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sexta-feira, 24 de março de 2017

Roubo também é cultura

A hora é essa, procuradores! Comemorem os três anos da Lava Jato mergulhando fundo no BNDES 

O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo declarou à Lava Jato que caixa dois no Brasil “é cultural”. Se é para falar de cultura, cabe um adendo: o maior fenômeno cultural brasileiro hoje, disparado, é ainda haver integrantes do bando à solta e falando pelos cotovelos. Na Suíça, numa boa, Dilma Rousseff ridicularizou os brasileiros discursando em francês de padaria. A Interpol deve estar em greve.

O ridículo não está no vexame – que é a especialidade da casa. Os brasileiros foram ridicularizados, mais uma vez, pelo crime que compensa: esfolou o país e saiu pelo mundo contando história triste (às gargalhadas). No Brasil, Lula anunciou que vai “andar pelo país alertando [sobre] o que está em jogo”. Não se sabe o que está em jogo, fora a necessidade urgente de substituir o jatinho da Odebrecht. Procuradores celebram os três anos da Lava Jato, ostentando os números impressionantes da operação. Parabéns. Mas cumpre avisar: se não for até onde tem de ir, a Lava Jato vai morrer na praia.

Lula e Dilma à solta – inocentes e perseguidos – é a legitimação da narrativa: corrupção no Brasil é um problema “endêmico, disseminado, cultural etc.” – enfim, todos esses conceitos que irmanam filósofos bonzinhos e assaltantes partidários. E aliviam, delicadamente, os governos Lula e Dilma: os políticos sempre roubaram, a diferença é que agora foram pegos. Se não bastar, tem a sobremesa: Sergio Moro é fascista e odeia o PT. No cafezinho, a lista do companheiro Janot, que iguala todo mundo (e deveria ser encabeçada pelo próprio).


Pronto. Levanta, sacode a propina e dá a volta por cima (enredo 2018). Tríplex, Atibaia, OAS/Granero, Odebrecht/Instituto Lula, Pasadena/Cerveró, Bessias/Delcídio, Schahin/Bumlai, Vaccari/Focal – a torrente de escândalos dentro do escândalo parece telenovela: é preciso sempre um próximo capítulo para manter a audiência. É claro que se não fosse o trabalho incansável da bancada petista no Supremo, com o auxílio luxuoso do companheiro Janot e outros áulicos na órbita de Cardozo, o ministro cultural, Lula e Dilma já estariam em cana há muito tempo. Agora, o novo capítulo capaz de esquentar novamente a novela se chama BNDES.

Está mais do que evidente que o bilionário banco público foi usado, com pesado tráfico de influência palaciano, para irrigar o esquema. Lula inclusive é réu num dos casos envolvendo financiamento do BNDES a obras da Odebrecht no exterior. Mas eis que surge a denúncia de golpe: manobras políticas estariam barrando o trabalho dos integrantes do Tribunal de Contas da União responsáveis pela investigação das operações do banco. Com todo o respeito, isso é uma piada.

Não que o TCU não tenha competência para fazer esse trabalho. O órgão teve seu papel na identificação das pedaladas que embasaram o impeachment. Mas, sem tração política forte, o TCU é um barquinho de papel na tempestade. O relatório das pedaladas não naufragou porque, em dado momento, conseguiu-se levar os olhos do Brasil inteiro para dentro do Tribunal de Contas. Vamos falar sério: para quebrar a muralha de escândalos do BNDES, só a Lava Jato.

O banco está agora nas mãos respeitáveis de Maria Silvia Bastos Marques – que não está interessada em caça às bruxas, mas não obstruirá nenhuma ação que vise depurar a instituição. É uma presidente com espírito público mais do que comprovado numa carreira impecável. A hora é essa, prezados gladiadores da força-tarefa! Comemorem os três anos da Lava Jato mergulhando fundo no BNDES. As cifras voadoras ali prometem transformar o petrolão em esmola.

Até a cobertura de Lula que não é de Lula, em São Bernardo, já foi sequestrada pela Justiça
e não parece haver enredo podre que impeça o filho do Brasil de desfilar por aí como candidato a presidente. Enquanto o totem dos coitados profissionais não for derrubado, o caminho para 2018 estará aberto aos que vivem desse truque – incluindo Dilma e os genéricos (Marina, PSOL, Ciro Gomes, Requião e demais integrantes da grande Família Adams brasileira).


Adendo cultural: nos próximos anos, você vai ajudar a pagar uma dívida de R$ 200 bilhões só na conta de luz. Procure saber. O que você já sabe é que esse populismo coitado não precisa nem de crime para te roubar.

Fonte: Guilherme Fiuza - Época


 

 

terça-feira, 21 de junho de 2016

Brasil, um bebê molhado

Sérgio Moro, juiz de primeira instância, é mais respeitado do que dezenas de juízes e ministros de tribunais superiores

O americano Roger von Oech, escritor e fundador da Creative Think — empresa da Califórnia especializada em inovação —, costuma dizer que “só quem gosta de mudança é bebê molhado”. A frase curiosa enfatiza o espírito de resistência à mudança, que aumenta quando existem interesses pessoais, políticos e corporativos envolvidos.

O Brasil é um bom exemplo. Todos achavam absurda a esdrúxula quantidade de 39 ministérios que existia até maio. No entanto, quando a administração paquidérmica foi reduzida para 23 pastas, surgiram reclamações de vários segmentos. A Cultura, no grito, retomou o status ministerial, mas grupos relacionados à Reforma Agrária e à Ciência e Tecnologia continuam a protestar. Na verdade, a “reforma” foi realizada na marra, sem maiores estudos e explicações. A berraria, contudo, tem origem na ideia distorcida de que é imprescindível o status ministerial para a eficiência e prestígio do setor, o que é uma falácia.

 A Polícia Federal, por exemplo, está no terceiro escalão, mas é reconhecida como um órgão de Estado, o que não acontece com vários ministérios. No Judiciário, o juiz de primeira instância Sérgio Moro é mais respeitado do que dezenas de juízes e ministros que vagam por tribunais superiores ou pela Suprema Corte. Afinal, respeito não se impõe, se conquista...

Quanto às despesas públicas, era consenso que o governo precisava reduzi-las. De 2008 a 2015, a despesa cresceu 51% acima da inflação, enquanto a receita evoluiu apenas 14,5%. Dias antes de o governo encaminhar ao Congresso proposta de limitar o crescimento das despesas à inflação, porém, o que vimos foi um festival de aumentos salariais que irá elevar os gastos com pessoal em cerca de R$ 97 bilhões até 2019. O presidente Michel Temer, caminhando devagar com o andor porque o mandato ainda é de barro, embarcou no trem, mas recuou quando percebeu a péssima repercussão. Vale lembrar que o defensor do aumento do Judiciário junto ao Executivo foi o próprio ministro-presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que comanda o processo de impeachment de Dilma no Senado.

Em resumo, apesar do rombo de R$ 170 bilhões em 2016, dos 11 milhões de desempregados e do sufoco por que passa a maioria dos trabalhadores brasileiros, os funcionários públicos terão aumentos, com reflexos nas folhas de pagamento dos estados e municípios que já estão quebrados. O “pacote barnabé” incluiu ainda a criação de 14 mil cargos, que irão compor uma “reserva” e, segundo o governo, não serão preenchidos. Então, precisavam criá-los em pleno ajuste fiscal?

As empresas estatais são a Disneylândia dos corruptos, graças a muito dinheiro, muita ingerência política e pouquíssima transparência. As mais de cem empresas e sociedades de economia mista brasileiras movimentam por ano cerca de R$ 1,4 trilhão aproximadamente um PIB da Argentina — e estão no olho do furacão da Lava-Jato. No entanto, quando surge a intenção de moralizar a gestão, suas excelências, na Câmara dos Deputados, inserem no texto a possibilidade de dirigentes partidários ocuparem diretorias. É como colocar rato para tomar conta de queijo.

O pior, no entanto, está vindo devagarinho. Para 65% dos brasileiros, a corrupção é o principal problema do país (CNI/Ibope). Assim, é natural que 70,4% da população apoie a Lava Jato (Instituto Paraná). Apesar das estatísticas favoráveis à limpeza ética, conversas indecorosas de políticos e autoridades versam, exatamente, sobre como esvaziar a operação. Descaradamente, corruptos e prepostos discutem nas fitas gravadas como frear delações, nomear paus-mandados para barrar as investigações, soltar condenados, salvar empreiteiras corruptas via acordos de leniência e influenciar decisões de tribunais superiores. Se não bastasse, o presidente do Senado com oito inquéritos no STFameaça acatar pedido de impeachment contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que formula denúncias sobre os investigados com foro privilegiado.

