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segunda-feira, 16 de abril de 2018

A patologia Lula - Lula é agora apenas um número no Cadastro Nacional de Presos (CNP). Detento ficha 700004553820.

As romarias, os cânticos em seu nome, a louvação às suas palavras, tudo leva a crer que os adoradores de Lula já o colocaram em um pedestal de divindade, no qual nenhuma acusação de crime, nenhuma prova ou evidência pode alcançá-lo. Nem mesmo erros conhecidos, a clamorosa afronta às instituições, o descaso que demonstrou com a Lei e a ordem, a incitação à badernasugerindo aos seguidores “queimar pneus”, “fazer passeatas” e “ocupações no campo e na cidade” – serão capazes de denegri-lo. Não para esses fiéis, cegos na veneração. Não importa, não tem valor os desmandos, não maculem a imagem do protetor dos desassistidos – mesmo que ele tenha se locupletado com o dinheiro alheio, justamente daqueles a quem prometia a salvação. 

É perjúrio dizer isso, pecado capital. Bem-aventurados os que creem porque esses seguirão ao lado do todo-poderoso. O próprio Lula, como diz na pregação que fez de autorreferência, nos momentos derradeiros do martírio rumo ao calabouço, descortinou o caminho da fé: “eu não sou mais um ser humano, sou uma ideia”. Talvez o grau etílico no momento da fala, naquele sábado de paixão petista, tenha contribuído para o delírio. Mas há de se supor que Lula acredita na própria profecia. A ascensão do mundo dos mortais à esfera dos deuses se dá com a sagração de seus apóstolos. Cada um deles, congressistas de carteirinha, tratou logo de pedir à plenária daquela casa de tolerância a inclusão da menção “Lula” em seus respectivos nomes parlamentares. Assim Gleisi “Lula” Hoffmann, Paulo “Lula” Pimenta e quetais, da noite para o dia, devotaram sua existência política ao redentor. Eis a mensagem da fé! Aleluia ao Senhor. Seria cômico, não fosse triste. O Partido dos Trabalhadores agoniza engolfado pelo devaneio. 

Deixou de lado programas, bandeiras, a própria essência ideológica que dava corpo à agremiação, para virar seita. Tal qual a de reverendos suicidas que conclamam incautos para a reclusão e o fim trágico coletivo em nome de uma crença. A cúria petista, nos dias que se seguiram a prisão de seu líder maior, arrastou uma patológica massa de romeiros para Curitiba, sede da masmorra/recanto de seu mentor, e ali fincou acampamento, revezou hordas de peregrinos nos gritos de saudação “bom dia, Lula”, “boa noite, Lula” e maquinou a ressurreição do demiurgo. Levou governadores partidários para visitas improváveis, articulou comissões no Senado para a averiguação das condições da cadeia, promoveu algazarra e violência a intimidar os locais. Em suma, rezou conforme a cartilha de insanidades do lulopetismo. No enredo do calvário que culminou com a rendição midiática o ingrediente das vaias e fogos a comemorar o feito da Justiça não poderia faltar. Lula aquiesceu na última das quedas de sua paixão, em pleno heliporto da atual morada. Horas antes, do palanque improvisado em um carro de som, como numa missa de corpo presente, exibiu-se à imagem e semelhança de um cadáver político

Dava para notar no tom soturno de suas imprecações, inconformado com o próprio fim, que rogava por uma plateia maior que a avistada ali de cima. Lula almejava a reencarnação em “um pedacinho de célula de cada um de vocês”. Pedia a militância de muitos “lulinhas”, dos “milhões e milhões de Lulas”. Já era o ente falando. Os exegetas bíblicos deveriam rapidamente rever as encíclicas para incluir o nome do novo santo. Lula tem certeza de seu direito divino a figurar nos versículos do livro sagrado. Disse em certa ocasião que “as pessoas deveriam ler mais a bíblia para não usar tanto meu nome em vão” e cravou a memorável lembrança de que “não existe uma viva alma mais honesta do que eu”. A mística do Salvador da Pátria em pessoa deu o tom do desvario de lá para cá. Não há na política brasileira mais espaço para um messias oportunista. De mais a mais, as previsões apocalípticas não se confirmaram. O mundo não acabou com a sua prisão, como ele e a parolagem petista vaticinaram. Lula é agora apenas um número no Cadastro Nacional de Presos (CNP). Detento ficha 700004553820. Até ressuscitar vai uma penosa provação. Aleluia.

Carlos Alberto Marques - diretor editorial da Editora Três


terça-feira, 23 de janeiro de 2018

A candidatura Lula

Vencido politicamente, o espectro petista que ronda o Brasil poderá ficar afastado de vez 

A decisão do tribunal de Porto Alegre (TRF-4) sobre a manutenção ou não da condenação do ex-presidente Lula, a ser conhecida amanhã, não põe um ponto final numa das incertezas políticas do quadro eleitoral. Ao contrário, começa um longo processo de judicialização que não deverá terminar antes das eleições de outubro. 

