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quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Nunca vi uma campanha tão animada nem uma escolha tão fácil

Alexandre Garcia

Afinal, os dois submetidos ao julgamento das urnas são bem conhecidos. O que os dois fizeram e deixaram de fazer é conhecido por todos. De nenhum eleitor será aceita a desculpa de "eu não sabia"

No próximo domingo, as urnas nos esperam, para decidirmos nosso próprio futuro e de nossos filhos e netos.  
Vamos dar procuração para outros brasileiros agirem em nosso nome, fazendo e mudando leis, administrando o dinheiro de nossos impostos. 
Não é o único momento em que o poder emana do povo, mas é o mais importante, porque formaliza a outorga do poder. 
Votei pela primeira vez em 3 de outubro de 1960. 
Meu eleito, Jânio Quadros, renunciou no ano seguinte, criando uma crise que nos tirou o voto direto para presidente. 
De Castello a Tancredo-Sarney, seis presidentes foram eleitos pelo Congresso
Quando voltou a eleição direta para presidente, em 1989, a polarização Lula x Collor no segundo turno foi semelhante à de hoje, com ânimos à flor da pele, esquerda e direita se digladiando. Eu cobri aquela campanha, mediei o debate final entre os dois, comentei várias vezes o Ibope, transmiti os resultados — mas não lembro dos nomes dos ministros do Tribunal Eleitoral nem dos juízes do Supremo daquela época. 
Naquele tempo, esses tribunais agiam com discrição, sem intromissão ou ativismo.

Collor ganhou e depois sofreu impeachment. No Supremo, foi inocentado sob a constatação de que notícia de jornal não é prova. Assumiu o vice Itamar, que nos deu o real e o fim da hiperinflação.

Depois, vieram eleições presidenciais com disputas entre PSDB e PT, entre mais esquerda e menos esquerda. Após o desastre da corrupção e apropriação do Estado, apareceu Bolsonaro, despertando uma maioria que o elegeu em 2018. Naquele ano, houve polarização direita x esquerda, mas atenuada porque Lula estava cumprindo pena.

Condenações anuladas e liberado para ser candidato, pelo voto de juízes que hoje comandam o TSE, Lula voltou à cena, e a campanha ficou acirrada, embora ele não tenha se exposto às ruas. Agora, faltam cinco dias para ser julgado pelos eleitores.

Os dois candidatos acham que vencem no 1º turno; um olha para as pesquisas e outro olha para as ruas. Como nunca houve tanta pesquisa, elas foram tão noticiadas quanto a movimentação dos candidatos. Vai ser um teste definitivo das pesquisas, que erraram feio na última eleição presidencial.

Nunca vi uma campanha tão animada nem uma escolha tão fácil. Afinal, os dois submetidos ao julgamento das urnas são bem conhecidos. Lula foi presidente por oito anos e comandou o PT que governou seis anos depois dele. Uma exposição de 14 anos no governo. Bolsonaro, no próximo domingo, terá três anos e nove meses de Presidência. O que os dois fizeram e deixaram de fazer é conhecido por todos. De nenhum eleitor será aceita a desculpa de "eu não sabia".

No último dia 22, entrou a primavera, estação das flores, da renovação da vida. Vamos votar em plena primavera. 
Que tudo que ela simboliza nos inspire a contribuir para que se espalhe uma longa primavera sobre todos nós, brasileiros, até nossos bisnetos.

 Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense

 

quinta-feira, 1 de julho de 2021

A cumplicidade da Justiça Eleitoral no estelionato das pesquisas - Sérgio Alves de Oliveira

O  grande ideólogo da esquerda  no Brasil, o (ex)-criminoso José Dirceu, [ ex? os crimes permanecem e foram cometidos por ele e nem o Supremo chegou ao extremo de apagar tais crimes. 
O recurso usado a favor do criminoso Lula, também não foram apagados, apenas prevaleceu um entendimento que se os crimes cometidos na jurisdição de uma Vara, não podem ser condenados em outra, ensejando anulação da condenação proferida na vara errada e devendo se procurar a vara certa. 
Agora quando, e se, a vara certa julgará... só DEUS sabe. ] livrado das grades e de todos os seus crimes pela corporação de  togados do Supremo Tribunal Federal, certamente falou com conhecimento de causa quando ousou propor que a esquerda não deveria se preocupar em vencer eleições, porém deveria  objetivar a ”tomada do poder”.

Quando fez essa afirmação,com toda a segurança, certamente José Dirceu sabia da enorme “poupança” acumulada pela esquerda através da roubalheira que patrocinou durante os longos anos em que esteve à frente do governo, desde 1985, com a posse de José Sarney, e mais intensivamente após 2003, a partir da posse de Lula da Silva,que se manteve até o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016.                                                                           

E esse “poupança”, retirada dos 10 trilhões de reais que foram roubados do erário federal,como bem disse José Dirceu, certamente seria suficiente não só para garantir a “tomada do poder”, porém até para eleger um “porco” qualquer, com mais chances ainda  se despejasse esse dinheiro da “poupança”  roubada para eleger um carismático “encantador de burros”,que à exemplo do ideólogo petista,também foi liberado dos seus crimes pelo STF para poder  concorrer à Presidência da República.

Pois essa ”poupança” está de fato servindo para comprar, as milionárias pesquisas eleitorais mais recentes, que estão apontando estrondosa vantagem à candidatura presidencial de Lula da Silva, contra a candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro.  O que estão preparando, portanto, não é nenhuma eleição (legítima), porém a “tomada do poder”, em outubro de 2022.

Apesar dos congressistas jamais terem aprovado  o “crime eleitoral”,seja no Código Penal, seja no Eleitoral, ou em qualquer outra  lei avulsa, a verdade é que essa manipulação das pesquisas eleitorais que andam por aí, desde logo “elegendo” o  Lula, não só se configuram em flagrante campanha eleitoral antecipada, contrária à lei, porque INDUZ o eleitor fraco de mente a optar pelo virtual “vencedor”, para eventualmente poder tirar mais tarde alguma vantagem pessoal do seu voto. E essa é uma infeliz “vocação” dos pobres de espírito,que tendem invariavelmente a acompanhar o “vencedor”.

E pode ser decisiva numa eleição, uma vez que o voto dos eleitores politizados têm o mesmo peso dos “outros”. E se nos reportarmos a Nelson Rodrigues, essa é uma ameaça real:(1)”A maior desgraça da democracia é que ela traz à tona a força numérica dos idiotas,que são a maioria da humanidade” ; e (2) “Os idiotas vão tomar conta do mundo,não pela capacidade,mas pela quantidade.Eles são muitos”. [aproveitando o 'gancho' do ilustre articulista citar o 'eleitor fraco de mente' e a maior desgraça da democracia = a de estar sujeita à força numérica dos idiotas =  citamos o resultado da maioria esmagadora dos eleitores do DF possuírem dedos podres: além de eleger um Ibaneis, levar o azarado Rollemberg a um segundo turno, ainda produzem uma aberração do tipo instalado na Câmara Legislativo do DF - CLDF (essa sigla...). 
Aos vários exemplos que  saltam aos olhos, se soma o expelido por um deputado distrital - não gravamos seu nome, por não valer  a pena - que apresentou projeto para instalação de dezenas de bicicletas estacionárias na Penitenciária  da Papuda, ligadas  a geradores de energia elétrica, os presos ficariam por determinado tempo diário pedalando e a energia gerada seria usada naquela Penitenciária e eventuais excessos em outras áreas = computando a produção do preso,  a um número de dias de pedalada, haveria uma remissão da pena.
Além da bizarrice da proposta do deputado, um autêntico 'gênio da lâmpada' , a proposta exigiria que o Código Penal e a Lei de Execução Penal - leis federais - fossem modificadas - e a despesa com aquisição das 'bikes' seria mais uma fonte de corrupção e outras mazelas.
Para variar, uma distrital petista preocupada com os direitos dos manos presos  - cadeia é um tema que  preocupa a maioria dos políticos petistas, já que correm risco permanente de prisão - é contra a proposta,  entende se tratar de um recurso que pode ser usado para torturar os manos.]

