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domingo, 3 de julho de 2022
Cuba completa 63 anos de ditadura em tempo integral, o sonho da oposição no Brasil - O Estado de S. Paulo
J. R. Guzzo
Na ilha caribenha sob regime comunista, dois homens foram condenados a penas de prisão por protestar contra o governo
[No Brasil, já ocorrem prisões por protestos, a diferença é que aqui os protestosnão são contra o Governo.]
Os fatos descritos a seguir foram mantidos como uma espécie de segredo de Estado pela mídia brasileira, ou por esse “consórcio de órgãos de imprensa” que hoje se apresenta em seu nome – e já é para dar graças a Deus, porque qualquer notícia que fosse publicada a respeito correria o risco de ser denunciada como “fake news” pelas “agências de checagem”, ou de “verificação de fatos”. Trata-se de coisa de compreensão imediata.
Um músico de “rap” e um artista cubano foram condenados a penas de prisão em Cuba por protestarem contra o governo.
O “rapper” fez um vídeo com uma canção de crítica ao regime.
O artista colocou uma bandeira cubana nos ombros numa manifestação de rua. O primeiro pegou nove anos de cadeia – isso mesmo, nove anos por cantar uma música.
O segundo pegou cinco,por sair com a bandeira do seu próprio país num ato pacífico de protesto.
É o tipo de notícia que deixa claríssimo, mais uma vez, como funcionam as liberdades individuais e públicas em Cuba – o país modelo da esquerda nacional e de seu candidato a presidente da República.
As canções de Maykel Osorbo, que lidera uma banda de “rappers” negros, não chegam nem perto da agressividade dos “raps” contra a lei e a polícia, e a favor do crime e dos criminosos,tão festejados no Brasil pela esquerda e pelas classes culturais.
Mais que isso: os dois cubanos presos não organizaram, nem fizeram parte, de nenhum grupo armado.
Não quebraram uma única vitrine em seus protestos de rua nem cometeram o mínimo ato de violência.
Não fizeram vídeo jogando futebol com a cabeça de Fidel, ou de Che Guevara.
Não escreveram do jornal: “Quero que o presidente morra”.
Não chamaram ninguém de“genocida”.
Tudo o que o músico fez foi uma canção pedindo liberdade, igualdade e comida na mesa.
Como o sujeito pode ser enfiado nove anos numa cadeia por fazer uma coisa dessas?
Osorbo foi condenado por“usar imagens falsas, manipuladas digitalmente”,no seu vídeo – como se fosse um crime utilizar fantasias e recursos digitais num vídeo musical.
Segundo o tribunal que o condenou, ele teve o propósito de “ultrajar a honra e a dignidade das autoridades máximas do país”.
Dois dias antes do julgamento sua advogada foi afastada do caso pelo governo; puseram um outro, que não levou nenhuma testemunha de defesa.
Tudo a ver com a linguagem, os métodos e as penas do inquérito perpétuo e ilegal que vem sendo tocado num certo país sul-americano?
Cuba está completando 63 anos de ditadura em tempo integral– mais um pouco, bate o recorde mundial da tirania comunista da Rússia, entre 1917 e 1989. Sonham fazer isso, aqui. [e vão continuar sonhando; tentaram várias vezes e fracassaram e o sonho em breve se transformará em pesadelo.]
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