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quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Codeplan precisa acabar: não existe motivo para gastar dinheiro público com uma pesquisa dessa natureza

No DF, Plano Piloto é líder em casos de violência contra LGBTs, diz estudo

Plano Piloto e Ceilândia foram as regiões administrativas onde mais crimes contra a comunidade LGBT aconteceram

[assuntos  LBGTs não é especialidade deste Blog e jamais será. Mas, decidimos publicar esta matéria para que vejam o absurdo:

- a pesquisa, feita com dinheiro público, considera, digamos, um furto cometido contra um gay como violência, valendo o mesmo critério para qualquer outro crime.

Por óbvio, os crimes cometidos contra os milhares que não são gays também representam uma violência - e qualquer pessoa com um mínimo de bom senso sabe que os crimes contra não gays supera dezenas de vezes os 765 ocorridos contra os gays e que mereceram atenção especial da pesquisa.

Será que o trabalhador assaltado, por ser gay, merece da Codeplan e do GDF mais atenção do que o trabalhador assaltado não gay?

Codeplan, o artigo 37 da CF - aquele do famoso LIMPE - deve ser o NORTE de qualquer ente ao gastar o dinheiro público.]

A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) divulgou nesta terça-feira (17/10) uma pesquisa que indica em quais regiões administrativas do DF mais foram registradas ocorrências de crimes contra a comunidade LGBT de janeiro de 2015 a agosto de 2016. O Plano Piloto encabeça a lista, com 24,8% dos casos, em seguida vem Ceilândia, com 13,7%; Taguatinga, com 10%; e Samambaia, com 8,3%. Os outros 43,2% estão divididos entre as regiões administrativas restantes, com exceção de Jardim Botânico e Fercal, onde não houve ocorrência desse tipo. 

Segundo a pesquisa, durante os 20 meses analisados, foram registradas 408 ocorrências, com 765 registros de crime pelo Disque 100 e da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). A diferença entre os dois dados acontece em virtude do número de incidentes. Em alguns dos casos, mais de uma infração foi registrada na mesma ocorrência. As delegacias que mais receberam denúncias foram a 5ª DP (Plano Piloto), com 12%; e a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), com 6,9%. 

Para definir quais crimes seriam considerados na pesquisa, a companhia utilizou como critério o preenchimento do nome social e a orientação sexual ou a identidade de gênero das pessoas que fizeram o boletim de ocorrência. Apesar disso, a diretora de estudos e políticas sociais da Codeplan, Ana Maria Nogales, afirma que os dados poderiam ser mais precisos. “Existe uma lacuna enorme, porque a gente sabe que muitas ocorrências contra a população LGBT não são notificadas, e outras não são definidas como crime contra essa comunidade”, comenta.

A pesquisa faz uma diferenciação na porcentagem dos tipos de delitos praticados contra LGBTs em 2015 e nos 8 meses de 2016 . As denúncias de injúria registradas para a PCDF, por exemplo, aumentaram de 17,5% para 20,3%, e as de ameaça subiram de 15,9% para 17,5%. Já as de homicídios diminuíram de 1,9% para 0,9%. Completam a lista crimes como roubo, lesão corporal dolosa, furto, contravenção, delitos diversos, dano, estelionato e crimes ainda em apuração.

Vítimas
Segundo os dados da PCDF, 72,1% das pessoas LGBTs que sofreram algum tipo de crime são homossexuais. Em seguida, vêm os bissexuais, com 7,6%; os assexuais, com 3,7%; e os heterossexuais, com 2,9%. Outros 13,7% preferiram não identificar a orientação sexual. Relacionado à identidade de gênero, a pesquisa indicou que 79,9% das pessoas que fizeram a ocorrência não quiseram declarar com qual gênero se identificam. Já as travestis representam 8,6%; os transexuais 5,9%; os andróginos 4,7% e os transformistas 1%.

