DEMAGOGIA RELIGIOSA
A baixaria foi levada ao horário eleitoral. Serra se apresentou como um político que “sempre condenou o aborto e defendeu a vida”. Para sensibilizar o eleitorado religioso, sua propaganda exibiu imagens de gestantes vestidas de branco. O tucano fez pose de coroinha e prometeu governar com “princípios cristãos”.
O ex-presidente tem tropeçado na língua. Há poucos dias, sugeriu que sindicalistas fossem até a casa de deputados para “incomodar a tranquilidade” deles. Uma ideia inconsequente em tempos de radicalização política.
No caso do aborto, Lula é vítima de distorção eleitoreira. O petista não banalizou a interrupção da gravidez. Limitou-se a dizer que a prática deveria ser tratada como uma questão de saúde pública. “Mulheres pobres morrem tentando fazer aborto, porque o aborto é proibido, é ilegal”, argumentou.
Atacado pelo bolsonarismo, o ex-presidente tentou se explicar. “A única coisa que deixei de falar é que eu sou contra o aborto. Tenho cinco filhos, oito netos e uma bisneta”, justificou-se, dois dias depois. Ele repetiu o argumento da saúde pública, mas passou a ideia de que recuou para não perder votos.
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O governo do Rio cortou a remuneração de três policiais civis que integram a escolta de Marcelo Freixo. A poucos meses da eleição, os agentes foram transferidos à revelia. Na mudança, perderam gratificações de R$ 1.500 mensais.
No fim de 2021, o Estado já havia ameaçado retirar parte da escolta de Freixo. O deputado tem proteção policial desde a CPI das Milícias. Em outubro, vai enfrentar o governador Cláudio Castro, apoiado por alvos notórios da investigação.
Bernardo M. Franco, colunista - O Globo
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