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segunda-feira, 9 de agosto de 2021

A piada do ministro da Saúde sobre a “calça apertada” de Doria - Bela Megale

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tem feito piada sobre o governador de São Paulo, João Doria, em conversas com alguns interlocutores. O médico costuma contar um episódio que teria acontecido durante uma visita que fez à fábrica do Instituto Butantan, que produz a Coronavac.


O ministro diz que, quando foi vestir a roupa de proteção para entrar no instituto, perguntou a Dimas Covas, diretor do Butantan, como são as visitas de Doria, já que ele “gosta de calça apertada”. Aqueles que ouvem a história dizem que Queiroga conta o episódio com humor que os presentes entraram na brincadeira.

“Calça apertada” ou “calcinha apertada” são os apelidos usados pelo presidente Bolsonaro e seus apoiadores para ofender o governador Doria.

 
Bela Megale, colunista - Blog em O Globo


domingo, 25 de julho de 2021

Penalizar tudo, punir nada - O Globo - [só o maior corrupto da história do Brasil, não é punido]

 Onze estados investigam busca por 3ª dose da vacina contra Covid-19, que pode ser crime 

[tentaram punir o Lula - o maior ladrão da história do Brasil; só que o Supremo anulou as condenações - alegou que o criminoso foi denunciado na 'vara errada' -isso após processo passar por mais de dez juízes e a condenação sentença ser confirmada em várias instâncias.
Se o cidadão não quer se vacinar, querem punir = até um passaporte sanitário pensam criar. Quando corre atrás, querendo reforçar a vacina tentando garantir mais uma dose, também querem punir.
São inúmeras leis, punindo os pequenos - só que os verdadeiros criminosos, os maiores ladrões não são punidos.
No Brasil, quando você pensa em cometer um crime ou deseja que alguma autoridade seja presa, querem te punir. Mas os que matam, roubam - especialmente dinheiro público - se dão bem.]

Número pode ser maior, considerando que muitas denúncias não chegam às autoridades 

Enquanto 45% da população brasileira tem apenas a primeira dose contra a Covid, Ministérios Públicos de ao menos sete estados acompanham casos de pessoas que burlaram o processo de vacinação e tomaram uma terceira aplicação. Secretarias de Saúde de outros quatro estados relatam tentativas e casos de pessoas “revacinadas” após as duas doses de praxe. O número pode ser maior, pois muitas denúncias não chegam aos órgãos de saúde e menos ainda às instâncias encarregadas de investigar e punir as irregularidades.

Após os sommeliers de vacina e dos fura-fila, os “caçadores da terceira dose” são mais um desafio à campanha brasileira contra a Covid-19. São pessoas que dizem não se sentir seguras com apenas duas doses e buscam um “reforço”. Para órgãos de Justiça, isso é crime. O ato pode ser enquadrado como tentativa de fraude e estelionato. As punições podem incluir multa e até prisão.
 
Um dos estados com mais casos conhecidos é Minas Gerais, onde o Ministério Público entrou com ação contra um casal de Belo Horizonte que foi imunizado três vezes. Depois de tomarem duas doses de CoronaVac na capital, eles viajaram para Rio Novo, onde têm uma fazenda e foram revacinados, com uma dose da Pfizer. [o casal falsificou algum documento para tomar a terceira dose? 
fez alguma declaração falsa para a receber a terceira dose? 
salvo melhor juízo, entrar na fila, fazer uma  ficha sem declarar nenhum dado falso não é crime.O que pode ser alegado é falta de ética, egoísmo, que tira a vacina de outra pessoa.
Só que no Brasil, nao ter vergonha na cara,  não é crime.] O MP quer impedir que o casal tome a segunda dose da Pfizer, ou a primeira de algum outro imunizante, sob pena de multa de R$ 1 milhão.

A Promotoria de Minas também abriu investigação contra pessoas que teriam tomado quatro doses em Viçosa. Um homem recebeu duas doses da CoronaVac na cidade, depois viajou para o Rio, onde tomou uma dose da AstraZeneca, e por fim foi à Divisão de Saúde da Universidade Federal de Viçosa, onde recebeu uma dose da vacina da Pfizer. A mulher dele teria feito o mesmo. [vale o comentário acima]

Veja também:  Após vencerem a Covid-19, pacientes morrem de infecção hospitalar por falta de antibiótico

Também no estado, um idoso de 75 anos de Guaxupé conseguiu até liminar na Justiça para tomar uma terceira dose, alegando ter várias comorbidades. O MP entrou com recurso, e a liminar foi suspensa.  A discussão sobre a necessidade de uma terceira dose que reforçaria a resposta imunológica para a Covid já foi levantada em alguns países. O debate também acontece no Brasil, mas não deve se concretizar até que a população complete o esquema de duas doses. Enquanto isso, cada região do país decide como proceder em relação às pessoas que aproveitam brechas para se revacinar.

Segundo a epidemiologista Carla Domingues, ex-coordenadora do Plano Nacional de Imunizações (PNI), não há estudos que comprovem que tomar uma terceira dose de vacina traga prejuízos à saúde. A atitude prejudica a campanha, diz ela: — Tira a vacina de outra pessoa e consequentemente vamos demorar mais a ter a imunidade coletiva para voltar ao normal. Além de ser um egoísmo, demonstra a falta de qualquer senso de responsabilidade social.

Vamos eliminar ou conviver com o coronavírus?  Cientistas traçam 4 cenários para o mundo a partir de 2022

O epidemiologista Paulo Lotufo, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, argumenta o mesmo: — Não há risco individual, exceto que o egoísmo não faz bem ao ser humano.

O tema ainda não chegou ao Ministério da Saúde. A pasta afirma que “não recebeu nenhum tipo de denúncia de pessoas que estejam recebendo, inadvertidamente, uma terceira dose de vacinas Covid-19”. Em coletiva de imprensa na última quarta, questionado especificamente a respeito de pessoas que tinham burlado o sistema para tomar uma terceira dose, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se esquivou e disse que “aí é com a Polícia Federal”. A reportagem já havia consultado o órgão, que respondeu que esse tipo de investigação ficaria a cargo das secretarias de Segurança Pública.

Indício de 29 mil casos
Um estudo realizado pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) encontrou registros de que ao menos 29.570 pessoas em todo o país receberam pelo menos três doses de vacina. A análise considerou dados abertos do Ministério da Saúde até 24 de junho. O coordenador do Laboratório de Estatística e Ciência de Dados da Ufal, Krerley Oliveira, explica que os pesquisadores corrigiram inconsistências conhecidas no banco de dados, como informações que aparecem duplicadas. Ainda assim, não é possível ter certeza de que todas essas pessoas tomaram mais de duas doses, porque podem existir outros erros. É um “forte indício”, segundo Oliveira.

Os dados mostram que cerca de 70% das vacinas de primeira e segunda dose são CoronaVac, enquanto 60% das doses a mais são da AstraZeneca, indicando que a maioria dos casos não seriam causados por erros. São Paulo é o estado com maior número de casos no levantamento da Ufal. No início do mês, a Secretaria municipal de Saúde de São Paulo notificou o Conselho Regional de Medicina após ter recebido denúncia de que dois médicos tomaram uma terceira dose da vacina em unidades “drive-thru”. A secretaria municipal também apura o caso de revacinação de dois estudantes de Medicina. O MP de São Paulo acompanha outros quatro casos. Um deles, o de uma veterinária de Guarulhos que, já vacinada com duas doses da CoronaVac, foi a outro posto de vacinação, onde recebeu uma dose da Janssen. Depois, se gabou do feito nas redes sociais.

No Rio, a Secretaria municipal de Saúde não divulgou números, mas afirma que a investigação é importante para confirmar a tentativa de fraude. No Espírito Santo, o Ministério Público recebeu 393 denúncias de irregularidades relacionadas à vacinação, entre “caçadores da terceira dose”, fura-filas e pessoas que apresentaram laudos falsos para ter prioridade na imunização.

Rastreamento prévio
Duas cidades do Sul do país afirmam ter conseguido evitar a revacinação ao rastrear os casos. Segundo a Secretaria de Saúde de Santa Catarina, a terceira aplicação em uma mulher em Balneário Camboriú foi recusada. Situação semelhante ocorreu em Porto Alegre, segundo a prefeitura. No Paraná, o MP informou investigar um caso em Carlópolis.

O Ministério Público de Tocantins informou que foi notificado sobre o caso de uma médica que teria recebido a terceira dose da Pfizer, após ter tomado duas da CoronaVac em Araguaína. Também no Norte, os Ministérios Públicos do Amazonas, Roraima e Pará informaram que não receberam denúncias.

Mudança de imunizante:  Ministério da Saúde recomenda que grávidas vacinadas com AstraZeneca tomem segunda dose da Pfizer

No Nordeste, o Ministério Público de Alagoas instaurou um procedimento administrativo para investigar se houve aplicação de terceiras doses, após o levantamento da Ufal.  No Rio Grande do Norte, segundo o portal G1, uma assistente social e uma psicóloga foram exoneradas em Macau, na região da Costa Branca, após a prefeitura do município descobrir que elas tomaram uma terceira dose de vacina. O MP informou que a apuração está em curso.

No Centro-Oeste, o único local no qual há registro de denúncias sobre pessoas que possam ter tomado indevidamente a terceira dose foi o Distrito Federal. Segundo o Ministério Público Estadual do Distrito Federal e Territórios, o órgão apura denúncia de que servidores da Secretaria de Educação teriam tomado indevidamente dose única da vacina da Janssen, mesmo após terem sido imunizados com outras vacinas. [estranho é que nada falam sobre a mania do Ibaneis, governador do DF, de segurar vacinas???  Não se sabe para que - apenas aquela autoridade local  segura doses, enquanto a vacinação é interrompida por falta do imunizante] O MP pediu informações à Secretaria de Saúde para seguir com as investigações sobre o caso, mas não informou se os dados já foram repassados. O tema não chegou na Polícia Civil e nem no MPF.

O Globo
 

sábado, 12 de junho de 2021

CPI: Oposição aposta em desgaste de Bolsonaro, mas situação não é fácil

 

 CPI da Pandemia: estratégia de fragilizar Bolsonaro começa a perder força

A oposição aposta que a comissão pode enfraquecer o presidente a ponto de inviabilizar sua reeleição em 2022. A história mostra que não será tão fácil assim

Em 2005, o deputado federal Jair Bolsonaro, então um típico representante do chamado baixo clero da Câmara, foi a uma sessão da CPI do Mensalão disposto a constranger o depoente. O ex-­presidente do PT José Genoino havia sido convocado a falar sobre sua participação no escândalo de corrupção. De surpresa, o ex-capitão adentrou a comissão acompanhado do coronel Lício Augusto Maciel, que, na década 70, atuou no combate à guerrilha do Araguaia e foi um dos responsáveis pela prisão do petista, então militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Bolsonaro foi acusado de tentar intimidar o depoente, ao colocá-lo frente a frente com um de seus algozes.

Com personagens em posições invertidas, a oposição na CPI da Pandemia está apostando na mesma estratégia de duas décadas atrás. Em 2005, Lula viu seus assessores trilharem o caminho da cadeia, sua base política ser fulminada e a popularidade bater no fundo do poço. A crise atingiu tal ponto que aliados chegaram a discutir a possibilidade de o presidente renunciar ao mandato. Menos de um ano depois, porém, o cenário mudou completamente. Impulsionado principalmente pelo bom desempenho da economia, o petista sangrou em praça pública como previa a oposição, mas se recuperou a tempo de vencer a eleição e ainda eleger e reeleger seu sucessor, possibilitando ao PT permanecer treze anos consecutivos no poder. A estratégia, portanto, foi um grande fiasco. “Algumas pessoas achavam que o desgaste do Lula poderia gerar a derrota eleitoral, mas indicadores sociais e a economia estavam bons e o momento internacional era mais favorável”, lembra o deputado Gustavo Fruet (PDT-PR), que participou ativamente da investigação do mensalão.