Fonte: Correio Braziliense

domingo, 11 de junho de 2017

Epidemia de violência precisa ser combatida

Enfrentamento do problema, que assumiu dimensão nacional, exige cooperação do governo federal e ações integradas entre as diversas forças de segurança

Aviolência ultrapassou todos os limites — inclusive aqueles que separam as 27 unidades da Federação. Como mostrou uma série de reportagens do “Jornal da Globo”, o Brasil vive uma epidemia de violência. E, se antes a criminalidade estava concentrada nas áreas mais industrializadas, hoje ela se revela um problema nacional. Não só isso. Em 15 anos (de 2000 a 2015), as estatísticas viraram do avesso. O Sudeste, que detinha a maior taxa de homicídios do país, conseguiu reduzir seus índices (passou de 38 para 19 por cem mil habitantes), enquanto as Regiões Norte e Nordeste viram seus números dispararem (de 18 para 40, e de 21 para 42, respectivamente). Sergipe, estado apontado como o mais violento, registra 58,1 homicídios por cem mil habitantes, taxa que se assemelha à da Venezuela (57,6).

Nesse diapasão, o crime se interiorizou, atingindo indistintamente metrópoles e rincões. Mas, se as grandes cidades conseguiram reduzir suas taxas de homicídio no período 2000-2015 (de 46 para 36 por cem mil habitantes), as pequenas e médias se tornaram ainda mais reféns do crime as taxas subiram de 11 para 16, e de 16 para 27, respectivamente. O pequeno município de Itabaiana, em Sergipe, viu sua taxa de homicídio disparar de 30 para 89, o triplo da média nacional.

Essa tragédia que se estende do Oiapoque ao Chuí é corroborada pelos números do Atlas da Violência, estudo do Ipea divulgado segunda-feira passada. Em 2015, foram registrados no Brasil quase 60 mil assassinatos. O que significa que, diariamente, 161 pessoas são mortas de forma violenta no país. A taxa de homicídios é de 28,9 por cem mil habitantes — o limite da OMS é de dez por cem mil. Outro dado estarrecedor é que praticamente metade das vítimas é jovem. Números de envergonhar qualquer nação. Segundo o Atlas, em apenas três semanas no Brasil são assassinadas em média 3.381 pessoas, número superior ao de vítimas de todos os atentados terroristas no mundo (3.314) nos cinco primeiros meses do ano.

O contundente painel formado por esses números mostra que o combate à violência não pode ficar restrito aos estados. E que a União precisa assumir o seu papel nesse processo. Por muitos motivos. Primeiramente, porque o problema tomou dimensões nacionais. Para citar um exemplo, a maior facção de São Paulo já atua nos estados do Rio e do Amazonas. Ademais, drogas e armas entram no país por fronteiras, portos e aeroportos vulneráveis. Veja-se o caso da apreensão de 60 fuzis no Aeroporto do Galeão. Suspeita-se de que outros 30 carregamentos tenham chegado à capital fluminense vindos de Miami. Tudo pela porta da frente.

Dessa forma, fica claro que não existe solução para o problema que não seja uma ação integrada entre todas as forças de segurança, com políticas de longo prazo e uso de inteligência e tecnologia no combate ao crime. Até porque os bandidos estão muito bem equipados e os tempos atuais, de violência extrema, não permitem amadorismo.

Fonte: O Globo - Opinião

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Favela Cidade de Deus tem terceiro dia consecutivo de operações - tem que fazer uma faxina geral em todas as favelas; bandido tem que aprender, ainda que a custo da própria vida, a respeitar policial

Escolas e unidades de saúde da região estão fechadas na manhã desta segunda-feira

O clima continua tenso na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, nesta segunda-feira. Pelo terceiro dia consecutivo, policiais militares fazem operação na comunidade, onde um helicóptero da corporação caiu, no último sábado. Equipes do Comando de Operações Especiais (COE), do batalhões de Operações Especiais (Bope), de Choque (BPChq) e de Ações com Cães (BAC), além do Grupamento Aeromarítimo (GAM) e homens do 2º Comando de Policiamento de Área permanecem no local. Até o momento, segundo a PM, houve sete prisões e apreensão de armas e drogas. 

Unidades escolares e de saúde permanecem fechadas na manhã desta segunda-feira na Rua Edgard Werneck. A unidade da Faetec, no número 1.615 da via, em frente à Praça Padre Júlio Groten, está fechada desde sexta-feira. Um cartaz na portaria informa: “Por questões de segurança, o expediente desta escola foi encerrado às 18h. Retornaremos na segunda-feira em horário normal”. Mas não foi o que aconteceu. A Escola Alphonsus de Guimarães, no número 1.625, é outra unidade de educação que não abriu as portas. O Centro municipal de Saúde Hamilton Land também está fechado. Em frente ao portão principal, um carro da Polícia Militar estava de prontidão nesta manhã.

