O Globo - Rafael Nascimento de Souza
‘Ele matou como se ela fosse bicho’, diz testemunha que viu moradora de rua ser morta em Niterói após pedir R$ 1
Advogada de comerciante, que atirou na mulher, garante, no entanto, que ele reagiu a tentativa de assalto
A advogada Daniela Lopes, que faz a defesa de Aderbal Ramos, afirmou, no
entanto, que o cliente reagiu a um assalto e que ele tentava defender
um dinheiro que estava dentro de uma bolsa que ele carregava. No
entanto, a mulher não quis informar a quantidade levada na bolsa.
— Não importa se foi R$ 1 ou não. O que importa era o que estava dentro da bolsa. Sobre o valor que estava na bolsa, não importa. Ele apenas se defendeu de um assalto — garante a defensora.
A advogada tentou desqualificar as imagens que mostram o assassinato de Zilda Henrique dos Santos Leandro.
— As imagens não conseguem pegar todo o entorno da rua e não dá para ver quantas pessoas que estavam ali. O que sabemos é que varias pessoas chegaram até ele para tentar pedir dinheiro. Ele, que é comerciante do local, foi surpreendido por essas pessoas. Como ele já tinha sido vítima de assalto antes e a pessoa já chegou gritando com outras pessoas, ele receoso e de impulso reagiu para não ser assaltado.
' Perguntado sobre o porte de arma, a advogada disse que “Aderbal tem, sim, porte de arma ela é legalizada e tudo direito”. Entretanto, a Polícia Civil afirmou que o homem não tinha autorização para portar arma.
Delegado diz que versão de assalto é 'fantasiosa'
— Apuramos que ela estava nas ruas pedindo esmola. Ela chegou perto dele, abordou, ele recusou e caminhou por mais alguns passos. Ela foi acompanhando a certa distância e insistindo nesse sentido. Ele de súbito sacou o revólver, deu dois tiros nela e seguiu seu caminho como nada tivesse acontecido — explicou o investigador.
— É fantasiosa a história que ela estava com outras pessoas para tentar assaltá-lo. É só ver as imagens — disse.
A Polícia Civil afirma que o homem tinha autorização para ter uma arma de fogo em casa. No entanto, ele não poderia andar com ela nas ruas.
— Ele tinha posse de armas, autorização para ter a arma dentro de casa e não sair. Nesse dia ele, mesmo, disse que decidiu levar a arma para o trabalho para se proteger, já que estava com medo de ser assaltado. Ele disse que tinha essa arma para se proteger — contou Bruno Reis.
Morador do local, de acordo com a Polícia Civil, o homem fazia o trajeto a pé todos os dias.
— Chegamos até ele com utilizando o sistema de câmeras da Prefeitura de Niterói. Refizemos o trajeto dele e conseguimos identificá-lo. Foi tudo muito próximo do local. Ele mora e trabalha ali naquele entorno do Centro — afirmou o delegado.
Irmã diz que Zilda queria R$ 1 para comprar pão
Na manhã desta quarta-feira uma irmã de Zilda esteve na porta da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e aos prantos pediu justiça pela morte de Zilda. Segundo a mulher, Aderbal Ramos de Castro já havia agredido outros moradores de rua antes do assassinato de Zilda.
— Ela chegou nele para pedir R$ 1 para comprar um pão. Após isso, ele falou que era para a minha irmã sair porque se não ele daria um tiro na minha irmã. Ela disse que era para ele dar o tiro então. Ele foi pegou arma e atirou na minha irmã — disse a mulher, que pediu anonimato.
A irmã de Zilda disse que ela vendia doces na rua, em alguns momentos, para se sustentar.
— Por conta de R$ 1 ele tirou a vida da minha irmã. Eu não me conformo com o que esse homem fez com a minha irmã. Ele não pode ficar impune. Ele tem que pagar pelo que ele fez — disse a mulher.
Socorro negado
Segundo Miguel Ângelo Pessanha, uma outra moradora em situação de rua, amiga de Neia, ainda tentou pedir ajuda aos motoristas que passavam pelo local. Entretanto, ninguém parou.
— A menina que andava com ela começou a gritar e pedir ajuda. Logo depois, o Corpo de Bombeiros chegou, mas acho que ela já estava morta. Não se mexia mais — lembrou o homem que trabalha no local há três meses.
Funcionários de comércios próximo onde Neia foi morta contam que era comum a moradora em situação de rua passar pela região. Segundo essas pessoas, a vítima nunca abordava de forma violenta pedestres e motoristas.
— Eu escutei um tiro e foi muito alto. Quando olhamos na janela tinha uma menina caída e a outra ajudando. (A Neia) virou pra um lado e pro outro e ninguém parou (para ajudar). Quinze minutos depois o Samu chegou — disse o educador físico Paulo Menezes, 34, que mora na rua onde o crime aconteceu.
