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segunda-feira, 3 de outubro de 2022

A ESCOLHA É ENTRE A NOSSA AMÉRICA OU O PERVERSO FORO PAULISTA !!!

 SEM FALSA NEUTRALIDADE, EU NESTE DOMINGO APOIEI BOLSONARO

Por JAVIER BONILLA-ENFOQUES


Com uma série de débeis mentais  sadomasoquistas  governando além dos Andes e mergulhando seus países em crises quase terminais, com cleptocracia e miséria mafiosas vagando abertamente pela outrora próspera Argentina, com astutos ineptos como López Obrador no México, o quase eterno, cruel e corrupto grupamento de  ditaduras em Cuba, Nicarágua e Venezuela, um Equador lutando contra os falsos movimentos indigenistas estimulados de fora, um Uruguai dividido em metades cada vez menos conciliáveis e um governo que, agora hackeado por mafiosos russos, nem sequer ousa terminar com as brigas pelo passado recente, nem para se livrar dos lobbies globalistas, o que o povo brasileiro votar dirá para onde nossa América latrina está inclinada hoje.....

Se, e espero que não, o ladrão barbudo ex-presidiário retornar ao Palácio do Planalto, [ele não retornará e nossa bandeira jamais será vermelha; tentaram em 35 perderam, em 64 também, em 2018 idem, perderão em 2022 e quantas vezes tentem.] junto com sua infinidade de neomarxistas vingativos e corruptos, a América do Sul definitivamente terá entrado no clube dos derrotados, no partido dos lobbies antiocidentais, o crime organizado (e pior ainda, o desorganizado...), assim como na parte mais condenável do nosso caráter.

Haverá exceções, provavelmente entre o norte do Rio Grande do Sul e o interior de São Paulo, passando por Santa Catarina, Paraná e até boa parte de Minas Gerais (tudo isso até o Primeiro Comando da Capital, o Comando Vermelho e seus perversos asseclas locais permitirem....) Agora... o resto do Brasil, aquele que começava a se olhar no espelho do progresso e da dignidade, terá sido derrotado... Meia América terá sido derrotada!

No entanto, acreditamos que prevalecerá o resultado do incontável legado de obras do governo Bolsonaro: da ressurreição do trem recém-morto à água que chega ao Nordeste, passando pelas inúmeras estradas rurais, pontes e vias alargadas ou abertas com  a ajuda das Forças Armadas, a constante inauguração de escolas, hospitais, ginásios, a proteção ambiental através do uso de satélites, bem como o aumento de recursos e a presença militar na Amazônia e no Pantanal (algo de que a imprensa europeia e sul-americana, não só não fala, como nega e mente violentamente sobre isso), apoio aos policiais honestos, bem como a mão estendida aos perseguidos no continente, especialmente os venezuelanos.

 Não menos importante tem sido o combate à corrupção e à burocracia, facilitando muito a vida dos mais humildes, que gastam menos e perdem menos tempo com procedimentos desnecessários e as vezes objetivando mera cobrança (como o abuso de ter que renovar certidões de nascimento a cada seis meses ou atestados de vida, para alimentar a voracidade fiscal sem motivo), assim como o pequeno empresário rural ou urbano,ficou  livre da morosidade e dos procedimentos incríveis e improdutivos. 
 
Tão importante quanto 70 leis a favor das mulheres ou privilegiando títulos de propriedade à figura feminina das quase 430.000 famílias que receberam mais terras nesses quase 4 anos do que nos 30 anteriores. Ou a tentativa de vencer uma  geografia desafiadora para digitalizar as comunicações....

Tão importante quanto as vitórias materiais é ter lutado para separar jovens e crianças brasileiras dos vícios e dos traficantes de drogas, lobbies LGBTI ou feministas radicais que dividem nossas sociedades ou dos  grupos amplamente tolerantes às drogas e ao álcool, que fizeram e estão fazendo tanto mal no Cone Sul, hoje quase e infelizmente irreconhecível com o que foi o Rio da Prata há um quarto de século, um lugar onde agora se privilegia a vitimização, o slogan, a palavra de ordem da moda.