Sem dúvida a omissão da Justiça Eleitoral, principalmente do TSE, em permitir essa campanha eleitoral antecipada, pela via obscura das pesquisas eleitorais,caracteriza flagrante CRIME DE ESTELIONATO, previsto com todas as letras no artigo 171 do Código Penal Brasileiro: “Art.171: “Obter para si OU PARA OUTREM,vantagem ilícita,em prejuízo alheio,mediante artifício,ARDIL,ou qualquer outro meio fraudulento”-Pena: reclusão,de um a cinco anos,e multa....”.                                        

E não é preciso ser nenhum “douto” em direito, “Supremo Ministro”, juiz, ou qualquer outro operador do direito, para que se perceba  desde logo a clareza solar da definição do crime de estelionato do artigo 171 do Código Penal,e  que a OMISSÃO do TSE em impedir  essas pesquisas eleitorais, principalmente com antecipação ao período pré-eleitoral da propaganda permitida, e que são feitas pelos respectivos institutos de pesquisa, FINANCIADAS pelos interessados, também configuram CRIME, não por ação, mas por OMISSÃO criminosa. Juiz ou ministro têm permissão para cometer  crime? [nunca se sabe; afinal, se um deles cometer um crime e efetuar uma interpretação criativa de legislação dizendo que aquele ato específico não é crime, os inconformados com a interpretação a QUEM RECORRERÃO? Sentença condenando o criminoso Lula, confirmada em várias instâncias, por dezenas de juízes, foi anulada, apenas por a denúncia ter sido apresentada na vara errada.]

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo


segunda-feira, 31 de maio de 2021

Por que as pesquisas erram tanto - Revista Oeste

Entenda as razões pelas quais o trabalho dos institutos que aferem tendências da opinião pública exibe cada vez mais inconsistências 

De tempos em tempos, e com intervalos cada vez mais curtos à medida que o calendário eleitoral se aproxima, a história se repete: os institutos de pesquisa colocam na praça levantamentos que, mais tarde, não conferem com o resultado das urnas. Nas últimas semanas, um novo fenômeno saltou aos olhos do brasileiro, seja ele o ainda adepto do #fiqueemcasa ou aquele que perdeu o medo de voltar às ruas. Em 30 dias, ao menos cinco levantamentos sobre a corrida presidencial do próximo ano apresentaram números diferentes — em alguns casos, com disparidade gritante.

Foto: Shutterstock

Antes de mais nada, é importante pontuar que o xadrez político para 2022 embaraça os institutos de pesquisa já na largada: como elaborar um cenário que agrade às redações do consórcio da mídia mainstream, no qual a tão desejada “terceira via” tenha musculatura para enfrentar o ex-presidente Lula e o atual, Jair Bolsonaro? E como achar esse nome sem que ele exista somente na prancheta do entrevistador — ou seja, muito além da cabeça do eleitor? É ali que começa a confusão. Nessa hora, alguém cita um governador que dá sinais de não ter votos sequer para buscar a reeleição, aparecem apresentadores de televisão, youtubers e políticos que só o editor da própria manchete conhece — como o “Joe Biden brasileiro” ou o onipresente ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro, que não quer nada com isso. Ao final, o que sobra é Ciro Gomes (PDT), sempre com menos porcentual de intenções de voto do que “os que não sabiam ou não responderam” ao questionário.

Recentemente, o instituto Paraná Pesquisas fez um comparativo entre os resultados de cinco sondagens para a eleição presidencial — uma delas, feita por eles. O resultado está abaixo. Colocadas numa régua, as intenções de voto de Lula nas cinco empresas variam de 29 a 41 pontos, e as de Bolsonaro, de 23 a 37 pontos.

Não por acaso, foi justamente a mais barulhenta delas a que rende manchetes até agora para a turma “meio intelectual, meio de esquerda”. Segundo o Datafolha, Lula teria hoje 41% das intenções de voto, ante 23% de Bolsonaro. No segundo turno, seria uma “barbada”: 55% a 32%. O leitor mais cético poderia se lembrar que na noite de 28 de setembro de 2018, dez dias antes da eleição, o mesmo instituto informou, em pesquisa encomendada pelo jornal Folha de S.Paulo e pela TV Globo, que Bolsonaro perderia para o petista Fernando Haddad em eventual segundo turno (45% a 39%). No mesmo dia, o portal UOL estampou a seguinte manchete: “Datafolha: Bolsonaro perde em todos os cenários de 2º turno; Ciro vence Haddad”.