Além disso, 14 senadores alguns citados nas delações assinaram documento pedindo ao CNJ abertura de processo disciplinar contra o juiz Sérgio Moro. Lula, por sua vez, quer puni-lo por “abuso de autoridade”. Na terra de Macunaíma, os investigados tentam julgar os que os estão investigando. Para culminar, o STF pode suspender a decisão que determinou a prisão dos condenados em segunda instância, o que será lamentável.  O Brasil anseia por mudanças. E não é só por estar molhado. Muito ainda irá surgir até a Lava-Jato trocar as fraldas deste país.

Por: Gil Castello Branco é economista e fundador da organização não-governamental Associação Contas Abertas 

gil@contasabertas.org.br

quinta-feira, 9 de junho de 2016

No Brasil alguns idiotas, apoiados por um deputado do PT, consideram barulho = cultura

Brasilienses se unem por projeto que prevê mudanças na Lei do Silêncio

Hoje haverá ato em frente ao Instituto Brasília Ambiental (Ibram), na 511 Norte

O segundo semestre de 2016 deve ser decisivo para a Lei do Silêncio. Segundo o deputado distrital Ricardo Vale (PT), o Projeto de Lei nº 445/2015, apresentado por ele e que propõe alterações nos limites definidos para os volumes máximos nas áreas externas do Distrito Federal (leia Diferenças), será votado após o recesso parlamentar no meio do ano. “Já acertei com a presidente da Casa, e o PL vai ao plenário. Não há mais o que ser discutido, seja com a Câmara, seja com a sociedade. Agora, é o momento de dar uma resposta”, explicou o parlamentar.

 A previsão ocorre no momento em que donos de bares e restaurantes, ao lado de produtores culturais da cidade, se unem novamente contra o que eles consideram um trabalho de perseguição à cultura brasiliense, comandada por dois órgãos fiscalizadores, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e a Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis). “A situação piorou neste ano. A aprovação (do PL) não acontece (na Câmara). Há, claramente, uma intenção por trás dessas ações, seja para conseguir mais dinheiro com as multas, seja para constranger o governo”, acredita Renato Fino, do Senhoritas Café, bar da 408 Norte multado duas vezes em cinco meses. [os donos de biroscas junto com desocupados que se intitulam produtores culturais querem permissão para fazer barulho, bagunça a pretexto que produzem cultura. Com certeza esse tipo de cultura é defecado.]
Entre janeiro e março, houve 102 autuações: 71 de advertência e 31 de multa. Entre os estabelecimentos notificados, 32 são bares e 13 são igrejas ou templos religiosos. Hoje, o carnavalesco Bloco Sem Lei  [o nome do Bloco já diz que é formado por elementos SEM LEI.] promete ato em frente ao Ibram, na 511 Norte, a partir das 16h. Com o argumento de que as limitações impostas pela regra reforçam a crise econômica no Distrito Federal, eles se mobilizarão “pelo fim do silenciamento”. [a crise economica do DF é resultado da política do governo petista que fez merda na economia e agora esse tal de Vale quer fazer merda no bem estar dos brasilienses.
Quer fazer barulho, arruma uma canoa, vai para o meio do lago e faça o barulho que quiser ou entre cerrado a dentro e vá fazer barulho na P.Q.P.
deputadozinho não fez porcaria nenhuma desde o inicio do seu mandato e agora quer fazer uma cagada geral na qualidade de vida dos brasilienses se aliando a donos de biroscas e vagabundos chamados de 'produtores culturais'.
Só no Brasil é que fazer merda é cultura?
Devemos ficar atentos e divulgar o nome dos deputados distritais - que são os da Câmara Legislativa do DF, também conhecida como CASA DO ESPANTO - que apoiarem o projeto do petista.]

Juliana Andrade, uma das organizadoras e ex-proprietária do Balaio Café, fechado em 2015, garante que a situação política atual tem reforçado uma seletividade nas ações de fiscalização. “Jamais vou pactuar com uma cidade silenciada e furtada em sua alma. Temos um cenário político de muitos retrocessos, mas isso nos encoraja e justifica que tenhamos força e voz”, defende. Para ela, é preciso focar na quantidade de empregos cortados com o fechamento de bares e restaurantes. “Criminalizar trabalhadoras e trabalhadores, criminalizar a cultura e não ter nenhuma medida de reparação é um ato nada democrático ou progressista, que fere a história do DF em sua alma vanguardista e moderna”, conclui Juliana.

Dilema
Para os empresários do setor, um dos problemas mais graves é que, agora, até mesmo bares sem música ao vivo recebem multas baseadas na Lei do Silêncio. “Estamos chegando ao absurdo de os fiscais esperarem que a gente peça para os clientes pararem de conversar. Quem vai a um restaurante, vai para interagir. Os limites da lei são impraticáveis em qualquer lugar do mundo”, garante o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/DF), Rodrigo Freire de Aragão. Um dos exemplos é o Beirute, um dos mais tradicionais da cidade. O proprietário, Francisco Emílio, afirma que a filial da Asa Norte foi notificada por causa da conversa alta. “Isso aconteceu no ano passado e já apresentamos a nossa defesa”, conta.
[a multa é por violação do silêncio, não importa se por um imbecil batendo em uma bateria,  ou por um idiota que fica gritando a meia noite em local inapropriado, ou o som alto em uma birosca ou em um carro - fez barulho tem que multar. É A LEI.]

Fonte: CB
 

 

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Enfim, temos governo

Duas boas notícias de Temer: há governo e o presidente fala a nossa língua. Mas elas não bastam..

Alvíssaras, brasileiros! Temos governo. Fazia muito tempo que administração não havia mais, pois, instalada no posto mais alto da República, com legitimidade garantida pela maioria dos votos válidos na eleição presidencial, Dilma Rousseff abusou de sua autoridade tentando forçar a própria permanência.
 
 Por determinação de 367 (71%) dos 513 deputados federais e de 55 (68%) dos 81 senadores, o vice Michel Temer tomou posse interinamente na Presidência e escolheu ministros que já começaram a tomar providências efetivas, anunciando a evidência de que, no mínimo, há uma gestão em marcha.

Com alívio, a Nação ouviu um chefe de governo que fala a língua de todos nós, o português cuidado com engenho e arte por Camões, Eça, Pessoa, Castro Alves e Machado. Pois é: nossa língua materna, em que os gerúndios têm dê, ou seja, andando, e não andano; os pronomes pessoais, mesmo nas formas coloquiais, devem ser usados corretamente (pra eu fazer, em vez de pra mim fazer); e adjetivos têm gênero, com mulheres falando obrigada, não obrigado, reservado apenas para emprego masculino. Ao discursar apresentando-se à Nação, Temer tratou as instituições e quem as ocupa em nome da cidadania com o devido respeito. E deu ao distinto público – escorchado por uma carga tributária indecente e afligido por crise moral, econômica e política como “nunca houve antes na História deste País” – esperança de que os cidadãos sejam tratados com decência. Não tendo de arcar com o ônus da desmoralização desta República desgovernada à matroca.

Dois dos ministros que assumiram autorizam a esperança de que, pelo menos, algo será feito para resgatar a fé e o respeito que o Brasil merece. Tendo presidido uma grande instituição financeira internacional e nosso Banco Central, com gestões que o fizeram gozar de boa fama nos mercados financeiros interno e externo, Henrique Meirelles, ex-tucano e várias vezes sugerido a Dilma por Lula para ocupar o lugar que assumiu, é o que se chama no turfe de pule de dez.

No Itamaraty, o senador José Serra (PSDB-SP) começou com o pé direito. Em plena turbulência causada pelo inconformismo dos derrotados no processo legal do impeachment, ele teve a serenidade e a ousadia de não deixar sem resposta a impertinente tentativa de intromissão em nossos assuntos internos feita por aliados bolivarianos no autoritarismo e no malogro econômico. Com sua tirania de 57 anos, que aprisiona adversários políticos e homossexuais, Cuba não tem autoridade para denunciar o tal “golpe jurídico-parlamentar”. Desde o golpe comunista do clã Castro, a ilha, sustentada antes pelo extinto império soviético e depois pela Venezuela, que não ampara mais ninguém, devia calar-se.
A dura nota do Itamaraty, repetindo o tom utilizado pelo ex-rei de Espanha Juan Carlos quando refutou a molecagem malcriada de Hugo Chávez – “por qué no te callas?” –, pôs em seu devido lugar o sucessor deste, Nicolás Maduro, e os aliados sul-americanos do Partido dos Trabalhadores (PT). Falta a Maduro um espelho no Palácio de Miraflores para ver a falência de sua gestão. E perceber que, tendo a Justiça a seus pés, não tem como criticar decisões do Supremo Tribunal Federal brasileiro. Pois este convalidou, com amplas maiorias e até unanimidade, o afastamento de sua comadre repetidas vezes, tornando lana caprina o uso de chicanas em sua defesa. Isso vale ainda para o boliviano Evo Morales, o equatoriano Rafael Correa e o uruguaio José Mujica que já não é presidente nem, ao que se saiba, fala por Tabaré Vázquez.

Atitude corajosa, similar à de Serra, foi tomada pelo ministro da Educação e Cultura, deputado Mendonça Filho (DEM-PE). Ele enfrentou e calou baderneiros que foram desmoralizá-lo e saíram do confronto derrotados por sua argumentação lógica, lúcida, respeitosa à democracia e que deveria ser imitada em enfrentamentos públicos do tipo.

Recriar o Ministério da Cultura (MinC) ou subordinar a secretaria à Presidência seria recuo que dificultaria ao governo adotar as providências necessárias para desmontar o deletério legado da desastrada gestão petista nesses 13 anos e quatro meses e meio. O MinC foi uma má iniciativa de José Sarney para pôr ao menos um amigo no Ministério, então só composto por indicações do titular morto, Tancredo Neves. Um de seus ministros foi o economista Celso Furtado. Mas a biografia impoluta do grande mestre foi maculada por seu injustificável apoio à censura ao filme Je vous Salue, Marie (Ave, Maria[), de Jean-Luc Godard, imposta ao então presidente pela devota mãe, dona Kiola.

À exceção de Ipojuca Pontes, que ousou extinguir a Embrafilme e por isso é hostilizado, Antonio Houaiss e Francisco Weffort, a pasta foi sempre usada para uma ação entre amigos, à nossa custa. Lula e Dilma a aparelharam para servir ao PT e à indústria fonográfica. E a usaram para tungar direitos de nossos autores e aumentar os lucros das multinacionais da cultura e de artistas nativos que se beneficiam da “bolsa show”, sob as bênçãos de Xangô e do Senhor do Bonfim. Enquanto as traças devoram a Biblioteca Nacional e os museus sob sua égide se tornam inaptos para visitas públicas.

A Cultura é um detalhe simbólico, mas também relevante, tendo em vista as dificuldades com imagem do presidente em exercício. Urge ao governo-tampão evitar que Dilma e seus asseclas completem o desmanche do País, sob os aplausos dos decadentes aliados subcontinentais. Para tanto basta que os senadores contra seu afastamento cheguem a 25 (um terço de 81), três a mais do que os obtidos na votação da abertura do processo.

Essa tarefa não é impossível, mas fácil também não é. Dois passos são exigidos: demitir não 4 mil, mas todos os comissionados que for possível, para que não sabotem a gestão; e fazer de tudo para pôr de novo as contas públicas nos eixos. Esta luta terá de ser travada com lisura e na guerra pela paz.
 

Fonte: José Nêumanne - O Estadão

 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

O Brasil precisa urgente de um novo IPES



O Brasil precisa de um novo IPES, congregando amplos setores da vida nacional em volta de um objetivo comum: a recuperação da sociedade brasileira, em todos seus aspectos, não só econômicos.

O Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) foi fundado em 1961 no Rio de Janeiro pelo coronel Golbery do Couto e Silva e um grupo de empresários anticomunistas, dispostos a readequar e a reformular o Estado brasileiro. Tinha por objetivo criar barreiras intelectuais contra a propagação das ideias marxistas durante o governo João Goulart. Promovia Estudos de Problemas Brasileiros para os governos militares pós-1964.

“No setor privado, destaca-se o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes), fundado em 1961. O Ipes é geralmente associado à conspiração para depor o presidente João Goulart, mas a sua contribuição foi relevante para as reformas. Na verdade, o Ipes apoiou uma série de estudos sobre problemas estruturais da economia de que participaram muitos especialistas, entre os quais Roberto Campos, Mário Henrique Simonsen e Delfim Netto” (Maílson da Nóbrega, in “Há esperança”, Veja no. 2459, 6/1/2016).