 Todas essas virtudes custaram a Bolsonaro, como a Giorgia Meloni, como a Orban, o apelido frívolo e bobo de "extrema direita" pela imprensa social-democrata ou "moderada" da Europa, dos Estados Unidos e da imprensa ainda mais burra do Cone Sul , que não só evita ser informada e informar, como também o enoja ao admitir o erro.

 A mesma imprensa e os mesmos artistas e intelectuais subsidiados que nunca chamarão Boric, Castillo, Maduro, ou os imorais espanhóis do Podemos de "ultraesquerdistas". Os mesmos que se reúnem onde quer que haja eleições - de Leonardo Di Caprio, Ricky Martin a Jorge Drexler, passando por Caetano Veloso ou Daniela Mercury - para recomendar votar no esquerdista do dia, mesmo que este seja o atual psicopata chileno. [o último sucesso daquela cantora foi na década de 90.]...Os mesmos idiotas que acreditam que Cristina Kirchner foi  sofrer um ataque e repetem isso.....Os mesmos papagaios que repetem o argumento dúbio do Macron como válido por nunca ter assinado nenhum acordo com o Mercosul,  falando de uma Amazônia que nem sequer sabem onde fica, sem dizer nada sobre as constantes fraudes, trabalho escravo infantil ou abate implacável das selvas africanas onde a França ainda pesa muito, rendida ao silêncio dos falsos humanitários e as ONGs.

Imprensa que também parece aprovar os abusos e ilegalidades cometidos quase diariamente pelo tendencioso Supremo Tribunal Federal e Supremo Tribunal Eleitoral, que até proíbem o uso de cores nacionais, liderados pela figura diabólica, uma espécie de Drácula tropical, de Alexandre de Moraes ...

Contra todo o cinismo globalista nacional e internacional que o governo brasileiro teve que se enfrentar nos últimos anos, com mais acertos do que erros, e não se saiu mal!
Portanto, neste domingo, não sou neutro!

Aposto em Bolsonaro e nos outros candidatos regionais não marxistas, bolsonaristas ou nem tanto, para neutralizar a macabra trupe do PT e seus aliados. locais, regionais e internacionais...


Javier Eduardo Bonilla <indioinformatico@gmail.com>

 Valiosa contribuição do nosso colaborador,  sempre atento e patriota,  Sérgio Alves de Oliveira - advogado e sociólogo 

 

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Macron, Macri... - O Estado de S.Paulo

Eliane Cantanhêde

Depois da França, nova guerra ideológica de Bolsonaro é com a fundamental Argentina

Quem atacou primeiro, Bolsonaro ou Macron, Bolsonaro ou Alberto Fernández? Cada um tem sua versão, mas o resultado é que as relações do Brasil com a França se deterioraram e com a Argentina têm um horizonte sombrio. E para que? Quem lucra com isso?

[o Macron está fora da disputa quem atacou primeiro; agora ele está arrumando coragem para propor internacionalizar a Califórnia - que está pegando fogo. Quanto  a pergunta sobre a Argentina, - quem atacou primeiro? - foi o argentino, quando em entrevista fez gesto obsceno pregado a libertação de um presidiário brasileiro.]


O presidente Jair Bolsonaro não deveria se meter nas eleições da Argentina, apoiando um candidato já então virtualmente derrotado e destratando a chapa favorita e afinal vitoriosa. Nem por isso Fernández deveria, já no primeiro instante, lançar o “Lula livre”. Uma provocação boba, além de um desrespeito ao Judiciário brasileiro. E a guerra continua.

Brasil e Argentina são parceiros inseparáveis, gostem ou não seus presidentes. Juntos, lideram o Mercosul, somam dois terços do território, da população e da economia de toda a América do Sul e, apesar de muito menor do que os gigantes China e EUA, a Argentina é o terceiro maior parceiro comercial brasileiro, logo atrás dos dois. Crises nesses casos cruzam fronteiras.