A bancada de oposição ao governo Bolsonaro acredita que o cenário hoje é completamente diferente. A tese é a seguinte: Independentemente do que aconteça de agora em diante, Bolsonaro não conseguiria se livrar da pecha de responsável pelo agravamento da maior crise sanitária que o país já viveu, deixando um rastro de mais de meio milhão de mortos, o que seria letal a seus planos eleitorais. “A corrupção do PT provocou a indignação de setores da sociedade, mas a pandemia atinge a vida de todos”, diz Fruet.

Desde que foi criada, a CPI da Pandemia se tornou uma vitrine para expor erros e trapalhadas do governo Bolsonaro no combate ao coronavírus. Na prática, é a disputa eleitoral de 2022 que dita os trabalhos da comissão. Com apenas um mês e meio de atividade e dominada pela oposição, as linhas gerais da narrativa já estão devidamente traçadas sob algumas premissas (todas verdadeiras): o  governo federal foi negligente ao não priorizar a compra de vacinas, foi irresponsável ao defender o uso de medicamentos sem eficácia comprovada, foi incompetente ao delegar decisões a um suposto “gabinete paralelo” e foi criminoso ao difundir declarações contra medidas de distanciamento social e uso de máscaras. [o que dificulta os planos dos inimigos do Brasil, representados pela CPI do Covidão, é que a narrativa (o destacado em vermelho) quando for examinada por juristas, não pelos senadores da CPI, não passa de uma interpretação parcial e criminosa de depoimentos e que não se sustentam por FALTA DE PROVAS. Além do mais, tem:   A questão é o efeito disso na cabeça do eleitor em 2022. - como bem  lembra a matéria.]

Pelo lado do governo, o discurso de imunização já está preparado. A comissão é escandalosamente parcial. Serve apenas como palanque político antecipado. Já escolheu quem é culpado e quem é inocente, o que faz derreter sua credibilidade junto à opinião pública”, avalia o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), integrante da base governista. Outro fiel escudeiro do Planalto, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) acrescenta: “Eles não querem investigar fatos, querem apenas colocar o carimbo de culpado no peito do presidente da República”. Na tentativa de estender o sangramento do governo, a CPI pode funcionar até agosto ou ser prorrogada por mais noventa dias. É dado como certo, porém, que, antes disso, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) deve apresentar um relatório apontando Bolsonaro como responsável, entre outras coisas, por crime contra a humanidade. “É da essência de uma CPI ser um movimento político para constranger o presidente de plantão. Não há nada de errado nisso”, diz o cientista político Carlos Pereira, da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas. [o relatório do Calheiros cuidasse dos processos que o alagoano responde, seria capaz de levá-lo até a prisão; 
já o relatório tentando culpar Bolsonaro não tem sustentação em     FATOS, é mentiroso e terá o mesmo efeito do twitter que o  relator enviou aos  pernas de pau do timinho de Tite, tentando convencê-los a não jogar a Copa América; 
o twitter foi um tiro no pé do senador alagoano, além de lembrar aos 'craques' que se seguissem o conselho do relator Calheiros, outros seriam convocados para substituí-los, ainda convenceu os ministros do STF a liberarem a Copa América da forma pretendida pelo Governo Bolsonaro.]

Na terça-feira 8, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prestou seu segundo depoimento à comissão. Depois de dez horas de interrogatório, além dos bate-bocas e das trocas de acusações de praxe, não surgiu uma mísera informação que esclarecesse alguma coisa que já não se soubesse. Os oposicionistas comemoraram. “Esses depoimentos revelam que foi assassinato, que o governo patrocinou uma estratégia de disseminação da Covid”, disse a senadora Simone Tebet (MDB-MS). Para o cientista político Paulo Kramer, é muito cedo para se falar que a crise sanitária terá um peso político decisivo nas eleições de 2022. “Quando nós estivermos mais próximos da saída da pandemia, com boa parte da população vacinada e a vida voltando ao normal, qual será a memória da Covid-19 na opinião pública?”, indaga Kramer, que ajudou a formular o programa de governo do então candidato Jair Bolsonaro em 2018. É a resposta a essa pergunta que vai mostrar se a oposição acertou ao apostar que a pandemia manterá o presidente da República enfraquecido até outubro do ano que vem ou se incorreu no mesmo erro de avaliação do passado.

Publicado em VEJA, edição nº 2742 de 16 de junho de 2021

Clique aqui, VEJA matéria completa


quinta-feira, 1 de abril de 2021

Ajuste na coalizão de Bolsonaro com a base parlamentar - Correio Braziliense

Alexandre Garcia

"O sistema de governo não é parlamentar, mas o Senado tirou o chanceler, e a pressão dos políticos sacou o ministro da Saúde, que não permitia intermediações de verbas para estados e municípios"

O presidente da República acaba de dar uma arrumação entre seus auxiliares, na busca de melhores resultados. Na reunião ministerial de abril do ano passado, havia criticado os ministros da Justiça e da Defesa, queixa que se tornou pública por ordem do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello. Um ano depois, a queixa continuou atual. Semana passada, o ex-advogado-geral José Levi deixara Jair Bolsonaro assinar sozinho a ação direta de inconstitucionalidade (adin) contra o toque de recolher deixou-o no pincel sem escada, e perdeu o lugar. O presidente aproveitou para conduzir o ministro da Justiça, André Mendonça, de volta para a AGU e nomeou um delegado da polícia federal para a Justiça — que, na prática, é Segurança. Com esses movimentos, buscou mais dinamismo nessas três áreas.

Ernesto Araújo foi fritado pelo Senado e entregou o cargo para não prejudicar as relações de Bolsonaro com a Câmara Alta. A conversa de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco com 10 empresários, em São Paulo, foi fatal para o chanceler. Agora, os empresários vão conversar com o presidente. Para o lugar de Araújo, vai o chefe da assessoria especial da Presidência, embaixador Carlos Alberto Franco França, um goiano de 56 anos que está há 30 no Itamaraty. Já serviu em Washington e trabalhou anos no Palácio do Planalto com os presidentes Fernando Henrique, Dilma Rousseff e Michel Temer. Cortês, fiel, discreto e, sobretudo, pragmático. Ainda na sexta-feira, fazia para o presidente um balanço da América do Sul, antes da conversa entre Bolsonaro e seu colega Ivan Duque, da Colômbia.