Segundo vozes experientes e abalizadas nas tecnicalidades processuais, apesar da confirmação da condenação, Lula – sempre amparado por decisões judiciais poderá ser indicado como candidato na convenção do PT, ser registrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em agosto e estar com seu nome nas urnas eletrônicas. Comitês populares que se atribuem a defesa da democracia e o direito de Lula ser candidato, criados pelo PT, somados às declarações radicais de lideranças petistas poderão estimular um clima de insegurança e violência no País. [nada disso vai acontecer; a corja lulopetista vai latir muito quando constatar que o TRF-4 vai confirmar a sentença do juiz Sérgio Moro e vai aumentar a pena.
Mas, os latidos lulopetista não vão passar disso.
Lula poderá ser preso de imediato, haja vista que a decisão do STF, mandando que preso com condenação confirmada em segunda instância, seja preso imediatamente, permanece válida.] 
 
A partir do resultado do julgamento, o Brasil viveria uma situação paradoxal. Um candidato condenado pela Justiça, com registro eleitoral obtido por decisões judiciais, poderá ser votado e eventualmente eleito, não podendo, contudo, ser empossado, por força da lei das inelegibilidades (Lei da Ficha Limpa), a menos que haja decisão do STF em contrário.  Sempre fui favorável a que Lula pudesse ser candidato este ano, de modo a evitar que o líder petista tenha sua imagem de mito reforçada e continue com seu discurso de vítima de um golpe e impedido de disputar a eleição presidencial pelas forças de direita. E possa repetir o mantra da ilegitimidade do novo governo eleito, porque este teria ganho “no tapetão”, por pressão das elites rentistas contra os pobres e oprimidos, abrindo espaço para mais quatro anos de paralisia do governo e do Congresso Nacional.

Nesse contexto, a entrevista concedida por Lula no dia 20 de dezembro, apesar da grande repercussão na mídia escrita, passou sem uma análise mais detida. Em duas horas de conversa com a imprensa, dizendo-se não radical, criticou fortemente ex-aliados que votaram pelo impedimento de Dilma Rousseff e, em especial, as novas políticas do governo Temer. Populista, Lula defendeu a valorização do salário mínimo, o forte papel do Estado investidor e indutor do crescimento, a expansão do crédito, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até cinco salários mínimos e a federalização do ensino médio, como se sua política econômica não fosse novamente quebrar o País. Acusou o programa de privatização de venda irresponsável do patrimônio público, condenou duramente a reforma trabalhista e não apoiou as da Previdência e a tributária, como estão sendo discutidas agora. Criticou sem muita convicção o combate à corrupção, dizendo que o dinheiro no exterior não foi recuperado, foi apenas legalizado, e defendeu a tese bolivariana do referendo revocatório. Na política externa, propôs retomar todas as “iniciativas altivas e ativas” que isolaram o Brasil e fizeram com que a voz do País deixasse de ser ouvida nos organismos internacionais. Em linhas gerais, defendeu de forma enfática as políticas dos 15 anos dos governos petistas e apresentou-se mais uma vez como o salvador da Pátria, com uma prometida carta aos brasileiros com as mesmas políticas dos últimos anos.

Minha convicção de que Lula deve ser candidato foi reforçada por essa entrevista, verdadeira plataforma e programa de governo. Alguns viram em tais declarações, muito radicais para uma eleição presidencial, o reconhecimento de que sua candidatura deverá ser impedida e que se trataria de plataforma política para eleger uma bancada petista no Congresso. Não creio que suas declarações tenham sido uma jogada tática, sinalizando ter jogado a toalha para a eleição presidencial. Minha percepção é a de que quis, mais uma vez, delimitar seu campo de ação, confiando na estratégia do “nós contra eles” e mostrando aos seguidores que, apesar das acusações de corrupção, ele e o PT mantêm todas as políticas que, na visão do partido e do candidato, deram certo.

Será importante que Lula possa concorrer para que a sociedade brasileira se manifeste sobre seu programa de forma definitiva. São inegáveis alguns avanços, nos governos petistas, na área social. Mas, sobretudo no segundo mandato de Lula e no governo Dilma, políticas econômicas equivocadas foram responsáveis pela profunda crise econômica e social em que o Brasil foi lançado. Não se podem ignorar os 14 milhões de desempregados, a grave crise fiscal e a maior recessão da História. Derrotadas politicamente, as propostas e atitudes divisivas de Lula ficarão superadas de forma legítima e não abrirão nenhuma possibilidade de contestação. O espectro petista que ronda o País poderá ficar afastado de vez.

