Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Entre todas as ideias fixas que comandam hoje suas palavras e suas ações na política brasileira, nenhuma parece deixar o presidente Lula tão agitado quando o “controle social dos meios de comunicação”. Virou, a essa altura, um tipo de obsessão.
Sabe-se que quando Lula tem uma obsessão, o PT e a esquerda ficam automaticamente obcecados com a mesma coisa; eis porque se faz tanto barulho sobre algo que jamais fez parte, nem fará, das preocupações básicas do cidadão brasileiro.
O fato é que Lula, e a multidão de bajuladores ao seu redor, não para de falar no seu precioso “controle”. Ainda agora, mandou uma carta para uma reunião de caciques da ONU dizendo, entre outras barbaridades, que as redes sociais são uma ameaça à “democracia”. [o atual presidente faz muito tempo perdeu a noção das coisas - defender medidas que agridem a democracia e aos princípios democráticos,é apenas mais uma bizarra manifestação de sua falta de cultura política e mesmo domínio da Língua Portuguesa;
- mais cômico, é declarar para a Rússia que ela tem que sair da Ucrânia. Tão absurdo ultimato nos leva a adaptar o Brasil e seu atual presidente a famosa pergunta de Stalin dirigida ao Papa. '... quantas divisões possui o Papa?.']
Lula propõe um mundo onde o governo vai fazer com que todos digam a verdade. É a maior mentira de todas.
O surgimento da internet, pela primeira vez nos 10 mil anos de história da humanidade, permitiu a todos os seres humanos, sem exceção, manifestarem livremente suas opiniões e pensamentos;é uma conquista imensa para o homem e para os seus direitos.
É um perigo, porém, para as ditaduras de todos os tipos – e por isso a comunicação através das redes sociais tornou-se um dos alvos principais da repressão das tiranias pelo mundo afora.
Lula, desde a sua campanha eleitoral, se juntou a esse coro; quer, também ele, censura do governo sobre a internet.
Naturalmente, ele e a esquerda mais grosseira, com o apoio de praticamente todo o aparelho judiciário, dizem que não é isso. Ao contrário: aproveitando-se da fantasia, tão difundida e tão inútil, segundo a qual“as leis”deveriam proibir que as pessoas dissessem mentiras nas redes sociais, Lula propõe um mundo onde o governo vai fazer com que todos digam a verdade. É a maior mentira de todas.
Lula gostaria de um Brasil como o da campanha eleitoral – em que o TSE proibia dizer que ele foi condenado pela Justiça como ladrão, ou que é admirador do ditador da Nicarágua e por aí afora.
Quer que tudo o que se diga contra ele seja carimbado como “discurso do ódio – e cortado das redes.
Seu “controle social” dos meios de comunicação é o que se faz em Cuba, Venezuela, Nicarágua, para não falar de China e Coreia.
Não existe nenhuma democracia no mundo que faça o que o Lula está querendo fazer no Brasil. Ele e o PT falam que o direito de expressão vai ser garantido, dizem que “há leis” de controle da internet em “outros países”, que estão defendendo a “democracia” dos seus inimigos etc. etc. etc.
Não há um átomo de sinceridade, nem de seriedade, em nada disso.
A única maneira efetiva de se defender a liberdade de opinião é não fazer lei nenhuma a respeito do assunto; é por isso que as ditaduras têm todo o tipo de regras para “ampliar a livre expressão” de ideias – e as pessoas não têm nenhum direito de abrir a boca.
O problema de Lula e da esquerda não tem nada a ver com verdade ou mentira. O que eles não querem é a liberdade.
Evaristo de Mirandaé doutor em Ecologia e chefe-geral da Embrapa Territorial.
Contrariando previsões pessimistas, a produtividade está
em 8,8 toneladas por hectare em 2021, contra 8,3 no ano passado. Um
recorde histórico
Foto: Suwan Wanawattanawong/Shutterstock
Este ano dificilmente faltará arroz no mercado ou
haverá alta de preços como em 2020. O confinamento, com muita gente em
casa cozinhando, elevou o consumo (e o desperdício) do arroz. No pior
período de praga da covid, esse grão atingiu seus maiores valores
históricos. E, apesar de custar mais de 100 reais a saca, poucos
produtores aproveitaram essas cifras.
