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sábado, 3 de setembro de 2022

O golpe dos brincalhões - Revista Oeste

  Guilherme Fiuza

Ministros do STF estão brincando com a Constituição, com o decoro e com a cara da população

Luís Roberto Barroso, ministro do STF | Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Luís Roberto Barroso, ministro do STF | Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Luís Roberto Barroso disse que assumirá a presidência do Supremo Tribunal Federal se não houver golpe.  
Ele não disse isso numa mesa de bar, com dez doses de pinga na cabeça. Disse isso publicamente, na condição de ministro da mais alta corte judiciária. 
Numa democracia mais ou menos saudável, Barroso teria de explicar à sociedade a que golpe se refere.

Mas o Brasil vive hoje um ensaio de democracia particular, em que uma amizade colorida entre togados criativos, mídias à la carte, milionários desinibidos e mandatários de cabresto experimenta transformar suas vontades pessoais em lei, para ver o que acontece. Até aqui a experiência tem tido um êxito surpreendente. Vale até humilhar empreendedores graduados, transformando-os na marra em caso de polícia.

A sociedade está assistindo a esse ensaio bizarro em silêncio, entre um murmúrio encabulado aqui e um lamento inaudível ali. A humilhação imposta aos empreendedores não precisou de processo, investigação, instrução ou denúncia. Bastou a química entre um senador histriônico e um ministro voluntarioso. Assim se procedeu à devassa na vida e nas empresas dos alvos escolhidos. A química não estaria completa sem a boa vontade do consórcio — que antigamente se chamava imprensa — com a tabelinha envolvente da dupla Randolfe & Alexandre.

Um papo de WhatsApp virou arquitetura de golpe num passe de mágica. Como já dissemos, no novo modelo de democracia particular o direito pode emanar da vontade de três pessoas — a que produziu a manchete voadora, a que transformou isso em fato jurídico e a que usou essa doce salada para sujeitar cidadãos em dia com a lei à coerção do Estado. E transformar a suprema corte em central de fofoca — distribuindo aos quatro ventos a historinha do golpe.

Vale até ser ministro da suprema corte e participar de um comício disfarçado de seminário para conspirar contra o presidente da República

Seria a esse golpe imaginário que Barroso estava se referindo? Ele não precisa explicar. Afinal, um ministro que brinca de caraoquê com jornalista influente do consórcio não deve satisfações a ninguém. Qualquer coisa que ele diga aparecerá como um brado democrata na televisão. Mesmo assim perguntaram a ele, com jeitinho, sem querer ofender, o que significava aquela referência súbita a um “golpe”, e o eminente togado respondeu que estava brincando.

Para a missão de ministro brincalhão, não seria melhor passar a toga ao Tiririca? Pior do que tá não fica — como dizia o slogan do palhaço.

E Barroso é reincidente no picadeiro. Foi visto no Congresso Nacional comentando com seus áulicos, num passeio alegre pelos corredores da Câmara dos Deputados, que “eleição não se ganha, se toma”. Pura descontração. Ao saber que tinha sido gravado, o ministro do Supremo sacou o seu habeas corpus circense: estava brincando.

É exatamente isso que está ocorrendo. Ministros do STF estão brincando com a Constituição, com o decoro e com a cara da população. O golpe de brincadeirinha mencionado por Barroso tem sido o pretexto para medidas que não são de brincadeira, como o atropelo do Ministério Público pelo ministro Alexandre de Moraes, conforme assinalado pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo. Mas, como o inquérito em questão era contra o presidente da República, Moraes estava amparado pela Lei Maior: a caça ao fascismo imaginário.

