Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Lei da Mordaça. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Lei da Mordaça. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 14 de julho de 2023

Supremo Tribunal Político - Revista Oeste

Silvio Navarro

Vice-presidente do STF, o ministro Luís Roberto Barroso vai a evento com comunistas e afirma abertamente que o Judiciário ajudou a derrotar o 'bolsonarismo'

 

Flávio Dino e Luís Roberto Barroso, ministro do STF, no 59° Congresso da UNE - Foto: Reprodução/Redes Sociais

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, admitiu nesta semana que o Judiciário atuou politicamente no Brasil contra o “bolsonarismo” — o que, pode-se perfeitamente presumir, inclui o período eleitoral. A afirmação foi feita na quarta-feira, 12, durante o congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Brasília. Foi a primeira vez que um ministro do STF, ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), participou desse tipo de evento, que acontece desde a década de 1940. Nós derrotamos a censura, a tortura e nós derrotamos o ‘bolsonarismo’ para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, disse. “Já enfrentei a ditadura e já enfrentei o ‘bolsonarismo'”, repetiu, quando surgiram vaias da plateia, que o acusava de não ter interferido no impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, e de suspender o piso nacional de enfermagem no ano passado.

Antes de qualquer análise jurídica sobre o teor da fala, uma pergunta salta aos olhos de qualquer cidadão apto a votar no país: o que um ministro da Suprema Corte fazia com um microfone em punho, num palanque montado por uma organização comandada pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB)?  
O presidente Lula, o ministro Flávio Dino (Justiça), o deputado Orlando Silva, relator do projeto de lei da mordaça nas redes sociais, e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também foram estrelas do evento.

HISTÓRICO!

O ministro Luís Roberto Barroso está confirmado para a mesa de abertura do 59º Congresso da UNE.
Essa será a primeira vez desde a redemocratização do Brasil em que um ministro do STF participa de um Congresso da UNE.
Serão 5 dias de programações incríveis, vem pro… pic.twitter.com/7fbn8vZa3z— UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES 🎓✊🏿 (@uneoficial) July 10, 2023

➡ Barroso é vaiado e chama estudantes de “bolsonaristas”

“Lutei contra a Ditadura e contra o bolsonarismo”, disse o ministro do STF no Congresso da UNE

Leia no @BlogdoNoblat: https://t.co/FSQUQ0ia6g pic.twitter.com/iHB4kyD8Lw— Metrópoles (@Metropoles) July 13, 2023


O congresso da UNE é uma espécie de festival da extrema esquerda, que acontece a cada dois anos, para eleger a diretoria da organização estudantil. Neste ano, os atos foram espalhados em vários pontos do Distrito Federal — de auditórios da Universidade de Brasília (UnB) ao Ginásio Nilson Nelson, onde esteve a cantora Valesca Popozuda. Alguns temas foram: “A democracia em risco — a luta contra o neofascismo no Brasil”, “Regulamentação das mídias sociais e o combate ao conservadorismo e às fake news“, a “crise do capitalismo ocidental”, questões climáticas e a extensa agenda “progressista”.

Outro detalhe importante é que o discurso de Barroso tem componentes de completa cegueira diante da realidade vivida no país nos últimos anoso que inclui a patrulha do TSE contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Barroso afirmou: “Só a ditadura cassa mandatos, censura e tem presos políticos”. Num dos momentos mais inflamados, ainda disse: “Percorremos um longo caminho para que as pessoas pudessem se manifestar da maneira que quisessem”. Luís Roberto Barroso, ministro do STF, no 59° Congresso da UNE | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Em janeiro, o ministro Alexandre de Moraes mandou prender 1,5 mil pessoas por causa dos protestos que terminaram em depredação da Praça dos Três Poderes centenas delas estão usando tornozeleira eletrônica sem terem sido condenadas. 
 Os casos estão sendo analisados com um requinte de ineditismo: o julgamento em lotes de pessoas pela Suprema Corte. Há casos de bloqueio de contas bancárias e retenção de passaportes há meio ano. Outras dezenas de políticos conservadores, jornalistas e influenciadores digitais foram censurados nas redes sociais. 
Uma produção da Brasil Paralelo sobre o atentado à faca contra Jair Bolsonaro foi proibida de ser exibida num episódio marcado pelo voto arrependido da ministra Cármen Lúcia: pode-se caracterizar censura; aliás, é censura, mas vai ser só desta vez. Não foi a última.
 
Paralelamente, deputados da chamada “direita” tiveram os mandatos cassados na Câmara e em Assembleias Legislativas.  
O caso mais gritante foi o do deputado paranaense Deltan Dallagnol, que pagou o preço por ter chefiado a Operação Lava Jato.  
O indígena cacique Serere, teoricamente inimputável perante a legislação, segue preso pelo Supremo.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso se colocou como parte ativa da derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele falou sobre o tema ao participar de evento organizado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) na quarta-feira 12.

"Derrotamos a censura,… pic.twitter.com/s6khg5N0lK— Revista Oeste (@revistaoeste) July 13, 2023

Tribunal político
O discurso do ministro na festa da UNE tem ao menos dois componentes graves: o uso da primeira pessoa do plural significa que ele falava em nome da maioria da Corte?  
Hoje, ele é o vice-presidente do STF, ou seja, deve assumir o comando da Corte com a aposentadoria de Rosa Weber neste ano. Outro ponto: fere claramente o artigo 2º da Constituição sobre a separação de Poderes. “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”, diz a Carta em vigor.

Na quinta-feira, 13, quando a presença do ministro em um ato político ganhou repercussão nacional, o Supremo Tribunal Federal divulgou uma nota dizendo que Barroso, Flávio Dino e Orlando Silva “foram muito aplaudidos — e vaiados apenas por uma minoria — e que a frase ‘nós derrotamos a ditadura e o bolsonarismo’ se referia ao voto popular, e não à atuação de qualquer instituição”. Acuado, Barroso também divulgou uma nota. “Jamais pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é perfeitamente legítima.”

Militância sem freio
Não foi a única fala problemática de Barroso neste mês. Na semana passada, ele afirmou que o Poder Judiciário deixou de ser técnico e passou a ser político. “O Poder Judiciário no Brasil, após a Constituição Federal de 1988, viveu e vive ainda um vertiginoso processo de ascensão institucional. Deixou de ser já há um tempo um departamento técnico especializado. Passou a ser um poder político na vida brasileira”, disse, durante um encontro de presidentes dos Tribunais de Justiça, em Porto Alegre (RS). “Houve mudança na natureza, no papel, na visibilidade, nas expectativas que existem em relação ao Poder Judiciário.”

Nas redes sociais, depoimentos antigos do ministro foram resgatados. Num deles, nos Estados Unidos, logo depois das eleições do ano passado, ele diz para a plateia que “criou-se uma lenda de que o Supremo Tribunal Federal é contra o presidente” e que “o Supremo tem lado político”. Mas, ao ser abordado nas ruas de Nova York, contudo, atacou os “bolsonaristas” com uma das frases célebres da sua carreira: “Perdeu, mané. Não amola”.

Impeachment
A oposição no Congresso Nacional elaborou um pedido de impeachment contra Luís Roberto Barroso. O artigo nº 39 da Lei nº 1079/50, a Lei do Impeachment, diz textualmente:

Se as falas recentes somente do “perdeu mané” ao congresso da UNE forem analisadas à letra da lei, os 81 senadores deveriam decidir se Barroso deve deixar a toga e se candidatar a um cargo político, como qualquer cidadão que não ocupa o cargo de juiz. 
Ele militou em movimentos de esquerda na juventude, é considerado o ministro mais alinhado à cartilha “progressista” e defendeu, como advogado, o terrorista italiano Cesare Battisti. Mas há um imenso anteparo nesse caminho pelas vias do Legislativo.
 
O pedido de impeachment precisa ser analisado inicialmente pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Desde 2019, mais de 80 solicitações do tipo chegaram às mãos dele 60 somente sobre a atuação do ministro Alexandre de Moraes. 
A maioria foi redigida por cidadãos comuns. Nem Pacheco nem o seu principal aliado, Davi Alcolumbre (UB-AP), antecessor na cadeira e que hoje preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), jamais deram seguimento aos casos.

Pressionado pelos parlamentares, Rodrigo Pacheco se manifestou pela primeira vez sobre o tema espinhoso para ele. Disse que a fala foi “inoportuna, inedequada e infeliz”, mas fugiu da palavra “impeachment“.
“Um ministro do Supremo Tribunal Federal evidentemente deve se ater ao seu cumprimento constitucional de julgar aquilo que é demandado. A presença do ministro em um evento de natureza política, com uma fala de natureza política, é algo que reputo infeliz, inadequado e inoportuno. Espero que haja reflexão e retratação, já que está prestes a assumir a presidência da Suprema Corte.”
(Rodrigo Pacheco)

É possível que, depois dessa manifestação de Pacheco, o processo no Congresso Nacional ao menos seja analisado
A outra possibilidade é que seja esquecido na mesma gaveta dos anteriores. 
Mas fica cada dia mais claro para os pagadores de impostos que o Supremo atua a favor de um lado do campo político
Ou, talvez, governe o Brasil em consórcio com Lula.


Leia também “PAC zero”

Coluna de Silvio Navarro, colunista - Revista Oeste


sábado, 29 de abril de 2023

Golpe em câmera lenta - J. R.Guzzo

Revista Oeste

A demonstração mais recente e mais didática dessa ditadura em construção é o projeto de censura que o presidente da Câmara, o PT e os partidos de esquerda acabam de preparar para aprovação

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia do Dia do Exército | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock/Ricardo Stucker/PR

O presidente da República e os extremistas que mandam e desmandam em seu governo têm um projeto de ditadura para o Brasil; na prática, é o único projeto que têm.
Podem não ter ainda um plano de operações para isso,
nem formulado de uma maneira coerente o que querem.
Podem, neste momento, não estar fazendo reuniões para discutir a questão em termos concretos — o que realmente vai ser feito, quando, como, onde e por quem. Pode ser mais um conjunto de desejos do que um plano objetivo, realista e inteligente para se fazer uma coisa desse tamanho. Com certeza, exige uma competência, coragem e noções básicas de eficácia que Lula não tem, nem o PT, nem a extrema esquerda que está à sua volta.
Pode ser, também, que isso tudo exija um volume de trabalho que nenhum deles está disposto a encarar — ou apresente riscos que não querem assumir.
Pode ser, enfim, que muita gente gorda do governo esteja mais preocupada em acumular dinheiro, já, do que em enfrentar as dificuldades de se meter num negócio desses.

Acima de tudo, pode ser que não dê certo; querer é uma coisa, conseguir já são outros 500.
Mas é isso o que eles estão querendo, pelo que mostra tudo o que têm feito até hoje em seus atos concretos no governo — uma ditadura no Brasil, com a máquina do Estado transformada em propriedade privada do PT e demais facções da esquerda, os interesses materiais da elite-pirata protegidos pelo novo regime e Lula promovido às funções de presidente vitalício, ou coisa parecida. Ele, e só ele — sem Lula, é claro, nada disso existe. Lula e Alexandre de Moraes | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

A demonstração mais recente, mais óbvia e mais didática dessa ditadura em construção é o projeto de censura que o presidente da Câmara, o PT e os partidos de esquerda, num desses cambalachos que dão ao deputado médio brasileiro a fama que ele tem, acabam de preparar para aprovação. (Leia a reportagem seguinte.) 
 O relator do projeto sobre a “Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet” (é esse o nome oficial que deram para a lei da mordaça) é um deputado comunista. É preciso dizer mais alguma coisa? Como é possível achar que um deputado comunista seria capaz de defender alguma lei em favor da liberdade? 
Isso não existe — nunca existiu na história do comunismo, e não vai começar agora. De qualquer jeito, mesmo que o relator fosse o Arcanjo Gabriel, o veneno seria o mesmo para a democracia a lei, para se falar em português claro e sem a muralha de hipocrisia que levantaram em torno dela, cria e entrega para o governo um mecanismo de censura no Brasil. Através dele o “Estado”, o que na prática quer dizer Lula e todo o seu Sistema, ganha o poder de decidir o que o cidadão pode ou não pode dizer na internet e o que pode ler e ouvir. 
 
O governo fica autorizado a proibir, multar e punir qualquer postagem que classificar como sendo fake news, ou “desinformação”, ou portadora de conteúdo “nocivo”. Fica anulado, para todos os efeitos práticos, o artigo 5 da Constituição Federal, na parte em que garante a livre manifestação do pensamento
É o pior ataque à liberdade que o Brasil sofre em mais de 50 anos — desde o AI-5 do regime militar.

Do dia 1º de janeiro para cá já fez quatro viagens ao exterior. Sua mulher conseguiu gastar 200.000 reais de dinheiro público comprando móveis. Seu ministro das Comunicações pega jato da Força Aérea para ver exposição de cavalo

A esquerda diz que não é assim, claro
; diz que quer levar ordem à “selva da internet”, eliminar a publicação de mentiras no Brasil, acabar com as “notícias falsas” e realizar outros objetivos virtuosos. Não é nada disso. Como poderia ser, se o próprio título da nova lei é uma fake news em estado bruto? Dizem lá: “Lei da Liberdade”, etc. etc. etc. — mas a partir da primeira linha já começam a cortar a liberdade.  

Por trás do seu palavrório pretensioso, semianalfabeto e desprovido de sinais de vida inteligente, o texto, para resumir esta ópera, não cria nenhum direito: só impõe obrigações, proibições e penalidades. Abre-se caminho, como órgão executor da censura, para uma aberração — um “Conselho Nacional” que passa a decidir o que é verdade ou mentira no Brasil. 

Na vida real, vai ser uma Delegacia de Polícia para proibir que se publique tudo aquilo que o governo não quer que seja publicado — ou você acha que o “Conselho” vai ser uma autoridade imparcial, com integrantes da oposição e livre de influências políticas? 
Alguém pode acreditar, sinceramente, que um negócio desses vai abrir a boca quando Lula disser, por exemplo, que a investigação sobre os planos do crime organizado para assassinar o senador Sergio Moro e outras autoridades, executada pela Polícia Federal e Ministério Público, foi “uma armação do Moro?”  
E quando ele disser que a economia do Brasil não cresceu “absolutamente nada” em 2022 — vai ser fake news? Uma pista: o inquérito perpétuo do STF sobre as fake news já dura quatro anos inteiros, mas até agora nenhum militante de esquerda, nem um que seja, foi indiciado, ou sequer chamado para depor. Outra: nenhuma democracia do mundo tem lei para controlar a internet; todas as ditaduras, de Cuba à China, têm a sua. A pergunta que fica é muito simples. Estão querendo construir uma democracia ou uma ditadura, com a sua lei que instala a censura no Brasil? Foto: Reprodução

A ideia de Lula e do seu Sistema não é dar um golpe de Estado, no estilo comum dos golpes de Estado que você conhece. Não haverá tanque de guerra na rua, nem tropa de fuzileiro naval tomando a central de luz elétrica, nem fechamento do Congresso ou de qualquer outra “instituição”. Não haverá sessão conjunta da Câmara e Senado para anunciar o novo regime — a ser descrito oficialmente, claro, como um esforço de heróis para salvar a “democracia” no Brasil. 

A intenção é construir a ditadura passo a passo, com atos administrativos, portarias do Supremo Tribunal Federal e da sua coleção de “tribunais superiores” de Brasília, de decretos-lei baixados pelo presidente e assim por diante. 

Vão anular leis aprovadas de forma legítima pelo Congresso todas as que estiverem atrapalhando. Vão anular, por via do STF, até decisões anteriores do próprio STF, alegando que “o tempo passou” e a realidade agora é “outra”. Vão multiplicar “medidas provisórias” dando mais poderes a si próprios, criar serviços de repressão na estrutura do Estado e impor a censura nas redes sociais, como exposto acima. Vão “interpretar” a Constituição de forma a tornar legal tudo o que querem e ilegal tudo aquilo que não querem. Vão eliminar direitos, enfiar adversários na cadeia por atos de vontade do Poder Judiciário e expropriar propriedade privada, através de bloqueios de contas bancárias, multas e providências de “desmonetização”. Em suma: vão construir, com despachos do Palácio do Planalto, sentenças do STF e trapaças no Congresso, uma ditadura legal — e, a partir daí, exigir que todos obedeçam à legalidade que eles próprios criaram. É isso, exatamente, o que têm feito há anos seguidos e, mais ainda, depois que foram para o governo. Tem toda a cara de tirania — ou algo tão parecido que não dá para notar a diferença. Os Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) | Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

As ações concretas de Lula como presidente não mostram um político no curso normal de sua atividade no comando do país — ou seja, tentando mostrar serviço, atrair apoio e ser reeleito na próxima eleição em cima das obras que entregou, das melhorias concretas que trouxe para a população ou dos resultados que o seu governo obteve. Lula e o Sistema “L” fazem o exato contrário de tudo isso. Por que estão agindo assim? A impressão é que o presidente não demonstra, no mundo das realidades visíveis, o mais remoto interesse em fazer um bom governo. Não trabalha, positivamente.  