A certeza de arroz na mesa vem dos resultados da recém-concluída
colheita no Rio Grande do Sul, o grande produtor do Brasil (70% da
safra). Contrariando previsões pessimistas e especulativas, a
produtividade veio bem acima do esperado. Foram 8,8 toneladas por
hectare, contra 8,3 no ano passado. Um recorde histórico. A safra maior, com umas 500.000 toneladas a mais, garante a
tranquilidade no abastecimento do mercado interno. E até parte das
exportações. Para se ter uma ideia, só esse extra adicional de meio
milhão de toneladas supera toda a produção de arroz da Europa (Itália,
Espanha, Portugal, França…).
Familiar no prato dos brasileiros, o arroz (Oriza sativa L.)
tem uma longa história. A espécie ancestral é originária da África. Sua
domesticação e cultivo tiveram início na China Central (Hunan), com
registros de mais de 5.000 anos a.C. Variedades ancestrais de arroz,
como o Wannian, ainda são preservadas em cultivos tradicionais na China.
Há milhares de anos, o arroz já era
cultivado às margens do Rio Ganges no norte da Índia. Com o tempo, ele
chegou à Coreia, Japão, Indonésia e Tailândia. E, na direção oeste, à
Pérsia. Atribui-se a Alexandre, o Grande, sua introdução na Grécia e
Europa. No século 10, os árabes o levaram ao Egito, pela costa oriental
da África até Madagascar e pelo norte até o Marrocos, a Espanha e
Portugal (Al Andaluz). A palavra é de origem árabe: al ruzz. No século 16, os portugueses introduziram o arroz desde a costa
ocidental da África (Senegal e Guiné-Bissau) até o Golfo da Guiné. Hoje,
o prato típico do Senegal é à base de arroz: o tiebudiene. Os
lusitanos trouxeram e espalharam o arroz pelo Brasil. Cultivado em
sequeiro, o arroz expandiu-se por todo o território nacional e tornou-se
a base energética da alimentação cotidiana dos brasileiros, combinado
com o feijão, com a bênção dos nutricionistas. E não só aqui.
O arroz é o principal alimento de mais da metade da população mundial
e o terceiro cereal mais produzido (500 milhões de toneladas), atrás do
milho (2,8 bilhões de toneladas) e do trigo (760 milhões de toneladas).
China e Índia respondem por 50% desse total. Agregando-se Indonésia,
Bangladesh, Vietnã e Tailândia, chega-se a 75% da produção mundial. A
China produz muito, mas não dá conta de seu mercado consumidor. Ela é
também o maior importador mundial, com 5 milhões de toneladas anuais. O
Brasil é o nono produtor mundial —atrás de China,
Índia, Indonésia, Bangladesh, Vietnã, Myanmar, Tailândia e Filipinas. A
safra 2021 deve superar 11 milhões de toneladas. Apesar dessa expressão
planetária, o arroz participa pouco dos mercados mundiais: menos de 10%
da produção. Seu destino é o autoconsumo.
Na cesta básica, o arroz é um dos produtos mais acessíveis
No Brasil, irrigada e mecanizada, a cultura do arroz é intensiva e
usa muita tecnologia. Graças ao controle rigoroso de pragas e doenças, à
adubação adequada e ao bom manejo da água — até para reduzir as ervas
daninhas —, a safra em 2021 surpreendeu. As lavouras arrozeiras
responderam bem ao clima estival excepcional para o arroz irrigado. Só
para ele.
Este ano, o clima não foi muito bom para a agricultura no Brasil.
Faltou chuva durante o verão no Rio Grande do Sul. Os pequenos períodos
de seca ou veranicos prejudicaram a soja e o milho, mas beneficiaram o
arroz. Menos chuva significa menos nuvens no céu e mais luz. Com mais
luminosidade, as plantas fizeram mais fotossíntese em pleno período de
reprodução e frutificação. E, por ser irrigado, água não faltou ao arroz
gaúcho. Resultado: produtividade recorde.
Esse é um exemplo de como não se pode ser catastrofista com as
flutuações climáticas. Se o clima do ano prejudica uma lavoura, pode
favorecer outra. Na agropecuária, a solução para reduzir o risco
climático não está no aquecimento verbal de certos
ambientalistas e sim no uso de tecnologias, com intensificação e
modernização da produção. O retorno ao Neolítico, como pregam alguns,
não resolverá nada. Neste segundo semestre, depois de um tempo meio
anormal, segue um inverno normal, sem os fenômenos meteorológicos de La
Niña nem de El Niño. Em matéria de clima, longe da polarização política,
o tempo é de neutralidade climática, como se diz.
