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quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Lula e Dilma destruíram o STF e indicação de Dino aumenta a degeneração - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

O radicalismo cada vez maior do Supremo, seus ataques ao Senado e a sua cólera ruidosa contra quem discorda de qualquer decisão tomada pelos ministros, compõem um ambiente ideal para Dino.

Os presidentes Lula e Dilma Rousseff, somados, destruíram ao longo dos últimos vinte anos o Supremo Tribunal Federal. 
Lula, como ficou mais tempo na presidência, e está de volta a ela, é autor da maior parte da obra
Dos onze ministros atuais, contando aí a última indicação, sete foram colocados no STF por eles; dos outros quatro, dois são Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, o que dá uma ideia de como a coisa acabou ficando.
Dilma e Lula nomearam tanto ministro que dois deles já se aposentaram, por terem batido nos 75 anos de idade; um outro morreu. 
O traço de união entre todos os nomeados é a sua notável falta de saber jurídico, ao contrário do que a Constituição manda fazer.  
O resultado é que o Brasil não tem mais uma corte suprema de justiça, exigência básica de qualquer democracia séria. 
Tem uma penca de agentes políticos do governo – que agem unicamente em favor dos seus interesses e deram a si próprios o direito de mudar, eliminar e fazer as leis que realmente valem no país.
A nomeação do ministro da Justiça, Flavio Dino, para a última vaga que foi aberta no STF, é um momento de superação neste processo degenerativo ele é o mais extremista dos militantes políticos de Lula, foi o pior dos seus ministros até agora e, em oito anos seguidos como governador de Estado, deixou o Maranhão com o pior índice de IDH do Brasil.  
É um currículo e tanto. Mas o seu pior problema não é a incompetência. Nisso ele segue o padrão Lula de governo, um sistema pelo qual o sujeito sobe na vida através do fracasso – quanto mais prejuízo dá, mais alto chega
O que torna Flavio Dino um dos políticos mais tóxicos do Brasil de hoje é a sua intransigência no combate à liberdade. 
Ninguém no governo Lula atacou com tanto rancor os direitos individuais e coletivos quanto o ministro da Justiça. 
Quer a censura na internet. 
Quer a polícia fazendo repressão política. 
Quer que os parlamentares da oposição fiquem em silêncio. 
Diz o tempo todo que a liberdade “tem de ter limites” – o que, em português claro, significa que a liberdade é um vício a ser combatido
Qual a esperança de que o novo ministro do Supremo tome uma decisão a favor da livre expressão do pensamento, ou de qualquer princípio da democracia? 
 
O radicalismo cada vez maior do STF, seus ataques ao Senado e a sua cólera ruidosa contra quem discorda de qualquer decisão tomada pelos ministros, compõem um ambiente ideal para Dino. 
O STF e seus apêndices absolvem automaticamente traficantes de drogas; inclusive, devolvem os iates, jatinhos e casas de praia que ganharam com o tráfico. 
Que lugar poderia ser mais adequado para o novo indicado de Lula? 
Em seu Ministério a mulher de um dos chefes mais perigosos do crime organizado foi recebida duas vezes este ano; a culpa foi jogada pelo governo Lula nos jornalistas do Estadão que revelaram a história. 
Dino debocha do Congresso, ignora as suas convocações e não entrega fitas gravadas pelas câmeras de segurança do Ministério. 
Foi ele que forneceu ao ministro Dias Toffoli a desculpa apresentada para anular todas as provas materiais de corrupção contra a construtora Odebrecht. 
Que suprema corte do planeta tem um ministro assim?

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Acesso restrito: Lista de pré-candidatos à Presidência não conta com nome feminino

Num exemplo da baixa representatividade feminina na política, a lista de pré-candidatos à Presidência só tem homens. Único nome ventilado entre as mulheres é o da senadora Simone Tebet, que ainda não se lançou como concorrente 