Se Lula ganhar, poderemos ter uma nova e excitante experiência petista de governo e o Brasil estará comprando uma passagem direta para a Grécia (aonde, aliás, já chegou o Estado do Rio de Janeiro).  Ganhando um candidato de centro com uma agenda de reformas, o Brasil poderá voltar a olhar para a frente, com uma agenda de modernização que passe pelo aprofundamento das reformas e da revisão do papel do Estado, e com o enfrentamento das desigualdades e dos privilégios para tornar o País mais justo, mais democrático e mais sustentável, ou seja, justamente melhor e de forma mais permanente para os desfavorecidos. Com isso o País se tornará mais bem preparado para enfrentar as rápidas transformações em todos os campos do cenário internacional, que desafiam as instituições, os trabalhadores e os empresários.

As eleições de outubro de 2018 serão um divisor de águas para as futuras gerações. O voto definirá a volta às políticas do lulopetismo ou a visão do futuro. O Brasil terá de optar entre dois caminhos bastante distintos. Esse é o dilema que deve ser enfrentado para que o Brasil possa definir um rumo claro a ser seguido.

*Rubens Barbosa é presidente do Instituto de Relações Internacionais e de Comércio Exterior (Irice)

sábado, 13 de janeiro de 2018

A desfaçatez criminosa do PT

O roubo aos cofres públicos praticado pelos petistas e seus aliados é gravíssimo e indignou a sociedade brasileira, mas a audácia e o descaramento de se colocarem como vítimas é algo tão ou ainda mais revoltante

Como se não bastassem todo o desmantelo moral e a corrupção desenfreada que marcaram os governos de Lula e Dilma Rousseff, o lulopetismo tem como algumas de suas principais características a desfaçatez e o cinismo utilizados para a construção de narrativas falaciosas que distorcem a realidade e pretendem confundir a opinião pública. Isso se deu mais uma vez a partir do momento em que a Petrobras vítima da roubalheira perpetrada nos 13 anos em que o PT governou o país – anunciou um acordo judicial com acionistas norte-americanos que investiram na empresa brasileira e tiveram perdas milionárias decorrentes do petrolão, o maior esquema de corrupção já praticado no Brasil e, talvez, no mundo.

O acordo foi feito justamente para que se encerrasse a ação coletiva movida pelos investidores americanos lesados pela patifaria petista. Ao todo, a estatal pagará US$ 2,95 bilhões (o equivalente a quase R$ 10 bilhões) em três parcelas, que terão início após a aprovação preliminar do juízo da Corte Federal de Nova York, onde tramita o processo. É evidente que se trata de um montante significativo, mas o acordo talvez possa ser até benéfico para a Petrobras diante da possibilidade de que um júri popular nos Estados Unidos arbitrasse uma soma ainda maior como indenização. Nesse caso, o prejuízo aos cofres da empresa, que já foi tão vilipendiada pela quadrilha que a assaltou nos últimos anos, certamente seria ainda maior.

O mais estupefaciente é a reação indecorosa e cínica de alguns próceres do lulopetismo, como a presidente nacional do PT e o líder do partido na Câmara dos Deputados, que vieram a público para atacar o acordo firmado pela Petrobras nos EUA e acusaram a Operação Lava Jato, vejam só, de praticar “o maior assalto da história da humanidade”. Seria cômico se não fosse trágico. Foi durante os governos petistas que a nossa maior empresa sofreu nas mãos de criminosos que a saquearam para atender aos objetivos políticos do PT e partidos aliados. Sob o comando de Pedro Parente, atual presidente da empresa, a Petrobras iniciou um caminho virtuoso de recuperação econômica, moral e da credibilidade perdida. Justamente aqueles que foram responsáveis por tamanho desmantelo agora vituperam contra as medidas necessárias levadas a cabo pela administração da estatal no sentido de superar o desastre provocado nos tempos de Lula.

O assalto ao patrimônio público e a série de escândalos de corrupção que permearam, sobretudo, os governos de Lula e prosseguiram sob Dilma indicam o grau de promiscuidade e a complexidade da cadeia criminosa enredada pelo PT em nome de um projeto de perpetuação no poder. As negociatas que envolveram inúmeros financiamentos suspeitos por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), por exemplo, chegaram a vários outros países, especialmente da América Latina, expandindo os tentáculos do esquema delituoso para além de nossas fronteiras. Basta acompanharmos o que tem acontecido em alguns países da região, com ex-presidentes presos e tantos outros processados e acusados de atos de corrupção. A delicada e constrangedora situação criminal de Lula, condenado em primeira instância a 9 anos e 6 meses de prisão, não é um fato isolado.

Também não podemos nos esquecer de casos como a famigerada compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), em 2006, o que levou ao recente bloqueio dos bens de Dilma Rousseff determinado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). À época, a então presidente fazia parte do Conselho de Administração da Petrobras, que aprovou a aquisição da unidade – houve um prejuízo aos cofres da estatal de mais de US$ 580 milhões. O TCU também bloqueou os bens do ex-ministro Antonio Palocci (hoje preso) e de José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da estatal. Além disso, em dezembro do ano passado, a força-tarefa da Lava Jato denunciou uma dezena de pessoas, entre políticos e ex-funcionários da empresa, por corrupção e lavagem de dinheiro nesse episódio de triste memória.

