Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador arco e flecha. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador arco e flecha. Mostrar todas as postagens

sábado, 21 de setembro de 2019

Notícias da terra e da luta amazônica - por Míriam Leitão - por Míriam Leitão

O Globo

No dia em que o mundo parou para pedir por ações contra a mudança no clima, inúmeras batalhas continuaram sendo travadas em cada canto das florestas brasileiras. Falarei de uma ocorrida esta semana. Um grupo de oito homens se move no meio da noite de segunda para terça-feira para sair com três caminhões carregados de madeira tirada na Terra Arariboia, no Maranhão. Uma moto os acompanha. Estão bem perto da aldeia Três Passagens. Do meio do mato surgem indígenas guajajara que integram o grupo Guardiões da Floresta. Os madeireiros atiram em direção aos indígenas, e eles revidam com arco e flecha e espingardas. Ninguém se fere, felizmente, e os madeireiros fogem.

[um registro apenas  para informação: a Terra Arariboia mencionada acima, assim como dezenas de outras terras mencionadas na matéria, deixam a impressão que são terra pequenas, onde índios necessitados levam uma vida sofrida, de trabalho pesado e outros inconvenientes que afligem milhões de brasileiros que ganham salário-mínimo ou estão desempregados.
Nada disso, a Terra Arariboia tem 'apenas' 412 mil hectares - o que equivale a 412 mil campos de futebol, tamanho oficial - confirme no parágrafo final da matéria.
Quantos índios exploram a Terra Arariboia? No máximo, alguns poucos milhares. E essa abundância de terra é o tamanho comum a maior parte das reservas indígenas.
A cidade de São Paulo tem 152.100 hectares e uma população superior a 12.000.000 - dados do Google.]

Essas escaramuças acontecem em várias partes da Amazônia. O que há de comum em todos os eventos é a ausência do setor público. Ibama, Funai, Polícia Militar, Polícia Federal, todos os órgãos que poderiam se envolver para dar uma resposta a essa ação contínua, e cada vez mais agressiva, de tirar madeira da floresta ilegalmente estão ausentes. Em algumas tribos, os índios se organizaram em grupos de monitoramento da floresta e frequentemente se deparam com madeireiros. Naquela noite, lá na Terra Indígena (TI) Arariboia, os indígenas decidiram queimar os caminhões e a moto depois que os madeireiros foram embora. Eles sabem que adianta pouco avisar à polícia. No dia seguinte, os madeireiros voltaram e filmaram o que restou dos caminhões para circular nos grupos de WhatsApp da cidade de Amarante. Assim vai se alimentando o conflito.

Ontem mesmo, no dia em que milhões paravam no mundo pelo clima e pelo meio ambiente, um cacique Ka’apor, que está na TI Alto Turiaçu, também no Maranhão, pede socorro por WhatsApp para Antonio Wilson Guajajara, que é um dos guardiões da floresta e que está na Terra Caru. Avisa que perto do município de Zé Doca — o nome da cidade foi dado em homenagem a um grileiro — dentro da terra indígena foi localizado um acampamento de madeireiro.  As terras Caru, Awá e Alto Turiaçu são contíguas e ao lado da Reserva Biológica Gurupi, no Maranhão. A TI Arariboia fica mais ao sul, é cercada de inúmeros povoados e nela vivem 14 mil guajajara e alguns awá guajá isolados. Os awá guajá que vivem na Terra Caru, onde fiz reportagem em 2012, são definidos como de recente contato, mas existem integrantes dessa etnia que fogem de qualquer contato. São os isolados.

Nessas terras indígenas do Maranhão, os índios organizaram o grupo Guardiões da Floresta desde 2012.  A gente trabalha nessas quatro terras e também na do Rio Pindaré fazendo vigilância e passando informações para as autoridades. Além disso, as mulheres das aldeias fazem trabalho educativo nos povoados, em palestras e conversas de conscientização. São as guerreiras da floresta. Nunca houve um ato de violência, nenhuma morte felizmente — disse Antonio Wilson Guajajara.