[antes que imponham o injusto sistema de cotas,  para contemplar  mais uma categoria sem méritos, lembramos que as mulheres não são bem aceitas na política pelo péssimo resultado causado pela 'escarrada' Dilma Rousseff. 
O mal que a petista fez ao Brasil foi tamanho que tornou necessário o decurso de muitos anos para que as mulheres voltem a ter chances em uma eventual candidatura a presidência.
No segundo parágrafo, abaixo, temos relação das sete mulheres que já se candidataram ao mais elevado cargo do Brasil. A única que venceu, fez um governo que foi o pai e mãe de todas as desgraças. 
Considerando o perfil da  maioria que restou, se alguma outra tivesse sido eleita, o desastre seria igual ou pior.
Em nossa opinião, a postura de agressividade incontida da senadora Tebet, mostrada na CPI Covid-19, não a credencia para o cargo.
Em tempo: entendemos que não adiantam tentativas de impor/usar  o sistema de cotas para aumentar o número de candidatas  - as cotas, felizmente, não funcionam em eleições. 
Nas eleições, ainda vigora a vontade soberana do eleitor. 
Ainda que em 100 candidato, 80 sejam impostos pelas cotas, NADA IMPEDE que o eleitor vote nos 20 não impostos - até mesmo como forma de repúdio ao injusto abominável sistema de cotas.]

Às portas de mais uma eleição presidencial, somente homens aparecem como pré-candidatos à corrida pelo Palácio do Planalto. Entre as mulheres, o nome mais ventilado é o da senadora Simone Tebet (MDB-MS), que ainda não se lançou como postulante ao cargo. A dominação masculina no pleito é um fenômeno antigo, e a única que conseguiu furar essa bolha foi Dilma Rousseff, que, no entanto, acabou apeada do poder no início do seu segundo mandato.

Desde o período da redemocratização do país, sete mulheres se candidataram à Presidência da República. A pioneira foi a advogada Lívia Maria Ledo Pio de Abreu, que concorreu ao posto pelo Partido Nacionalista em 1989 — Fernando Collor de Mello acabou eleito, vencendo outros 24 concorrentes. As outras candidatas foram Thereza Ruiz (1998), Ana Maria Rangel (2006), Heloísa Helena (2006), Marina Silva (2010 e 2014), Luciana Genro (2014) e Dilma (2010 e 2014).  

“Há diferença, sim, entre homens e mulheres na disputa pela presidência. E isso é um fato histórico, vendo o nosso patriarcalismo”, afirmou Rócio Stefson, cientista político e diretor da Royal Consultoria e Marketing Político. Ele ressaltou que os partidos são “machistas” e não abrem oportunidades para mulheres em hipótese alguma, principalmente quando elas tentam disputar a cadeira presidencial com outro homem.  “Na maioria das vezes, mulheres são colocadas para cumprir cotas de gênero. Algumas estão na política para preencher vagas dos nichos masculinos, representando marido, tio, pai ou avô. Mas esse quadro está mudando. Mulheres estão se candidatando mais”, disse.

Sobre o impeachment de Dilma, o especialista destacou que tentaram fixar nela a imagem de alguém que não teve competência no cargo. “O fato é que Dilma era gerente e ex-técnica e não tinha articulação dentro do Congresso, o que a impedia de prosseguir com as políticas públicas necessárias”, avaliou.

Conforme destacou Stefson, no presidencialismo de coalizão — quando o presidente da República faz negociações com parlamentares —, se não houver contato entre o chefe do Executivo e o Congresso, não é possível administrar a máquina pública. “Dilma fez uma excelente administração, mas foi barrada por não saber fazer articulação”, avaliou.

Em patamares globais, o Brasil está na posição 142 no ranking de mulheres nos parlamentos nacionais, conforme indica a plataforma IPU Parline. Das 513 cadeiras da Câmara dos Deputados, por exemplo, 77 são ocupadas por deputadas. Isso representa 15% da composição parlamentar. No caso do Senado, das 81 vagas, 14 são preenchidas por senadoras (17,2%).

Nesse ranking, o primeiro lugar é ocupado por Ruanda, na África, onde o percentual de mulheres no parlamento é de 61,2% (Câmara inferior ou única). Isto é, dos 80 assentos no parlamento ruandês, 49 são ocupados por representantes do sexo feminino. [A pobreza da economia de Ruanda não mostra nenhuma vantagem do predomínio feminino em sua Câmara. Sem contar que o genocídio de 1994 matou a maior parte dos homens, levando as mulheres a representar 70% da população. Seu Índice de Desenvolvimento Humano - IDH é um dos piores do mundo.]

