Caminha para o seu lamentável final, ao se aproximar a conclusão do mandato de três anos da atual diretoria, o que foi possivelmente o pior momento da Ordem dos Advogados do Brasil em toda a era regida pela Constituição de 1988. A “Ordem”, que já vinha se degenerando há muito tempo, foi definitivamente a pique, nestes últimos três anos, como a real representante profissional e legal de mais de 1 milhão de advogados brasileiros; transformou-se num grupo que age aberta e sistematicamente como um partido político de esquerda e ignora por completo, em tudo o que faz, que há no Brasil advogados de convicções políticas diferentes das que são praticadas pela sua direção.
A diretoria de hoje vai embora em 2022, mas isso não quer dizer que os advogados brasileiros terão uma OAB diferente da que vai ser deixada pela calamitosa gestão atual. O que se espera, pelo menos até o momento, é uma maciça dose de mais do mesmo – a máquina que controla a entidade está a caminho de eleger uma diretoria tão militante quanto a de hoje, em mais uma vitória da “situação”. Troca-se o Zé Mané pelo Zé Prequeté, e a OAB vai continuar igual: engajando o seu nome, as suas funções legais e os seus recursos financeiros, superiores a R$ 1 bilhão por ano, na defesa de projeto políticos totalitários. Vale tudo: a pauta de ação da OAB vai do apoio apaixonado à Cuba, à Venezuela e à “Palestina”, até o capricho mais extravagante de qualquer partideco contra o governo que há por aí.
A ideia de eleger a diretoria da OAB pelo voto direto e universal de 1 milhão de advogados brasileiros, que seria a única forma democrática de se escolher a sua direção a cada três anos, é a pior blasfêmia que alguém pode fazer perante a aglomeração que há anos controla a entidade. Voto direto, ali, é coisa de “extrema-direita”, “fascista”, “totalitária”, “antidemocrática” e até bolsonarista. Aceita-se tudo, na OAB – menos que os advogados brasileiros votem em quem quiserem para escolher o presidente e os demais diretores, ou que exerçam a sua liberdade de pensamento.
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário