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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Você acha a Indonésia um exemplo para o Brasil porque executou um traficante? Pense de novo {e vai concordar que lá pelo menos os traficantes se fodem

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Sabe o que eu achei mais engraçado nessas discussões que rolaram com pessoas se colocando como verdadeiros ~especialistas~ em Indonésia no caso do brasileiro executado por tráfico de drogas? O aplauso à correção e ao cumprimento das leis naquele país. Eu morei na Indonésia, e o pouco que eu sei e aprendi por lá é suficiente para achar essa ideia absurda.
“A Indonésia sim que é um modelo de correção e cumprimento às leis. Lá os criminosos não ficam impunes.” ─ Frase repetida milhares de vezes nos últimos dias por conta do fuzilamento de Marcelo Archer.
É mesmo?
[na Indonésia da mesma forma que na maior parte dos países do mundo existem vários tipos de crimes e muitos ainda permanecem impunes.
Mas, pelo menos até os favoráveis ao tráfico de drogas - ou seja, os que são contra a pena de morte para traficantes - concordarão que a vida para aqueles famigerados criminosos não está fácil e ficará mais dificil com esse oportuno incremento que o o presidente Joko está dando para acelerar as execuções.
Esse exemplo deveria ser seguido pelo Brasil e demais países do mundo: PENA DE MORTE para autores de crimes hediondos, incluindo tráfico de drogas de qualquer quantidade igual ou superior a 200g ou equivalente;
PRISÃO PERPÉTUA para os que portassem  acima de 50 g e abaixo de 200g, ou equivalente;
PRISÃO COM TRABALHOS FORÇADOS, por no mínimo cinco anos, para o usuário flagrado com qualquer quantidade.]
Em uma das minhas entradas no país tive que dar meu telefone para o agente da imigração, que ameaçou retê-lo caso eu não liberasse o número. Vários amigos tiveram bolsas abertas na salinha da imigração. “Ah, brasileiro? Meu filho adora futebol. Vai gostar muito dessa camiseta do Ronaldo”. Pegavam, numa boa, e saíam fora. São muitas as histórias.
A corrupção é tão institucionalizada que, quando tu tá por lá, tu enxerga ela todos os dias. Todos. Diversas vezes me aconselharam a sair de casa com uma quantia mais significativa de dinheiro para “caso a polícia encrencar contigo”. E aí tem gente aplaudindo a Indonésia como um país - que cumpre as leis e mostra como é que é quando alguém não as cumpre.
Tentei muito sem sucesso expor esse ponto de vista em uma discussão nesse fim de semana. A lei sobreposta à vida dessa forma, sem questionamento, sem crítica, soberana apenas por ser lei acaba legitimando qualquer loucura — desde que seja proveniente de um legislador. “É lei”. Sim, é lei e é ótimo que as leis sejam cumpridas, mas tem tanta coisa ruim que se pode fazer dentro da lei…  Me disseram, também, que “as leis de um país refletem a cultura daquele país e a vontade das pessoas”.
Caso tenha disposição para ler a íntegra, clique aqui
 Publicado por Ana Becker em Medium
 

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