A doutora em ciência política Carolina Botelho explicou que a falta de representatividade feminina na política reflete o que ocorre na coletividade. “São várias camadas de resposta para essa questão. Vivemos em uma sociedade que não tem incentivo a mulheres em vários campos, entre os quais, a política.” De acordo com a especialista, a população não enxerga pautas femininas com a importância devida. “Tem uma formação na nossa sociedade de não olhar mulheres como grupo a ser atendido em suas demandas para gerar incentivo para que elas sejam reconhecidas”, frisou.

Carolina Botelho criticou a forma como as cotas para mulheres são estabelecidas na política brasileira — partidos são obrigados a lançar, no mínimo, 30% de candidaturas femininas. Segundo sustentou, não adianta criar políticas que estabelecem cotas para mulheres se não se dá condições para que elas tenham poder na estrutura política.

Clique Correio Braziliense, MATÉRIA COMPLETA

 

domingo, 23 de abril de 2017

Os efeitos da demagogia

Governos do PT entenderam que justiça social é ato de vontade. O resultado da insanidade está aí

Dos perversos efeitos da irresponsabilidade fiscal dos governos lulopetistas, os mais significativos foram a reversão da queda da desigualdade e a estagnação do desenvolvimento humano, constatadas por estudos recém-publicados. Tal cenário indica o grau de deterioração do bem-estar da atual geração de brasileiros e, especialmente, as perspectivas sombrias para as próximas, algo que não pode ser modificado por medidas triviais. Se era preciso alguma prova de que a promessa demagógica de felicidade instantânea e sem sacrifícios pereniza a mediocridade e compromete o futuro do País, a prova aí está.

O mais recente relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) mostrou que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, com dados de 2015, ficou estagnado pela primeira vez desde 2004. Isso significa que as políticas de Lula da Silva e, principalmente, de Dilma Rousseff, a título de fazer “justiça social” e “incluir o pobre no Orçamento”, como gostam de alardear os ex-presidentes petistas, na verdade tiveram o efeito exatamente oposto ao pretendido – isto é, em vez de ajudar os mais pobres, interromperam o processo de melhoria da qualidade de vida do conjunto da sociedade.

O IDH leva em conta renda, educação e saúde. Vai de 0 a 1 quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento. Em 2015, o Brasil obteve IDH de 0,754, o mesmo de 2014. Entre 188 países, o Brasil ficou estacionado em 79.º lugar, ao lado de Granada. Continua entre os países considerados de “alto desenvolvimento humano”, mas encontra-se abaixo de Cuba (68.º) e Venezuela (71.º).

Quando o índice é ajustado se levando em conta a desigualdade – de renda, de saúde e de educação –, o Brasil cai 19 posições. Pelo Coeficiente de Gini, que mede especificamente a desigualdade de renda, o Brasil aparece como o 10.º mais desigual entre 143 países. Esse aspecto aparece em outro estudo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), segundo o qual em 2016 houve o primeiro aumento da disparidade de renda domiciliar per capita em 22 anos. Isso significa que o ganho proporcionado pela estabilização da economia com o Plano Real, implementado há 23 anos, foi comprometido pelos governos de Lula e Dilma.

A façanha da dupla é espantosa. A partir de meados dos anos 1990 o Brasil começou a caminhar para reduzir a afrontosa desigualdade de renda que marca sua sociedade desde sempre. O controle da inflação deu o primeiro impulso para isso, pois permitiu que os mais pobres parassem de pagar, na forma do chamado “imposto inflacionário”, o custo do endividamento inconsequente do governo. Foi necessário ainda um grande esforço para levar escolaridade às classes mais baixas, aumentando suas possibilidades no mercado de trabalho. Além disso, os programas de transferência condicionada de renda foram importantes para ajudar a mitigar a miséria. Tudo somado, esperava-se que, no ritmo verificado a partir do início dos anos 2000, o Brasil já tivesse erradicado a pobreza extrema por volta de 2016. Mas isso não ocorreu. Ao contrário, em 2015 voltou a crescer o número de famílias com rendimento per capita inferior a 25% do salário mínimo, chegando a 9,2% da população, contra 8% em 2014, de acordo com dados do IBGE. Um ano depois, em 2016, a desigualdade cresceu 1,6% em relação a 2015, conforme o estudo da FGV, anulando os ganhos dos anos anteriores.