Diante de tanta corrupção e das mais variadas e abrangentes denúncias e investigações em curso, é inconcebível que os áulicos do lulopetismo e defensores dos governos de Lula e Dilma tenham a coragem de se manifestar contra o necessário acordo da Petrobras com os investidores americanos. O roubo aos cofres públicos praticado pelos petistas e seus aliados é gravíssimo e indignou a sociedade brasileira, mas a audácia e o descaramento de se colocarem como vítimas é algo tão ou ainda mais revoltante. Que fiquem bem longe e não voltem a pôr as mãos na Petrobras. O Brasil não suporta mais tamanha imoralidade.

Roberto Freire - Blog do Noblat - VEJA

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Única alternativa


Combalida, a Eletrobras não consegue arcar com os investimentos em energia de que o país precisa

O sufoco fiscal em que se encontra o governo o déficit primário continua acima dos 2% do PIB, desde a saída de Dilma Rousseff, responsável pela crise é forte mola propulsora para levá-lo a programar a privatização da Eletrobras, bem como acelerar a licitação de concessões (estradas, aeroportos, por exemplo), entre outras medidas.

A questão é que não se trata apenas de uma oportunidade de o Tesouro obter, estima-se, algo entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões. Para efeito de comparação, a meta para este ano e o que vem é de déficits de R$ 159 bilhões. Uma ajuda nada desprezível. Até mais do que isso, privatizar a Eletrobras é essencial para preservar o setor elétrico e garantir os investimentos necessários a fim de garantir o fornecimento de energia que sustente o crescimento da economia, sem risco de apagões.

Também é fato que a barbeiragem cometida pela ainda presidente Dilma Rousseff, tida como competente conhecedora do sistema elétrico brasileiro, desestabilizou de tal forma a estatal que, por ironia, ajudou a inviabilizá-la de vez como estatal.Ao baixar a Medida Provisória 579, em 2012, para reduzir na base do voluntarismo a tarifa de luz em 20% — com evidente objetivo político-eleitoral —, o equilíbrio do sistema foi rompido. Com ideia fixa na “modicidade” tarifária — fez o mesmo no pedágio em estradas licitadas, e obras não foram feitas —, o governo Dilma, por aquela MP, estabeleceu regras para antecipar a renovação de concessões ainda a vencer. O princípio era que usinas amortizadas poderiam cobrar tarifas mais baixas.

A filosofia intervencionista, porém, nunca consegue manejar com todas as variáveis. E assim, elétricas públicas de estados (Cesp, de São Paulo; Cemig, de Minas; Copel, do Paraná) não aceitaram as condições da MP, enquanto as estatais federais foram obrigadas a aderir ao novo regime. O autoritarismo é intrínseco ao dirigismo. Veio um longo período de seca, e desmontou de vez o sistema de Dilma.

Nem toda a energia passou a ser produzida sob a regras que queria o governo, que enquadrou as usinas incluídas nas novas regras num sistema de cotas, em que a energia era vendida a preços baixos. Sem considerar variações de custos das hidrelétricas, por exemplo. Um modelo típico do planeamento centralizado.  O longo período de seca na hidrologia desmontou o castelo de cartas, montado bem no estilo lulopetista

O parque de termelétricas, principalmente a gás e óleo, de custo mais elevado, foi acionado e pulverizou a “modicidade”. Dilma continuou tentando, e o Tesouro foi convocado a subsidiar parte do aumento de custo. No fim, restou um tarifaço, para equilibrar o sistema no lado financeiro. Sem considerar rombos em empresas, com a volta dos “esqueletos”. Os estragos do dirigismo deixaram heranças, uma delas, a impossibilidade de uma Eletrobras combalida arcar com os investimentos em energia de que o país necessita. 

Vendê-la é a única alternativa sensata. Também para melhorar a gestão do setor e livrá-lo de delírios de poderosos de turno. Como aconteceu no lulopetismo.

Fonte: Editorial - O Globo


quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Temer e Lula, a mesma desculpa

Dizer que o país só avança no ‘rouba mas faz’ e que é preciso tolerar corrupção é como acreditar que todo mundo aqui é ladrão 