A Secretaria municipal de Educação informou que, de acordo com a 7ª Coordenadoria Regional de Educação, 12 escolas, quatro creches e quatro Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDIs) estão sem atendimento na Cidade de Deus. Segundo a secretaria, estas unidades escolares atendem a 5.296 alunos no turno da manhã. Na região da Gardênia e Anil, duas escolas, uma creche e dois Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDIs) estão sem atendimento no turno da manhã. A prefeitura disse ainda que estas unidades escolares atendem a 1.762 alunos no turno da manhã.

Alguns comerciantes abriram as portas e estão trabalhando. Mas a maioria do comércio nas ruas no entorno da CDD está fechado. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da comunidade só começou a funcionar por volta das 10h.  Um veículo blindado do 15º BPM (Duque de Caxias) e carros de vários batalhões da corporação, como o do 20º BPM (Mesquita), estão concentrados na sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Cidade de Deus, na Avenida Miguel Salazar Mendes de Moraes, na esquina com a Rua Corinto. No local, policiais militares se preparam para uma nova incursão na favela, onde ainda podem ser vistas barricadas como, por exemplo, na Rua Jeremias, a cerca de 500 metros da UPP.

Nas redes sociais, moradores relatam tiroteios na madrugada desta segunda-feira. No domingo, a Secretaria municipal de Saúde informou que, desde as 8h de sábado, duas pessoas haviam chegado baleadas ao Hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Uma delas foi transferida da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade de Deus e outra foi encaminhada para Hospital federal Cardoso Fontes.   Outras duas pessoas foram atendidas na UPA da Cidade de Deus, também no sábado, mas já deixaram a unidade, segundo informou a pasta.

SETE CORPOS NA CIDADE DE DEUS
Moradores da Cidade de Deus retiraram da mata sete corpos de jovens da comunidade, na manhã de domingo. Eles foram colocados pelos parentes em uma praça próxima ao condomínio Itamar Franco, na localidade do Karatê. As famílias começaram a denunciar o sumiço das pessoas no sábado, após ação da Polícia Militar no local. Não se sabe ainda se os crimes aconteceram antes ou depois de a aeronave despencar na comunidade. O secretário de Segurança, Roberto Sá, garantiu, na ocasião, que os homicídios já estão sendo investigados. [os homicídios devem ser investigados, mas a população especialmente das favelas, deve se convencer que tem que ficar do lado da Polícia, não pode jamais ficar do lado dos bandidos.]

Fonte: O Globo

sábado, 24 de setembro de 2016

Desastre gaúcho: assassinato em aeroporto expõe crise do RS

Número de homicídios dolosos no estado saltou de 1 668 em 2010 para 2 405 em 2015. E a escalada da criminalidade é só a parte mais visível do problema

O inverossímil atrevimento dos assassinos que agiram no aeroporto de Porto Alegre é de assombrar o mais graduado matador a serviço da máfia, atesta o vídeo transformado em campeão de audiência minutos depois do desembarque na internet. Os carrascos de Marlon Roldão, 18 anos completados no dia em que se cumpriu a sentença de morte emitida por uma organização criminosa ba­sea­da na periferia da capital gaúcha, protagonizaram a erupção do horror com a desenvoltura de quem se julga condenado à perpétua impunidade. 

A despreocupação com as câmeras de segurança é escancarada já na cena de abertura, que mostra em primeiro plano um negro corpulento e um branco franzino dividindo em silêncio a mesa do restaurante no saguão. O bandido gordo está de costas, mas logo exibirá seu perfil. O parceiro nem tenta ocultar o rosto. Às 11 horas, 12 minutos e 17 segundos, ao localizar o jovem marcado para morrer no meio do grupo de amigos que conversam na área de embarque do Terminal 2, a dupla de homicidas se ergue sem pressa. Nenhum deles acha arriscado atacar num local tão movimentado.

A nenhum deles parece sensato abortar a missão, ameaçada pelo inesperado aumento da multidão que costuma circular por lá às segundas-­feiras: minutos antes, dezenas de torcedores do Grêmio haviam irrompido no saguão para recepcionar o ídolo Renato Portaluppi, o Renato Gaúcho, de volta ao clube no papel de técnico. Com passadas displicentes, os parceiros contornam, de armas na mão, a coluna que os separa do alvo, ressurgem na tela próximo de Marlon, avançam 2 metros e, a centímetros da vítima, apertam o gatilho das pistolas 9 milímetros.

