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segunda-feira, 11 de julho de 2022

Bolsonaro aceitará o resultado da eleição — desde que não seja o do TSE

Daniel Pereira

Em reunião ministerial, presidente diz que passará a faixa feliz se Lula ganhar na contagem de qualquer instância diferente da Justiça Eleitoral

 Com o apoio dos militares, Jair Bolsonaro quer forçar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a acolher as sugestões de sua equipe sobre o processo eleitoral antes da realização da votação
Se isso não ocorrer, ele dá a entender que não reconhecerá eventual resultado desfavorável e, mais grave, que convocará o Exército para auditar o resultado final. 
Até agora, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio de Oliveira, e o general Braga Netto, candidato a vice na chapa à reeleição, mostram-se fechados com o ex-capitão nesse assunto.
 
Sensível às mais variadas teorias da conspiração, o presidente está certo de que a cúpula da Justiça Eleitoral é protagonista de uma trama destinada a tirá-lo do poder e entronizar Lula no Palácio do Planalto. 
O golpe seria dado com o uso das urnas eletrônicas, que fraudariam votos para beneficiar o petista. 
 
Desde a implantação das urnas eletrônicas, em 1996, nunca houve comprovação de fraude, mas Bolsonaro ignora esse fato e insiste em semear suspeitas sobre a segurança do processo eleitoral com o objetivo de alertar, desde já, que não aceitará sem resistência eventual derrota em outubro.[entendemos que o presidente Bolsonaro sustenta sua teoria levando em conta que equipamentos digitais possuem a peculiaridade de eventuais ocorrências não serem percebidas - o que elimina a fundamentação para que investigações mais acuradas,  que poderiam detectar situações anômalas que, eventualmente, tenham ocorrido podem passar despercebidas. 
A tal postura se somam:
a) a exagerada insistência da Justiça Eleitoral em não aceitar o voto auditável e em insistir no fato de ser o sistema de votação via urnas eletrônicas inexpugnável; e,
b) e ao fato do deputado Felipe Neto afirmar situações não devidamente esclarecidas: "...o deputado Filipe Barros (PL-PR), que foi relator na Câmara da fracassada proposta de emenda constitucional que previa a instituição do voto impresso no Brasil. 
Manuseando uma pilha de papéis, Barros discorreu sobre um ataque hacker ao sistema do TSE em 2018, episódio que foi alvo de uma sindicância interna da Corte e de uma investigação da Polícia Federal, e disse que, conforme documento assinado por um funcionário graduado do próprio tribunal, a invasão pode ter fraudado o resultado de uma eleição no município de Aperibé (RJ), o que o servidor citado negou de forma peremptória a VEJA.                                                           O deputado afirmou ainda, em tom de estranhamento, que as apurações do TSE e da PF sobre o caso não avançaram, sugerindo uma blindagem indevida. Não teria ocorrido nem mesmo uma perícia no sistema do tribunal, que também teria perdido informações consideradas essenciais, pelo parlamentar, para que se descobrisse a extensão dos danos provocados pelo hacker. 
“O próprio TSE obstou o andamento das investigações em razão de um suposto equívoco no armazenamento de evidências relacionadas a uma gravíssima falha de segurança. É definitivamente um cenário alarmante”, declarou Barros. ..." CONFIRA AQUI.]

Na reunião ministerial da última terça-feira, 5, Bolsonaro afirmou aos presentes que só passará a faixa presidencial se o rival petista for declarado vencedor por qualquer outra instância que não o TSE. “Se o Lula ganhar no voto contado em outro canto, eu entrego a faixa feliz e contente”, declarou. A senha para a confusão está dada.

Política - Revista VEJA

 

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