Segundo o Datafolha, neste 2021, depois de passar muito tempo procurando pessoas pelo telefone na pandemia, seu time foi a campo nos dias 11 e 12 de maio. Fizeram-se 2.071 entrevistas com potenciais eleitores (acima de 16 anos) em 146 cidades. O que se sabe sobre quem respondeu é o seguinte: “As entrevistas foram realizadas mediante aplicação de questionário estruturado, com cerca de 25 minutos de duração. A checagem cobriu, no mínimo, 20% do material de cada entrevistador”.

Linha de produção
O questionário dessas sondagens, principalmente as telefônicas, é intrigante por si só porque, antes do ano eleitoral, ninguém tem acesso à estratificação dos dados. A legislação só reza sobre os levantamentos realizados dentro do calendário eleitoral — conforme o artigo 33 da Lei nº 9.504/1997 e as resoluções sempre atualizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na véspera do pleito. Questionar o estrato de uma pesquisa, portanto, torna-se tarefa hercúlea: quem foram os 2.000 eleitores ouvidos durante a pandemia, aliás, por telefone ou on-line —, onde e como eles foram localizados? 
Quantas perguntas foram feitas e em que ordem elas foram respondidas? Qual era o enunciado da questão? Se há algo possível de afirmar para além da ciência estatística, é que nessas dúvidas podem estar muitas respostas.
Na última terça-feira, 25, a reportagem de Oeste testou (fora de qualquer campo oficial de pesquisa) uma dessas abordagens telefônicas robotizadas feitas em maio para entender como elas funcionam. O diretor da empresa pediu sigilo da fonte. Não é nada muito diferente, leitor, de uma tentativa de conversar com o atendente virtual de uma TV por assinatura ou da bandeira do seu cartão de crédito: “Se você aprova o governo Bolsonaro, disque 1”; “Se você é do sexo masculino, disque 1; feminino, disque 2; se não quer declarar seu sexo, disque 3”; e por aí vai, com perguntas que misturam cenários eleitorais com avaliações sobre a gestão pública na área de saúde, o nível de satisfação com o atual presidente e o desempenho da CPI da Covid no Senado. Ao término, resta uma dúvida: quem é o cidadão que fica 25 minutos teclando no aparelho celular para responder a uma pesquisa dessas
Mais: qual o grau de confiabilidade que se tem sobre quem está do outro lado da linha respondendo à enquete?

Outro detalhe deve ser destacado: a guerra de preços das pesquisas in loco durante a pandemia foi voraz. Para levar uma equipe de profissionais confiável a campo, um instituto tradicional cobrava, antes da crise do coronavírus, até R$ 200 mil de uma emissora ou editora, valor muitas vezes compartilhado entre elas — como sempre fazem as TVs e os jornais/portais de notícia. Mas uma sondagem telefônica como a citada acima custa, em média, R$ 0,10 para cada ligação, no máximo, conforme a operadora. Ficou mais barato pesquisar na pandemia.

O questionário do Vox Populi, feito de 12 a 16 de maio em 116 municípios, com 40 telas em PowerPoint, também é autoexplicativo. Oeste apresenta parte das perguntas formuladas:

1) Como você se sente hoje em relação ao Brasil? Está satisfeito ou não?
2) Qual é o melhor presidente que o Brasil já teve?
3) Qual é o pior presidente que o Brasil já teve?
4) Embora as eleições para presidente ainda estejam longe… Se a eleição fosse hoje, em quem você votaria?

Esse roteiro já bastaria, mas piora ao longo do percurso. Seguem outras perguntas:

•   “Quando Bolsonaro foi eleito, muitas pessoas achavam que ele era um cara diferente, que ia mudar a política e fazer um governo mais próximo das pessoas comuns. Hoje, dois anos e meio depois, você acha que Bolsonaro é o que ele dizia ser, ou não?”