Os indicadores de desigualdade são especialmente significativos porque refletem os efeitos de longo prazo das políticas econômicas. A redução da renda dos mais pobres e o consequente aumento do abismo destes em relação aos mais ricos, depois de um período em que essa diferença parecia fadada a diminuir em razão da maturidade econômica e institucional do País, não resultam de erros pontuais, mas sim de decisões que respeitaram uma visão totalmente equivocada do papel do Estado no desenvolvimento. Mas os governos petistas entenderam que justiça social não é o resultado de um processo econômico de longo prazo, e sim um ato de vontade. O resultado dessa insanidade está aí.

Fonte: Editorial - O Estado de S. Paulo 

 

 

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Nas DEZ PIORES cidades do Brasil, eleitores de Lula e Dilma são maioria - Nas cidades com 10 piores IDHs, corrupção e descaso

Prefeituras acumulam investigações sobre falta de transparência, desvios e má gestão [e os prefeitos ainda roubam as migalhas que os municípios recebem dos Governos federal e estadual.]

Nas dez cidades com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, os prefeitos terminam seus mandatos este ano devendo explicações por falta de professores, contas irregulares, obras na Saúde não concluídas, denúncias de nepotismo e até agiotagem. Levantamento nos Ministérios Públicos e Tribunais de Contas dos estados mostra um quadro em que pouca transparência, falhas de gestão e indícios de desvios se unem a péssimos indicadores de Educação, longevidade e renda, itens que compõem o IDH municipal.

 O pior IDH do Brasil está num ilha do arquipélago do Marajó. Melgaço (PA) tem pouco mais de 26 mil moradores e índice de 0,418 — o do município na melhor posição, São Caetano do Sul (SP), é 0,862, o dobro. A lista mais recente dos IDHs municipais, feita pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), é de 2013. Quanto mais perto de 1, maior o desenvolvimento.

No último ano, o Ministério Público abriu pelo menos 11 inquéritos civis para apurar atos que se relacionam com a gestão municipal de Melgaço: por exemplo, denúncia de atrasos no pagamento de servidores municipais da Educação; e de que obras de construção de uma feira coberta, ainda não concluída, podem ter beneficiado a reeleição do prefeito Adiel Moura (PP), destaca o promotor José Ilton Lima Moreira Júnior. Quando foi divulgado o ranking dos IDHs municipais, em 2013, o MP se reuniu com autoridades e moradores da cidade devido à sua colocação. — Também estamos apurando a situação do transporte hidroviário municipal, vendo segurança, acessibilidade; e denúncia de que um benefício chamado Cheque Moradia (estadual, para compra de material de construção) não teria sido divulgado de forma correta no município e estaria favorecendo algumas pessoas — diz Ilton.

A região do Marajó tem mais duas cidades entre as dez com pior IDH: Chaves (6º) e Bagre (8ª). Cachoeira do Piriá, a nona pior, também é paraense. Nas áreas urbanas dessas quatro cidades, o rendimento mediano per capita dos domicílios não chega a R$ 250 por mês, segundo o IBGE.  Em Chaves, a prefeitura é alvo de três ações do MP por improbidade, uma delas por não conclusão de obras de nove unidades básicas de Saúde, orçadas em R$ 3,08 milhões. Na ação, a promotoria pede, por medida cautelar, o afastamento da prefeita Solange Lobato (PMDB).

Já em Bagre, além de inquéritos do MP, o prefeito Cledson Farias (PSD), no segundo mandato, foi cassado em 2013 pelo Tribunal Regional Eleitoral por uso da máquina da prefeitura na campanha do pai a deputado. As acusações dão conta de que o prefeito teria oferecido dinheiro, emprego e até motor de barco em troca de voto. Houve, ainda, denúncias de que servidores teriam sido obrigados a apresentar o título de eleitor no dia do pagamento; e de que participantes de um programa social teriam sido obrigados a trabalhar como cabos eleitorais. A defesa, porém, reverteu a decisão no Tribunal Superior Eleitoral, sob o argumento de que o caso não teria a ver com a eleição de 2012, na qual o prefeito foi reeleito, mas com a de 2010; Cledson reassumiu, e o processo voltou ao TRE, onde aguarda novo julgamento.

Em Cachoeira do Piriá, que cresceu nas margens da BR-316, entre Pará e Maranhão, a gestão atual tem tomada de contas no TCE que questiona convênio da prefeitura na Educação com o estado.  São do vizinho Maranhão o 2º e o 4º piores IDHs. Segundo a base de dados do TCE, a prefeitura de Fernando Falcão, penúltimo lugar, tem processos de três tomadas de contas questionando o Fundo Municipal de Saúde de 2013, 2014 e 2015, e de duas tomadas de contas sobre a gestão do Fundeb.