Contra o “golpe bolsonarista”, essa entidade transcendental, vale tudo.
Vale até ser ministro da suprema corte e participar de um comício disfarçado de seminário para conspirar contra o presidente da República. Mas não era conspiração, era só brincadeira. O patrocinador do evento, o empresário Jorge Paulo Lemann, declarou em sua palestra que em 2023 o Brasil terá um novo presidente. E Luís Roberto Barroso (o do golpe de brincadeirinha) disse que “nós somos mais fortes que eles” — respondendo a uma pergunta da deputada e afilhada política de Lemann sobre como fazer para Bolsonaro não se reeleger.

Tudo isso aconteceu nos Estados Unidos da América (Boston), porque o exterior é naturalmente mais aconchegante para o propósito de achincalhar a democracia brasileira. De brincadeira, claro.

Aguce o seu olfato e responda: de onde vem o cheiro de golpe? Se você não responder logo, em alto e bom som, os brincalhões de toga responderão por você.

Leia também “Sabatinados e sabotinudos”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste


quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Mexa-se - Revista Oeste

 Guilherme Fiuza

Ilustração: Naomi Akimoto Iria/Revista Oeste
Ilustração: Naomi Akimoto Iria/Revista Oeste
 
A revolução digital é pródiga. O avanço civilizatório decorrente dela é inquestionável. A conexão planetária imediata se traduz em ganhos econômicos, culturais e humanitários. A revolução digital melhora a vida. Ou era para melhorar.

Claro que haveria efeitos colaterais. Nenhuma transformação desse tamanho se dá sem que algo também seja perdido. Na Revolução Industrial, por exemplo, o formidável processo de automação trouxe o aumento do sedentarismo. Hoje, é até engraçado lembrar a campanha do “Mexa-se” nos anos 1970 — com jingles na TV tentando sensibilizar a população para a importância de se exercitar. Isso mais de década antes da disseminação dos microcomputadores de uso pessoal, que jogariam boa parte da movimentação humana para dentro de uma tela — ainda na pré-história do iPhone.

E agora? Com uma tela na palma da mão que contém praticamente o mundo inteiro, o que aconteceu com a movimentação humana? Continuou decaindo, claro, mas por outro lado os antídotos do velho “Mexa-se” evoluíram — e também está hoje na palma da mão um vasto cardápio de suor induzido. Então para onde foi a atrofia?

É uma pergunta que dá até medo de tentar responder. Sendo assim vamos só especular, de forma inconsequente, para ninguém confundir isso aqui com manifesto. Nem com veredito. Até porque a epidemia de vereditos sumários na palma da mão pode ter a ver com a tal atrofia. Será? Quem não pensa sentencia. Quem não pode ordena. Quem não sabe ensina.

Calma, são só provocações. Releia acima o nosso pacto de inconsequência e relaxe.

Mas… Será que não temos uma pista aí?  
Com quantos paus se faz uma canoa, se a canoa pode ser virtual? 
O que acontece com o ser humano quando ele passa a não precisar do trabalho braçal da mente? 
E se aquele vasto cardápio de suor induzido passa a oferecer também convicções à la carte, prontas para o consumo? 
O que acontece com o senso comum quando o indivíduo adere maravilhado à automação das convicções? 
E se a formação da consciência estiver sendo substituída pela mimetização? 
E se o pensamento tiver perdido espaço para a repetição?

Que experiência impressionante. Um chamado ético para a imobilização das sociedades em nome do bem comum

Calma. Se as provocações acima não te incomodaram, talvez nada disso esteja acontecendo. Ou talvez você esteja suficientemente mecanizado. Ou talvez as premissas acima estejam erradas. Ou talvez o cardápio de convicções instantâneas seja mesmo um sucesso e você só consiga pensar se esse papo é de direita ou de esquerda, se merece like ou deslike, se compartilha ou denuncia, se tem mais gente aplaudindo ou dizendo que é fake news, enfim, o processo normal a partir do qual você emergirá com a sua convicção triunfal e indestrutível.

Ou talvez a sua capacidade de pensar esteja intacta e as provocações acima é que estejam fadadas a morrer na praia.