• “O Brasil é o segundo país do mundo com mais mortes pelo coronavírus. Na sua opinião, quanto Bolsonaro é responsável pelas mortes por coronavírus no Brasil?”

Outra:
•  “Pelo que você viu ou ficou sabendo, você acha que Lula e o PT foram perseguidos nos últimos anos, com o impeachment da Dilma e a prisão de Lula, ou não houve uma perseguição contra eles, foram tratados da mesma maneira que outras lideranças políticas e partidos?”

Em setembro do ano passado, uma reportagem intitulada “Alerta: Pesquisas à vista”, da jornalista Selma Santa Cruz, publicada na Edição 24 da Revista Oeste, dizia: “Apesar de todo o vigor exibido em campanhas contra as chamadas fake news, a ponto de se aplaudirem medidas de censura, infelizmente ainda não se vê por aqui nenhuma mobilização para combater as fake polls. Caberá aos eleitores ficar alertas para não serem manipulados inadvertidamente”.

Na era da patrulha das agências checadoras de informações alheias a serviço das redações, fica uma sugestão: as pesquisas deveriam ser verificadas com lupa e, se os números não batessem com os fatos (mobilizações nas ruas em plena pandemia, por exemplo), poderiam ser devidamente rotuladas com a tarja que elas tanto gostam de colar: fake.

Silvio Navarro - Revista Oeste


sábado, 30 de janeiro de 2021

Bolsonaro lidera em todos os cenários na corrida presidencial para 2022

Presidente oscila negativamente em relação a dezembro, mas tem índices superiores a 30% em três simulações de primeiro turno feitas pelo Paraná Pesquisas

[mantemos o nosso entendimento que ainda é cedo para pesquisas, especialmente quando se trata do presidente Bolsonaro, que tem muito espaço para crescer -  as condições adversas que no momento atrapalham seu crescimento, serão em breve neutralizadas, superadas. Haverá um interesse maior que contemple:  ele será reeleito no primeiro turno? ou será necessário o segundo?]

O presidente Jair Bolsonaro lidera com índices superiores a 30% das intenções de voto os três cenários de primeiro turno para a eleição presidencial de 2022 projetados em levantamento exclusivo feito pelo instituto Paraná Pesquisas entre os dias 22 e 26 de janeiro.

Embora o presidente tenha oscilado negativamente em relação à sondagem feita em dezembro, ele ainda segue líder fora da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Foi a primeira pesquisa feito pelo instituto após o fim do pagamento do auxílio emergencial e a primeira após o início da vacinação, dois temas que tinham potencial para desgastar Bolsonaro.

No cenário mais provável da disputa, Bolsonaro lidera com 30,5% das intenções de voto, seguido pelo ex-ministro Sergio Moro (12%), Ciro Gomes, do PDT (10,6%), Fernando Haddad, do PT (9,5%) e Luciano Huck (8,1%), todos empatados dentro da margem de erro.[esse ex-juiz, ex-ministro, ex-quase candidato, ainda está em na prancheta de pesquisas eleitorais?  - não faz nem um ano que ele foi defenestrado do governo Bolsonaro e já perde feio, tendo apenas 2/5 dos votos do capitão - imagine quando sua expulsão do governo completar dois anos; 
outra vergonha é o sempre candidato a ser derrotado, Ciro Gomes, 1/3; o 'poste' perde até para o Ciro; e o animador de auditório tem pouco mais de 1/4 dos votos do atual presidente.]

O cenário mais favorável a Bolsonaro é aquele em que Moro não disputa, no qual o presidente aparece com 33,7% contra 12,1% de Ciro na segunda colocação – a diferença entre eles é de mais de 20 pontos. Já a simulação mais apertada de primeiro turno é quando Bolsonaro enfrenta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – nesse caso, a vantagem cai para menos de 14 pontos (31% a 17,3%. Vale lembrar que o petista está impedido de concorrer porque foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa após ser condenado em segunda instância em processo da Operação Lava Jato – ele ainda tenta reverter a situação.

arte pesquisa 1 turno

Em VEJA, pesquisa completa, incluindo eventual 2º turno


quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Incertezas da disputa eleitoral podem provocar surpresas nas pesquisas