A CUT - a central sindical do PT - descobriu a causa do desemprego: a Lava Jato. Foi ao detalhe:  cada preso da operação desempregou 22 mil pessoas. Não, eles não estão de gozação. A tese, digamos, foi defendida pelo secretário de comunicação da central, Roni Barbosa, em discurso de apoio a Lula, ontem em Curitiba. No mesmo momento, em Brasília, no plenário do STF, o advogado Antônio Mariz sustentava que a Procuradoria Geral da República "atrapalha o país" ao apresentar denúncias de corrupção contra o presidente.  Isso porque, alegou, a PGR "impede Temer de trabalhar". Chegou a pedir: "deixem o presidente em paz". [deixem o presidente em paz não expressa bem o que o Brasil necessita neste momento de um ainda iniciante processo de recuperação da economia;
o que o Brasil necessita é que DEIXEM O PRESIDENTE TRABALHAR e no inicio de 2019 o investiguem, denunciem, processem, julguem e havendo provas (não vale indícios não indiciários) o condenem.
Mas, agora o Brasil precisa do presidente trabalhando e o presidente é, gostem ou não, MICHEL TEMER - tentar colocar outro será o caos e o CAOS CAÓTICO.] 
Um defende Lula, outro defende Temer, mas a tese, digamos, é exatamente a mesma -uma versão nova do clássico "rouba mas faz".  O pessoal da CUT diz que a Lava Jato paralisou grandes empreiteiras e outras empresas especialmente do setor de óleo e gás, o que levou o país à recessão e ao desemprego. Quer dizer com isso que se não houvesse a operação contra a corrupção, estaria tudo bem: o PIB crescendo, os brasileiros trabalhando, o PT no poder .... e os ladrões roubando sossegadamente. (Esta última conclusão, claro, é nossa.)
Como Lula representa aquele momento de expansão, denunciá-lo e processá-lo é uma conspiração dos que não querem o crescimento do Brasil. Entre estes, certamente estão o presidente Temer e seus associados. Na versão Mariz fica assim: o país está voltando a crescer depois da recessão do lulopetismo, essa recuperação se deve ao presidente Temer, de modo que não é hora de denunciá-lo. Quem faz isso, como o procurador Janot, só pode estar conspirando contra o Brasil. [convenhamos que está conspirando contra o Brasil, tendo em conta que havendo provas contra Temer a futura Procuradora-geral da República, RAQUEL DODGE, certamente o denunciará no momento oportuno, cumprindo as leis, e sem tentar sepultar no nascedouro o ainda frágil inicio da recuperação econômica.
Já Janot denunciando Temer,  de hoje até domingo, -  denúncia que certamente só tramitará na próxima semana, mais provavelmente após uma conclusão sobre o que fazer com os delatores Batista (delatores com FÉ PÚBLICA outorgada pelo Janot) - a única coisa que conseguirá será, ou melhor, as duas que conseguirá serão:
- poder se jactar que denunciou por duas vezes o presidente da República;
- e retardar, ou até paralisar, a recuperação econômica do Brasil.]
Mas como não se pode defender publicamente a corrupção, cujas evidências são arrasadoras, os dois lados se desviam da mesma maneira: é coisa dos outros. Um dos vice-presidentes do PT, o ex-ministro Alexandre Padilha, garantiu ontem que as malas e caixas de dinheiro encontradas no incrível apartamento de Salvador foram resultado de corrupção feita no governo Temer e não quando Geddel Vieira Lima, o dono ou fiel depositário da dinheirama,  foi ministro de Lula e diretor da Caixa Econômica na gestão Dilma. Como pode saber disso? Deu uma olhada nas fotos e "descobriu" que as notas eram novinhas.
Argumento mais do que duvidoso. Geddel ficou anos nas administrações petistas e, na Caixa, controlava financiamentos de bilhões. Foi dali que saiu o grosso da propina, dizem diversos delatores e testemunhas. O governo Temer tem pouco mais de um ano, tempo parcialmente aproveitado por Geddel, que está preso. Mas isso não libva o PMDB, pois Geddel, membro histórico do partido, estava nos governos petistas como representante de Temer. O que fazer? Tentar mostrar que Temer e o partido não têm nada com isso. Ontem, o PMDB formalizou o afastamento de Geddel Vieira Lima.
  
Do mesmíssimo modo, o pessoal de Lula está dizendo que Antônio Palocci - chefe de campanha de Lula e Dilma, ex-ministro dos dois, grande chefe do PT por anos - "nunca foi um verdadeiro petista".  Tudo considerado, está na cara que há mesmo uma conspiração nacional: contra a Lava Jato. Claro que os atores dos dois lados sabem perfeitamente que houve grossa roubalheira. Sabem também que não dá para enganar os eleitores por muito tempo.
Tanto sabem que já chegaram às teses mais ridículas. Essa de que cada preso da Lava Jato gerou 22 mil desempregados é o máximo da estupidez. Mas o advogado Mariz, um homem culto, quase chegou a dizer que denunciar Temer trás de volta a recessão e a inflação.  Diante disso, a estratégia que une todos - de Lula a Temer, passando por Aécio - é barrar a Lava Jato para minimizar os danos. Ser réu, acusado, é ruim, mas ainda é melhor que preso.
A decisão do STF de ontem - de manter Janot e ressalta a prerrogativa da PGR de investigar e denunciar o presidente quando julgar necessário - e as sucessivas ações recentes da Lava Jato indicam que não será fácil acabar com a maior operação contra a corrupção.  Uma última palavra: dizer que o país só avança no "rouba mas faz" e que é preciso ser tolerante com a corrupção para preservar o progresso, é como acreditar que todo mundo aqui é ladrão e que este país não tem futuro.
Piada?
Sei que muita gente não gosta de piada numa hora dessas, mas é irresistível. Por exemplo:
Proposta CUT contra o desemprego: soltem todos os presos da Lava Jato.
Dos amigos de Geddel: qual o problema? A família sempre gostou de guardar dinheiro vivo. [não esqueçam que o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, nomeado pela administração petista, não gostava de guardar dinheiro em bancos, tanto que além de um estoque de dinheiro em casa, efetuou o pagamento total de um apartamento em dinheiro vivo.]
Garotinho deixou de apresentar seu programa de rádio por um problema de voz -  voz de prisão.