NO MARANHÃO, AGIOTAGEM
Marajá do Sena (MA) tem moradores na área rural com rendimento domiciliar mediano que não chega a R$ 50 mensais per capita. Mas, em vez de serviços à população, o dinheiro de Marajá teria ido para doadores da campanha do prefeito Manoel Edivan da Costa (PMN), diz o delegado Leonardo Bastian, da Superintendência de Combate à Corrupção da Polícia Civil, e responsável por um caso que levou à prisão temporária de Edivan em 2015, na Operação Maharaja, da polícia e do Ministério Público.

Afastado por 90 dias em 2015, o prefeito reassumiu. Virou réu em ação penal, acusado de desvio de verba pública, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, segundo o delegado:  — Agiotas doavam à campanha, depois cobravam o dinheiro com juros do prefeito, que para pagar usava dinheiro municipal. Vimos transferências da conta da prefeitura para a conta dos acusados de agiotagem, muitos deles empresas — diz Bastian.

A operação foi desdobramento da apuração sobre o assassinato do jornalista Décio Sá. Em 2012, a polícia achou na casa do agiota, que teria sido o mandante do crime, cheques em branco assinados por prefeitos, além de anotações com valores e nomes de prefeitos, entre eles o de Marajá, diz Bastian.  Em Atalaia do Norte (AM), a mais de mil quilômetros de Manaus, o prefeito Nonato Tenazor (PDT) é alvo de ação por improbidade, acusado de ter empregado filho, irmã e sobrinhos. O MP ainda pede a conclusão de quatro unidades de Saúde.

O prefeito também teve as contas de 2013 reprovadas pelo TCE. Entre as irregularidades, estão falta de comprovação “de diversos serviços alegadamente contratados”; e o fato de que o prefeito “não justificou a nomeação de 50 pessoas para cargos comissionados, cujos sobrenomes são idênticos ao seu (Tenazor), caracterizando nepotismo”.

Na área da reserva Raposa Serra do Sol, Uiramutã (RR) é o 5º pior IDH. Tem domicílios na área rural com rendimento mediano de menos de R$ 30 per capita/mês. Em 2013, o prefeito Eliesio de Lima (PT) foi alvo de processo no TCE por comprar carro para uso particular com verba municipal.  Procurada pelo GLOBO, a chefia de gabinete da prefeitura de Melgaço destacou ações como abertura do hospital municipal e melhora do cadastro do Bolsa Família; disse que a prefeitura não tem ingerência sobre o Cheque Moradia, estadual; negou o atraso do salário da Educação e problemas na construção da feira coberta da cidade. A Secretaria de Educação de Cachoeira do Piriá disse que estão regulares as contas do convênio com o estado. As outras prefeituras foram procuradas, mas não foram achados responsáveis para comentar as acusações.


Fonte: O Globo



segunda-feira, 22 de junho de 2015

Lula, o homem chamado “Brahma”. Ou: A coisa tá feia para o seu lado, falastrão!



Prestem atenção ao trecho de um texto:
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca escondeu sua inclinação por um copo de cerveja, uma dose de uísque ou, melhor ainda, um copinho de cachaça, o potente destilado brasileiro feito de cana-de-açúcar. Mas alguns de seus conterrâneos começam a se perguntar se sua preferência por bebidas fortes não está afetando sua performance no cargo. Nos últimos meses, o governo esquerdista de Da Silva tem sido assaltado por uma crise depois da outra, de escândalos de corrupção ao fracasso de programas sociais cruciais.”

Esse é começo de um texto escrito em maio de 2004 por Larry Rother, então correspondente do jornal americano The New York Times no Brasil. A reação de Lula foi violenta. Tentou, acreditem, expulsar Rother do país, ao arrepio da Constituição, sob o pretexto ridículo de que a pátria havia sido ofendida e de que o jornalista havia se imiscuído em assuntos nacionais. Qual assunto nacional? A, digamos, intimidade entre Lula e o álcool?