Crise política e econômica, com campanhas de forte cunho emocional, sugere instabilidade nas preferências dos eleitores, incluindo chances de mudança nas últimas semanas, a exemplo do que houve em 2014

Quem acha que o quadro eleitoral está consolidado é melhor apertar os cintos e se preparar para as turbulências. Vários fatores sugerem possibilidade de mudança no quadro de intenções de votos revelados pelas pesquisas até o primeiro turno, em 7 de outubro. “Quando olharmos para esta eleição daqui a muitos anos, a principal marca será a incerteza”, afirma Paulo Calmon, diretor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (Ipol/UnB). O cientista Bruno Wanderley Reis, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), vai na mesma linha: “É uma eleição atípica, que ocorre sob o signo da revolta, devido à crise econômica e à Lava-Jato”.


A mudança esteve presente em 2014, apesar de a disputa da época ter menos candidatos de peso e uma polarização mais clara. Há quatro anos, a candidata Marina Silva, então no PSB, seguia confortavelmente em direção ao segundo turno. Tinha 29% da preferência do eleitor na pesquisa do Ibope que saiu a campo entre 20 e 22 de setembro. Inicialmente na vaga de vice, ela foi alçada à cabeça da chapa após a morte de Eduardo Campos, em 13 de agosto. A candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), apresentava 38%. Aécio Neves (PSDB) estava em terceiro lugar, bem abaixo de Marina, com 19%. No levantamento do Datafolha realizado próximo à data, os números eram próximos: Dilma tinha 37%; Marina, 30%; e Aécio, 17%.


Aécio subiu progressivamente nos levantamentos seguintes. Só apareceu à frente de Marina na véspera do pleito, mas com apenas entre dois a três pontos percentuais à frente dela, dependendo da pesquisa. Nas urnas, ficou com mais de 12 pontos de vantagem. É verdade que a queda de Marina havia se configurado alguns dias antes. Ela chegou a empatar com Dilma na virada de agosto para setembro. A partir de então, caiu progressivamente. Aécio conquistou esses eleitores, mas não de imediato.

Para Calmon, do Ipol/UnB, nem mesmo os votos consolidados são garantia de que a pessoa ficará com o candidato até a urna. A pergunta feita pelos institutos é se a pessoa tem certeza da escolha ou se pode alterá-la. “O problema é que isso é subjetivo. O eleitor tem aquela opinião de acordo com as informações de que dispõe, mas isso pode mudar”, assinala. Os votos consolidados são mais fortes nos casos de Jair Bolsonaro (PSL), com 75% entre os que o apoiam, e Fernando Haddad (PT), com 72%. Ciro Gomes (PSB) tem 45%; Alckmin, 39%; e Marina, 38%.

Prazo
Analistas chamam a atenção para o fato de que muitas pessoas tomam a decisão de voto nos últimos dias da campanha, mas a mudança começa a despontar com alguma antecedência. Portanto, qualquer virada precisa se configurar nos próximos dias.  Quem tem mais chances de crescer é Alckmin, por toda a estrutura de campanha, incluindo tempo de tevê, partidos políticos que o apoiam e dinheiro do fundo partidário. “Esse movimento, porém, já deveria ter se iniciado para que tivesse força”, diz o cientista político Murilo Aragão, da consultoria Arko Advice. Ele limita as possibilidades de mudanças no quadro eleitoral a algum grande erro que venha a ser cometido por um candidato ou à revelação de algum grande escândalo sobre um deles. Estima em 80% as chances de Bolsonaro estar no segundo turno. Para Haddad, são 60%. Restam chances para os outros, portanto, ainda que baixas.

Para Reis, da UFMG, é preciso que a reação da campanha tucana dê sinais de vida nos próximos dias. “O espaço vai se fechando”, diz. “Uma virada a favor de Alckmin é uma possibilidade teórica. Seria viável, caso os partidos do Centrão se empenhassem na campanha em favor dele, mas não é o que está se desenhando”.  Marina tem poucas chances de crescer, segundo os analistas. As possibilidades para Ciro são um pouco maiores, mas também vistas com cautela. “Caso Haddad tivesse demorado a crescer, ele poderia ter ocupado o espaço do PT, mas não é o que aconteceu”, destaca Aragão, da Arko Advice. Calmon vê limitação de crescimento forte entre os candidatos que têm hoje 3% das intenções, como Alvaro Dias (Podemos), João Amoêdo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB). “Nesses casos, teria de haver um movimento tectônico muito forte para que fossem alçados ao primeiro pelotão a esta altura”.