domingo, 10 de setembro de 2017

O árduo e longo trabalho de reconstrução

Radiografia do desastre precisa estar presente na campanha eleitoral, para se saber em quem votar

[afinal, Lula e Dilma são incompetentes, estúpidos e boçais - a exemplo dos adeptos do lulopetismo e da maldita esquiada,  mas são extremamente eficientes no desmonte de qualquer economia.]

O trabalho de desmonte do equilíbrio nas contas públicas foi extenso e meticuloso, uma obra compartilhada entre o presidente Lula, a partir do final do seu segundo mandato, e sua ministra da Casa Civil e sucessora, Dilma Rousseff, economista de formação, ex-guerrilheira, brizolista de coração. No primeiro mandato, Lula se curvara ao bom senso, e o que prometeu na campanha, em 2002, fez: manteve o “tripé” (câmbio flutuante, meta de inflação, gastos sob controle), instalado pelo antecessor FH, a partir de 1999. Colocou no Ministério da Fazenda o médico Antonio Palocci, ex-prefeito petista de Ribeiro Preto, um político hábil. Escalou no BC o tucano Henrique Meirelles, ex-presidente do Bank Boston mundial, e permitiu que o segundo escalão da área econômica fosse ocupado por competentes técnicos “neoliberais”.

Não poderia deixar de funcionar. O choque cambial que soltou as amarras da inflação já na campanha, devido ao temor da sociedade diante do risco Lula, foi contido no início do mandato por meio dos instrumentos clássicos (juros altos e gastos contidos), para gana da militância petista. A estabilização da economia, pelo receituário indicado, permitiu que o país aproveitasse minimamente um ciclo de crescimento mundial sincronizado, muito devido à expansão chinesa. Por isso, as commodities dispararam, o Brasil passou a ser credor do FMI e Lula, “o cara”. Sua popularidade foi às nuvens.

Mas como certas correntes ideológicas nada esquecem e nada aprendem, a crise mundial agravada em 2008/9 foi o pretexto que Lula e Dilma encontraram para jogar no lixo políticas “neoliberais” e começar a lançar as bases do “novo marco macroeconômico”, cujos resultados estão expostos nos gráficos abaixo.


Lula passou a faixa em 2011 ainda com alta popularidade e Dilma, com todo o poder nas mãos, tratou de aplicar tudo o que pensava sobre economia. Terminou sofrendo impeachment no início do segundo mandato, por ter infringido a Lei de Responsabilidade Fiscal, de que tanto desdenhava.  A receita de aumentar os gastos públicos, por meio de mais endividamento do Tesouro, para subsidiar investimentos, e dar estímulos tributários ao consumo, com as famílias já endividadas, foi um previsível fiasco. Apesar de todos os alertas de economistas de “direita” e da imprensa profissional. Por tudo isso, o Brasil mergulhou na mais funda recessão contabilizada nas estatísticas: aproximadamente 8% de queda do PIB em dois anos, causa de uma onda gigantesca de desemprego (14 milhões de pessoas). Para completar o enorme desastre, a visão populista com que o país foi tocado por 13 anos engessou ainda mais o Orçamento, impediu que a Previdência fosse reformada, e hoje esses gastos respondem por mais da metade das despesas primárias (sem os juros). E crescem de forma autônoma. Até a Previdência ser reformada e mecanismos de indexação serem desligados.

Daí ser longa e árdua a reconstrução do país. O peso do déficit público no PIB se aproxima dos 80%, e há projeções de 90% para breve. Esta reforma, portanto, é essencial para a recuperação do país. Esta radiografia das contas públicas estará presente nos debates da campanha do ano que vem. Que seja entendida como um alerta do que o voluntarismo nacional-populista fez com os brasileiros. 

Fonte: Editorial - O Globo
 


segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Reformas e popularidade

O presidente Michel Temer assumiu um país virtualmente falido, correndo para o abismo e a insolvência

A grande vantagem dos governos populistas, como os que presidiram o país nos últimos anos, consiste no exercício ideológico da irresponsabilidade. Os recursos públicos foram simplesmente vilipendiados, quando não tratados como cosa nostra, sendo o mensalão e o petrolão os seus melhores exemplos.