As ondas na América do Sul são historicamente coordenadas: o populismo a la Peron e Vargas, as ditaduras militares monitoradas por Washington no Uruguai, Paraguai, Argentina, Brasil e Chile, a redemocratização com hiperinflação de Alfonsin e Sarney, a estabilização econômica (ou “neoliberalismo), liderada pelo Brasil e disseminada por toda parte.


A onda seguinte foi um tsunami, o “bolivarianismo” de Hugo Chávez na Venezuela, que arrastou Bolívia, Equador, Argentina, Uruguai e, rapidamente, também Paraguai, mas deixando de fora Colômbia, Chile e Peru, que se mantiveram fiéis à abertura do mercado, à desestatização e à globalização. Com a debacle venezuelana e os desvios da esquerda no Brasil, os “neoliberais” pareciam o paraíso, soprando ventos conservadores que, de certa forma, reforçaram e vitória de Bolsonaro na potência regional. O paraíso, porém, não era tanto assim e o Chile, sempre citado como exemplo de estabilidade política, econômica e social, virou um verdadeiro inferno com o governo Sebastián Piñera. A classe média, e não só ela, tinha sido expulsa do paraíso.

A guinada à direita, desde o Cone Sul até os Países Andinos, excluía a Venezuela, conferia ares pragmáticos à Bolívia de Evo Morales e deixava o México falando sozinho à esquerda no Norte. Entretanto, não parece ter ido muito longe. E o que se tem é que a hegemonia da esquerda foi fugaz com Chávez, Lula, Kirchner, Mujica, Lugo e Rafael Correa e, de certa forma, Bachelet. E a direita não se consolidou com Bolsonaro, Piñera e afins.

Há uma polarização em que ninguém tem razão, ninguém ganha, todos perdem. Assim como o Brasil não enxerga vida além de Lula e Bolsonaro, o subcontinente se digladia entre uma esquerda populista e oportunista e uma direita mesquinha, atrasada, reacionária. Que tal tentar equilibrar responsabilidade fiscal com inclusão social? Rigor com generosidade? Deveres para os poderosos e direitos para os mais desvalidos? Enquanto a guerra ideológica corre solta, o maior problema do Brasil e dos países à sua volta continua sendo o mesmo, onda atrás de onda, regime atrás de regime, governo atrás do governo, líder atrás de líder: a desigualdade social. A maioria parece conformada, mas costuma produzir surpresas. As lições do Chile são preciosas para todos os vizinhos da região, particularmente para Bolsonaro e Paulo Guedes.

Alerta
Bolsonaro fala em criar o Partido da Defesa Nacional, para chamar de seu e abrigar a leva de majores, delegados, generais e capitães do PSL. Nada poderia ser pior para as Forças Armadas, que não estão sabendo avaliar devidamente os riscos da contaminação política dos quartéis. Isso nunca deu certo. [as FF AA são formadas por CIDADÃOS BRASILEIROS e sua presença na política só assusta os políticos mal intencionados e os que estão a serviço deles.] 

Eliane Cantanhêde, jornalista - O Estado de S. Paulo 

 

domingo, 30 de junho de 2019

Bolsonaro decidiu governar. Agora é para valer mesmo

 Hora e vez de Bolsonaro

G-20 e acordo com a UE abrem nova fase, mas presidente tem de acabar com o ‘show de besteiras’

[vale lembrar: Temer foi importante na reativação das negociações, mas, o mérito de resolver as pendências mais dificeis, tanto que ficaram para o final,  foi do presidente Bolsonaro e sua equipe. - felizmente as negociações não envolveram .

IMPORTANTÍSSIMO: SEM os filhos, SEM o aiatolá de Virginia e SEM o ministro da Educação.]