Pois é… Reportagem da revista VEJA desta semana informa que a Polícia Federal dispõe de mensagens trocadas entre empreiteiros em que Lula, na condição de presidente ou de ex-presidente, era chamado por um apelido: “Brahma”, numa alusão, certamente, a seus hábitos. A metonímia-metáfora nem chega a ser a melhor. Lula não dispensa uma cerveja, mas é conhecida a sua inclinação por uísque desde o tempo em que presidia o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo.

Enquanto a companheirada enfrentava a polícia, perdia o emprego e corria alguns perigos, o máximo de risco a que se submetia o chefão era se embebedar na sede da Fiesp, em animadas conversas com os empresários do então “Grupo 14”. Um deles, remanescente daquele turma, já me disse que, por lá, o Babalorixá de Banânia nunca foi visto como líder esquerdista. A avaliação que os empresários tinham é a de que ele queria se dar bem e faria qualquer coisa para chegar ao poder.

Pois é… É claro que Lula ser chamado de “Brahma” pelos empreiteiros — e importaria pouco se fosse bebum, beberrão, bêbado, pau d’água, cachaceiro, ébrio, borracho — tem menos importância do que aquilo que revelam as mensagens que vêm a público. Fica evidente que, na Presidência da República ou não, sóbrio ou não, ele se comportava como um mero lobista.

Em outubro de 2012, Léo Pinheiro, presidente da empreiteira OAS, relata a um executivo seu: “Estive essa semana com o Brahma. Contou-me que quem esteve com ele aqui foi o presidente da Guiné Equatorial, pedindo-lhe apoio sobre o problema do filho. Falou também que estava indo com a Camargo para Moçambique X Hidrelétrica X África do Sul”.

Nota: a Guiné Equatorial, hoje uma importante produtora de petróleo, é uma das ditaduras mais sanguinárias no mundo. Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, o amigão de Lula, governa o país desde 1982 — há 33 anos, portanto. É considerado pela “Forbes” o oitavo governante mais rico do mundo, embora o país esteja entre os últimos no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). O tal filho, que vai herdar o trono, é um bandido chamado “Teodorin”. É aquele que financiou o desfile da Beija-Flor neste ano.

Aí é a vez de um executivo da OAS escrever a Léo Pinheiro: “Colocamos o avião à disposição do Lula para sair amanhã ao meio-dia. Seria bom checar com o Paulo Okamotto se é conveniente irmos no mesmo avião”. Como se nota, os empreiteiros tinham a noção da, digamos, “inconveniência”.

O “Brahmaalimentava também os sonhos sebastianistas dos companheiros empreiteiros. Em dezembro de 2012, escreve um executivo da OAS: “O clima não está bom para o governo. O modelo dá sinais de esgotamento, e o estilo da número um tem boa parte da culpa”. Em novembro de 2013, voltava à carga: “A agenda nem de longe produz os efeitos das anteriores do governo Brahma”. Referindo-se a Dilma, na comparação com Lula, analisa o executivo da OAS: “A senhora não leva jeito: discurso fraco, confuso, desarticulado, falta de carisma”. Bem, essa parte é mesmo verdade. Ocorre que o propósito não era bom. Eles queriam a volta de Lula.

Presidentes ou primeiros-ministros podem fazer lobby, digamos, político em favor das empresas do seu país? Podem e até devem. O governo americano pressionou para que o Brasil comprasse os caças da Boeing; o francês, para que fosse da  Dassault, e o sueco, da Gripen. Mas nenhuma dessas empresas foi flagrada em relações incestuosas com o partido do governo ou com o chefe do Executivo. Não reformaram o sítio do mandatário, não lhe pagaram milhões para dar palestras, não o transformaram em mascate de seus interesses, não lhe construíram um tríplex — para ficar nas miudezas.

A política brasileira nunca foi algo a ser copiado pelo resto do mundo. Mas parece claro, a esta altura, que Lula e o PT a conduziram a um novo patamar do vexame.

Há uma grande diferença entre promover os interesses nacionais dando suporte claro e legal a empresas nativas no exterior e se comportar como um lobista vulgar. Há uma diferença entre um empresário chamar o chefe do Executivo de “Excelência” e de “Brahma”. E a cerveja, coitada, nem tem nada com isso. Dizem-me os apreciadores que é de ótima qualidade. E, definitivamente, esse não é o caso de Lula. Se cerveja fosse, eu não a recomendaria para consumo humano.

A coisa tá para feia para o seu lado, falastrão!

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo