Por Bernardo Mello Franco
MAQUIAGEM ELEITOREIRA
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Ao subir a rampa, o capitão mudou o discurso. Passou a se dizer um defensor do Bolsa Família, embora seu governo tenha recriado a fila do benefício. Agora ele pretende rebatizar o programa. O novo nome será Renda Brasil, confirmou ontem o ministro Paulo Guedes. A mudança tem um objetivo claro: Bolsonaro quer se apropriar de uma vitrine associada à oposição. Ele poderia fazer isso se melhorasse o programa e ampliasse o número de beneficiários. Preferiu o caminho fácil da maquiagem eleitoreira.
[as palavras do então então deputado Bolsonaro foram e continuam sendo certas e adequadas.
A solução é ajudar os necessitados, mas ao mesmo tempo desenvolver políticas que propiciem aos 'eleitores de cabresto' oportunidade de sair da dependência. Propiciar tal oportunidade é uma das razões que tornam imperativa a reeleição do presidente Bolsonaro em 2022.
Qual o motivo da necessidade? o Presidente Bolsonaro precisa de mais um mandato para governar e propiciar a libertação dos eleitores de cabresto.
O atual mandato - conferido por quase 60.000.000 de eleitores - se tornou insuficiente devido o fato de em 2019 não pôde governar - o Poder Executivo sofreu boicote sistemático de um dos Poderes irmão, ato sempre convalidado pelo outro irmão.
Em 2020, a pandemia desmontou qualquer perspectiva de governar - brutal recessão com queda geral do PIB mundial, incerteza quanto ao fim da covid-19 (a bilionária OMS em um dia emite uma recomendação e no seguinte revoga. Os especialistas a cada dez dias adiam a data do inicio do achatamento da curva.)
O ministro Guedes, apesar das restrições a algumas ideias que defende, agiu com dignidade: teve a coragem de reconhecer que pobres não faziam parte do seu cotidiano - o importante é que agora integram seu dia a dia, o que resultará em melhoras para eles (nós) e para o Brasil.
O presidente Bolsonaro sofre marcação tão cerrada, que é o único chefe de Estado que até seus exames de saúde não estão protegidos por sigilo.
Se realizar um exame de fezes - cocô na linguagem dele - e não divulgar o resultado aos quatro ventos, algum paladino de nenhuma causa vai ao Supremo e o presidente será compelido a divulgar os resultados.]
Na quinta passada, o Ministério da Economia transferiu R$ 83,9 milhões do Bolsa Família para a Secretaria de Comunicação. A verba social seria torrada em propaganda. Ontem a pasta foi obrigada a voltar atrás. Não pelo absurdo da ideia, mas para evitar problemas com o Ministério Público e o TCU.
Bernardo Mello Franco, colunista - O Globo
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