A área plantada de arroz manteve-se estável com relação ao ano
passado. Ela é relativamente pequena comparada a outros cultivos anuais:
pouco mais de 1 milhão de hectares irrigados. E representa 40% do uso
da água em irrigação no Brasil. O Rio Grande do Sul concentra 73% do
total, seguido por Santa Catarina (12%) e Tocantins (8%). Os dados são
do Mapeamento do Arroz Irrigado no Brasil, produzido por Agência
Nacional de Águas e Saneamento Básico e Companhia Nacional de
Abastecimento.
A demanda segue aquecida. A estabilidade da área plantada, o mercado
internacional em alta e o dólar acima de 5 reais trazem uma melhor
paridade com o Mercosul. O preço atual do arroz, cerca de 82 reais para o
produtor, é justo e tende a ser um piso. Na cesta básica, o arroz é um
dos produtos mais acessíveis. E tem gente se queixando do preço. Ele
representa cerca de 0,5% dos gastos com alimentação no orçamento
familiar. No consumo cotidiano de um prato de arroz, feijão, uma
proteína e salada, o custo do arroz é inferior ao da salada.
A expectativa de exportações para México, Costa Rica e até Venezuela é
boa. Talvez acarrete menor oferta e ligeiro aumento de preços. Serão
menos exportações em relação ao ano passado (1,7 milhão de toneladas). A
previsão para este ano é de 1,2 milhão a 1,3 milhão de toneladas. Se as
exportações forem menores, o excedente de produção poderá ser utilizado
na alimentação de bovinos, suínos e aves para substituir o milho, tão
escasso devido à quebra da safrinha.
E os rizicultores já cuidam da próxima safra com uma projeção de
aumento de 20% a 30% no custo de produção. A situação atual recomenda
cautela aos produtores: atualizar custos e cuidado com novos
investimentos. Antecipar a compra de fertilizantes e defensivos é uma
boa precaução. A área plantada certamente será mantida. Áreas menos
adequadas, destinadas a soja e pecuária, devem manter-se assim. É
essencial plantar em locais de excelente produtividade, praticar a
rotação de culturas e manter a cobertura vegetal no outono e inverno com
milho e trigo na várzea e com outras forrageiras (aveia, azevém,
trevo-persa…). Ao cobrirem o solo, esses plantios em rotação o protegem,
reduzem a infestação de plantas invasoras e melhoram as condições de
produção no ano seguinte.
Não se consegue mais arroz, nem preços mais baixos, proibindo
exportações — como fez o governo argentino com os pecuaristas —, nem
sendo arbitrário em impostos e outras medidas coercitivas. A solução é
apoiar o rizicultor a produzir sempre, mais e melhor, como defende a
Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul. Simples
assim. Como: um, dois, feijão com arroz.
Governo agrava a crise institucional na semana que antecede o carnaval
As declarações do presidente e do ministro Augusto Heleno elevaram a crise com o Congresso na semana. [por favor, alguém defina se o comportamento do Congresso Nacional,pressionando o presidente da República, exigindo vantagens e ameaçando com derrubada de veto, pode ser classificado com outro nome que não seja chantagem? SIM, pode = extorsão.] Jair Bolsonaro difamou a jornalista Patrícia Campos Mello com insinuações sexuais. Vinte governadores assinaram uma carta na qual reclamam de ações do presidente, como o desafio para que estados zerem o imposto sobre a gasolina e a crítica à atuação da PM da Bahia na operação que resultou na morte do miliciano Adriano da Nóbrega. Na semana, os presidentes da Câmara e do Senado também reclamaram do governo após o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Heleno, dizer que os parlamentares fazem chantagem para aprovar matérias. O ministro não notou que estava sendo gravado. Em reunião, Heleno sugeriu ao presidente que convocasse manifestações de rua contra o Congresso. O deputado Rodrigo Maia disse que o chefe do GSI se tornou um “radical ideológico”. O senador Davi Alcolumbre disse que “nenhum ataque à democracia será tolerado pelo parlamento”.
MOTIM DE POLICIAIS — a Polícia Militar do Ceará se amotinou, pedindo aumento de salários. Policiais encapuzados esvaziaram pneus de viaturas e obrigaram comerciantes a fechar lojas. Em Sobral, o senador licenciado Cid Gomes foi baleado após tentar entrar em um batalhão bloqueado pelos manifestantes dirigindo uma retroescavadeira. O governo federal enviou a Força Nacional e o presidente decretou uma operação de Garantia da Lei e da Ordem que permite que o Exército faça o papel de polícia na região. Ministros do STF reforçaram que o motim de agentes de segurança é inconstitucional. A pressão nos quarteis atinge 11 estados e piorou após o governador Romeu Zema, de Minas Gerais, dar um aumento de 41% para a tropa. A situação fiscal de Minas é a pior do país e a Assembleia Legislativa estendeu o reajuste para outras categorias do funcionalismo. INJEÇÃO DE RECURSOS NA ECONOMIA — o BC mudou as regras do depósito compulsório, medida que libera R$ 135 bi para os bancos emprestarem aos clientes. A medida é uma injeção de liquidez na economia, que ainda não acelerou. Na semana, a Caixa lançou uma linha de financiamento imobiliário com juros prefixados, voltada à classe média. A construção civil encolheu mais de 20% durante os anos de crise. LUCRO DA PETROBRAS — a companhia teve lucro de R$ 40,1 bilhões em 2019, o maior da história. O resultado foi 55,7% superior ao do ano anterior. A venda de ativos, como ações da BR Distribuidora, somou US$ 16,3 bi e teve influência positiva. O preço médio do barril de petróleo caiu para US$ 64 no ano.A dívida líquida da estatal, que é superior ao de suas concorrentes, cresceu 1,2% em 2019, com o pagamento dos bônus do leilão da cessão onerosa. O cenário em 2020 é mais complicado. A companhia enfrentou uma greve de mais de 20 dias, suspensa temporariamente, e a China, grande compradora do petróleo brasileiro, tem uma queda de demanda por força do coronavírus. CORONAVÍRUS —já são 75 mil casos confirmados da doença no mundo. Além das 2.200 mortes na China, o surto provocou vítimas fatais nas Filipinas, no Japão, na França e na Coreia. A paralisação parcial da produção chinesa com o coronavírus atinge diversos segmentos da economia mundial. O governo do país fez nova injeção de recursos na semana, de US$ 43 bi, mas isso não foi suficiente para reativar a economia. Empresas como a Petrobras, companhias de tecnologia e as aéreas ainda contabilizam as perdas. CÂMBIO —o surto do coronavírus e seus reflexos na economia ajudaram a puxar o dólar, que rompeu a barreira de R$ 4,40. É o maior valor nominal da moeda americana na história. ARGENTINA —o FMI explicou em comunicado que o endividamento da Argentina não é sustentável e pediu aos credores privados um significativo perdão do saldo devido. O próprio FMI é credor de US$ 44 bilhões, quase metade dos compromissos de curto prazo da Argentina. A dívida total do país chega aos US$ 300 bi, cerca de 90% do PIB. O presidente Alberto Fernández pede para pagar os credores quando o país voltar a crescer. Míriam Leitão, jornalista - Blog em O Globo
A propaganda e a guerra psicológica têm seu papel nos conflitos, mas só
podem ser declaradas decisivas quando um lado decide capitular apesar de
ainda ter recursos suficientes para virar o jogo. Outro jeito de ganhar
guerras é eliminar o inimigo. Outro desfecho é o armistício sem
capitulação. A Alemanha perdeu a Primeira Guerra Mundial do primeiro
jeito, e a Segunda do segundo. A Guerra da Coreia terminou do terceiro
jeito. Ganhar ou perder depende também, e muito, do objetivo proposto. Se a
meta é eliminar o inimigo mas ao final ele foi apenas contido, fica
aquele gostinho ruim. Tipo a Guerra do Golfo contra Saddam Hussein.
Também por isso, ninguém deveria começar uma guerra sem ter ideia de
como acabar a dita cuja. Às vezes dá zebra. Só olhar as invasões
inglesa, soviética e americana no Afeganistão. Errar a conta do custo de
ganhar uma guerra é sempre complicado.
