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quinta-feira, 21 de novembro de 2019

STF e prisão em 2ª instância: Brasil e Itália, diferenças e semelhanças - VEJA

Por Renata Bueno 

O empenho dos políticos para escapar de punições


Além dessa esfera, há a possibilidade de o condenado apresentar recurso à Corte de Cassação, que conta com cerca de 360 juízes e que constitui a cúpula do Poder Judiciário na Itália. As apelações a esse tribunal, entretanto, não impedem a execução das penas restritivas de liberdade.  A operação Lava Jato no Brasil é comumente comparada com a operação “Mãos Limpas” (Mani Pulite) na Itália, também conhecida como TangentopoliA série de inquéritos abertos pela Justiça italiana, no início da década de 90, levou para a prisão políticos de quase todos os partidos do Governo, investigados por crimes como extorsão, corrupção, ganhos ilícitos, associação criminosa e violação da lei sobre financiamento público de partidos políticos.
O impacto da operação na sociedade italiana foi tão forte que resultou no fim da chamada Primeira República, com a substituição de partidos políticos históricos no Parlamento, por outros recém-formados ou que eram minorias.
Entretanto, a fim de reduzir os efeitos da operação Mani Pulite, afim aprovada medida que impedia a prisão de políticos envolvidos em crimes de corrupção.

No dia 13 de julho de 1994, dias após uma onda de prisões de personalidades conhecidas, entre as quais o irmão do então presidente do Conselho de Ministros, Silvio Berlusconi, além de outros nomes importantes da indústria e das finanças italianas, o governo emitiu um decreto-lei, o chamado “decreto Biondi“, assinado pelo então ministro da Justiça Alfredo Biondi. Apelidado depreciativamente de “decreto salvaladri”, a lei favorecia com a prisão domiciliar a maioria dos acusados pelo crime de corrupção.  Por mérito, esses réus só poderiam ser presos se o risco de fuga fosse efetivo e qualquer outra medida parecesse inadequada.

Ao entrar em vigor, imagens de políticos acusados de corrupção saindo da prisão, graças ao decreto Biondi, foram divulgadas e provocaram a ira da população.  A oposição ocupou as ruas e o próprio governo passou a defender a revogação do decreto. Após uma sessão convulsiva no parlamento, no dia 19 de julho, o decreto Biondi foi bloqueado.

Renata Bueno é advogada, e a primeira deputada ítalo-brasileira eleita pela Circunscrição América do Sul para ocupar uma cadeira no Parlamento Italiano.

VEJA - Transcrito do Blog do Noblat

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