Praia lembra lockdown. Que experiência impressionante. Um chamado ético para a imobilização das sociedades em nome do bem comum. A mobilização pela imobilização. Uma espécie de “Mexa-se” ao contrário. Recolha-se. Isso protegerá a saúde da coletividade. A exata engenharia sanitária dessa medida extrema — e sua eficácia aferível — nunca apareceu. E o senso comum nunca a exigiu. Se existe mesmo um cardápio de convicções, ele deve ter sido essencial para a construção dessa harmonia em torno do nada. Cada tempo com seu consenso.

A convicção emana do iPhone. O iPhone emana do legítimo anseio por praticidade e conforto. A paz digital pode ser um estágio evolutivo — em que a universalização do poder individual depende da uniformização. Repetir é o novo pensar? Ser ou não ser?

Do iPhone emana o passaporte. Da injeção emana a cidadania. Como no lockdown, o senso comum não exigiu o passaporte da eficácia. A nova ética dispensa a lógica. O indivíduo está fascinado com seu poder universal. Dispor da vida alheia com uma simples checagem de iPhone é bom demais. Bloqueio sanitário é migalha se você tem o direito à vida na palma da sua mão.

Ou talvez não seja nada disso. Fica calmo. Se as especulações acima são inócuas, você não tem nada a perder. Se não são, mexa-se.

Leia também “Manual do Linchador Moderno” 

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste 

 

domingo, 28 de fevereiro de 2021

Decálogo da folia científica - Guilherme Fiuza

[Válido em qualquer época, em aglomeração, lockdown meia-boca em Brasília]

É normal que você esteja inseguro com tanta informação nova circulando por aí nessa epidemia de fake news. Por isso fizemos um esforço de reportagem para te oferecer uma lista de certezas científicas limpinhas e de boa aparência que todo mundo confia e dá até pra levar pra casa. Use sem moderação:

1 - O lockdown funciona que é uma maravilha, tanto que o Ministério do Interior da Alemanha contratou uns pesquisadores baratinhos para escrever a teoria do ferrolho salva-vidas – documento científico que estava fazendo tanta falta em um ano de pandemia. Como se viu em emails vazados, os pesquisadores tiveram total liberdade para encontrar a ciência que o contratante  * 2 - Tanto o lockdown com isolamento total é eficaz contra a Covid que o prefeito Bruno Covas deixou São Paulo trancada no fim de semana e foi ver o jogo do Santos no Maracanã no meio de 2,5 mil pessoas. Só podia entrar no estádio com credencial e o coronavírus não foi credenciado. Isto é ciência;                                                    3 - A OMS declarou que o coronavírus não escapou de um laboratório chinês. Alívio geral. O mundo chegou a temer que a ditadura chinesa pudesse ser um lugar perigoso. Mas uma missão da Organização Mundial da Saúde foi lá e perguntou a todos os porteiros de laboratório se eles tinham visto algum vírus novo fugindo de madrugada quando estava todo mundo dormindo. 99,8% dos porteiros responderam à OMS que “não viram nada, não senhora”. 0,2% dos porteiros responderam que até viram um vírus passando, mas não era esse aí que se espalhou pelo mundo, não. Fim de papo; 
4 - Artigo na revista científica Lancet sustenta que Donald Trump matou os americanos de Covid com seu governo insensível e malvado. As evidências científicas desse estudo não estão visíveis porque na hora da conclusão acabou o papel higiênico. É um problema comum na vida de todo pesquisador sério;                  5 - O Dr. Fauci, aquele médico americano fofo que diz que os seres humanos talvez possam voltar um dia a se cumprimentar com aperto de mão, ou talvez não, declarou que uma máscara é pouco. Melhor usar duas. É como se diz na ciência: se um equipamento é ruim, use dois. O mesmo vale para os médicos. Se um charlatão te deixa em dúvida, consulte dois charlatões para ter certeza. Não se deixe enganar;                                                                                    6 - O laudo da Anvisa constatou que as duas vacinas em aplicação emergencial no Brasil não têm estudos suficientes para atestar a eficácia e a segurança na imunização de idosos. No entanto médicos estão mandando seus pacientes idosos se vacinarem. É elementar. Se está todo mundo tomando, você também tem que tomar. Não vai discutir sozinho com a ciência;       7 - O Ministério Público do Trabalho recomendou às empresas demissão por justa causa de funcionário que não quiser se vacinar. Perfeito. Nem a taxa de letalidade, nem os grupos vulneráveis sustentam a necessidade da vacinação de todos, mas já que está todo mundo se vacinando, por que não tornar a vacina obrigatória? A verdadeira ciência é aquela que serve de chicote para tiranete;                                                                                               8 - Pensando nisso, o PSOL, devoto do chavismo venezuelano, criou o projeto de cassação de direitos sociais do cidadão que não se vacinar – plano genial já aprovado em Niterói, RJ. Aécio Neves também saiu das sombras propondo coisa parecida. Só negacionistas haverão de duvidar dos benefícios claros da vacina para almas penadas;                                                                          9 -  Fique sozinho e isolado no carnaval. A não ser que precise pegar um ônibus lotado. A ciência já deixou claro que a Covid não anda com ralé;                                                                                   10 - Pesquisadores propõem lockdown mais severo no Amazonas. Como o governo alemão está demonstrando, ciência à la carte funciona que é uma beleza. Qualquer dúvida é só pedir ao Butantã um daqueles panfletos de número de vidas salvas pelo Plano Miami.
 