Ciro contesta números

Ciro Gomes, que segundo o Ibope tem 11% das intenções de voto, publicou no Twitter um vídeo contestando o resultado da pesquisa. Segundo o candidato, levantamentos internos do PDT, que não podem ser divulgadas, “dão números completamente diferentes”. “Eu quero lembrar o que aconteceu na reta final das últimas eleições, as de 2014, quando as pesquisas davam um quadro completamente diferente do resultado verdadeiro que saiu depois”, argumentou o candidato.

Correio Braziliense

 

sábado, 21 de abril de 2018

O que as pesquisas não mostram


É preciso ficar atento ao que não está evidente nos levantamentos em andamento por esses dias e o que eles deixam de oferecer em um período ainda pré-eleitoral.  


O mais sensato a observar é que as principais variáveis que desenham um quadro sucessório real ainda seguem fora do jogo. A citar, por exemplo, tempo de exposição na TV, o desenrolar da campanha, a rede de apoios locais e nacionais, as alianças partidárias, a qualidade dos programas apresentados, a empatia dos candidatos. Há muitos fatores que pesam quando o confronto de fato toma corpo. Daí a concluir que os candidatos hoje na dianteira levarão a melhor vai um redondo engano. Pesquisas de opinião nessa etapa miram o retrovisor, o “recall” dos nomes apresentados e eventuais tendências futuras de comportamento do eleitor. Para a elaboração de um cenário seguro são poucos ou ralos os ingredientes disponíveis no momento. Como será a pegada da campanha?

Pró-moralização, de discursos extremos ou conciliatórios? De debates polarizados ou difusos? E a reação dos eleitores a eventuais denúncias, ao grau de empatia dos postulantes, às declarações fora de hora ou politicamente incorretas? Não existe efetivamente massa crítica nesse sentido que consolide as preferências ou resistências. Nada está posto e definitivamente ninguém está garantido ou descartado para a reta final do segundo turno – caso ele aconteça. Colocado assim, é possível discorrer sobre o que essas pesquisas preliminares trazem de sinal. E até mesmo interpretar certas “surpresas” que aparecem com elas. Sobre o sinal, latente e inegável: não é de hoje, e tem avançado a cada nova consulta, a intenção do eleitorado de pender parao novo”, para a figura do “outsider”, quaisquer que sejam suas vertentes ideológicas. Bolsonaro está nessa categoria, Alvaro Dias idem e agora até o ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa, pode ser enquadrado no parâmetro de opções fora do quadrado previsível das grandes agremiações partidárias que no último par de décadas dominou a disputa. [devemos ter presente que o fato do pré candidato estar entre os primeiros colocados não implica necessariamente que ele vai cair mais adiante; 
ninguém pode garantir que 2018 não será o ano em que o pré candidato vira candidato na liderança e leva a eleição no primeiro turno; 
absurdo é alguém considerar o Álvaro Dias um candidato viável e capaz de,  se fosse eleito, realizar um bom governo; 
Joaquim Barbosa não tem a menor chance, caso seja candidato - nem ele sabe se será.]
O caso de Barbosa é sintomático de outro desejo que prevalece entre os que irão às urnas. O anseio por Justiça, moralidade e ética na política. O ex-ministro, sem nem sequer ter apresentado seu nome formalmente ou oficializado a chapa presidencial do partido pelo qual pretende concorrer, já partiu com quase 10% nas diversas hipóteses formuladas na consulta da Folha de S. Paulo. Mais que surpreendente, é revelador. Barbosa encarna, não apenas na trajetória humilde e no currículo de conduta sem máculas, um ideal moralizante. [saiba mais sobre Joaquim Barbosa e seu apartamento em Miami e sua firma cujo endereço no Brasil era o apartamento funcional de Joaquim Barbosa.] Ele é o próprio representante da lei na corrida, digamos assim. 