Os tiros inaugurais jogam ao chão o corpo já sem vida de Marlon, mas a sequência de dezessete disparos em cinco segundos não é interrompida. Agora mais ágeis, os matadores começam a afastar-se do palco da selvageria ainda mandando chumbo no cadáver. Sempre empunhando as pistolas, saem pela entrada principal e, depois de um último tiro para o alto, embarcam no carro prateado dirigido por um cúmplice que aciona o freio no meio da avenida, afunda o pé no acelerador com os assassinos no banco traseiro e desaparece na selva de veículos.

Passados alguns dias, é provável que os bandidos estejam festejando o sucesso da empreitada sangrenta em algum lugar que a polícia, enquanto não descobre onde fica, qualifica como “incerto e não sabido”. Certo e sabido é que a execução a tiros no saguão do Salgado Filho, o primeiro crime do gênero ocorrido num aeroporto, conferiu dimensões insuportáveis à epidemia de insegurança que grassa há pelo menos dez anos no Rio Grande do Sul e fez transbordar o pote até aqui de medo. A mensagem de grosso calibre foi captada por dez entre dez gaúchos: os bandidos agora agem em qualquer lugar, a qualquer hora, em qualquer dia, até mesmo na véspera da data máxima dos gaúchos, o 20 de Setembro, que celebra o início da Revolução Farroupilha.

Desencadeada em 1835, a mais longa guerra civil da história do Brasil separou do resto do império a província de São Pedro do Rio Grande do Sul, rebatizada de República Rio-­Grandense, e consolidou o orgulho nacionalista com a formidável demonstração de autossuficiência. Durante dez anos, o mundo gaúcho provou que não dependia do poder central para continuar existindo. A declaração de amor à autonomia político-­administrativa, reafirmada a cada 20 de setembro, colidiu neste ano com evidências contundentes de que o Rio Grande do Sul que combateu a bala a dependência do poder central hoje precisa mais do que nunca de socorros federais. 

Reflexos da dramática mudança são visíveis a olho nu sobretudo em Porto Alegre. Na terça-feira, por exemplo, cavaleiros, prendas e trovadores em trajes típicos comemoraram os incontáveis entreveros com tropas do Exército imperial sob o olhar protetor da tropa da Força Nacional de Segurança enviada pelo presidente Michel Temer, no fim de agosto, a pedido do governador José Ivo Sartori, do PMDB. Há mais de três semanas 120 soldados dividem com a Brigada Militar o policiamento preventivo da capital assustada com a escalada da criminalidade, que vai contagiando os grandes centros urbanos do Rio Grande do Sul.

Os 1 418 homicídios dolosos ocorridos no estado em 2006 saltaram para 2 405 em 2015 e, só no primeiro semestre de 2016, bateram em 1 276. Os 351 assassinatos registrados em Porto Alegre entre janeiro e junho deste ano já ultrapassaram os 283 de 2006. “O que acontece por aqui não é muito diferente do que se vê em outros lugares do país”, ressalva Sartori, um desbocado descendente de italianos formado em filosofia que, aos 68 anos, parece ter transferido para o bigode espesso os fios que povoavam a região central do crânio.

É o tipo de consolo que garante a insônia. Com a taxa de 34,73 homicídios por 100 000 habitantes, Porto Alegre ocupou em 2014 o 15º lugar no ranking da criminalidade nas capitais, a uma distância amazônica da líder Fortaleza (60,77). O mesmo índice, contudo, garantiu à metrópole gaúcha a 43ª posição no ranking das cidades mais violentas do mundo. 

Os moradores rejeitam comparações com metrópoles brasileiras historicamente inseguras. Preferem comparar a Porto Alegre de hoje à Porto Alegre que, não faz tanto tempo assim, desfrutava em sossego uma animada vida noturna. Crimes sempre aconteceram, claro. Mas nenhum morador poderia imaginar que, entre 1º de janeiro e 28 de agosto, 25 latrocínios ajudariam a manter a segurança pública no topo da alentada lista de problemas que atormentam o Rio Grande do Sul. O medo de morrer num assalto não é muito maior que o de ver o mundo rio-grandense sucumbir à conjugação de muitos tumores, que incluem a anemia econômica e financeira, o inchaço desvairado da máquina pública, a incompetência administrativa, a ausência de líderes brilhantes e o sumiço da autoestima.