Leia também:  " ..... Nessa pandemia, igrejas e escolas foram fechadas, mas as aglomerações continuaram em festas clandestinas, em "pancadões" e bailes funks, além do metrô e dos ônibus, claro. Isso sem falar das manifestações esquerdistas!

Quando os membros do Black Lives Matter tocaram o terror nas cidades americanas, chegamos a ver manchetes alegando que "estudos" comprovavam que não ocorrera aumento nos casos de Covid depois. É o vírus ideológico, que não ataca aglomerações socialistas.
.....

O problema é agravado, porém, quando o povo percebe o duplo padrão. O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, foi ao jogo do Maracanã com seu filho, mas igrejas e escolas seguem fechadas?
.........

Quando o estado, em nome da "ciência" e do coletivismo, decide fechar igrejas e proibir cultos, isso é ultrapassar e muito suas prerrogativas.
A esquerda quer substituir Deus pelo "deus" estado, e por isso aplaude. Mas há muita gente que se recusa a colocar o estado nesse lugar. E com boas razões!

Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

terça-feira, 12 de maio de 2020

Desafios do acordo Mercosul-União Europeia - O Estado de S.Paulo

 Rubens Barbosa 


Além das incertezas vindas da Argentina, competitividade e meio ambiente estão em foco

Um fato novo complica o entendimento entre os países do Mercosul. Em abril a Argentina informou que não mais acompanharia Brasil, Paraguai e Uruguai nas negociações em curso do Mercosul com outros países, como Canadá, Cingapura, Coreia do Sul, Líbano e Índia. Mas manteria sua participação nos acordos, já concluídos e não assinados, com a União Europeia (UE) e com a Associação Europeia de Livre Comércio (Efta). Na semana passada o governo argentino voltou atrás, num confuso comunicado em que ressalta ter decidido manter-se nas negociações conjuntamente, mas sempre levando em conta as sensibilidades dos setores menos competitivos (industriais).

Embora querendo participar de todos os trabalhos e demandando a inclusão de cláusulas que resguardem os interesses argentinos futuros, Buenos Aires não se compromete com a conclusão das negociações em curso. O chanceler Felipe Solá diz favorecer um regime de dupla velocidade, em que a Argentina não fica fora dos acordos, mas quer ter a palavra final sobre como e quando passaria a fazer parte deles.