Para a Defesa, o presidente deu a missão a Braga Netto, ex-interventor na segurança do Rio. O general, que já havia concluído a reorganização do Gabinete Civil, ontem se reuniu com o dispensado general Fernando Azevedo e Silva e os três comandantes militares. A substituição do ministro será acompanhada pela escolha de novos chefes das Forças Armadas. Nenhuma discordância foi levantada. Serão nomeados pelo presidente em lista na qual figuram os mais altos na hierarquia de Exército, Marinha e Aeronáutica.

O general Luiz Eduardo Ramos, que foi vitorioso em questões importantes com o Congresso, vai para o Gabinete Civil, e a Secretaria de Governo, encarregada da articulação política, vai para a deputada Flávia Arruda (PL-DF), que recém-presidiu a Comissão Mista de Orçamento. Essa é a parte mais importante das mudanças de segunda-feira, já que depois de dois generais, volta alguém representando o Parlamento. O sistema de governo não é parlamentar, mas o Senado tirou o chanceler, e a pressão dos políticos sacou o ministro da Saúde, que não permitia intermediações de verbas para estados e municípios. O sistema híbrido deixado pela Constituição de 1988 criou um jeito chamado de “presidencialismo de coalizão”. A entrada de Flávia no governo e a saída de Ernesto tem a ver com uma coalizão entre o presidente e sua base parlamentar.

 Alexandre Garcia, jornalista - Correio Braziliense

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Conselho do Ministério Público arquiva ação de senadores contra Aras

Parlamentares acusavam o procurador de infração disciplinar e de se omitir e não investigar supostos crimes de Bolsonaro

Os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Fabiano Contarato (Rede-ES) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) acionaram o o procurador-geral da República, Augusto Aras, no Conselho Nacional do Ministério Público, na semana passada, por suposta infração disciplinarA representação dos parlamentares foi arquivada ontem.

[os nomes dos senadores que acusam Aras e os partidos que os abrigam não surpreende. Pretensão e falta de projeto político é o ponto comum entre os três senadores e os partidos.
Para fechar o senador Rodrigues se destaca por exercer todo o seu mandato patrocinando denúncias perdidas e o Cidadania um dia desses publicou nota informando que apoiava o impeachment do Presidente da República. O deputado Maia sabe bem o que lhe custou a  declaração, 'cometida por aquele partido.
A denúncia é tão procedente quanto as críticas feitas ao chefe da PGR por ter mencionado um possível uso do 'estado de defesa', dispositivo previsto na Constituição de 1988, portanto, constitucional, até por decurso do prazo de contestação.]

Os parlamentares pediram providências  por causa de uma nota do PGR que se falava em estado de calamidade pública como a “antessala do Estado de Defesa”. Aras, na visão dos parlamentares, teria se omitido em atuar contra supostas falhas e crimes cometidos por Jair Bolsonaro no exercício do cargo.

O corregedor nacional do Ministério Público, Rinaldo Reis Lima, se manifestou pelo arquivamento do pedido dos senadores e entendeu que a “conduta narrada não constitui ilícito penal”. Lima acompanhou a posição de Manoel Veridiano, membro auxiliar da Corregedoria. A PGR mandou investigar o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por falhas na condução da estratégia do país contra a pandemia de coronavírus.

Senadores apontam falha
Os três senadores signatários do pedido argumentam que a competência no caso, de avaliar se o procurador-geral cometeu ou não crimes comuns, é do Conselho Superior de Ministério Público (CSMP), e não do CNMP.

Eles enviaram ofício ontem ao subprocurador-Geral da República, José Bonifácio de Andrada, também vice-presidente do CSMP, no qual informam que o pedido de apuração contra Aras foi encaminhado a ele.  “Ocorre, todavia, que a competência para decisão quanto à eventual necessidade de promoção de ação penal referente a atos do Procurador-Geral da República é competência
exclusiva de Subprocurador-Geral indicado pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal”,
afirmam os senadores no ofício. Eles pedem providência a Andrada e afirmam que não cabe manifestação do CNMP quando se trata de cometimento de crimes comuns [senadores: criem uma lei tornando legal o que pensam sobre o assunto e talvez tenham êxito.] 

VEJA - Blog Radar 

 

domingo, 24 de janeiro de 2021

Inquérito na PGR - Merval Pereira

O Globo 

Bode expiatório

Tudo indica que o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, será escolhido para bode expiatório da crise sanitária que o país passou a viver a partir do Amazonas, onde pessoas morreram por falta de oxigênio, o que qualifica como criminosa a inação dos governos estadual e federal. O procurador-geral da República, Augusto Aras, mais uma vez tira o presidente Bolsonaro da Linha de tiro, colocando Pazuello como responsável direto pelo descalabro que tomou conta do país na atuação contra a COVID 19. 
[Por favor: adeptos do 'quanto pior, melhor' + arautos do pessimismo + inimigos do Brasil = inimigos do presidente Bolsonaro, ACEITEM que o capitão vai concluir este mandato, ser reeleito para o segundo = VOCÊS PERDERAM.
Somos educados e respeitamos os adversários,  ainda que sempre perdedores, por isso não repetimos aquela frase de um senador - aquele, o  irmão do sempre candidato Ciro Gomes -  trocando só o final por: Bolsonaro é o presidente da República.]

É claro que o ministro Pazuello tem culpa na história, pois não deveria assumir a Saúde sem condições técnicas para tal, mas quem nomeou foi Bolsonaro, que deve ser culpado por essa escolha infeliz. [vale lembrar: condições técnicas para ser ministro da Saúde? 
José Serra foi um dos melhores ministros da Saúde - suas realizações permanecem,passaram de século e de milênio, e era economista. Talvez não soubesse a diferença entre cápsula, comprimido e drágea.
Indispensável ter presente, que desde abril 2020, qualquer intervenção do Poder Executivo da União exigia extrema atenção e prudência, devido o risco de implicar em desobediência à decisão judicial.]