Ontem no Alto Turiaçu, os indíos ka’apor fazendo a limpeza do limite da terra encontraram um grupo grande de invasores, e foi por isso que um líder pediu ajuda a Antonio Wilson que estava na terra Caru.  — Eu sei que é um momento delicado, mas vou assim mesmo. Não podemos recuar. Quero dialogar. Se a gente tivesse mais apoio seria melhor — disse o líder Guajajara.

A Terra Indígena Arariboia enfrentou em 2015/2016 um enorme incêndio que destruiu metade dos seus 412 mil hectares. Na época, foi possível ver os isolados se deslocando. Eles estão ficando cada vez mais expostos. E vulneráveis.  Carlos Travassos que foi chefe do setor de índios isolados da Funai conta que a TI Arariboia está sendo assediada por dois tipos de demanda. A de madeira de lei, que ataca o centro da terra onde estão os isolados, e a de madeira para fazer estacas para cercas das inúmeras fazendas da região.  — O primeiro é um mercado que está atrás de ipê, maçaranduba, sapucaia, copaiba, cumaru, tatajuba e os últimos cedros. O outro mercado é gigantesco porque tem um mundo de fazenda perto da TI. É pulverizado, porque um fazendeiro entra na terra, tira as madeiras e redistribui para outros. Os guardiões estão ativos, mas eles estão sozinhos. E as invasões estão atingindo em cheio os últimos locais das grandes árvores onde estão os awá guajá isolados — explica Carlos Travassos.
Assim, os índios por sua conta vão tentando defender a si mesmos e a floresta.

Blog da Míriam Leitão, com Alvaro Gribel, de São Paulo, em O Globo



quinta-feira, 4 de julho de 2019

A Era da Ciberpirataria


A tecnologia vem avançando rapidamente e nos proporciona uma impressionante gama de comodidades. Não dá para retroceder deste processo e os países evoluídos em tecnologia vão se tornando detentores de poder econômico, político e social nunca visto, desde que a criatura conseguiu ficar de pé, perdeu o rabo, usou as mãos e teve o cérebro aumentado com relação aos outros animais.

Cito como exemplo a China com sua espantosa aceleração tecnológica, perto da qual estamos na fase do arco e flecha. Como decorrência desse fenômeno a expansão tecnológica passa a marcar a diferença entre países ricos e pobres ou como se dizia antigamente, entre os desenvolvidos e subdesenvolvidos. E não serão riquezas naturais, força bélica, dimensão territorial que passarão a determinar o poderio de um país, mas o progresso de sua tecnologia no espaço real interligado ao ciberespaço.

Nesse admirável mundo novo tudo já está sendo modificado em termos de trabalho, profissão, meios de transporte, de comunicação, de duração da vida e muito mais. Inclusive, a Educação de que tanto se fala no Brasil deveria começar a dar às crianças e aos jovens não apenas bons conhecimentos das matérias básicas, mas também instruir as novas gerações nos domínios da Internet, nos programas avançados da computação, na robótica. Entretanto, tudo que é humano pode ser usado para o bem ou para o mal. Assim sendo, a intensificação da tecnologia pode ser empregada também para reduzir ou acabar com nossa liberdade e produzir um apavorante totalitarismo no qual o livre arbítrio chegará a zero. Algo a lembrar a obra “1984” de George Orwell.

A sociedade vigiada já está em curso e outro exemplo disso são hackers que chamo de ciberpiratas. Lembremos que no passado piratas eram bandidos que cruzavam os mares com o fito de assaltar e roubar o que havia em outras embarcações. Agora os ciberpiratas são bandidos que roubam dinheiro de contas bancárias, intimidades, documentos secretos o que coloca em risco a segurança de países e tudo mais que desejem tais gatunos, incluindo a honra e a dignidade alheias. Eles são peritos em chantagem, extorsão, distorção, deturpação e ninguém está imune a seus roubos. Portanto, são facínoras de pior espécie, criaturas da Darkweb e não existe hacker bonzinho, pois navegam nas águas da ilegalidade e da imoralidade.

No momento estamos presenciando o sórdido ataque do jornalista Glenn Greewald, que se abriga no site The IntercePT Brasil. Ele vem mostrando aos poucos pequenos trechos de supostas conversas particulares entre o então juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol. Executa sua ação ignóbil a conta-gotas para manter o escândalo e vai destilando veneno contra o agora ministro da Justiça e da Segurança Pública, homem raro da lei que levou à cabo a maior ação de nossa história contra corrupção. [só que o militonto do intercePT, com a capa que identifica os verdadeiros adeptos do 'jornalismo investigativo', deu com a cara no chão - o desinteresse pelas mentiras divulgadas é total;
 
aqui e acolá alguns jornais ou sites escrevem alguma coisa, sempre mostrando o descrédito do devoto do presidiário petista.
LULA CONTINUA PRESO.]

Glenn alega que obteve tais conversas de dois anos atrás por intermédio de um hacker. Portanto, de modo ilegal. Seria o próprio jornalista o hacker ou ciberpirata? Não dá para acreditar em nada que ele invente e o jornalista devia no mínimo já estar preso e posteriormente ser deportado para seu país, os Estados Unidos, onde sabem perfeitamente como lidar com bandidos dessa espécie. Numa inversão de valores o ministro Moro foi ao Senado onde por quase 10 horas teve que responder a ataques de certos senadores em cujas costas pensam vários processos.

A pergunta que não quer calar é:  a quem interessa a ação do hacker ou jornalista Glenn? A quem Glenn Greewald serve? Fácil resposta: a desmoralização de Moro é ao mesmo tempo um ataque à Lava Jato e consequentemente leva à soltura do presidiário Lula a Silva e de mais centenas de condenados da Lava Jato.

Dia 25, a Segunda Turma do Supremo se reuniu depois de muitos volteios sobre a conveniência ou não da data de tal reunião. Ao final de muito palavrório sobre soltar ou não o presidiário através de habeas corpus, com base na suspeição do então Juiz Moro no caso tríplex, o quinteto resolveu adiar seu pronunciamento sobre a matéria para depois do recesso de julho. Sinal de que não sabem o que fazer.

Dia 30, enquanto iam surgindo evidências das adulterações das tais conversas pinçadas pelo hacker e erros cometidos pela equipe jornalística do IntercePT relativos a nomes, lugares e datas, impressionantes multidões foram às ruas de todo país em defesa do ministro Sérgio Moro e da Lava Jato. Aguardemos se depois do recesso os guardiães da Constituição, ou seja, os ministros do Supremo irão a favor ou contra a Lava Jato, a corrupção, a bandidagem e a violação do artigo 154 do Código penal brasileiro. O resultado mostrará se somos minimamente civilizados ou se continuamos a viver na barbárie onde leis inexistem e os íntegros e cumpridores de seus deveres são punidos.
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga - mlucia@sercomtel.com.br
Por Maria Lucia Victor Barbosa
 

Artigo no Alerta Total - www.alertatotal.net
 
 

quarta-feira, 13 de março de 2019

Bolsonaro, os mortos que saem no xixi e bala ao lado da cama, não a Bíblia


O que o presidente Jair Bolsonaro tem a ver com a tragédia na escola de Suzano? Tudo! É claro que ele não pode ser responsabilizado pelo ato tresloucado de duas pessoas. Não se trata de responsabilização penal, mas de responsabilidade política. E, nesse caso, seu discurso está na raiz do problema. Não fosse assim, ele teria se manifestado de pronto. Mas com que cara? O que se tem, até agora, é só uma nota fria, que transforma os mortos em dados de burocracia. Fazer o quê? Pouco antes, o presidente havia afirmado, numa conversa com um grupo de jornalistas, que dorme com uma arma ao lado da cama, embora seja uma das pessoas mais bem protegidas do mundo. [a arma mais confiável é a que está ao nosso lado, em qualquer lugar - debaixo do travesseiro é um dos melhores, tem que estar ao alcance da mão e possibilitar o uso rápido.