O IPES, o IBAD (1), a CAMDE (2) e as Forças Armadas formaram a base quadrangular decisiva para o desencadeamento da Contrarrevolução de 31 de março de 1964, contra Jango e sua política de implantar a “República Sindicalista” no Brasil. O IPES passou a existir oficialmente no dia 29/11/1961 (Jânio Quadros havia renunciado em agosto do mesmo ano). O lançamento do IPES foi recebido favoravelmente por diversos órgãos da imprensa, como o Jornal do Brasil, O Globo, O Correio da Manhã e Última Hora. Contou com a aprovação do Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Jayme de Barros Câmara.

Além do Rio e de São Paulo, o IPES rapidamente se expandiu até Porto Alegre, Santos, Belo Horizonte, Curitiba, Manaus e outros centros menores. O IPES foi formado pelo trabalho do empresário de origem americana, Gilbert Huber Jr., do empresário multinacional Antônio Gallotti, dos empresários Glycon de Paiva, José Garrido Torres, Augusto Trajano Azevedo Antunes, além de serviços especiais de oficiais da reserva, como o general Golbery do Couto e Silva. Sandra Cavalcanti era uma das mais famosas conferencistas do IPES.

As sementes do IPES (assim como do IBAD e do CONCLAP) (3) foram lançadas no final do governo JK, cujos excessos inflacionários geraram descontentamento entre os membros das classes produtoras do país, e durante a presidência de Jânio Quadros, em cujo zelo moralista eles depositaram grandes esperanças. O IPES produziu em torno de oito filmes, para alertar os desmandos do Governo Goulart, como a ameaça comunista; os cineastas eram Jean Mazon e Carlos Niemeyer. Escritores de peso do IPES foram Nélida Piñon, Rachel de Queiroz e José Rubem Fonseca, autor de Feliz Ano Novo. Segundo Fonseca, o “IPES buscava mobilizar a opinião pública no sentido do fortalecimento dos valores democráticos” (AUGUSTO, 2001). (4)

“Somente nas ações contra o regime, despendeu o equivalente a 100 milhões de dólares, fortuna bancada com doações de centenas de grandes e megaempresários brasileiros e estrangeiros. O número de corporações americanas que apoiaram financeiramente a entidade chegou a 297” (FIGUEIREDO, 2005: 107-8). (5)


Futuros ministros dos governos militares também foram membros do IPES: Antonio Delfim Netto, Roberto Campos, Mário Henrique Simonsen, Otávio Gouveia de Bulhões, Hélio Beltrão. O IPES teve o apoio também de Paulo Malta (Diário de Pernambuco), Pedro Dantas (pseudônimo de Prudente de Morais Neto), embaixador José Sette Câmara, embaixador e poeta Augusto Frederico Schmidt. Com apoio do IPES foi lançado o livro UNE - instrumento de subversão, em que “a estudante Sônia Seganfredo expunha a infiltração comunista no meio universitário” (ORVIL, pg. 158).

O IPES participou também de operações internacionais, que ajudaram a derrubada de Salvador Allende, no Chile, e do general Juan Torres, na Bolívia (em agosto de 1971, o general Hugo Banzer tomou o poder). Entidades congêneres do “Complexo IPES/IBAD”:

1) México: Centro de Estudios Monetarios Latinoamericanos - CEMLA; Centro Nacional de Estudios Sociales - CNES; Instituto de Investigaciones Sociales y Económicas - IISE;

2) Guatemala: Centro de Estudios Económico-Sociales - CEES;

3) Colômbia: Centro de Estudios y Acción Social - CEAS;

4) Equador: Centro de Estudios y Reformas Económico-Sociales - CERES;

5) Chile: Instituto Privado de Investigaciones Económico-Sociales - IPIES;

6) Brasil: Sociedade de Estudos Interamericanos - SEI; Fundação Aliança para o Progresso;

7) Argentina: Foro de la Libre Empresa; Acción Coordinadora de las Instituciones Empresariales Libres.

“Em 64, quando Castelo Branco organizou o Governo, a maioria dos cargos foi entregue a quem tinha ensinado ou feito cursinho no IPES. A começar por Golbery e Roberto Campos” (Sebastião Nery, in “Os filhos de 64”, Jornal Popular, Belém, PA, 6/10/1995).