Em quatro meses no Palácio do Planalto, conseguiu não gerar uma única boa notícia para a população, ou começar a obra sequer de um abrigo de ônibus. Seu governo é uma usina que produz desastres diários, está construindo uma crise econômica comparável aos grandes momentos de Dilma Rousseff e não tem a confiança de ninguém, a não ser de si próprio e da Rede Globo

Não fez o menor esforço para colocar no governo as forças que ficaram do seu lado por serem contra Bolsonarocolocar mesmo, não fingir “consenso” nomeando nulidades como a ex-senadora a quem chamava de “Simone Estepe” e que, para efeitos práticos, não manda nem no quarteirão em volta do seu ministério
Cria inimigos que não tinha, e problemas que não existiam, a cada decisão que toma. Se está fazendo isso tudo é porque quer — ou, mais exatamente, porque não tem nenhuma vontade de fazer diferente. E se não tem vontade é porque acha que não é preciso. 
 
Para que, de fato, esse perrengue todo de fazer um governo eficaz e de resolver problemas concretos, ou de dar atenção à maioria do eleitorado, se Lula acredita que pode ficar lá até o fim da vida com sentenças do STF, a delinquência dos presidentes da Câmara e do Senado e edições do Diário Oficial?  
Desde que foi tirado da cadeia, teve seus processos penais anulados por erro de endereço, e se viu transformado em presidente da República pelo STF, Lula tem certeza de que é Deus. Por que não teria?  
Ele sabe que nunca mais será processado, e muito menos condenado, pela justiça brasileira — faça o que fizer. 
Acha, em consequência, que tem direito a tudo, e que não deve e não vai dever nada; muito pouca gente, aliás, não acharia a mesma coisa se estivesse na mesma situação. 
É por isso que tem se comportado da maneira como vem se comportando. Não dá mais nenhuma atenção à opinião pública — um sintoma clássico do início de paixões pela ditadura. Do dia 1º de janeiro para cá já fez quatro viagens ao exterior. Sua mulher conseguiu gastar 200.000 reais de dinheiro público comprando móveis. Seu ministro das Comunicações pega jato da Força Aérea para ver exposição de cavalo. Colocou o Brasil como aliado aberto das duas maiores ditaduras do mundo, China e Rússia. 
 
Não gerou um único emprego, nem um centavo de investimento. 
Não resolveu um único problema, e não demonstra nenhuma vontade de resolver — e nem poderia mesmo resolver alguma coisa, com o ministério que escolheu e com as decisões que toma.  
Acha que pode dirigir pessoalmente a economia do Brasil — e até do mundo. Desenvolveu uma obsessão em armar vexames e falar coisas estúpidas em público. Um presidente assim, obviamente, está pouco ligando para o eleitorado; dá a impressão de que perdeu o interesse por isso, por ter coisas melhores em vista.

Enquanto você tenta comprar artigos mais baratos pela Shein, Janja esbanja em lojas na Europa comprando artigos de luxo com o dinheiro do povo brasileiro. pic.twitter.com/mlduktRf84— Carlos Jordy (@carlosjordy) April 21, 2023

Lula, no mundo das realidades, tem tido o apoio sistemático do STF, que deu a si próprio poderes absolutos, é obedecido de joelhos, em tudo, pelos presidentes do Senado e da Câmara e governa o Brasil em todas as questões que chama para si das conversas pelo WhatsApp à criação de crimes não previstos na lei

Inventou o flagrante perpétuo, o inquérito que anula a Constituição e o julgamento por “lotes” de acusados. Prendeu um deputado federal por nove meses; vai dizer, depois de prender de novo, se o indulto legal que ele recebeu do presidente da República vale ou não. 
Pode tirar esse mesmo presidente da vida pública — e, se quiser, jogar o homem na cadeia. 
Mantém preso o ex-secretário de Segurança de Brasília, que estava nos Estados Unidos no dia 8 de janeiro, e deixa solto o general de Lula que estava dentro do Palácio do Planalto no mesmo dia, em convívio manso e amigável com os invasores. 
Dá razão a Lula, ou tem dado até agora, em 100% das decisões que toma, ou praticamente isso; atende a quase todos os pedidos que lhe são levados por facções da esquerda. 
 Quer ressuscitar o imposto sindical que o Congresso aboliu por lei, e que Lula exige de volta — embora ele próprio, o STF, tenha confirmado em 2018 que a decisão do Legislativo foi legal. A lista não acaba mais.   A verdade é que a ditadura em processo de montagem no governo Lula não recebeu até agora nenhuma contestação séria por parte do Supremo. Se tem sido assim até aqui, por que começaria a ser diferente? 
 
Lula conta também com o apoio das Forças Armadas; não é daí que os seus planos estão esperando problemas.  
O comandante do Exército, que depois de assumir o cargo recebeu 700.000 reais a título de ajudas de custo e indenizações pecuniárias, diz, sempre que julga oportuno, que é a favor da legalidade. A legalidade é o que o STF diz que é legal, seja isso lá o que for — e o fato, hoje, é que ela coloca o Exército, objetivamente, do lado do MST e das suas invasões de terras (inclusive de propriedade do Estado, como ocorreu com a Embrapa), de extremistas políticos e, num caso especialmente curioso, de um político comunista que dirige o Gabinete de Segurança Institucional, nome atual da antiga Casa Militar da Presidência da República. 
A legalidade na qual o general Tomás Paiva insiste, na verdade, coloca o Exército Brasileiro a favor de tudo o que Lula está fazendo do “desencarceramento” à aliança com China e Rússia, das promessas de dar dinheiro do BNDES para ditaduras de esquerda à sua declaração de que “a Amazônia não é só nossa”. Não há registro de que algo parecido tenha acontecido da história militar do Brasil.

Às Forças Armadas, ao STF e ao resto se juntam a OAB, a CUT, o sindicato dos bispos, os advogados “garantistas”, os “estudantes”, os “movimentos sociais”, os empresários socialistas e a maior parte da mídia. Todos são a favor da ditadura que já existe hoje, em tanta coisa; não está claro por que ficariam contra o mesmo tipo de ditadura amanhã. 

Não é por falta de apoio, com certeza, que Lula vai deixar de fazer o que estiver nos seus planos.

Luiz Inácio Lula da Silva | Foto: Wagner Vilas/Shutterstock

Leia também “Declaração de amor à tirania”

 

J. R. Guzzo, colunista - Revista Oeste


terça-feira, 12 de abril de 2022

Fake news — modo de usar - Revista Oeste

Guilherme Fiuza 

A seguir, uma lista de verdades que você poderá pronunciar sem virar um criminoso

De repente apareceu uma urgência na Câmara dos Deputados para votar o projeto mais canalha da história da democracia brasileira — a tal Lei das Fake News, um eufemismo para Lei da Mordaça. Quem quer censura tem pressa. A urgência foi derrubada — ou seja, a canalhice do lobby que tenta entupir a goela dos brasileiros com essa excrescência ainda não foi suficiente.
Ilustração: Igor Kisselev/Shutterstock
Ilustração: Igor Kisselev/Shutterstock

Mas nós sabemos que os canalhas insistirão no seu plano, até porque eleição livre virou aberração para quem tem tantos instrumentos de castração à mão. Já estão em uso, mas legalizado é mais gostoso (e mais seguro). Como ficará a vida se a Lei das Fake News obtiver canalhas suficientes para aprová-la?

Muito simples: acabarão as mentiras e só restarão as verdades. A seguir, uma lista de verdades que você poderá pronunciar sem virar um criminoso:

  1. Lula é lindão e nunca roubou ninguém. Se roubou, foi sem querer;
  2. O sistema eleitoral brasileiro é o mais seguro do mundo. A urna é tão evoluída que chega a ter vontade própria;
  3. Na democracia a regra é clara: todo poder emana da urna e da vontade de quem a programou;
  4. A urna eletrônica é um ser humano como outro qualquer. Se na hora do voto você apertar a tecla e ela responder tocando o jingle do Lula, ouça até o fim (em respeito à liberdade de expressão);
  5. A eleição que consagrou o fenomenal Joe Biden foi limpinha e você não tem nada com isso;
  6. A invasão ao sistema eleitoral brasileiro em 2018, constatada pela Polícia Federal, não aconteceu. Aquilo foi uma visita guiada a um sistema inviolável — feita com muita discrição para não despertar as más intenções do gabinete do ódio;
  7. STF (Suprema Ternura Fraternal) é a matriz nacional do gabinete do amor. O inquérito do fim do mundo não é o fim do mundo;
  8. Negacionista é quem não obedece às ordens para se trancar em casa e calar a boca enquanto o gabinete do amor se esbalda nas muvucas vip (fique atento — vem aí o lockdown do clima);
  9. Ciência é lockdown com ônibus lotados para garantir a faxina da quarentena vip (higiene é tudo);
  10. Vacina boa é vacina no braço. Não há tempo a perder com estudos que levam anos — a vida é agora;
  11. Quem sabe a hora da próxima dose é o fabricante. A medicina se tornou muito lenta para acompanhar a atualização dos softwares de imunização;
  12. Mal súbito é consequência do aquecimento global;
     