A leitura das manchetes e #hashtags na disputa da LavaJato contra a
VazaJato é divertida de ver, pois diz algo sobre quem ganha e quem perde
cada batalha, mas infelizmente diz quase nada sobre quem vai ganhar a
guerra. O que é preciso olhar? O objetivo de cada um, e que lado tem
mais recursos, ou recursos suficientes, para atingir o objetivo
proposto. Na Segunda Guerra morreram na Europa duas vezes mais militares
soviéticos do que alemães. E todo mundo sabe quem ganhou no fim.
#FicaaDica.
A LavaJato vinha em vantagem havia cinco anos, principalmente por causa
da superioridade esmagadora em recursos. Um essencial, como a operação
sempre fez questão de enfatizar, era a aliança com a imprensa. Com o
controle quase absoluto dos instrumentos policiais e judiciais, a
LavaJato vinha voando este tempo todo em céu de brigadeiro, navegando em
mar de almirante. Mas a realidade mudou.
A LavaJato foi arrastada agora a uma guerra de atrito contra uma tropa
irregular aliada a parte dos antigos aliados da LavaJato na imprensa. O
que a LavaJato precisa para declarar vitória? Interromper as revelações
da VazaJato e impedir eventuais efeitos judiciais. Esta segunda coisa
ainda está à mão. Já a primeira, não. E do que a VazaJato precisa? Apenas sobreviver. Isso está totalmente ao alcance dela, também por a
disputa envolver a liberdade de imprensa.
A linha de “caça ao hacker” faz sentido para a construção de uma
narrativa, mas não mata a VazaJato. Até agora, ao contrário, apenas
reforçou a autenticidade das revelações. Mesmo que as autoridades
consigam levar os hackeadores a admitir algum ilícito em associação com
Glenn Greenwald, isso não implicará os demais jornalistas do
TheInterceptBR ou o próprio veículo, uma pessoa jurídica, em qualquer
crime.
Mesmo que as autoridades conseguissem fechar o TheIntercepBR, isso não
impediria os demais veículos parceiros de continuar publicando
reportagens a partir do vasto material. E se a Justiça brasileira
decretasse, numa hipótese hoje alucinada, a censura, a coisa poderia
continuar a ser divulgada a partir do exterior. Aí a proibição teria de
partir, por exemplo, do governo ou da Justiça nos Estados Unidos. Mas
ali a liberdade de imprensa é ainda mais protegida do que aqui. [fato é que a cada dia que passa menos interesse o produto da disenteria do intercePTação deixa de despertar;
em meados da semana passada o assunto voltou a ser interessante, devido a prisão dos hackers - no final de semana passado quase não houve interesse.]
Onde está a brecha das defesas até agora erguidas pela LavaJato contra a
VazaJato? Para matar a divulgação, a LavaJato precisa atacar e derrotar
seu principal aliado dos últimos cinco anos e meio: a imprensa. E se é
verdade que a imprensa gosta da LavaJato, é natural que goste ainda mais
de preservar seu próprio poder. Pois ninguém sabe o dia de amanhã. Por
isso a imprensa está dividida. E também por isso o objetivo da LavaJato
na guerra contra a VazaJato é tão difícil de alcançar.
Claro que há sempre a hipótese de a LavaJato recooptar toda a imprensa.
Mas esse haraquiri do jornalismo ainda não está no radar.
E um detalhe: se a VazaJato é uma ameaça para Sergio Moro, Deltan
Dallagnol e outros menos visíveis, não chega a ser um problema relevante
para Jair Bolsonaro ou Paulo Guedes. E à medida que os personagens
principais vão se enrolando, as instituições a que pertencem são
estimuladas a ir se distanciando, mesmo que esse distanciamento seja
disfarçado por grandiloquentes declarações de apoio e solidariedade.
Bolsonaro, o capitão que trouxe os generais de volta ao poder
Com seu vice e dois generais da reserva no
Planalto, Bolsonaro conseguirá, pelo voto, algo inédito
[A quem interessa a discussão sobre o número de militares no governo Bolsonaro? Só aos críticos de plantão: - a organização criminosa do Lula e seus puxadinhos e a segmentos da mídia a soldo da organização... Fundamental é que o capitão leve ao governo gente séria e competente -
Sexo, cor, civil ou militar, tanto faz.