Além disso, quem orientou Pazuello para dar força ao tratamento precoce da COVID 19, com invermectina e cloroquina como a prioridade do ministério da Saúde foi o presidente, e o ministro apenas seguiu na tese de que “um manda, e o outro obedece”. [quantos doentes por covid-19 faleceram, comprovadamente,  em função do uso dos dois fármacos citados? Até hoje não foi apontado um que seja. Já casos de pessoas que se recuperaram apenas com o  uso da azitromicina e ivermectina, ministrados sob prescrição médica, são muitos.]  O que pode dar muito certo nos quartéis, mas na vida real não funciona. O procurador-geral foi pressionado pelos procuradores a investigar o descaso em Manaus e saiu pela tangente, para colocar a culpa toda em Pazuello, livrando Bolsonaro, o que é um despaupério, já que a responsabilidade final é sempre de quem nomeia um auxiliar incompetente. Sobretudo quando o próprio presidente vive desclassificando a vacinação como solução para a doença.

Acusa Aaras, sobre a culpa direta de Pazuello, na abertura do inquérito: “Considerando que a possível intempestividade nas ações do representado, o qual tinha dever legal e possibilidade de agir para mitigar os resultados, pode caracterizar omissão passível de responsabilidade cível, administrativa e/ou criminal, impõe-se o aprofundamento das investigações a fim de se obter elementos informativos robustos para a deflagração de eventual ação judicial’. 

O procurador-geral pede que o Supremo escute o ministro, que é general do Exército da ativa, e que a Polícia Federal entre no caso para “as medidas investigativas cabíveis”. No pedido de instauração de inquérito, Aras cita, por exemplo, a distribuição de cloroquina em Manaus, coordenada pelo ministério da Saúde às vésperas do colapso por falta de oxigênio. É verdade que o ministro da Saúde, ao visitar Manaus no auge da crise, foi incapaz de decretar que a crise de oxigênio estava iminente, assim como agira mesmo em Porto Velho a pandemia está descontrolada, ameaçado nova tragédia brasileira.

De nada adianta Augusto Aras estar bancando o “engavetador geral da República”, fingindo que está investigando os reais culpados pela tragédia de Manaus, se ele protege o presidente da República. O fato é que o país tem mais de 200 mil mortos, sendo cerca de mil por dia, sem que o governo se movimente para procurar saída. [existe uma saída imediata? Os Estados Unidos, a maior superpotência do mundo em todos os aspectos, com população superior a do Brasil em menos de 50%, já beira o dobro do número de mortos aqui; a Bélgica tem o maior índice de letalidade por milhão de habitantes - e realizou o primeiro lockdown em março 2020; Exemplos são inúmeros.]                   A revelação de que a correspondência da Pfizer com o governo vem de setembro, sem que tenha havido uma negociação séria, mostra que o governo brasileiro não entendia a dimensão do problema.

Acesse  Merval Pereira, jornalista - O Globo e continue lendo

 


sábado, 31 de outubro de 2020

Ministro da Saúde Eduardo Pazuello é internado em Brasília

Militar apresenta um leve comprometimento no pulmão; ele foi diagnosticado com Covid-19 no último dia 21 e está no hospital DF Star

O ministro da Saúde Eduardo Pazuello foi internado na noite desta sexta-feira, 30, no hospital DF Star, em Brasília. Segundo fontes ouvidas por VEJA, o militar fará exames mais detalhados para Covid-19 e passa por acompanhamento. Ele deve ter alta neste fim de semana.

Pazuello, que tem 57 anos, foi diagnosticado com a doença no último dia 21. De acordo com os médicos, ele tem um leve comprometimento do pulmão e foi para o hospital após apresentar um quadro de desidratação, mesmo sintoma que teve logo que descobriu que estava com Covid-19.

VEJA


quinta-feira, 23 de julho de 2020

Ministro da Saúde foi avisado de que efeitos da covid durariam até 2 anos

No mesmo documento, o comitê discute a criação de um aplicativo para monitorar pacientes da covid-19 e até dez pessoas que tiveram contato com a pessoa infectada

Em reunião a portas fechadas no fim de maio, já sob a gestão interina do general Eduardo Pazuello, técnicos do Ministério da Saúde que integram um comitê sobre o novo coronavírus alertaram que, sem medidas de isolamento social, os impactos da doença serão sentidos por até dois anos. Segundo a equipe de Pazuello, "todas as pesquisas" levam a crer que o distanciamento é "favorável" até mesmo para o retorno da economia mais rápido.

"Sem intervenção, esgotamos UTIs, os picos vão aumentar descontroladamente, levando insegurança à população que vai se recolher mesmo com tudo funcionando, o que geraria um desgaste maior ou igual ao isolamento na economia", afirmam técnicos da pasta. A discussão está registrada em ata de reunião do Comitê de Operações de Emergência (COE) do ministério, obtida pelo Estadão. "Sem isolamento, um tempo muito grande de 1 a 2 anos para controlarmos a situação", informa a ata de reunião ocorrida em 25 de maio no 3.º andar do Ministério da Saúde.

No mesmo documento, o comitê discute a criação de um aplicativo para monitorar pacientes da covid-19 e até dez pessoas que tiveram contato com a pessoa infectada, o que nunca saiu do papel. Como encaminhamento da reunião, outra ideia que não prosperou: criar protocolo que "atenda nossas necessidades específicas". Para Paulo Lotufo, professor de epidemiologia da USP, o distanciamento social se mostrou eficaz em diversos países, incluindo o Brasil. "Veja na cidade de São Paulo. Conseguimos ter um número de mortos bem abaixo de outros locais. Em Manaus foi uma catástrofe."

O presidente Jair Bolsonaro entrou em conflito com dois ministros da Saúde durante a pandemia por divergências, entre outros pontos, sobre a adoção de quarentenas. Em 16 de abril, Luiz Henrique Mandetta (DEM) foi demitido. Em 15 de maio, Nelson Teich pediu para sair da pasta. "Vamos enfrentar o vírus. Vai chegar, vai passar. Infelizmente algumas mortes terão. Paciência, acontece, e vamos tocar o barco. As consequências, depois dessas medidas equivocadas, vão ser muito mais danosas do que o próprio vírus", disse Bolsonaro à TV Band em 27 de março.