  13. Tudo que Bill Gates diz é verdade (Obs.: por isso ele é a maior alegria das milícias checadoras, que podem descansar um pouco do seu árduo trabalho quando o grande viralizador fala. Viralizador no bom sentido);
  14. O que Renan Calheiros diz sobre ciência e ética é verdade. Também não precisa checar. Se Omar Aziz e Randolfe Rodrigues disserem alguma coisa diferente, não se preocupe: é mais verdade ainda;
  15. Lula mandar seus sabujos cercarem as residências de deputados federais para intimidá-los é ato democrático;
     
  16. Milhões de pessoas pacificamente nas ruas do país vestindo verde e amarelo por liberdade é ato antidemocrático;
     
  17. Ministro do STF mandar prorrogar inquéritos sem indícios de delito encontrados pelos investigadores é normal, dependendo da vítima;
     
  18. Em 2030 você não vai ter nada e vai ser feliz;
     
  19. Fake news é tudo que você disser e eu não quiser escutar;
     
  20. Cala a boca já morreu, mas passa bem.

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste


quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

STF traiu os parasitas - Guilherme Fiuza

STF vai se deparar com pautas polêmicas em 2021

O golpe montado entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal contra o Brasil fracassou. Difícil saber o que deu errado, depois de tantas manobras bem-sucedidas nessa conjunção de Brasília – incluindo prisão de jornalista por inquérito obscuro, bloqueio da ação policial em favelas e outras exuberâncias togadas. Um Congresso dirigido por parceiros tão leais aos aventureiros do Supremo merecia o presente da reeleição de seus presidentes.

Contrariava a Constituição, mas e daí? A Constituição existe para ser contrariada por luminares que têm conexão direta com a verdade suprema. A Carta Magna não é nada diante de seres muito mais magníficos que ela. O Toffoli e o Alexandre têm até muita paciência com a Constituição. Mas de vez em quando se irritam e criam um inquérito da cabeça deles – como o famoso inquérito “do fim do mundo” – porque seria o fim do mundo indivíduos dotados de onisciência ficarem pagando pedágio para aquele monte de letrinhas que, no fundo, ninguém sabe direito o que significam.

Gilmar pode ler na Constituição que o condenado pode ser preso após sentenciado em segunda instância e o mesmo Gilmar pode ler na mesma Constituição que o condenado não pode ser preso após sentenciado em segunda instância. Bastam três anos – e a prisão de um Lula – para a interpretação se modificar em sentido oposto. Ou seja: se o texto que guarnece a lei no país não mudou e a aplicação da lei mudou, fica evidente que a base do Direito não é a Constituição, é o Gilmar.

Eles mandam plataforma de rede social censurar pessoas e apagar perfis – com os préstimos do Congresso e sua CPMI circense sobre fake news, gabinete do ódio e lei da mordaça. Tudo normal. Por isso era tão importante mandar às favas a Constituição e reeleger Maia e Alcolumbre – porque em time que está ganhando não se mexe. 
Eles decidem também quem pode ser nomeado para dirigir a Polícia Federal. 
Proíbem o governo nacional de agir na pandemia. 
Decidem que a quadrilha do mensalão não era quadrilha e soltam José Dirceu. 
Quem precisa de Carta Magna com um currículo desses?
Não se sabe por que o golpe limpinho e cheiroso da reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado não deu certo. Há quem diga que houve traição – e aí a coisa é grave. 
Não é possível que alguém use a toga para se agarrar a uma Constituição que todos já tinham combinado no escurinho de atropelar. 
Também há quem diga que alguns dos iluminados ficaram receosos
com a revolta do povo expressa nas redes sociais. 
É por isso que tem que aprovar a lei da mordaça: povo só serve para dar insegurança jurídica aos entes sobre-humanos da corte.

Está aí consumado o desastre. Sem Rodrigo Maia no front das cassandras, por exemplo, quem poderá garantir uma taxa mínima de fofoca diária para a República funcionar?
Quem vai ficar espalhando para jornalistas amigos que Paulo Guedes não presta? 
Quem vai puxar o saco do embaixador chinês quando ele arrumar barraco com autoridades brasileiras? 
Quem vai usar o terceiro posto na linha sucessória do país para dar feliz aniversário ao maior ladrão da nação?

O fracasso do golpe da reeleição de Maia e Alcolumbre precisa ser investigado, com punição exemplar dos culpados. Se isso não acontecer, daqui a pouco ficará impossível de conspirar honestamente neste país.