Contudo, enquanto a farra imperava, houve inegáveis ganhos de popularidade política. Em seu corte esquerdista, estes governos caracterizavam-se pela dita afirmação dos direitos, como se os deveres não fizessem parte da cidadania. Observávamos — e observamos — corporações e sindicatos assim cooptados tomarem para si uma parcela cada vez maior dos recursos públicos. Os gastos tornaram-se cada vez maiores, sem as correspondentes receitas. Chega um dia em que a conta deverá ser paga. E ela chegou!

Para ter-se uma ideia do descalabro reinante quando o presidente Michel Temer assumiu o poder, o país perdia mensalmente cem mil empregos. Hoje, recupera 30 mil por mês, e os índices tendem a melhorar. O PIB era negativo, e já se pode prever para o próximo ano um crescimento entre 2,5% e 3,5%. A inflação nunca foi tão pequena em décadas, situando-se agora abaixo do piso da meta. Evidentemente, nada disto pode ser feito sem medidas duras, que, como é normal, produziram baixos índices de popularidade presidencial.

Há os que perderam os privilégios, os que não conseguem se dar conta de que a atual situação é decorrência de uma verdadeira herança maldita e os que seguem reféns da cegueira ideológica produzida pelo lulopetismo. É muito mais fácil vender ilusões, alicerçadas em dispêndios estatais crescentes, do que governar responsavelmente. Aliás, um dos graves problemas das democracias contemporâneas consiste em que essas procuram ganhar popularidade com políticas socialmente distributivas, como se essas fossem inesgotáveis, e não se preocupam com as questões atinentes à produção de riquezas, sem a qual nenhum distributivismo é capaz de se sustentar.

O presidente Temer assumiu um país virtualmente falido, correndo para o abismo e a insolvência. É bem verdade que muitos viviam na ficção dos “direitos” e de um “desenvolvimento” que se tornara inexistente. A nova classe média já tinha perdido a sua condição e voltava para a sua situação anterior. Apartamentos e carros, tão celebrados pelo lulopetismo, foram devolvidos, com uma enorme quebra de esperança. A inflação passou a corroer os salários e o poder de compra das famílias. Quem experimentou o gosto do melhor sofre muito mais com a sua perda.

Teve o novo presidente a coragem de assumir suas responsabilidades, despreocupado com sua popularidade e eleições. Talvez o seu maior erro tenha sido não ter apresentado ao país, no momento adequado, a herança recebida. Poderia ter aceito uma mera postergação do status quo, que, certamente, lhe teria granjeado popularidade. Poderia ter assumido o discurso fácil de venda de imagens de bem-estar social desconectadas da realidade. Em vez disto, decidiu colocar o país nos trilhos, no caminho das reformas necessárias.

Na medida em que se assumiu como “presidente reformador”, trouxe para si a impopularidade. A opinião pública, amortecida pelos governos anteriores, seguia na ilusão de que nossos problemas seriam meramente passageiros, uma “marolinha” que logo passaria. Uma pequena turbulência, e não a expressão de questões estruturais. Ora, reformas não são aprovadas do nada, sobretudo se o seu escopo for muito abrangente, atingindo vários dos interesses enclaustrados no próprio aparelho estatal. Na falta de popularidade, resta ao governante, se responsável for, apoiar-se no Parlamento, salvo se outra opção residir em um governo autoritário, que meramente impõe o que deve ser feito. 

O novo presidente não escolheu nem o populismo esquerdista, nem a solução autoritária, mas enveredou por negociações exaustivas e muitas vezes fisiológicas com a Câmara dos Deputados e o Senado.  Note-se que o Poder Legislativo é fruto desta mesma irresponsabilidade dos últimos governos, devendo passar ele também por um choque de realidade. De nada adiante criticar estas negociações parlamentares se nada for posto em seu lugar e, sobretudo, se o preço a pagar for a omissão, a irresponsabilidade e a manutenção do status quo.

Muito foi feito em curto espaço de tempo. A agenda reformista é extensa. Dentre outras iniciativas, observe-se:
a) o teto do gasto público, que impôs um limite à gastança irresponsável imperante;
b) a reforma do ensino médio, que vinha sendo negligenciada;
c) a aprovação da terceirização, que abre uma nova época para a produção de riquezas, dando uma nova agilidade aos processos econômicos;
d) a aprovação da modernização da legislação trabalhista, que cria novas oportunidades de emprego e tira a economia brasileira de seu engessamento, em consonância com o que ocorre nos países desenvolvidos;
e) a introdução de critérios de eficiência e de profissionalismo na gestão de empresas estatais e bancos públicos.