Para ler a reportagem na íntegra, compre a edição desta semana de VEJA no iOS, Android ou nas bancas. E aproveite: todas as edições de VEJA Digital por 1 mês grátis no iba clube.

 

sábado, 2 de julho de 2016

A violência venceu. Atré quando seremos reféns da violência?

Número de assassinatos no Brasil já supera o registrado em zonas de guerra: são seis homicídios por hora no País. Até quando a sociedade será refém da barbárie?

 PROTESTO Na segunda-feira 27, policiais se manifestam em frente ao desembarque internacional do aeroporto do Galeão (RJ) (Crédito: Gabriel de Paiva/Agência O Globo)

Gisele Palhares Gouvêa, médica, 34 anos. Waldik Gabriel Silva Chagas, 11 anos. Julio César Alves Espinoza, estudante universitário, 24 anos. Robert Pedro da Silva Rosa, 15 anos. Denilson Theodoro de Souza, 49 anos, segurança do prefeito do Rio de Janeiro. Guerino Solfa Neto, delegado, 43 anos. Nomes que ganharam ampla cobertura midiática na semana passada, mas são apenas o início de uma longa lista, que não caberia completa nas páginas de ISTOÉ: a de pessoas assassinadas no Brasil. São inacreditáveis 160 vidas perdidas no País todos os dias. A relação dessas tragédias cotidianas começa pelo assassinato da dermatologista Gisele, morta com dois tiros na cabeça no sábado 25, enquanto fazia o trajeto entre o serviço comunitário num hospital do subúrbio carioca e sua casa.

Passa pelo menino Waldik, 11, assassinado por um tiro disparado por um Guarda Civil Metropolitano (GCM) enquanto estava no banco de trás de um carro, na Zona Leste de São Paulo. E culmina com a execução, pelas mãos da polícia, do estudante Julio César, que teve o carro alvejado com 16 tiros durante uma perseguição, na terça-feira 28, preocupado por estar com excesso de multas. Porém, o cenário de guerra que se tornou o território nacional não termina com essas trágicas históricas, como confirmam as estatísticas. 

A violência está cada vez mais banalizada e o brasileiro parece ter se acostumado à barbárie imposta pela ausência de políticas públicas eficientes. “O problema é essa Faixa de Gaza que a gente tem aqui no Rio de Janeiro”, disse o cirurgião plástico Renato Palhares, marido de Gisele, no funeral da esposa, na segunda-feira 27. A frase poderia se referir a qualquer lugar do País.


O Brasil hoje protagoniza uma realidade nefasta – é líder mundial em número de homicídios. São 58 mil assassinatos registrados em 2014, índice seis vezes superior à média global. Para se ter ideia da magnitude do problema, basta dizer que o País responde por 10% dos casos do planeta. As estatísticas brasileiras superam nações assoladas por guerras, como Israel, Iraque, Afeganistão e Paquistão. Um estudo realizado pelo Instituto Igarapé revelou que países da América Latina são os mais violentos. “Embora muitas nações vivam conflitos prolongados, a escalada da violência nessas regiões é de tirar o fôlego”, diz Robert Muggah, diretor de pesquisa da organização. Uma em quatro pessoas assassinadas em todo o mundo é brasileira, colombiana ou venezuelana. E as perspectivas são as piores possíveis. “Aqui é a única parte do globo onde as taxas de homicídios estão crescendo.” No Brasil, as regiões mais críticas são Norte e Nordeste, onde a violência só aumenta – correspondem a 52% dos casos de homicídios do País." “Nesses locais começou a circular mais dinheiro e o crime organizado se instaurou, a ponto de ter disputa entre facções”, diz Renato Sérgio de Lima, vice-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os altos índices de desigualdade, concentração de pobreza, impunidade, o acelerado processo de urbanização, o tráfico de drogas e a repressão policial fizeram a violência disparar no Brasil. Para piorar, em apenas 8% dos casos os responsáveis vão para trás das grades.