Guilherme Fiuza, jornalista - Gazeta do Povo - Vozes  


terça-feira, 21 de abril de 2020

Ministro amordaçado - VEJA

A ideia, evidentemente era evitar o inevitável questionamento sobre o mais grave, por suas implicações institucionais, episódio de incentivo a aglomerações patrocinado pelo presidente da República no dia anterior na porta do QG do Exército junto a uma turba de arautos da ditadura.
Como subproduto, o distanciamento permite que o novo ministro não exponha sua falta de familiaridade com a dinâmica do sistema público de Saúde. Em miúdos, trata-se de um ministro desprovido de autonomia. Como convém a Bolsonaro, mas que certamente não é conveniente à biografia do amordaçado.

Bem visto por colegas médicos, Nelson Teich pode ter começado ali a desconstruir uma reputação de vida inteira, por um ato de voluntária prestação de desserviço à sociedade. Credibilidade leva-se muito tempo para ganhar, mas perde-se num átimo de submissão ou vaidade.

Blog da Kramer - Dora Kramer, jornalista - Revista VEJA


domingo, 23 de fevereiro de 2020

A instabilidade política e social ronda o país - General Marco Antonio Felício

O Tempo


Manobras do Legislativo e da imprensa contra o presidente

Nem a entrada do Carnaval ocultou o clima sociopolítico de instabilidade que o país vive e para o qual vêm contribuindo governantes e políticos ressentidos e atrelados ao passado, responsáveis atuais pela situação de insubordinação das polícias militares. Contribuem, também, o STF – com decisões apartadas da realidade nacional, gerando insegurança jurídica – e, em nome da busca do protagonismo do Parlamento, os presidentes do Senado e da Câmara, ambos visando, primordialmente, objetivos individuais e de grupos.

Hoje, a banda podre da política, segundo o publicado, se personifica em Rodrigo Maia e David Alcolumbre. Entre outras ações, apoiados por parcela de imprensa venal, pelo PT e por demais partidos de esquerda e aliados do centrão, atropelaram o regimento e fizerame fazem de tudo para matar a operação Lava Jato, horror dos corruptos.

O caso da Lei da Mordaça é um exemplo. Manobraram para derrubar vetos importantes de Bolsonaro, bem como barraram a votação da prisão em segunda instância. Acusam, abertamente, Bolsonaro de não se empenhar politicamente junto ao Parlamento para a aprovação dos projetos enviados pelo Executivo. Traçaram um programa para aprovação de projetos da lavra do Legislativo em substituição aos do Executivo. Fazem o possível e o impossível para reduzir os poderes do presidente. São fatores de desarmonia entre os Poderes da República.

Tal banda podre, atrevida e cínica, mostra-se insultada, como se desprezasse a maioria da opinião pública, gerando enorme tensão política entre Congresso e Executivo, pela declaração do general Heleno de que integrantes do Legislativo usam de chantagens para obter mais R$ 15 bilhões, destinados a emendas saídas de despesas previstas por ministérios e passíveis de vetos do presidente. Anteriormente, foram aquinhoados com emendas, no valor de R$ 16 milhões, todas impositivas.

Alcolumbre, a respeito do que afirmou o general Heleno, cinicamente, fazendo de marola de uma gota de água uma procela oceânica, declarou que “nenhum ataque à democracia será tolerado”. Encaminhará requerimento de convocação, apresentado pelo líder do partido da corrupção, o PT, seu aliado, para que o general Heleno vá ao Senado e esclareça o que falou. Devem querer escutar a verdade que já conhecem.

Por outro lado, o também banda podre Rodrigo Maia disse, pobre de conhecimento e de educação – ignorando o respeito que deve a quem tanto deu de si ao Brasil –, que “é uma pena que o ministro, com tantos títulos, tenha se transformado em um radical ideológico contra a democracia”. Infelizmente, esses são os quadros que ocupam e dirigem o Congresso, verdadeiros algozes de Bolsonaro.

Paralelamente, ao abrir “O Globo” (20.2.20), em relação ao editorial e ao artigo do colunista Ascânio Seleme, não vejo exemplos da boa imprensa. Aquela que deve privilegiar o jornalismo investigativo, a isenção, a verdade e o contraditório. Aquela que não tem o direito de contribuir para a derrocada do seu governo, incitando a opinião pública contra este, desmoralizando os seus governantes baseada em viés ideológico. Voltada apenas para noticiar o que ocorre de ruim sem tocar no que ocorre de bom e de progresso para a nação.

(.....)



General Felício - O Tempo