Ainda nestas últimas semanas, tivemos um aprofundamento do processo de desestatização de empresas públicas, sob a liderança do ministro Moreira Franco. Foi um ato de coragem mexer com símbolos de um país que deve se modernizar, como a Eletrobras e o aeroporto de Congonhas. Lembre-se dos benefícios da privatização da Telebras e a explosão de novas tecnologias e eficiência, colocando celulares baratos nas mãos de qualquer cidadão. Também está o governo cortando a bolsa-empresário, procurando equalizar as taxas de juros do BNDES com as do mercado, acabando com privilégios. 

A consciência de todo este processo de reformas e de inovação deveria ser uma obrigação mesma dos parlamentares, em cujas mãos está a necessária reforma da Previdência, sem a qual o quadro de transformações do país ficará incompleto. Pense-se igualmente no projeto de simplificação tributária.
O momento não é o de aposta na popularidade irresponsável.

Por:  Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - O Globo


sexta-feira, 16 de junho de 2017

A soberba de Lula

Ao se descortinar os fatos graves contra o ex-presidente, ficou demonstrado que o mito do herói petista serve melhor à literatura do que à política

O oportunismo que marcou a trajetória política do ex-presidente Lula da Silva, desde sua ascensão como líder sindical, foi tomado durante muito tempo como uma das virtudes capazes de levar um ex-metalúrgico a ocupar a Presidência da República. A realidade dos fatos, sobejamente documentada nos autos de um número constrangedor de processos judiciais a que responde, encarregou-se de demonstrar que o mito do herói serve melhor à literatura do que à política. Ao descortinar aos olhos dos cidadãos minimamente informados fatos graves que só a fé cega em um demiurgo é capaz de obliterar, as investigações sobre a conduta do ex-presidente revelaram que de virtuoso o oportunismo não tem nada.

Em evento de posse da nova direção do Partido dos Trabalhadores (PT) no sábado passado, na Assembleia Legislativa de São Paulo, Lula se apresentou como o único cidadão capaz de tirar o País da crise. Trata-se da imodéstia de quem se vê acima de qualquer responsabilidade que possa recair sobre seus atos, alguém ungido por um especial desígnio que justificaria qualquer desvario político. “Se o PT deixar, serei candidato para voltar a ver uma sociedade mais igual”, disse o ex-presidente. Poucas vezes uma afirmação de Lula soou tão embusteira. O PT é Lula, o rumo do partido é a expressão máxima de sua vontade. Portanto, o PT não tem qualquer ingerência sobre sua eventual candidatura à Presidência em 2018. Aliás, ainda que tivesse, esta prerrogativa, hoje, é exclusiva do Poder Judiciário, que pode torná-lo inelegível pela Lei da Ficha Limpa.

Durante o discurso, Lula mostrou que além de soberbo é incapaz de compreender a grandeza do cargo que ocupou e que sonha em voltar a ocupar. Afirmando que para voltar à Presidência “não precisa convencer os não convencíveis”, pois lhe bastariam “50% mais um” dos eleitores, Lula deixou clara a visão mesquinha que tem da Presidência da República, como se uma vez eleito estivesse comprometido apenas com o destino daqueles que o apoiam, e não com o de todos os brasileiros.


Ao arvorar-se em único capitão habilidoso o bastante para conduzir um navio à deriva, Lula esconde o papel determinante que teve na construção da pior crise política, econômica e moral da história recente, o mais eloquente atestado do desastre que o lulopetismo representou para o País. Em um misto de vaidade e desfaçatez, o ex-presidente afirmou em seu discurso na Assembleia Legislativa que “a melhor experiência de governança neste país foi do PT”. Para ele, a profunda recessão econômica e os 14 milhões de brasileiros desempregados são “fatos alternativos”.

Citado na delação superpremiada do empresário Joesley Batista como beneficiário de uma conta milionária abastecida com dinheiro de propina, Lula não se deu por constrangido e lançou mão de seu conhecido senso de humor rasteiro. “Estou quase fazendo delação para pegar os meus US$ 82 milhões”, ironizou. O problema seria encontrar um possível delatado, já que as investigações realizadas até agora colocam Lula no topo do esquema de corrupção engendrado para pilhar os recursos do Estado.

Mas não foi só a soberba, a imodéstia e a desfaçatez que marcaram o discurso de Lula na posse da nova direção de seu partido. O cinismo também deu as caras quando o ex-presidente afirmou que “o País nunca precisou tanto do PT como agora”. Prometendo resgatar o “Lulinha Paz e Amor”, o ex-presidente disse que “o PT é o único capaz de devolver a alegria ao povo brasileiro”. Lula é o grande artífice da grave crise por que passa o Brasil e por meio de seu discurso agressivo e excludente disseminou a cizânia e implodiu todas as pontes para uma reconciliação nacional em torno de um projeto de retomada do crescimento econômico, do desenvolvimento social e do debate de ideias próprio da democracia em um ambiente menos anuviado.

Se em meio à crise paira a incerteza sobre qual caminho o País deverá seguir em 2018, o lulopetismo já apresentou razões mais do que suficientes para a Nação saber qual deve ser evitado.



 Fonte: Editorial - O Estado de São Paulo