 Matéria na íntegra, clique aqui

 

terça-feira, 27 de outubro de 2015

10 anos do referendo: Desarmamento e a fantasia democrática



O Brasil virou um “bang-bang” onde só o vilão tem arma.


[Que seja um bang-bang. Só que as pessoas de BEM também estarão armadas e poderão reagir e, no mínimo, morrer matando.
Os bandidos saberão que haverá reação e se mesmo assim tentarem será dificil a fuga.
Serão mortos ou por suas vítimas, ou quase vítimas, ou por os que presenciarem.]
 
Há exatos 10 anos, 95.375.824 de eleitores iam às urnas para votar no que ficou conhecido como O Referendo das Armas. Com 63,94% de votos contrário ao desarmamento vencia a tese de que a venda legal de armas não deveria ser proibida no Brasil. Foram exatamente 59.109.265 votos em favor do “não”, votação recorde em uma eleição nacional, número até hoje não suplantando por nenhum presidente eleito no Brasil.

Após massacrante e inequívoca votação, muitos acreditaram que o desarmamento seria sepultado no Brasil. Quem assim pensou estava errado, absurdamente errado e isso ficaria claro quando em 28/05/2007, eu e o Coronel Paes de Lira, ex-comandante do policiamento metropolitano de São Paulo nos fizemos convidar para uma audiência pública dentro do Ministério da Justiça onde ao dizer suas palavras de abertura, o Secretário-Executivo do MJ confessou tudo aquilo que nós sabemos, mas é sempre negado pelo Governo Federal: o objetivo do ED é o desarmamento dos cidadãos comuns e teria de ser atingido, apesar do resultado do referendo de 2005, por todos os meios ao alcance do atual poder. E assim vem sendo feito!

O chamado Estatuto do Desarmamento com suas burocracias, taxas e regras absolutamente subjetivas, que garantem aos agentes do Estado muito mais do que o poder discricionário, continuou negando ao cidadão o direito à posse e ao porte de armas que na prática gerou nos últimos anos o fechamento de mais de 90% das lojas especializadas e ainda jogou na ilegalidade mais de 8 milhões de armas legalmente compradas. Enquanto isso, o Brasil fecha 2014 com 58.559 homicídios. Realmente um sucesso esse tal de desarmamento só faltou combinar com o bandido.

Ao cidadão honesto, ao trabalhador, pai de família que não tem acesso à segurança armada privada ou estatal - muitos daqueles que hipocritamente defendem o desarmamento- e muito menos apoio de entidades e ONGs ditas de direitos humanos, resta muito pouco a não ser rezar para que a polícia esteja no lugar certo e na hora exata para lhe salvar, coisa que nem as mais bem preparadas e equipadas polícias do mundo conseguem fazer. O Brasil virou um “bang-bang” onde só o vilão tem arma. 

Ao definir democracia o escritor G. K. Chesterton em sua obra Ortodoxia define o que seria para ele o primeiro princípio da democracia: “as coisas essenciais nos homens são aquelas que possuem em comum, e não as que eles possuem individualmente”. E não há nada mais comum que a vontade de sobreviver e defender-se de ataques injustificados, mas o atual governo reverte essa equação e por meios “democráticos” protege apenas a posição do próprio governo e de grupelhos que muitas vezes são sustentados pelo próprio governo com verba dos pagadores de impostos.

É, lá se vão 10 anos de “desdemocracia”! Há esperança? Sim! E ela está em nosso legislativo que mesmo com grandes dificuldades avança na aprovação do Projeto de Lei 3722/12, que será uma espécie de Código Brasileiro de Armas e finalmente garantirá o respeito a algo que nem deveria mais estar em discussão: o direito natural e inegável de ficar vivo.


Por: Bene Barbosa é presidente do Movimento Viva Brasil e coautor do livro 'Mentiram Para Mim Sobre o Desarmamento'.


sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Matança via WhatsApp – se os bandidos não respeitarem a Polícia, a quem irão respeitar?