Não há exagero nem do governo, nem da agricultura, nem da indústria quando todos classificam o acordo do Mercosul com a União Europeia como o mais importante já fechado em toda a história do Brasil e do Mercosul. Afinal, envolve um mercado de 750 milhões de consumidores e um PIB de US$ 19 trilhões, com capacidade de alavancar, aos poucos, a retomada do crescimento econômico e os empregos, abrindo novos tempos para o Brasil. Então, por que demorou tanto, longuíssimos 20 anos? Primeiro, porque as negociações são setor a setor e em três camadas: com a União Europeia, que reúne 28 países, com o Mercosul, com quatro sócios desiguais, e com os vários setores exportadores do próprio Brasil. O interesse dos produtores de etanol, por exemplo, é diferente do das montadoras de automóveis.
Mas não foi só isso. Além das dificuldades inerentes a negociações internacionais de grande porte, houve percalços políticos, com a danada da ideologia no meio. O processo começou em 1999, no segundo governo Fernando Henrique, mas perdeu força com Lula e Dilma Rousseff, que apostaram tudo no mercado interno e nas negociações multilaterais, relevando as bilaterais ou entre blocos – além de terem empurrado a Venezuela para o Mercosul, o que afugentou os líderes europeus. [Lula e Dilma = a estúpida dupla petista, que representa  a  materialização dos sem noção - estavam mais preocupados em colocar a Venezuela no Mercosul e se Dilma não é escarrada, ops... empichada, tentaria colocar também Cuba.]
As trocas de Dilma por Michel Temer e de Cristina Kirchner por Maurício Macri, na Argentina, imprimiram a guinada liberal no Cone Sul e abriram espaço para o acordo com a Europa. O Paraguai também aderiu à onda liberal e o Uruguai manteve-se à esquerda, mas eles contam menos. E, para alívio de todos e felicidade geral das nações, a Venezuela está suspensa do Mercosul. Foi com Temer e Macri que o acordo avançou, consolidou-se, ganhou forma. Assim como Bolsonaro já encontrou o plano de privatizações e concessões pronto, com o cronograma e a lista de setores e empresas definidos, ele já tomou posse com o acordo Mercosul-UE bastante amadurecido, na cara do gol.
Talvez até – e isso só os europeus podem confirmar – só não tenha sido fechado no ano passado porque a UE achou mais prudente aguardar as eleições brasileiras e o desempenho do presidente eleito, que, aliás, não parecia tão simpático ao Mercosul na campanha. Detalhe: o craque das negociações na gestão Aloysio Nunes Ferreira, embaixador Otávio Brandelli, é o atual secretário-geral do Itamaraty com o chanceler Ernesto Araújo. Ele tinha toda a memória das negociações e foi personagem importante na reta final.
Nas avaliações tanto do governo quanto da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil vai aproveitar os ventos favoráveis e o céu é o limite. A isenção de tarifas e o aumento de cotas não começam amanhã, às 8 da manhã, elas demoram e têm uma transição que pode chegar a até 15 anos. Mas é, sim, um marco importantíssimo, que pode impulsionar as exportações brasileiras em US$ 100 bilhões e os investimentos em US$ 113 bilhões. Um alívio, no rastro de recessão e de anos de estagnação. Depois de tantas palavras fora de hora, derrotas no STF e no Congresso, medidas provisórias e decretos grosseiramente errados e um chocante “show de besteiras” que mina sua popularidade, Bolsonaro agora tem o que comemorar, até mais do que as licitações de portos e aeroportos.
Bolsonaro, aliás, sai vitorioso também do G-20. A seu jeito, um tanto estabanado, ele ganhou elogios de Trump, respondeu à altura a Merkel, surpreendeu Macron, foi malcriado com Xi Ji Ping com boas razões, comprometeu-se com o Acordo de Paris e abriu mais a porta da OCDE para o Brasil. Tomara que aproveite o acordo com a UE e o bom momento para parar de fazer e falar “besteiras”, controlar os excessos do seu entorno e passar a governar, ou seja, a focar as prioridades do País.
 
 
 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Meia-volta, volver!

