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quarta-feira, 5 de maio de 2021

Isabel Díaz Ayuso: a nova cara, bem provocadora, da direita na Espanha - Blog Mundialista

Vilma Gryzinski

Boa de briga, a política é reeleita governadora de Madri e cria problemas tanto para adversários esquerdistas quanto aliados direitistas

“Não saio pela vida buscando confrontações”, diz Isabel Díaz Ayuso, que se tornou um fenômeno político por fazer exatamente isso. A ex-jornalista espanhola ganhou de lavada a eleição para o governo de Madri. Na Espanha, seu cargo se chama presidente da Comunidade de Madri, a área da capital e mais cidades dos arredores, como se fosse um estado.

Espertamente, ela convocou eleições quando achou que seria derrubada por seus parceiros de governo, do Cidadãos, o partido centrista que está eleitoralmente quase extinto. Valeu a aposta. Por causa de seu comportamento durante a pandemia, tirando leite de pedra para dar cobertura aos doentes e, ao mesmo tempo, defendendo a reabertura o mais precoce possível dos bares e restaurantes que fazem Madri ser Madri, ela virou um fenômeno. “Somos todos Ayuso”, foi o adesivo que se espalhou pelos estabelecimentos profundamente gratos à governadora.

Ela virou nome de cervejatem um rótulo com seu retrato e a frase “La caña de España” – e nome de pratos. Um deles é o calamares à Ayuso, que “vem com dois ovos”.  Os madrilenhos são tradicionalmente desbocados e o estilo de Ayuso pegou bem com uma ampla fatia do eleitorado. Na faixa que vai da centro-esquerda à esquerda pura e dura, ela evidentemente provoca ojeriza. “Quando começam a te chamar de fascista, você sabe que está fazendo alguma coisa certa”, já provocou ela.

“Ayuso está propondo seu próprio modelo de conservadorismo – mais para a direita, até trumpista na forma como faz declarações bombásticas que desviam a atenção da política”, suspirou para o Financial Times a cientista social Máriam Martínez Bascuñán. “A eleição de Madri vai determinar o futuro da direita na Espanha”.

E, de alguma forma, da esquerda também. Pablo Iglesias, do Podemos, mais o menos equivalente ao PSOL, deixou o posto de vice-primeiro-ministro no governo de coalizão de Pedro Sánchez, crente que sua figura também carismática seria um sucesso. Elegeu dez deputados, três a menos do que o ultradireitista Vox, que vai integrar a coalizão com a governadora. Ao todo, os três partidos de esquerda elegeram 58 deputados. O PP, sozinho, fez 65. “A Espanha me deve uma”, ironizou Ayuso quando Iglesias saiu do governo para disputar a eleição. E tuitou: “Comunismo ou liberdade”, que depois virou o lema de sua campanha.

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