Hoje, é urgente que surja um novo IPES e entidades congêneres no Brasil. 
Depois de 13 anos de governo do PT, que arrasou completamente a economia brasileira, não se vê nenhum movimento semelhante ao IPES para tirar o Brasil dessa encalacrada. Os grandes empresários foram cooptados pelo governo, a exemplo dos “campeões nacionais”, como Eike Batista, o dono da Friboi e os grandes empreiteiros (muitos dos quais passam uma temporada no “Hotel Moro”, em Curitiba), às custas de endividamento público trilionário, via BNDES. As instituições estão aparelhadas pela esquerda, como a CNBB (“braço religioso” do PT ateu), a CUT (braço sindical do PT), a UNE (braço estudantil do PT), o MST (as falanges do PT, junto com MTST e black blocs de várias tendências radicais – além dos agentes cubanos fantasiados de médicos do programa Mais Médicos). A classe intelectual, jornalística e artística, em sua maioria, apoia incondicionalmente o PT, por mais escândalos que surjam todos os dias. Assim, com a cooptação desses setores em torno da ideologia esquerdista, como será possível surgir um novo IPES? 

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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Você acha a Indonésia um exemplo para o Brasil porque executou um traficante? Pense de novo {e vai concordar que lá pelo menos os traficantes se fodem

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Sabe o que eu achei mais engraçado nessas discussões que rolaram com pessoas se colocando como verdadeiros ~especialistas~ em Indonésia no caso do brasileiro executado por tráfico de drogas? O aplauso à correção e ao cumprimento das leis naquele país. Eu morei na Indonésia, e o pouco que eu sei e aprendi por lá é suficiente para achar essa ideia absurda.
“A Indonésia sim que é um modelo de correção e cumprimento às leis. Lá os criminosos não ficam impunes.” ─ Frase repetida milhares de vezes nos últimos dias por conta do fuzilamento de Marcelo Archer.
É mesmo?
[na Indonésia da mesma forma que na maior parte dos países do mundo existem vários tipos de crimes e muitos ainda permanecem impunes.
Mas, pelo menos até os favoráveis ao tráfico de drogas - ou seja, os que são contra a pena de morte para traficantes - concordarão que a vida para aqueles famigerados criminosos não está fácil e ficará mais dificil com esse oportuno incremento que o o presidente Joko está dando para acelerar as execuções.
Esse exemplo deveria ser seguido pelo Brasil e demais países do mundo: PENA DE MORTE para autores de crimes hediondos, incluindo tráfico de drogas de qualquer quantidade igual ou superior a 200g ou equivalente;
PRISÃO PERPÉTUA para os que portassem  acima de 50 g e abaixo de 200g, ou equivalente;
PRISÃO COM TRABALHOS FORÇADOS, por no mínimo cinco anos, para o usuário flagrado com qualquer quantidade.]
Em uma das minhas entradas no país tive que dar meu telefone para o agente da imigração, que ameaçou retê-lo caso eu não liberasse o número. Vários amigos tiveram bolsas abertas na salinha da imigração. “Ah, brasileiro? Meu filho adora futebol. Vai gostar muito dessa camiseta do Ronaldo”. Pegavam, numa boa, e saíam fora. São muitas as histórias.
A corrupção é tão institucionalizada que, quando tu tá por lá, tu enxerga ela todos os dias. Todos. Diversas vezes me aconselharam a sair de casa com uma quantia mais significativa de dinheiro para “caso a polícia encrencar contigo”. E aí tem gente aplaudindo a Indonésia como um país - que cumpre as leis e mostra como é que é quando alguém não as cumpre.
Tentei muito sem sucesso expor esse ponto de vista em uma discussão nesse fim de semana. A lei sobreposta à vida dessa forma, sem questionamento, sem crítica, soberana apenas por ser lei acaba legitimando qualquer loucura — desde que seja proveniente de um legislador. “É lei”. Sim, é lei e é ótimo que as leis sejam cumpridas, mas tem tanta coisa ruim que se pode fazer dentro da lei…  Me disseram, também, que “as leis de um país refletem a cultura daquele país e a vontade das pessoas”.
Caso tenha disposição para ler a íntegra, clique aqui
 Publicado por Ana Becker em Medium