“A Argentina é o terceiro parceiro comercial do Brasil, atrás da China e dos Estados Unidos, mas é  principal parceiro para a nossa indústria”

O encontro do presidente Jair Bolsonaro com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, serviu para reposicionar o novo governo em relação ao Mercosul. Foi uma espécie de “meia-volta, volver!”, depois das declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, logo após as eleições, de que as relações comerciais do Brasil com os vizinhos do Cone Sul não eram uma prioridade. Guedes chegou a contextualizar o comentário de maneira a desdizer seu significado, mas foi preciso o encontro de ontem para que as coisas ficassem realmente mais claras, principalmente para os vizinhos. Bolsonaro e Macri acertaram trabalhar conjuntamente para fortalecer o bloco sul-americano. O ministro Paulo Guedes, nas conversas com os argentinos, procurou desfazer a imagem de que estava de costas para o Mercosul. A Argentina é o terceiro parceiro comercial do Brasil, atrás da China e dos Estados Unidos, mas é  principal parceiro para a nossa indústria.

Isso significa que tudo ficará como dantes? Não, diplomatas do Brasil e Argentina discutiram mudanças nas regras do Mercosul que proíbem os países-membros de negociarem separadamente acordos de livre comércio com outros países. No caso brasileiro, Bolsonaro quer enxugar os encargos do Mercosul, reduzir tarifas e burocracia. Abre-se a possibilidade de avanços nas conversas com a União Europeia. Além disso, Paraguai e o Uruguai desejam fazer seus acordos bilaterais. O patinho feio do Mercosul é a Venezuela, que foi outro assunto abordado no encontro. Nesse caso, a afinação entre Bolsonaro e Macri é total: ambos pretendem endurecer o jogo ainda mais com o presidente do país vizinho, Nicolás Maduro, que assumiu novo mandato de seis anos e é considerado um ditador pela maioria dos países do continente.

Macri foi o mais enfático nos ataques a Maduro. Ressaltou que Argentina e Brasil reconhecem apenas a Assembleia Nacional da Venezuela, que é comandada pela oposição e considera Maduro um usurpador. “Reafirmamos nossa condenação à ditadura de Nicolás Maduro. Não aceitamos esse escárnio com a democracia, e, menos ainda, a tentativa de vitimização de quem na verdade é o algoz”, disse Macri. Bolsonaro foi mais comedido em relação a Maduro, mas reiterou que Brasil e Argentina jogarão juntos no caso da Venezuela: “Nossa cooperação na questão da Venezuela é o exemplo mais claro do momento. As conversas de hoje (ontem) com o presidente Macri só fazem reforçar minha convicção de que o relacionamento entre Brasil e Argentina seguirá avançando no rumo certo: o rumo da democracia, da liberdade, da segurança e do desenvolvimento”, disse.

Recessão
O fato de o Brasil e a Argentina terem governos ultraliberais tem um peso específico no continente, mas há uma variável imponderável: ao contrário de Bolsonaro, que acabou de assumir o governo, Macri está terminando seu mandato, em meio a um tremendo fracasso econômico. Os preços na Argentina subiram 2,6% em dezembro, com inflação anual de 2018 em 47,6%, a maior desde 1991. A meta de inflação de 23% em 2019, já considerada muito alta, dificilmente será alcançada, num ano de eleições presidenciais, nas quais Macri ainda pretende disputar a reeleição.

Com os preços descontrolados, o Banco Central argentino fez um ajuste duríssimo, com juros de até 70% e retirada de pesos do mercado. O dólar estabilizou em 37 pesos, mas a economia está em recessão: 2,5% em 2018; previsão de 2%, em 2019. Macri terá dificuldades para manter esse ajuste, quando nada porque os salários sofreram uma perda de poder de compra próxima a 10%, a maior desde 2002. Até o FMI prevê dificuldades para manter o ajuste, cujas projeções apontam que somente em 2024 os argentinos conseguirão recuperar o nível de vida de 2017. Será difícil para Macri resistir às pressões dos sindicatos por aumentos de salários e manter o acordo feito com o FMI.