Depois, o ministério foi interinamente para Pazuello. Sob a gestão do militar, técnicos do ministério deixaram de ressaltar o benefício do distanciamento social. Questionado em 1.º de julho se a aceleração de casos no País tem relação com a flexibilização de quarentenas, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia, esquivou-se. "Não posso afirmar que este aumento tem relação direta com a decisão do gestor local." Para Lotufo, criou-se uma corrente de negacionismo sobre a pandemia no Brasil. "Tenho a impressão de que a coisa no Ministério da Saúde é totalmente no estilo militar. Esse tipo de conselho (o COE), não dão a mínima importância."

[Natural que seja dada nenhuma importância a tão absurda conclusão = previsão.
Só pessoas sem noção são capazes de dar crédito a uma previsão da duração dos efeitos de uma doença cuja existência foi constatada há menos de um ano.
Convenhamos que prever que uma moléstia que se tornou conhecida no final de 2019, produz efeitos por dois anos  é ser alarmista = terror psicológico.
Tudo que é feito no combate à covid-19 tem como justificativa fundamentos técnicos e científicos. 
Se pergunta: quais fundamentos tem uma previsão de que os efeitos durarão até dois anos? = bola de cristal?
O único fundamento é que a duração por qualquer período inferior a dois anos está dentro do até dois anos = isso se chama chute.

Criado no começo de fevereiro, o COE serve para "planejar, organizar, coordenar e controlar" a resposta à covid-19 no Brasil. Além disso, deve encaminhar ao Ministério da Saúde relatórios técnicos sobre a pandemia e ações que estão sendo tomadas. As reuniões são feitas entre secretários do Ministério da Saúde, representantes de Estados e municípios e gestores de órgãos que lidam com a pandemia, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A composição de cada encontro varia. Membros de conselhos de secretários de Estados e municípios chegaram a ficar de fora dos encontros por divergências com o ministério.

Portaria
Procurado, o Ministério da Saúde disse que o resultado da reunião do COE foi a publicação de portaria, em 19 de junho, que estabelece "orientações gerais" para a prevenção, controle e mitigação da covid-19. O texto traz recomendações gerais sobre distanciamento social, etiqueta respiratória, higienização de ambientes e uso de equipamentos de proteção individual. Também orienta a elaboração de "plano de ação para a retomada" por todos os setores da economia. Outra recomendação é para triagem e monitoramento de pessoas que podem estar doentes. Na portaria, o ministério recomenda distanciamento social de 1 metro e uso de máscara em locais públicos e de "convívio social". O Ministério da Saúde não informou a relação completa dos participantes da reunião do COE nem explicou os pontos levantados na ata. No dia da reunião, a agenda de Pazuello informava outros compromissos. 

O Estado de S. Paulo - Transcrito do Correio Braziliense


sexta-feira, 8 de maio de 2020

Com Toffoli e Bolsonaro, STF foi picadeiro de ato mais patético da história - Reinaldo Azevedo

Coluna no UOL 

Tem gato na tuba. Engula quem quiser a história de que Dias Toffoli, presidente do Supremo, foi surpreendido por Jair Bolsonaro. Se foi, que emita, então, uma nota de protesto por ter sido submetido ao ridículo ele e o tribunal que preside. Ele e o tribunal que representa.  O STF não é um puxadinho do Palácio do Planalto. A ser verdade a versão que circula por aí — segundo a qual o ministro não estava no prédio, dirigindo-se para o local porque receberia a visita de Bolsonaro —, em nada fica melhor o retrato do presidente do Supremo. Como, segundo essa narrativa, não havia encontro nenhum agendado, cabia a Toffoli indagar, e eles têm intimidade para isto, qual era a agenda. Afinal, o presidente queria falar sobre o quê?

"Ah, estou aqui com um grupo de empresários e quero levá-los aí... " De novo: "Para quê, Jair (suponho que se tratem pelo prenome)?" E então, com honestidade mínima, Bolsonaro lhe diria que eles iriam pedir a abertura imediata da economia, quando as mortes alcançaram o patamar de 600 ocorrências por dia, com o colapso chegando ou já tendo chegado a várias capitais. No Rio, a fila de espera para leitos de UTI chega perto de 500 pessoas.  Se Toffoli foi mesmo engando por Bolsonaro e não sabia que estava participando de uma "live" para suas milícias digitais, que esclareça, então, em nota, lamentando o fato de ter caído numa espécie de cilada.

Não se falou sobre vítimas da doença no encontro. Os mortos foram um tema ausente. Quando se recorria à expressão "UTI", tratava-se de uma metáfora para aludir à economia. Isso, reitero, quando estamos no patamar das 600 ocorrências fatais por dia. Raramente senti tanta vergonha de ser brasileiro. Ou, por outra, de saber que compatriotas meus são capazes de fazer discurso tão pusilânime.

O encontro ocorre um dia depois de o próprio ministro da Saúde, Nelson Teich, ter admitido que, em certos lugares do país, será preciso recorrer mesmo ao lockdown, o que já acontece em São Luís, Belém e áreas próximas. Muitas pessoas estão morrendo em casa. As evidências de subnotificação nos envergonham. Ninguém pode estar contente com a situação, mas, então, que apresentem uma alternativa que não seja sinônimo de mandar milhares de pobres e pretos para as covas coletivas, em caixões empilhados.

Bolsonaro é, sim, um líder muito mais influente do que gostamos de admitir. É ele a matriz desse comportamento e desse sentimento que dá de ombros para a tragédia, transformando a morte em mero dano colateral do tal "funcionamento da economia", como se fôssemos obrigados a escolher entre uma coisa e outra. Tivesse havido o isolamento social na proporção adequada, e talvez estivéssemos mais prontos para sair dele.

É impressionante que um presidente do Supremo receba um presidente que não tem proposta nenhuma, que não respeita nem mesmo as orientações de um ministro da Saúde que foi escolhido a dedo para chegar lá e dizer: "O diabo não é tão feio como se pinta". Mas não há como o catatônico Teich fazer essa afirmação porque sua carreira ainda não acabou. Será desmoralizado pelos números. E ele terá de trabalhar depois do fim do governo. Ainda que seja hoje mais empresário do que médico, sobraram resquícios de sua ética profissional.