O sonho dourado que de fato tomou mentes e corações dos brasileiros atende pelo nome de Sergio Moro. Mas tal juiz está fora da parada. Declinou e nem tem planos nessa direção. Barbosa, ao contrário, afastou-se estrategicamente de suas funções como magistrado há algum tempo, preparou-se e flertou com a política em diversas de suas declarações. É a opção talhada para o anseio que se apresenta a varejo. Nem por isso terá vida fácil. Seu pouco traquejo com o meio e a postura um tanto quanto destemperada que mostrou em várias ocasiões pode prejudicá-lo na hora de colocar a cara a bater junto ao grande público. Surpreendentemente, persiste uma quantidade em escala industrial de candidatos à presidência. No posto de saída largam quase 20 entre os mais conhecidos – número semelhante ao verificado nas eleições de 1989, que trouxe um amplo leque de 23 postulantes, de Brizola e Ulysses a Collor e Lula, uma festa para todos os gostos e colorações partidárias. 

Decorre daí, dessa diversidade de opções, um certo nanismo dos índices de pontuação de cada um até aqui – boa parte marcando menos de 5% ou até traço, a maioria com 1% a 2% de média. Prova irrefutável da indefinição, tanto de quem vota quanto dos nomes que efetivamente estarão na urna e nos santinhos na hora que a corrida começar de fato. Os indicadores ainda estão verdes, o quadro é prematuro e muitos dos contendores ainda seguem desconhecidos. As peças do tabuleiro mudarão muito mais adiante. As convenções da maioria das siglas estão para acontecer. De um fato é possível ter certeza: tucanos e petistas só irão, de novo, polarizar as atenções caso consigam arrebatar para suas hostes as peças historicamente aliadas, mas que até aqui parecem almejar voo solo na próxima disputa. O MDB segue como fiel da balança. Lançou a reeleição do presidente Temer como alternativa, trabalha no plano “B” com o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, mas pode na hora final dar um cavalo de pau e retornar ao seu papel tradicional de base de sustentação da chapa vencedora. 

Se ficar firme na decisão de lançar nome próprio pode rachar a argamassa que liga o centro. Nessa hipótese o imponderável tomará conta. A disputa presidencial de 2018 é decerto a maior incógnita eleitoral das últimas décadas. E parece confirmar a distância abissal que existe entre o que o público eleitor almeja e o que as variadas siglas oferecem. Se tucanos e petistas tivessem trabalhado novas lideranças provavelmente não se encontrariam no impasse verificado atualmente e estariam em condições mais competitivas. Hoje o PSDB teme o rescaldo do escândalo do mensalão mineiro e o pouco entusiasmo que o nome Alckmin desperta na maioria. O PT, aprisionado na figura de seu líder absoluto, condenado, ficha-suja e preso Lula, pode chegar lá na frente sem ter o que fazer para postular o Planalto. A brecha que se abriu entre os dois polos é estrategicamente ocupada, na largada, por Joaquim Barbosa. 

Em um país conflagrado pelo extremismo, crescem também as chances de um candidato de direita ultraconservadora, como Jair Bolsonaro – mesmo trazendo um discurso radical e ofensivo e não testado pra valer nas ruas. [o que importa ao eleitor é que as propostas de Bolsonaro para o combate ao crime, permitir que pessoas de BEM portem armas - hoje apenas bandidos e policiais podem portar/possuir armas - recuperar valores caros à MORAL e aos BONS COSTUMES, são medidas viáveis e bem-vindas.] O ex-militar está praticamente se cacifando a um lugar no segundo turno. [se houver segundo turno; Bolsonaro pode ganhar já no primeiro.] Por enquanto, perde para quase todos no mano a mano, caso realmente alcance essa etapa. Terá uma forte alternativa de esquerda a contrapô-lo? E quanto ao centro? Marchará com uma opção de consenso, sem a qual dificilmente irá para as cabeças do páreo? As dúvidas prevalecem. As pesquisas ainda não são capazes de decifrá-las. 

IstoÉ -  Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três