À deriva
A propósito, a Inglaterra nunca esteve tão à deriva. Conservadores britânicos e unionistas da Irlanda do Norte salvaram a primeira-ministra Theresa May, derrotando por apenas 19 votos a moção de desconfiança apresentada pelos trabalhistas para evitar que o líder da oposição, Jeremy Corbyn, a substituísse, depois de a maioria esmagadora do parlamento do Reino Unido ter rejeitado o acordo de saída da União Europeia. O Brexit continua um salto no escuro, porque a primeira-ministra ainda não tem um plano B.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - CB

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

A VEIA REVOLUCIONÁRIA DO MST



Em janeiro de 1984, em um Encontro Nacional realizado em Cascavel, Paraná, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra foi formalmente constituído com base em uma série de princípios. Alguns merecem ser recordados:
- lutar por uma sociedade sem explorados e exploradores;
- acabar com o capitalismo, implantando em seu lugar uma sociedade justa e solidária;

- ser um movimento de massa, autônomo das centrais sindicais e dos partidos;
- articular-se com os trabalhadores das cidades e com os camponeses dos demais países da América Latina;
- desenvolver formas massivas de pressão, articuladas com outras formas de luta;
- fazer com que o acesso à terra seja obtido por meio de pressão e de luta;
- formar quadros, em todos os níveis, para garantir a resistência de massa nas terras conquistadas.

Com base nesses princípios, que vêm sendo observados durante estes 31 anos, hoje não é mais segredo para ninguém que o objetivo estratégico do MST é a transformação e ultrapassagem da sociedade capitalista. Para isso, vem impondo como objetivos táticos a invasão e ocupação de terras em todos os Estados, a organização do modo socialista de produção nas terras conquistadas, a educação socialista dos militantes assentados, e a ininterrupta formação de quadros nos moldes marxistas-leninistas. 

Para essa tarefa o MST possui um número não conhecido de militantes profissionalizados. Isto é, militantes que recebem salário, embora não trabalhem na terra e nem peguem na enxada. Militantes que sobrevivem de uma profissão que se supunha extinta após o furacão que desmantelou o socialismo real: a agitação social.
Atento ao fato – a exemplo dos zapatistas – de que na chamada guerra pós-moderna a informação é a mais eficiente das armas, o MST navega na Internet com a home-page www.mst.org.br. Em agosto de 2000, em Brasília, o MST realizou seu 4º Congresso, que contou com a presença de 10.538 sem terra, sendo 107 estrangeiros procedentes de 25 países, representando 45 organizações.

As conclusões desse Congresso foram inequívocas quanto ao objetivo de dar alento a uma conflagração rural. Um dos membros da Coordenação Nacional do MST, Jaime Amorim, liderança dos sem terra em Pernambuco, afirmou que “é necessário transformar cada sem terra, cada sem teto, num soldado da revolução”. 

O MST é um movimento clandestinopois não tem personalidade jurídica  -destinado à tomada do Poder, sendo a reforma agrária apenas um meio de negociar posições. Nesse sentido, o líder João Pedro Stedile foi claro: “Agora percebemos que o modelo também sufoca, porque com a terra apenas se come, mas não se avança. Nossa ação, daqui em diante, será unirmo-nos com outros movimentos” (Jornal do Brasil, 21 de maio de 2000). 

Gilmar Mauro, outro dirigente, questionado sobre se o MST havia se convertido em uma guerrilha, respondeu: “Estimulamos as lutas de massas. A decisão de ser guerrilha ou não está no horizonte próximo. De nada adianta ter dez mil fuzis se a massa não está organizada” (Jornal do Brasil, 14 de agosto de 2000).  Anteriormente a essa declaração de que “as massas não estão organizadas” foi realizado um Encontro, em 1997 em Itaici, São Paulo, com a participação de gente do campo, religiosos, leigos, filiados ou não a partidos políticos, ocasião em que foi constituída uma entidade denominada Consulta Popular. 