Investigações das últimas chacinas que chocaram o País indicam que grupos de bandidos e policiais estão usando o aplicativo de mensagens para se organizar de forma rápida e letal
Há poucos dias São Paulo viveu a noite mais violenta do ano, com 18 mortos em menos de três horas. Há um mês, Manaus ficou aterrorizada com uma onda de 35 homicídios no intervalo de três dias. No início do ano, os moradores de Cabula, em Salvador, Bahia, se chocaram com a morte trágica de 12 pessoas em confronto com a polícia. Em novembro de 2014, uma chacina deixou dez mortos num único dia em Belém, no Pará. Quatro crimes que, além dos requintes de crueldade, têm em comum o uso de redes sociais e aplicativos de celular, em especial o WhatsApp, como principal instrumento para orquestrar ações, divulgar imagens e vídeos de vítimas baleadas, propagar ameaças e disseminar o medo.

Na Grande São Paulo, uma força-tarefa da polícia tem como principal linha de investigação a troca de mensagens por policiais militares dos batalhões de Osasco e Barueri, na matança do dia 14. Nelas, os PMs teriam prometido exterminar os assassinos do cabo Admilson Pereira de Oliveira, de 42 anos, assassinado dias antes. “É uma novidade para todo mundo, sabemos que a polícia vem se dedicando a alguns softwares que auxiliam a monitorar redes de criminosos, mas não é possível rastrear o aplicativo de mensagens e os setores de inteligência das corporações estão preocupados com isso”, diz o coronel José Vicente da Silva Filho, professor do Centro de Altos Estudos de Segurança da Polícia Militar de São Paulo.
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Em Manaus, onde a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros ainda investiga a série de mortes, foram divulgadas mensagens supostamente escritas por policiais em grupos de Whatsapp alertando que haveria ações em represália ao assassinato de um sargento da Polícia Militar. Em um dos diálogos, policiais diziam que haveria “caça à vagabundagem” e “os caveiras iriam trazer a senhora morte”. Outra mensagem alertava que iniciaria “a Justiça pelo povo, por Deus e pela morte do sargento”. Especialistas afirmam que há basicamente duas vertentes para o uso de aplicativos de mensagens instantâneas por membros da corporação: vingar de forma rápida a morte de algum colega e compartilhar imagens de vítimas em caráter punitivo. “É uma ferramenta rápida, sigilosa e que consegue atingir várias pessoas ao mesmo tempo, por isso pode se prestar aos objetivos de grupos de extermínio”, afirma Rafael Alcadipani, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. “As autoridades precisam investir na polícia técnico-científica, que está muito defasada, para que se tenha acesso às mensagens apagadas.”

Outro caso semelhante ocorreu em Belém, em novembro do ano passado, quando a morte do policial Antonio Marcos da Silva Figueiredo desencadeou uma série de mensagens via Whatsapp. Os textos e áudios pediam para os moradores evitarem determinadas regiões e anunciavam a chacina. “Mataram um policial nosso e vai ter uma limpeza na área”, alardeavam. Dez pessoas foram baleadas por motociclistas que rondavam os bairros. “A morte de um membro da corporação sempre causa um trauma e pode levar à caça dos matadores”, diz o coronel Silva Filho. Outro problema que colabora para a formação de grupos de extermínio dentro das corporações é a alta rotatividade dos chefes de batalhões. O pouco convívio com o efetivo favorece o surgimento de comandos paralelos.

Nas redes sociais e páginas da internet, grupos de policiais defendem o uso da força e truculência. Em fevereiro, uma troca de tiros entre oficiais da Rondesp (Rondas Especiais da Polícia Militar da Bahia) e jovens no bairro de Cabula deixou 12 mortos. Horas depois do confronto, fotos e vídeos dos mortos e das armas começaram a circular pelo Whatsapp e serem compartilhadas em blogs na internet. “Policiais filmaram os corpos das vítimas e os divulgaram, numa espécie de sadismo. Comportamentos como esses compõem a ideia de justiçamento”, afirma Alexandre Ciconello, assessor de Direitos Humanos da Anistia Internacional. [provavelmente este Ciconello aplaudiria se fossem os bandidos filmando policiais mortos.] Em setembro de 2014, quatro garotos baleados por PMs tiveram seus corpos fotografados na cena do crime e as imagens divulgadas via aplicativo de mensagens. “Esse tipo de violência corporativa é um prêmio para os agentes de segurança que estão envolvidos”, diz Bruna Angotti, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (Ibccrim). Para ela, o que faz a truculência policial se perpetuar é a impunidades dos agentes. “Temos uma estrutura que permite a leniência e a não investigação.”