Dois pontos precisam ser lembrados:
1 - a recente modificação no 'estatuto do desarmamento' - a primeira de muitas, esperamos que em breve seja simples e totalmente revogado - ocorreu há pouco mais de 30 dias.

Na tragédia em Suzano a arma mais moderna, um revólver .38, existe no Brasil há mais de 100 anos e pode ser encontrada facilmente - mesmo com o famigerado estatuto ainda em vigor.
As demais armas foram machados, arco e flecha, besta - algumas sequer podem ser classificadas como armas brancas - o que a torna de livre posse e porte;

2 - Bolsonaro desde a campanha defende a militarização das escolas e uma das formas já está sendo iniciada em Brasília - DF, com excelentes resultados.
Com a presença de policiais em escolas públicas, tragédias como a de Suzano não ocorrerão.
Os candidatos a atiradores serão abatidos ao primeiro embate. 

Da mesma forma, a tragédia ocorrida no Rio, em Realengo, em 2011, na qual um ex aluno matou vários estudantes e se suicidous também não se repetirá - apenas para registro tal tragédia, ocorreu quando Bolsonaro sequer pensava em ser presidente e ter como um de seus compromissos de campanha a revogação do estatuto que arma os bandidos e desarma as pessoas de bem.]


Manifestou-se assim o Palácio: "Mais uma vez, nosso país é abalado por uma grande tragédia. O Governo Federal manifesta seu profundo pesar com os fatos ocorridos na cidade de Suzano, em São Paulo, apresentando suas condolências e sinceros sentimentos às famílias das vítimas de tão desumana ação. Ao Estado de São Paulo, colocamos nosso total apoio para auxiliar na apuração dos fatos".

Sobre um sujeito que urina em outro, proselitismo vulgar; sobre o massacre numa escola, o silêncio. O tuíte do xixi tinha 177 toques sem espaço. A parte da nota planaltina que se refere aos mortos e seus familiares, 170. Desconto, nesse caso, o cabeçalho genérico e a oferta feita a São Paulo, o ente federativo, que não levou tiro. Um presidente é uma referência política, moral e cultural. O nosso poderia simbolizar, a exemplo de muitos mundo afora, a cultura da não-violência, da não-retaliação, da convivência entre divergentes e opostos. Mas ele faz justamente o contrário. Alguns massacram ex-colegas de escola. Outros massacram jornalistas com base em informações falsas. Nos dois casos, a perspectiva da eliminação do "outro" que me atrapalha, do "outro" que não segue a minha cartilha, do "outro" que quer o meu mal.

Aos jornalistas, o presidente disse que pretende também flexibilizar o porte de armas. E aí, sim, mora um grande perigo. Aquele decreto ampliando a posse, embora já irresponsável, não tem grande relevância na violência cotidiana. Já o caso da generalização da posse pode ter efeito explosivo. Estudos às pencas indicam que parte considerável dos eventos com armas tem motivação fútil. Segundo o Atlas da Violência, foram 62.517 homicídios no país em 2016; 71,7% praticados por intermédio de armas de fogo, como aquela que Bolsonaro disse, na conversa com os jornalistas, repousar em seu criado-mudo (espero que não seja debaixo do travesseiro) enquanto dorme.