Até meados do ano, o acordo Mercosul-UE deve ser assinado. Como o governo argentino reagirá durante o processo de ratificação, se forem solicitadas modificações no texto do acordo, como foi no caso do tratado UE-Canadá? Nuestros hermanos querem um Mercosul à la carte, o que aumenta a incerteza para todos, pela insegurança jurídica na aplicação dos compromissos assumidos. Flexibilização, se houver, tem de ser para todos.

Além dessa incerteza, menciono duas questões do lado brasileiro para o acesso ao mercado europeu: competitividade e meio ambiente. Para aproveitar as preferências tarifárias, os produtos industriais deverão melhorar significativamente sua competitividade e passar a receber tratamento isonômico em relação ao produzido em outros países. Sem isso, apesar de a UE abrir seu mercado com tarifa zero de imediato para 75% de suas importações, será difícil competir no mercado europeu com produtos importados de outras áreas, como EUA, China e Coreia. A aprovação da reforma trabalhista e a da Previdência Social foram avanços importantes no caminho da modernização do Estado brasileiro. 

De modo a que o custo Brasil seja reduzido, é imperativo serem aprovadas a reforma tributária, a reforma do Estado e um amplo programa de desburocratização, simplificação e facilitação de negócios e de melhoria na logística (portos, estradas, ferrovias). Em paralelo, um eficiente programa de inovação das empresas e de políticas públicas ajudaria a modernizar a operação das companhias que produzem para o mercado doméstico e também exportam. Estudo recente da Fiesp, mostra que a indústria nacional, antes da pandemia, estava lenta na busca para alcançar o nível de 4.0 – 1,3% tinha investimento em 4.0 (em faturamento).

O segundo desafio são os compromissos na área de meio ambiente que o Brasil deverá cumprir. O capítulo de desenvolvimento sustentável, incluído no acordo, talvez seja o mais desafiador, em vista da atual política de meio ambiente e mudança de clima do governo brasileiro. A crescente força política dos partidos verdes nos Parlamentos dos países europeus poderá representar um obstáculo para a ratificação do acordo caso a atual política ambiental brasileira não se modifique, como exemplificado pela crise em relação ao Fundo Amazônico, que resultou na suspensão de recursos financeiros recebidos da Alemanha e da Noruega. Os compromissos assumidos pelos países-membros no tocante ao desenvolvimento sustentável estão incluídos em 18 artigos, que cobrem acordos relacionados a comércio e meio ambiente, comércio e biodiversidade, comércio e preservação de florestas, da ONU, além de regras da Organização Internacional do Trabalho, incluída a Resolução 169, que trata da exploração de terras indígenas.

O descumprimento dos dispositivos dos acordos poderá acarretar boicotes e mesmo restrição de importação de produtos agrícola do Mercosul. São mencionados explicitamente os principais acordos internacionais, como os derivados da Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, da Conferência Quadro da ONU sobre mudança do clima, da Convenção sobre Diversidade Biológica, da Convenção da ONU de Combate à Desertificação, do Acordo de Paris de 2015, de regras da OMC e resoluções de outros organismos internacionais. Além disso, por insistência da UE, foi aprovado o princípio da precaução, pelo qual o não cumprimento de acordos de meio ambiente, energia ou trabalho forçado ou infantil pode acarretar restrição à importação de determinado produto.

O mundo mudou e as preocupações com o meio ambiente, a mudança do clima, a preservação das florestas entraram definitivamente na agenda global. A falta de informação interna objetiva dos compromissos internacionais assumidos pelos diferentes governos nas últimas décadas e a crescente percepção externa negativa sobre as políticas ambientais criam uma incerteza adicional para o setor produtivo, em especial o do agronegócio.

Com o fim da covid-19, as questões ambientais vão ressurgir com toda a força e os governos do Mercosul não poderão ignorar essa agenda incluída no acordo com a União Europeia.

 Rubens BarbosaPresidente do IRICE - O Estado de S. Paulo