Está em curso uma disputa pela pauta. A da pandemia desgasta Jair
Bolsonaro, e portanto interessa à oposição.
E para essa finalidade a
oposição tem a Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 no Senado,
onde o governo está em minoria.
Já o presidente concentra a disputa
política na anabolização das desconfianças sobre a correção e a
fidedignidade do voto puramente eletrônico.
E as pesquisas indicam que,
por enquanto, a posição presidencial sobre o assunto ganha algum
terreno. [está ganhando e vai incrementar os ganhos;
o TSE pode ser acusado de muitas coisas, mas com certeza não é burro nem tem estúpidos na sua área de comunicação e em outras = portanto, tem perfeita e completa ciência o VOTO AUDITÁVEL ou o REGISTRO DO VOTO não implica em trazer de volta a contagem pública manual de milhões de votos e o retorno das mesas apuradoras.
Ao afirmar tal situação no item 5 da Nota de ontem, fez não para mostrar algo que pode ocorrer e sim para, por falta de argumentos contra o VOTO AUDITÁVEL ou o REGISTRO DO VOTO, confundir.
"Item 5.
A contagem pública manual de cerca de 150 milhões de votos significará a
volta ao tempo das mesas apuradoras, cenário das fraudes generalizadas
que marcaram a história do Brasil."]
E o bate-boca segue, ainda que o desfecho em ambos os
casos seja algo previsível.
O relatório final da CPI deverá ser
extremamente desfavorável ao governo e ao presidente. Mas como o
oferecimento de denúncia é privativo do Ministério Público Federal,
passa a ser provável (ou pelo menos possível) que o relatório só sirva
mesmo é para a disputa eleitoral. [relatório da Covidão ser usado na disputa eleitoral? A folha corrida, ops... currículo ... da maior parte dos integrantes da Covidão, mostra que eles e/ou familiares não dão muito sorte quando violam as leis;
mas, são espertos o suficiente para concluírem que usar o relatório de uma CPI desacreditada, rejeitado pelo MP, na campanha eleitoral será um tiro no pé. Infelizmente, Não farão tal bobagem.] Sempre há, claro, o risco de se abrir
um processo na Câmara dos Deputados por crime de responsabilidade, mas
hoje é remoto.
Quanto às eleições, elas acontecerão na urna
eletrônica. [atualizando: a proposta em discussão não cuida de realizar a eleição sem urna eletrônica; a URNA ELETRÔNICA PERMANECE, será acrescentado apenas o REGISTRO DE VOTO ou VOTO AUDITÁVEL.] Não há número no Legislativo ou no Judiciário para mudar
essa realidade. A alternativa é não ter eleição, mas quem conseguiria
impor isso? E o Brasil tem uma autoridade judiciária com autonomia para
organizar a realizar o processo eleitoral. Ou seja, para não ter eleição
seria necessária uma ruptura institucional. Hoje não está no horizonte.
O problema? Palavras ditas não voltam. Mas na política o dito hoje não
precisa necessariamente valer amanhã.
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político
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