O tempo dirá se as escolhas foram acertadas. A olho nu, já se observa que há uma diferença colossal entre os
ministros e chefes de estatais chamados por Bolsonaroe o verdadeiro
covil que dominou a era Lula. A partir de janeiro, saberemos quão eficiente será o governo Bolsonaro - De todo modo, em relação à ética, Bolsonaro dá de 7 X 1 nos antecessores.
A escolha do
general Carlos Alberto dos Santos Cruz para a Secretaria de Governo do futuro
presidente, Jair Bolsonaro, consolidou a inédita marca militar da
próxima administração. Considerando-se que um de seus antecessores
foi o deputado Geddel Vieira Lima,
hoje encarcerado, a melhoria de padrão será indiscutível. Santos Cruz junta-se
aos generais da reserva Hamilton Mourão (vice-presidente) e Augusto
Heleno (Segurança Institucional) na equipe que trabalhará no
Planalto. Bolsonaro, o chefe de todos eles, é um capitão reformado que chegou à
Presidência pelo voto.
Essa
circunstância desautoriza qualquer comparação automática com os poderes
palacianos durante a ditadura. Os generais de Bolsonaro comandaram tropas das Nações Unidas
no Haiti e no Congo. Os da ditadura comandaram mesas em
representações no exterior. Deles, só Castello Branco e Golbery do Couto e
Silva estiveram na Segunda Guerra. (Golbery não ouviu um só
tiro.) Forçando-se a mão, pode-se comparar a presença de Santos
Cruz na Secretaria de Governo com a ida de Golbery para a chefia do
Gabinete Civil do presidente Ernesto Geisel, em 1974. Contudo, há duas
diferenças. Golbery nunca foi general no serviço ativo, pois foi para a
reserva em 1962 como coronel e ganhou a promoção automática que a lei da
época lhe assegurava.
Depois de criar e
dirigir o SNI, ele foi para o Tribunal de Contas e de 1969 ao início de
1974 esteve na iniciativa privada, presidindo a filial brasileira da Dow
Química. Os generais da ditadura viveram a anarquia e rebeliões
políticas do século passado. Costa e Silva foi preso em 1922 e
Golbery, detido em 1955, redigiu todos os manifestos da indisciplina de
coronéis e generais das décadas de 50 e 60. Médici e Geisel rebelaram-se
em 30. Castello Branco, nunca. Todos participaram da deposição de João
Goulart. Desde 1950, as Forças Armadas estavam publicamente divididas por
motivos políticos. Hoje essa divisão não existe.
Bolsonaro e seus
generais vieram de outra cepa, num período de profissionalismo e
pacificação política dos quartéis. Ainda assim, em 1978, o capitão
Augusto Heleno, ex-ajudante de ordens do general Sylvio Frota, viu-se
observado, em pelo menos um documento do SNI. Em 2008, como comandante
militar da Amazônia, ele criticou a política indigenista e foi
aconselhado a evitar o assunto. Há três anos, depois de um pronunciamento
político, o general Hamilton Mourão perdeu a prestigiosa chefia da tropa do
Sul. Ele mesmo reconheceu, citando o ex-comandante Enzo Peri, que "cada
um tem que saber o tamanho de sua cadeira", e extrapolara o tamanho da
sua.
Já o capitão
Bolsonaro tomou uma cadeia por ter escrito um artigo defendendo o aumento
do soldo dos militares e foi excluído do quadro da Escola de Aperfeiçoamento de
Oficiais em 1987, por ter desenhado num croqui o que poderia ser a
colocação de uma bomba na adutora do Guandu. Ele negava a autoria do
desenho. Uma perícia confirmou-a e outra, não. Mais tarde, o
capitão foi absolvido pelo Superior Tribunal Militar, por voto de minerva
em favor do réu. A presença de militares da reserva no coração do
Planalto durante um governo eleito é jogo jogado, desde que
cada um saiba o tamanho de sua cadeira.
Um
dos maiores secretários de Estado do governo americano foi o general George
Marshall. Quando ele era chefe do Estado-Maior Conjunto, o
general Douglas MacArthur desafiou o presidente Harry Truman. Comandando
a tropa que guerreava na Coreia, tinha uma cadeira enorme. Marshall
defendeu sua demissão, para confirmar a primazia do poder civil. A
cadeira de Truman era maior.