Se a alguns a resposta de Toffoli ao presidente pareceu dura, é puro erro de interpretação. O que se viu foi a ressuscitação do tal "Pacto entre os Poderes", coisa que, até agora, não sei o que significa e que, por óbvio, ninguém jamais saberá. A menos que alguém se apresente para esse tipo de encontro garantindo que, por algum tempo, vamos ignorar a lei em favor daquilo que o Poder Executivo, ou outro ente qualquer, considera eficiência.

Essa ida destrambelhada de Bolsonaro ao Supremo, naquela Marcha dos Mascarados, é das coisas mais patéticas, quem sabe a mais, de que eu e qualquer um temos memória pessoal e histórica. 

(.....)

E a culpa pelas iniquidades, claro!, é do isolamento social.

Reinaldo Azevedo, jornalista - Blog UOL


quinta-feira, 30 de abril de 2020

Ministro da Saúde contorna perguntas e deixa de orientar a população - Míriam Leitão

O Globo

O ministro Nelson Teich abusa do direito de ser vago. Ele contorna perguntas, dá respostas oscilantes num momento dramático da vida do país. Teich assumiu o cargo há duas semanas. Ele sabia que seria exigido dele mais decisão durante a pandemia. Na sessão com senadores, na quarta-feira, o ministro passou o tempo todo contornando as perguntasOs parlamentares ficaram negativamente surpresos com a participação de Teich 

[Não somos peritos em combate a pandemias, mas gostamos de observar e tirar conclusões:
1ª - Japão não adotou distanciamento social, isolamento social e medidas do gênero e tem um índice de 2 mortes por milhão;
2º - Brasil é o segundo do mundo em novos casos e o 4º em mortes,  na frente só os EUA,  e a curva nunca se achata.
São Paulo iniciou as mortes e foi o primeiro estado a implantar isolamento, distanciamento, ameaçar com prisão e continua liderando o número de casos e de mortos.

Rio, idem, idem.

Convenhamos que a tentação de seguir o Japão é irresistível.
Brasília, até que aparenta a situação estar sob controle - o que nos deixa felizes, tanto como brasilienses quanto como seres humanos.
Mas, os dados do DF despertam algumas dúvidas.

O jornalista Bernardo Mello Franco, do GLOBO, faz um relato da sessão. Em certo momento, o ministro foi questionado se a recomendação é para ficar em casa. Simplesmente perguntar se fica em casa ou não é resposta simplista para um problema que é heterogêneo.” Ora, era simples responder. Quem puder fique em casa e quem tiver que sair deve adotar tais medidas de proteção. O país espera uma orientação do Ministério da Saúde.  

É claro que o problema é heterogêneo, no mundo, no país e nas cidades. O secretário-executivo da pasta, Eduardo Pazuello, repete que o Brasil é grande, tem tamanho continental. Isso aprendemos no ensino primário. Em um momento, perguntam sobre a posição do presidente, que é contra o isolamento social"Não vou discutir o comportamento. Mas posso dizer que ele está preocupado com as pessoas e com a sociedade”, disse o ministro.  

Teich pode até não entrar em conflito com o Jair Bolsonaro, ele pode encontrar outra resposta para a pergunta que é uma saia justa. Mas ele tem que orientar as pessoas. O desempenho é muito ruim. O momento é de crise, exige do ministro respostas mais positivas.  Além disso, há a questão da linguagem corporal. Teich há duas semanas chegou ao Palácio de máscara, e hoje não a usa maisEle está dizendo, pelo exemplo, que não é preciso usar a proteção, que cada vez mais estados estão exigindoTeich foi lá cumprir um mandato: não incomodar o presidente manter no ar a dubiedade que o governo sempre teve sobre as medidas de proteção nesta pandemia. 

Míriam Leitão, jornalista - O Globo





segunda-feira, 13 de abril de 2020

Cloroquina sem paixão - Fernando Gabeira


quarta-feira, 25 de março de 2020

Mandetta: ou engole, ou sai - Merval Pereira

Bolsonaro vai ficar isolado

 O presidente Jair Bolsonaro corre o risco de ficar isolado  
completamente. Mesmo após o seu desastrado pronunciamento, todos estão afirmando que continuarão a seguir as orientações da OMS em relação ao confinamento. Hoje pela manhã, o presidente deixou claro que não conversou com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta antes do pronunciamento e que já decidiu sobre o confinamento vertical. 

[Fato:
Bolsonaro fez um pronunciamento cujos resultados coincidem exatamente com objetivos do Presidente da Repúblico.
É pacífico, que o Presidente Bolsonaro gosta de se manifestar de forma clara e objetivo, tendo plena ciência de que seus inimigos vão criticá-lo -criticar o Bolsonaro é o esporte predileto da Nação, especialmente de muitos políticos e outras figuras que desejam alguns minutos de fama.
Hoje, fiquei algum tempo curtindo noticiário na TV e fiquei sabendo que existe um conselho cuja sigla é CONASS - não identifiquei o que significa, nunca ouvi falar dele nem o tinha visto, antes  de hoje - a nota malhava o presidente;
teve um outro cidadão que vociferou por quase um minuto contra o presidente - teve seu minuto de fama, pena que a reportagem não destacou em que o distinto era especialista.]

Desta maneira, fica muito difícil a permanência do ministro, porque terá que se desmoralizar, mudando a maneira de orientar a população. Ou ele engole, ou sai. E ainda temos o deputado Osmar Terra se oferecendo diariamente para assumir a pasta. Trocar, neste momento, toda a orientação do ministério da Saúde, para fazer o contrário do que vinha sendo feito até agora, será uma tragédia.

