Existe um princípio elementar consagrado no direito brasileiro, particularmente no Código Penal (CPB) ,e no Código de Processo Penal (CPP), pelo qual ORDEM MANIFESTAMENTE ILEGAL NÃO SE CUMPRE. Mas o cumprimento de ordens manifestamente ilegais tem sido uma triste rotina determinada justamente pelas mais altas esferas da Justiça, especialmente pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Tribunal Superior Eleitoral.
A chamada “ordem
manifestamente ilegal” pode ser de três espécies, ou
seja,
Que alguns tribunais superiores estão rasgando a Constituição, com algumas decisões absurdas “monocráticas”, ou mesmo “colegiadas”, não é mais nenhuma novidade, nem surpresa para ninguém,eis que se tornaram rotineiras. O que deve surpreender não as ordens jurisdicionais atentando contra o direito, propriamente ditas, porém a execução, o cumprimento dessas ordens, tanto pela Polícia Federal, instituição não integrante do Poder Judiciário, [com atribuição constitucional de exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União = inciso IV, $ 1º, art. 144 da CF.] quanto por pessoas naturais e jurídicas de direito privado. Esse tipo de poder coercitivo, e respectiva obediência “canina”, só se enxerga nas ditaduras e outros poderes tirânicos, jamais nos chamados estados democráticos de direito.
Por esse motivo não resta qualquer dúvida que os agentes executores das ordem “superiores” dos tribunais,“manifestamente ilegais” ,jamais poderão afastar as próprias responsabilidades, inclusive criminais. Tentando colocar um pouco de luz sobre esse problema, por exemplo, suponhamos que algum juiz,ou algum tribunal, mesmo daqueles “Superiores” de Brasilia, resolva condenar alguém à morte, e determine que a Polícia Federal, por exemplo, ”execute” essa pena, matando réu, ou simples indiciado.
É evidente que o
“executor” dessa pena “capital” jamais
teria o direito à absolvição, alegando ter recebido ordem de algum juiz ou
tribunal, mesmo que o “Supremo”, simplesmente pela razão de que recebeu uma
“ordem manifestamente ilegal”, uma vez que todos sabem que a pena de morte não
existe no Brasil. Mas é exatamente isso
o que está acontecendo no Brasil. Os tribunais estão fazendo “chover” ordens
manifestamente ilegais, sem qualquer amparo em lei, como por exemplo, o famoso
inquérito do “fim do mundo” (nas palavras do ex-ministro Marco Aurélio) das
“Fake News”, em que a mesma autoridade é a vítima, o investigador, o
acusador, ”roubando” o papel do Ministério Público, o juiz e o eventual “tribunal”
para recursos.
Ora meus,caros,isso não passa de tirania “puro sangue”.
Mas não contentes em dar ordens manifestamente ilegais à Polícia Federal, que absurdamente as cumpre - e que mais cedo ou mais tarde deverão responder por essa “cumplicidade”criminosa - agora o Ministro-Corregedor da Justiça Eleitoral, Luiz Felipe Salomão, despreza qualquer limite e manda “desmonetizar”, retendo o pagamento de publicidade de alguns sites, plataformas, perfis e blogs de reconhecida idoneidade,que jamais “mamaram nas tetas” do Governo, como muita gente “boa” que anda por aí, e que simplesmente usufruem do direito de trabalhar e da plena liberdade de imprensa assegurada pela Constituição.
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo
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