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terça-feira, 25 de abril de 2023

MST não quer terra nenhuma, só dinheiro vivo – e quem paga é o povo - J. R. Guzzo

Vozes - Gazeta do Povo

MST não quer terra nenhuma, só dinheiro vivo – e quem paga é o povo - Foto: Reprodução/MST

O MST, esse 'santo sacrário' de Lula, da esquerda nacional e de quem acredita que o Brasil, a esta altura do século XXI, ainda precisa de uma "reforma agrária", nunca quis distribuir terra para ninguém.  
Desde o começo das suas operações, ficou claro que é uma sociedade comercial com sócios-proprietários, acionistas e funcionários de carreira, com o objetivo de explorar o mercado mundial da piedade com o “camponês” explorado pelos “ricos” e sempre pronto a dar dinheiro para um “mundo mais justo”. Mais: cria e aproveita oportunidades para assaltar o Tesouro Nacional, em parceria com políticos que também estão pouco ligando para a "situação social" no campo; o que querem é verba, voto e cartaz.

O resultado prático disso é que o MST e seus derivados têm um único interesse real, estratégico e político: manter vivo, e sem solução, o “problema da terra”. É dele que vivem. Estarão mortos o dia em que todos os brasileiros do mundo rural tiverem seu próprio pedaço de chão. Por isso ficaram tão ferozmente contra a distribuição, no governo passado, de mais de 300.000 títulos de propriedade a brasileiros que querem trabalhar na terra.

    O MST está invadindo de novo propriedades rurais e órgãos do governo, com estímulo ou omissão da autoridade pública. [estímulo criminoso; exemplo: os facínoras do MST,  desobedeceram ordem judicial para desocuparem em três dias, terras que invadiram da Suzano - Papel e Celulose. Que fizeram os criminosos? com o apoio de um dos ministros do atual presidente - não lembramos o nome do ministro, estamos aguardando que os 37 se reduzam a uns 10,  para escolhermos se tem algum nome que valha a pena ser memorizado - que se acumpliciou com outro, também desconhecido, e marcaram reunião para na próxima quinta decidirem se cumprem ou não a ordem judicial. Em nossa opinião já passa da hora do ilustre magistrado que foi desobedecido e ignorado, determinar a prisão dos dois ministros e de quantos marginais do MST forem encontrados e fazer cumprir a DECISÃO JUDICIAL. 
ORDEM JUDICIAL NÃO SE DISCUTE, SE CUMPRE - sendo cabível eventual discussão se usa os meios previstos em lei para contestar, sem prejuízo do cumprimento da ORDEM questionada.]

Essa trapaça, que dura há décadas, acaba de receber uma espécie de selo de aprovação do governo Lula, com ata de reunião, documento oficial e número de protocolo
 Atesta-se aí pública e abertamente, pela primeira vez, que o MST não quer terra nenhuma, e sim dinheiro vivo
 O dinheiro, naturalmente, é o seu, tirado diretamente dos impostos.
 
Não se de trata de uma “reivindicação política” de ordem geral.  
O que houve de fato, numa reunião oficial do MST com o ministro da Fazenda, foi a exigência de um pagamento específico e determinado de 1 bilhão de reais, a ser depositado nas contas bancárias da organização. Isso mesmo: 1 bilhão de reais, uma em cima da outra.  
Foi apresentada, é claro, a desculpa de que esse dinheiro se destinaria à “aquisição de terras” para os “camponeses”, mas quem conseguiria acreditar numa história dessas? 
Se querem mesmo terra, por que não pedem terra? 
O governo está cheio de terra – é, aliás, o maior proprietário de terras do Brasil, disparado. Nada disso: o que eles querem é 1 bilhão de reais.  
É uma extorsão. O MST está invadindo de novo propriedades rurais e órgãos do governo, com estímulo ou omissão da autoridade pública; diz que vai invadir mais, se não receber dinheiro.

    Se invadir os edifícios dos Três Poderes é crime, terrorismo e golpe de Estado, por que invadir e destruir instalações da Embrapa é permitido?

O MST sabe perfeitamente que está acima da lei. O STF processa de modo enfurecido, sistemático e ilegal tudo o que considera “antidemocrático”, ou “terrorista”, ou contra o “patrimônio do Estado brasileiro”. Mas o MST invade e destrói propriedades da Embrapa, a grande turbina do avanço da economia rural no Brasil, e não acontece absolutamente nada aos seus donos. É o contrário. Eles fizeram parte da comitiva oficial de Lula à China. Continuam ganhando postos-chave no comando do Incra e de outros órgãos oficiais ligados à terra.