Enquanto as autoridades de segurança pública não conseguem desenvolver tecnologias para rastrear aplicativos de mensagens instantâneas, as corregedorias de polícia poderiam começar a se debruçar sobre os indícios de chacinas anunciadas ou celebradas em redes sociais. “É preciso investigar quem são os grupos de policiais que estão propagando a violência, mas as corregedorias costumam focar apenas em crimes relacionados a desvios e corrupção”, diz o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Orlando Zaccone. Do contrário, a capacidade de articulação do Whatsapp, utilizada em muitos casos para auxiliar em investigações, ficará a serviço de grupos de extermínio, aumentando o estado de insegurança da população.

Fonte: Revista Isto É
FOTOS: Mario Angelo/Sigmapress; Marlene Bergamo/Folhapress 


quarta-feira, 27 de maio de 2015

Antes do Estatuto do Desarmamento - 1995 a 2003 = 50.000 homicidios/ano = Após Estatuto - 2004 a 2012 = 60.000 homicidios/ano-


Brasil já é, em números absolutos, o País em que mais se mata no mundo: 60 mil mortes por ano 

O uso de armas de fogo na prática homicida aumentou depois do estatuto dos 10 anos do "desarmamento legal" no Brasil. Com quase 60 mil homicídios por ano, o Brasil já é, em números absolutos, o País em que mais se mata no mundo, embora não estejamos em guerra (militar ou civil) declarada. Os pregadores do desarmamento da população civil - e não dos criminosos profissionais - tiveram seus inocentes argumentos assassinados pelo resultado do Mapa da Violência 2015 comparado com os números de anos anteriores.



O Mapa da Violência 2015 revela que foram registrados no Brasil 395.435 homicídios entre 1995 e 2003Destes, 256.844 foram praticados com armas de fogo. Já entre 2004 e 2012, foram registrados 455.146 assassinatos, dos quais 322.310 praticados com arma de fogo.  No Brasil, 10 anos após a aprovação do estatuto do desarmamento — considerado um dos mais rígidos do mundo —, o comércio legal de armas de fogo caiu 90%. No entanto as mortes por armas de fogo aumentaram 346% ao longo dos últimos 30 anos.



Antes do estatuto do desarmamento, de todos os meios possíveis para matar um indivíduo, armas de fogo foram as utilizadas em 64,95% dos casos. Depois do estatuto, este meio, continuou sendo empregado em 70,81% do total de casos de homicídio. Os crime institucionalizado, cada vez mais organizado, não deixou de ter armas para a ofensiva. Já a população ficou privada, legalmente, do direito legítimo de ter capacidade armada de defesa.



O Brasil é um barril de pólvora. O aumento da violência, principalmente urbana, mas que já apavora o meio rural, é uma das grandes preocupações dos cidadãos. A crise econômica, com desemprego e extinção de postos de trabalho, tende a agravar a situação de tensão social. Só não se pode perder de vista que a barbárie no Brasil é um problema civilizatório. A violência é o resultado de uma estrutura Capimunista, que nunca priorizou investimentos em Ensino, Pesquisa e Desenvolvimento - preferindo seguir o caminho fácil do rentismo em uma relação promíscua entre o sistema financeiro e a máquina estatal perdulária e corrupta.



Se não rompermos e mudarmos a estrutura Capimunista rentista, continuaremos sendo o País subdesenvolvido e cada vez mais violento, até que chegue ao estágio da desagregação e desintegração. Se não fecharmos a torneira da fábrica de marginais, gerenciada por uma superestrutura estatal que patrocina a corrupção e retroalimenta a violência, tudo em nome da manutenção no poder, rapidamente chegaremos ao agravamento do caos em uma nação que mata dezenas de milhares de pessoas por ano, sem estar em guerra declarada.



Cadê a turminha dos direitos humanos que não cuida de tais questões? Tratar, cínica ou burramente, dos "direitos dos manos" vai inviabilizar completamente o Brasil. Será que a má intenção deles é realmente esta? Pelo que se vê, temos assunto muito mais importante que a mera saída de uma Dilma ou do enxugamento de gelo no combate à corrupção em um Brasil estruturalmente criminoso...As violências política, econômica e aquele que todo mundo percebe mais facilmente (dos margiranhas) estão acabando com a gente...
Fonte: Blog Alerta Total  - Jorge Serrão