos dias antes das eleições gerais no país, nas quais o mandato do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estará em jogo.
Netanyahu veio ao Brasil para a posse de Bolsonaro, e também se reuniu com o então presidente eleito no Rio de Janeiro. A transferência da embaixada, além de significar um alinhamento às políticas do governo de Donald Trump, atende a um pleito de parte da base evangélica do presidente. [ao permitir que americanos venham ao Brasil sem necessitar de visto, enquanto os brasileiros para ir ao EUA precisam de visto, o presidente Bolsonaro já fez uma demonstração exagerada de seu alinhamento com Trump - até da autoestima o Brasil abdicou.
Assim, se tornam desnecessárias novas demonstrações de alinhamento.
Quanto a mudar a sede da embaixada brasileira tudo indica que é assunto para o futuro... um futuro bem distante, esperamos.
Sendo presidente de todos os brasileiros, o presidente da República não pode sacrificar os interesses nacionais para atender a um pleito da base evangélica.]
O Globo
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