Merval Pereira, jornalista - O Globo


sexta-feira, 20 de março de 2020

Decisões precipitadas não vão salvar o Brasil do coronavírus - J. R. Guzzo

Gazeta do Povo

Responsabilidade Decisões precipitadas não vão salvar o Brasil do coronavírus

Sempre é preciso tomar muito cuidado quando você decide que sua prioridade é ser responsável ao máximo, ou há o sério risco de perder o pé e acabar agindo de maneira irresponsável – exatamente o oposto das suas intenções. Acontece, com frequência, quando a obrigação de ser responsável supera a sua obrigação de pensar. O senso de responsabilidade, então, se torna destrutivo e leva as pessoas a caírem num mundo mental de desprezo insensato pela verdade. Os resultados são os que se pode imaginar. No Brasil do coronavírus, é algo que se pode ver todos os dias.

Em relação à epidemia, a ideia predominante, ou a chamada “sabedoria convencional”, é copiar o tempo todo quaisquer atos de proibição, restrição, interdição, suspensão, cancelamento, fechamento determinados por alguém que está ao seu lado, e principalmente acima, na árvore dos que mandam. Fechou lá? Então fecha aqui. Não pode lá? Então não pode aqui. O certo seria pensar, caso a caso, se é ou não necessário fazer a mesma coisa – ou, mais ainda, se o correto é fazer o contrário. No momento, parece que apenas uma minoria pensa assim – ou, melhor dizendo, parece que apenas uma minoria se dá o trabalho de pensar. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, talvez seja um exemplo.

Mandetta lembrou que sim, perfeito, tudo bem, precisamos agir com o máximo de rigor para combater o contágio. Mas lembrou também que é preciso transportar cloro para tratar os sistemas de água corrente. Se são tomadas medidas que impedem as companhias de saneamento de colocar cloro na água, pelas restrições em cadeia que crescem a cada 24 horas, você estará salvando o Brasil do coronavíruse destruindo um dos princípios mais elementares da saúde pública.

O que é pior: coronavírus ou água contaminada, principalmente nas grandes cidades, onde estão os focos principais da epidemia? Os dois são piores não há escolha — e os dois têm de ser combatidos. Mas para fazer o combate completo à doença, uma coisa não pode impedir a outra. Muita coisa, neste momento, está sendo decidida, tanto nos governos como no setor privado, sem a consideração correta das consequências. Um carro não anda só com acelerador, ou só com freiosé indispensável combinar os dois, a menos que se queira arrumar uma colisão frontal ou ficar parado no mesmo lugar.

É angustiante que quase ninguém esteja pensando numa coisa chamada “emprego” – ou em trabalho, produção, atividade. Não se trata de ficar falando em “verbas”, como políticos e governos adoram fazer. Desemprego? Toca uma verba aí, mesmo que não exista de onde tirar um tostão dessa verba. Isso não resolve nada. O que pode ajudar a resolver, isso sim, é pensar com seriedade numa lógica para enfrentar a doença e não arrastar o país ao abismo.

Todos, em geral, querem fazer o bem, e cada um quer fazer mais o bem que todos os outros – governos, mídia, entidades, organizações, médicos, hospitais, direita, centro, esquerda. Em suma: todo mundo que pode decidir alguma coisa, do presidente da República ao síndico do prédio, acha sua obrigação agir com o máximo de prudência, cautela e toda a coleção de virtudes aparentadas a essas – é a “responsabilidade”.


J. R. Guzzo,  jornalista - Vozes - Gazeta do Povo


quinta-feira, 22 de novembro de 2018

O risco que corre o capitão

Oposição ameaça aderir sem dizer


Uma coisa é o que diz a oposição ao futuro governo para consumo externo diz que irá para cima dele sem dó nem piedade. Outra, o que ela começa a fazer no escurinho dos gabinetes do Congresso e mesmo fora dali.  A chamada oposição de raiz se resumirá ao PT, PC do B e PSOL. Pois bem: sob o manto do silêncio, parte dela negocia já com interlocutores do capitão cargos de segundo e terceiro escalões em ministérios.  O resto do que se autonomeia de “oposição crítica” não cansa de repetir que aprovará tudo que lhe pareça positivo para o futuro do país. O PSDB está nessa toada, mas não só ele. O risco que corre o capitão e presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) é o de acordar um dia e constatar que a oposição aderiu ao seu governo.

Sem reformas
Empurrando com a barriga. Por mais que o mercado cobre e que os chamados formadores de opinião também, são remotas as chances de o Congresso no próximo ano aprovar qualquer proposta de reforma da Previdência Social.  A avaliação, unânime, foi feita ontem por cinco cabeças coroadas da Câmara dos Deputados e do Senado, cada uma de um partido diferente, naturalmente sob o compromisso de não serem identificadas. Não querem ser apontadas como adversárias da reforma. Reconhecem que ela será inevitável. Mas não veem entre seus pares, os atuais e os que estão por chegar, a menor disposição em aprová-la.


Nem a reforma da Previdência, nem a reforma tributária, nem a reforma política. O custo eleitoral seria muito grande. Calcula-se que pelo menos cerca de 100 deputados federais serão candidatos a prefeito em 2020.

Picuinhas do poder
Onyx Dornelles Lorenzoni é o nome dele, deputado federal pelo DEM do Rio Grande do Sul, futuro chefe da Casa Civil da presidência da República, de bola cheia depois de ter emplacado, ontem, mais um ministro do seu partido no governo Bolsonaro, o da Saúde. Para desgosto do PP do senador Ciro Nogueira (PI) que ambicionava o cargo.  Mas para o capitão, sempre que se refere a ele em público, Onyx sempre será Oníx. É assim que pronuncia o nome do deputado em particular e em público. E tem pelo menos uma razão de proceder assim: é para não encher ainda mais a bola de Onyx e incomodá-lo um pouco. 

Onyx sabe disso e não liga. É o membro do seu partido mais influente junto a Bolsonaro.  O DEM já tem três ministros no governo, mas sua direção se queixa de não ter indicado nenhum deles. Quer mais. Quer, principalmente, que Bolsonaro apoie a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para presidente da Câmara. Por ora, Bolsonaro diz que não apoiará ninguém. Mas, em cima da hora, se for o caso, apoiará. A vida do governo não será fácil sem um aliado na presidência da Câmara.


Blog do Noblat, Revista Veja