Por que alguém rigidamente protegido pela Polícia Federal e por serviços especiais das Forças Armadas precisa dormir praticamente agarrado a uma arma? Desconfiança de que sua segurança tenha sido infiltrada por pessoas interessadas na sua morte? Nesse caso, convém contratar alguém para provar a comida, o cafezinho, os produtos de higiene pessoal… Nunca se sabe quando alguém pode meter Antrax no sabonete, não é mesmo? É evidente que não se sente inseguro. Ele estava apenas expressando, mais uma vez, a sua devoção às armas, o que vale como um convite e uma recomendação para ao restante dos brasileiros. Se ele, protegido por uma multidão armada até os dentes, precisa de um revólver para se sentir seguro, o que deveríamos fazer nós? [os que apesar de super protegidos, rigoroso e eficiente esquema de segurança, costumam dormir com uma arma ao alcande da mão são motivados, na maioria das vezes, pelo hábito.
Estar sem uma arma ao alcance da mão, deixa muitos com a sensação de que estão despidos.] O que deveriam fazer os milhões de brasileiros que moram em favelas, em barracos que nem de alvenaria são, sujeitos a balas perdidas?

Imaginem esses aglomerados urbanos armados até os dentes, com balas a atravessar paredes sem atritos, encontrando seu destino final na carne humana. Sim, é verdade!, eu estou falando de uma gente mais escura, não é?, que mora nesses locais. Segundo o Atlas da violência, 71,5% das vítimas de homicídio em 2016 eram negras ou pardas. A carne preta continua a ser a mais barata do mercado, como na música. Suas afirmações infelizes foram feitas pouco antes da tragé

dia de Suzano, o que demonstra que os fatos começam a perseguir as bobagens de Bolsonaro. Não há nada de místico nisso. É que tragédias, com efeito, acontecem. E elas perseguem com especial afinco aqueles que mais dizem tolices. Governistas outros disseram coisas odiosas, sim. Ainda voltarei ao assunto. Precisamos de lideranças políticas que desarmem pessoas e espíritos.

Bolsonaro faz o contrário. E, como se vê, tem mais a dizer sobre xixi do que sobre pessoas que morrem à bala. Ah, sim: a julgar pelo João 8:32 que o presidente vive citando, imaginei que ele dormisse ao lado da Bíblia. Mas há uma hierarquia, pelo visto. Primeiro vem a bala. Nem sempre a verdade liberta, não é mesmo?.

[apenas para registro: 

MST não tem personalidade jurídica;

PCC, CV e outras facções também não;

MST não tem sede estabelecida e publicamente conhecida;

PCC, CV e outras facções também não possuem endereço oficial.

Existe outras semelhanças. Mas, bastam as citadas para justificar a emissão de um Decreto pelo presidente da República proibindo que órgãos públicos dialoguem com bandidos.

O general Santos Cruz tem uma excelente resposta para os que defendem o diálogo do governo com quadrilhas de bandidos, entre elas o MST.]

 

 



Bolsonaro, os mortos que saem no xixi e bala ao lado da cama, não a Bíblia ... - Veja mais em https://reinaldoazevedo.blogosfera.uol.com.br/?cmpid=copiaecola
Bolsonaro, os mortos que saem no xixi e bala ao lado da cama, não a Bíblia ... - Veja mais em https://reinaldoazevedo.blogosfera.uol.com.br/?cmpid=copiaecola

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

O STF joga para a plateia

Os ministros da corte desconsideraram que a acusação feita contra Temer estava eivada de vícios de origem

Ao decidir, por dez votos a um, encaminhar para a Câmara dos Deputados a nova denúncia por obstrução de Justiça e organização criminosa contra Michel Temer, o Supremo Tribunal Federal (STF) resolveu jogar para a galera e atender às pressões para dar continuidade à sangria do governo Temer, iniciada de maneira fraudulenta. Os ministros desconsideram que a peça acusatória feita pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, desafeto do presidente, está baseada em grande parte na delação premiada do empresário Joesley Batista, repleta de erros e armações feitas pela própria PGR. 
TUDO OUTRA VEZ Ministros do STF resolveram encaminhar à Câmara nova denúncia contra Temer, um processo que pode fazer o País sangrar novamente (Crédito: LULA MARQUES/AGÊNCIA PT)

