Pai de Neymar (seg. à es.) posa para fotos com Bolsonaro. O sonegador recebeu tratamento de gala. Teve o privilégio de discutir seu caso com o ministro da Fazenda e com o Secretário da Receita.
Pai de Neymar (seg. à
es.) posa para fotos com Bolsonaro. O sonegador recebeu tratamento de
gala. Teve o privilégio de discutir seu caso com o ministro da Fazenda e
com o Secretário da Receita. Bolsonaro fica furioso é com o fato de a
Funai gastar dinheiro com índio... - Veja mais em
https://reinaldoazevedo.blogosfera.uol.com.br/2019/04/18/pai-de-neymar-com-guedes-cintra-e-bolsonaro-e-aberracao-de-republiqueta/?cmpid=copiaecola
[Ao receber um sonegador em 'palácio', Bolsonaro oficializa a condição de republiqueta do Brasil.
Em países sérios, sonegadores discutem seus casos com a polícia.]
Brasileiro
é mesmo língua de trapo. Neymar da Silva Santos, pai do jogador Neymar, tem uma
dívida com a Receita hoje estimada R$ 69 milhões. Mas ele acha que só tem de
pagar R$ 11,5 milhões. Até aí, muito bem! Aquele que está no papel de devedor
tem mais é de tentar baixar o valor. Pai e filho são eleitores de Bolsonaro. O
primeiro fez campanha. O segundo já gravou vídeos exaltando as virtudes do
governante. Eis que, nesta quarta, o empresário foi recebido pelo ministro da
Fazenda, Paulo Guedes, e pelo secretário da Receita, Marcos Cintra. E depois
ainda posou para fotos ao lado do presidente.
[em dos seus discursos pró reforma da Previdência, Guedes ameaçou ir embora se não conseguisse êxito;
Senhor ministro, será que ao ser designado cicerone de sonegador, não já está passando da hora do senhor ir embora?]
Pensem bem: o que há de estranho em alguém que deve para a Receita ser
recebido pelo ocupadíssimo ministro da Economia, pelo titular da Receita e
depois fazer foto ao lado do chefe da nação? Acontece a toda hora, não é mesmo?
Basta que você seja um sonegador — que é o nome que recebe quem sonega impostos
— e o acesso aos dois homens mais poderosos da República está franqueado. E com
a escolta do Secretário da Receita.
Nota do Ministério da Economia informa:
"Considerando tratar-se de
tema de natureza técnica, regido por regras próprias, ele foi encaminhado ao
ministério da Economia. O empresário apresentou seus esclarecimentos ao
ministro Paulo Guedes, sendo usual a concessão de audiências ao setor privado,
conforme consta na agenda pública das autoridades da União".
Não sei se é
mas risível o fato ou a nota. Cumpre observar que o encontro só apareceu na
agenda depois de realizado. Sim, claro! A concessão de audiências "ao
setor privado" é usual. Mas para discutir sonegação e formas de baixar o
pagamento do que a Receita diz ser devido??? E com o ministro da Economia?
Ademais,
Neymar da Silva Santos não é exatamente um "representante do setor
privado". Ele é o pai privado de um filho que é uma pessoa pública.
Pergunta besta: fossem ambos eleitores de Haddad, o tratamento teria sido
mesmo? Ah, em tempo: ainda que a resposta seja "sim", continuaria
impróprio.
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