O Consulta Popular é uma rede nacional que pretende ser um espaço onde se desenvolvam três tipos de iniciativas: a formação política de militantes, a organização de lutas populares, e a formulação de um novo projeto para o Brasil.  Essa organização produz regularmente vídeos e cartilhas sobre o desemprego, dívida externa, reforma agrária, trabalho de base, análise da situação brasileira, etc. Também patrocina debates, seminários cursos e jornadas de lutas. A chamada Marcha Popular pelo Brasil, realizada em outubro de 1999, que levou cerca de mil sem-terra do Rio de Janeiro a Brasília, foi organizada pelo Consulta Popular.   

O Consulta Popular dispõe de uma Coordenação Nacional, em sua grande maioria composta por intelectuais, cuja Secretaria funciona em São Paulo, e Coordenações em diversos Estados. De uma forma geral, seus militantes são também militantes de diversas outras organizações, que muitos insistem em denominar de “movimentos sociais”, como o MST, as pastorais sociais da CNBB, o Movimento dos Pequenos Agricultores, a Central de Movimentos Populares, a Articulação Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais, além de sindicalistas, estudantes e intelectuais. João Pedro Stedile, a liderança mais visível do MST, integra a Coordenação Nacional do Consulta Popular. 

Pode ser dito, com convicção, que o Consulta Popular é o braço político do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Além disso – o que é grave -, o MST integra e é coordenado por um movimento internacional denominado Via Campesina, sediado em Honduras. No site da Via Campesina, na Internet, lê-se: “A Via Campesina é um movimento internacional que coordena organizações camponesas de médios e pequenos agricultores, de trabalhadores agrícolas, mulheres e comunidades indígenas da Ásia, África, América e Europa”. 

Ou seja, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, “coordenado” pela Via Campesina, executa as políticas e táticas formuladas porum movimento internacional”.  Lê-se ainda no site da Via Campesina que o seu escritório para a América do Sul funciona no mesmo endereço do MST e da revista “Sem Terra”: Alameda Barão de Limeira 1232, São Paulo, Brasil. Egídio Brunetto, que integra a Coordenação Nacional do MST, integra também a Comissão Coordenadora Internacional da Via Campesina. 

João Pedro Stedile, em uma recente entrevista, disse que “O MST tem uma vocação internacionalista (...). A Via Campesina é uma articulação internacional dos movimentos camponeses de todo o mundo. Ela cresce a cada dia e hoje já temos organizações de 87 países, em todos os continentes (...). Em uma frase, a Via Campesina representa a união e unidade internacionalista para enfrentarmos juntos a sanha do capital internacional (...). E pode escrever aí: no final da história vamos vencer” (revista PUCViva, julho de 2003). 

Em maio de 2000 a Via Campesina e o MST patrocinaram em Sidrolândia, Mato Grosso do Sul, a realização do “Curso de Capacitação de Militantes de Base do Cone Sul”, para ativistas do Brasil, Bolívia, México, Cuba, Nicarágua e Honduras. O tema central do curso foi proporcionar conhecimentos sobre o “modus operandi” do MST. Um dos trabalhos apresentados no curso assinala que “a ação militar sem orientação e controle político é como uma árvore sem raízes. É necessário articular a resistência com a sociedade local, nacional e internacional, para que se consigam vitórias econômicas e políticas”.
 
Se isso não fosse o bastante, a imprensa noticiou, em 24 de julho de 2003, que a Via Campesina iniciou, nesse mês de julho de 2003, a instalação de quatro grandes acampamentos no Rio Grande do Sul, “com o propósito de servir de apoio à marcha dos sem terra que se dirige a São Gabriel”. E mais: que o organizador desses acampamentos é um membro da Coordenação Estadual da Via Campesina, o que significa que a Via Campesina está organizada no Brasil, fato que atenta contra a Soberania Nacional! Observe-se que as pessoas que defendem as atividades do MST e da Via Campesina no Brasil são as mesmas que reclamam indignadas e participam de manifestações contra a “intromissão do capital estrangeiro, dos organismos internacionais e dos EUA em nosso país, ferindo a Soberania Nacional”. 

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