O STF não levou em consideração os vícios de origem do processo, dentre eles o de parte das acusações ser de episódios anteriores ao mandato do presidente. A validade da colaboração do dono da JBS, por sua vez, vem sendo questionada pela mesma procuradoria que a elaborou, depois de ter ficado demonstrado que o ex-procurador Marcello Miller auxiliou os empresários a montarem a farsa da delação. Como disse o ministro Gilmar Mendes, o único a votar pela suspensão da tramitação da ação contra Temer na Câmara, o ex-procurador denegriu a instituição: “As suspeitas contra Miller na delação da JBS levaram a pecha de corrupção à Procuradoria-Geral da República, que ela não merecia”. O processo agora transita em julgado mas ao retornar ao STF terá que ser revisto ou anulado. Uma saga inútil.

Derrapadas
Antes de resolver enviar a denúncia para a Câmara, os ministros do STF deveriam julgar primeiro se as provas da delação da JBS são válidas e se o acordo de colaboração será revisto. Os ministros preferiram acreditar que este não era o momento para discutir isso. Ora, e se o processo for para a Câmara e Temer eventualmente perder, com os parlamentares decidindo que ele tem que ser processado, mas logo em seguida se concluir que as provas da delação são imprestáveis? Um desgaste desnecessário, que acabará com a desmoralização não apenas dos parlamentares, mas do próprio Poder Judiciário. O pedido de autorização para se processar um presidente não pode ser feita com base numa denúncia vazia. Sobretudo quando o próprio ex-procurador-geral confessa ter errado feio no processo.


A oposição não tem os 342 votos para afastar Temer, mas o processo na Câmara atrasa a aprovação de reformas
Outro fundamento da denúncia não levou em consideração que um presidente não pode ser processado por fatos alheios ao mandato. E os crimes relatados na denúncia por organização criminosa, no chamado “quadrilhão do PMDB na Câmara”, no qual Temer foi indiciado, aconteceram antes dele tomar posse na Presidência em agosto do ano passado. As delações do doleiro Lúcio Funaro, as acusações de Eduardo Cunha e dos outros delatores criminosos, aconteceram quando Temer era vice-presidente. O equivoco dos ministros acontece num momento em que o PIB volta a crescer, com a inflação e juros em queda. Com mais este processo na Câmara, o País vai parar por pelo menos mais dois meses, à espera da decisão sobre o arquivamento da ação. Como a oposição não tem os 342 votos necessários para derrubar Temer, será mais uma perda de tempo, desta vez com o patrocínio do STF. [se a Corte Suprema, com plena ciência que a denúncia contra Temer - por abranger fatos anteriores ao seu mandato presidencial - não pode prosperar e mesmo assim a envia para a Câmara, sendo público e notório que o único resultado é o atraso das reformas tão necessárias para a recuperação da economia do Brasil, especialmente dos 13.000.000 de empregos extintos no governo Dilma, uma única conclusão é possível: os Poderes da República não estão funcionando e com isso a Lei, a Ordem, se esfarelam e cabe as FF AA intervirem da forma estabelecida na Constituição.
O CAOS está instalado e crescendo, só as Forças Armadas por iniciativa própria podem conter o desmonte do Estado brasileiro e de suas instituições.]

Por que não te calas?
 Rodrigo 'Enganot' e suas flechas bumerangue

Uma semana depois de aposentar o arco e a flecha, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot [mais conhecido em áreas e por práticas não republicanas  como Rodrigo 'Enganot'] continua falando pelos cotovelos. Janot concedeu entrevista ao jornal “Correio Braziliense”, na quarta-feira 20, dizendo que “há uma orquestração” para desconstruírem sua imagem, como forma de explicarem “malas voando” com dinheiro. “Nunca autorizei ninguém a receber mala e nem tenho amigo com R$ 51 milhões em apartamento”. Memória seletiva. Janot esquece convenientemente do preposto Marcelo Miller, destinatário de milhões provenientes da JBS, no que constituiu a armação mais descarada da história do MPF.

Fonte: Germano Oliveira - Revista IstoÉ