Menezes lembra que, geralmente, alguns moradores de rua ficam na região. No entanto, eles não abordam agressivamente os pedestres.
— Eles são super educados, não mexem com ninguém. Muitos nem
contribuição pedem. Eu que, geralmente, desço e ajudo com alguma coisa —
afirma.
— Não importa se foi R$ 1 ou não. O que importa era o que estava dentro da bolsa. Sobre o valor que estava na bolsa, não importa. Ele apenas se defendeu de um assalto — garante a defensora.
A advogada tentou desqualificar as imagens que mostram o assassinato de Zilda Henrique dos Santos Leandro.
— As imagens não conseguem pegar todo o entorno da rua e não dá para ver quantas pessoas que estavam ali. O que sabemos é que varias pessoas chegaram até ele para tentar pedir dinheiro. Ele, que é comerciante do local, foi surpreendido por essas pessoas. Como ele já tinha sido vítima de assalto antes e a pessoa já chegou gritando com outras pessoas, ele receoso e de impulso reagiu para não ser assaltado.
' Perguntado sobre o porte de arma, a advogada disse que “Aderbal tem, sim, porte de arma ela é legalizada e tudo direito”. Entretanto, a Polícia Civil afirmou que o homem não tinha autorização para portar arma.
Delegado diz que versão de assalto é 'fantasiosa'
— Apuramos que ela estava nas ruas pedindo esmola. Ela chegou perto dele, abordou, ele recusou e caminhou por mais alguns passos. Ela foi acompanhando a certa distância e insistindo nesse sentido. Ele de súbito sacou o revólver, deu dois tiros nela e seguiu seu caminho como nada tivesse acontecido — explicou o investigador.
— É fantasiosa a história que ela estava com outras pessoas para tentar assaltá-lo. É só ver as imagens — disse.
A Polícia Civil afirma que o homem tinha autorização para ter uma arma de fogo em casa. No entanto, ele não poderia andar com ela nas ruas.
— Ele tinha posse de armas, autorização para ter a arma dentro de casa e não sair. Nesse dia ele, mesmo, disse que decidiu levar a arma para o trabalho para se proteger, já que estava com medo de ser assaltado. Ele disse que tinha essa arma para se proteger — contou Bruno Reis.
— Chegamos até ele com utilizando o sistema de câmeras da Prefeitura de Niterói. Refizemos o trajeto dele e conseguimos identificá-lo. Foi tudo muito próximo do local. Ele mora e trabalha ali naquele entorno do Centro — afirmou o delegado.
Irmã diz que Zilda queria R$ 1 para comprar pão
Na manhã desta quarta-feira uma irmã de Zilda esteve na porta da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e aos prantos pediu justiça pela morte de Zilda. Segundo a mulher, Aderbal Ramos de Castro já havia agredido outros moradores de rua antes do assassinato de Zilda.
— Ela chegou nele para pedir R$ 1 para comprar um pão. Após isso, ele falou que era para a minha irmã sair porque se não ele daria um tiro na minha irmã. Ela disse que era para ele dar o tiro então. Ele foi pegou arma e atirou na minha irmã — disse a mulher, que pediu anonimato.
A irmã de Zilda disse que ela vendia doces na rua, em alguns momentos, para se sustentar.
— Por conta de R$ 1 ele tirou a vida da minha irmã. Eu não me conformo com o que esse homem fez com a minha irmã. Ele não pode ficar impune. Ele tem que pagar pelo que ele fez — disse a mulher.
Segundo Miguel Ângelo Pessanha, uma outra moradora em situação de rua, amiga de Neia, ainda tentou pedir ajuda aos motoristas que passavam pelo local. Entretanto, ninguém parou.
— A menina que andava com ela começou a gritar e pedir ajuda. Logo depois, o Corpo de Bombeiros chegou, mas acho que ela já estava morta. Não se mexia mais — lembrou o homem que trabalha no local há três meses.
Funcionários de comércios próximo onde Neia foi morta contam que era comum a moradora em situação de rua passar pela região. Segundo essas pessoas, a vítima nunca abordava de forma violenta pedestres e motoristas.
— Eu escutei um tiro e foi muito alto. Quando olhamos na janela tinha uma menina caída e a outra ajudando. (A Neia) virou pra um lado e pro outro e ninguém parou (para ajudar). Quinze minutos depois o Samu chegou — disse o educador físico Paulo Menezes, 34, que mora na rua onde o crime aconteceu.
Menezes lembra que, geralmente, alguns moradores de rua ficam na região. No entanto, eles não abordam agressivamente os pedestres.
(...)
Ponto de prostituição
Segundo quem mora e trabalha no entorno da Rua Barão do Amazonas, a noite o local é ponto de prostituição. Quem vive no local relata que é comum ter brigas e até pessoas esfaqueadas pedindo ajuda na localidade. Nesta manhã, alguns carros da PM e da Guarda Municipal de Niterói foram vistos passando na via.
Em O Globo - MATÉRIA COMPLETA
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