    A casa caiu: foi o próprio governo Lula que armou a baderna do 8 de janeiro

    Bolsonaro fez mais pela reforma agrária do que Lula e isso é insuportável para o MST

Por decisão do STF, os proprietários rurais não podem pedir à polícia ou à justiça que os defendam quando suas fazendas são invadidas: têm de “negociar” com os invasores, como um cidadão que precisasse negociar com os assaltantes quando invadem a sua casa para roubar.  
As instalações da Embrapa, para ficar só nessa parte do problema, são patrimônio do Estado brasileiro, como o Palácio do Planalto e os edifícios do Congresso e do STF.
 
Se invadir os edifícios dos Três Poderes é crime, terrorismo e golpe de Estado, por que invadir e destruir instalações da Embrapa é permitido?  
Por que os autores destes crimes viajam ao lado do presidente da República, despacham com o seu ministro da Fazenda (que põe boné do MST na cabeça) e pedem abertamente dinheiro público ao governo? Por que a lei brasileira não se aplica a eles?


J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 1 de setembro de 2021

CPI denuncia ao STF suposto financiamento ilegal de atos bolsonaristas

Segundo revelou o petista Humberto Costa, [codinome 'drácula' - por fraudes apuradas  na operação sanguessuga, quando era ministro do governo do criminoso petista] dinheiro apreendido com bolsonarista serviria para financiar atos antidemocráticos 

A informação chegou ao colegiado depois de a Polícia Federal ter prendido um bolsonarista, o prefeito de Cerro Grande do Sul (RS), Gilmar João Alba (PSL), com 505.000 reais em dinheiro vivo no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A dinheirama, segundo revelou o petista Humberto Costa, serviria para financiar atos antidemocráticos no dia 7 de setembro. O prefeito tentava embarcar em São Paulo num avião fretado para Brasília.

Radar - VEJA 

 

 

domingo, 18 de outubro de 2020

Alcolumbre garante impunidade de senador com dinheiro na cueca

Empenhado em se reeleger presidente do Senado, embora a Constituição não permita, David Alcolumbre (AP) garantiu a diversos interlocutores que dará em nada o pedido dos partidos Rede e Cidadania para que seja cassado o mandato do senador Chico Rodrigues (RR), flagrado em sua casa com cerca de 30 mil reais em dinheiro vivo, parte dos quais dentro da cueca.

Alcolumbre e Rodrigues pertencem ao mesmo partido, o DEM, cujo presidente, ACM Neto, prefeito de Salvador, mal se mexeu para punir seu correligionário. Considera que o partido não pode dar-se ao luxo de expulsar um senador dos seus quadros. O preferível seria que ele se licenciasse temporariamente, dando lugar ao suplente, que por sinal é seu filho. Ficaria tudo em casa.

O ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, afastou Rodrigues do cargo por 90 dias. Em sessão prevista para a próxima semana, o plenário do tribunal confirmará ou não a decisão de Barroso. O mais provável é que confirme. Mas a última palavra a respeito será dada pelo plenário do Senado. Aí entra Alcolumbre que trabalha em favor de Rodrigues.

Ele espera enterrar o assunto em plenário, evitando que seja examinado no Conselho de Ética que não se reúne desde o início da pandemia do coronavírus. Rodrigues é um dos membros do Conselho. Alcolumbre e a maioria dos seus colegas admitem que o caso desgasta ainda mais a imagem do Senado, mas que depois acabará esquecido. E segue o baile.

Se você não gosta de política e pouco liga para essas coisas, não se preocupe: outros gostam, entendem e votam em seu nome.

Blog do Noblat - Ricardo Noblat, jornalista - VEJA


sábado, 27 de junho de 2020

Bancos, fintechs e Facebook buscam controle dos meios de pagamentos - VEJA - Economia

O rápido crescimento no Brasil nos últimos anos corre o risco de desaparecer em ritmo igualmente surpreendente. O hábito de comprar por meio de máquinas de leitura de cartões magnéticos ou com chip pode se tornar obsoleto num futuro próximo. Trata-se de uma tendência inexorável nos chamados meios de pagamento, em que já é possível fazer transações via QR code e reconhecimento facial, sem o uso das máquinas onde se inserem os cartões e digita-se a senha no teclado numérico. Um novo passo nessa reviravolta estava prestes a ser dado no país com a entrada em funcionamento do WhatsApp Pay, operado pelo aplicativo de mesmo nome pertencente ao Facebook, em parceria com a empresa líder em operações de pagamento, a Cielo. O lançamento foi revertido, entretanto, na noite da última terça-feira, 23. O Banco Central, que tem defendido a descentralização do sistema financeiro, determinou que as bandeiras de cartões Visa e Mastercard suspendessem o suporte ao sistema, jogando um balde de água fria (ao menos temporário) na empreitada. Mesmo com a decisão do BC em relação ao Whats­App, o fim das leitoras de cartão é visto como um processo inexorável. “As maquininhas estão com seus dias contados”, vaticina Paulo Caffarelli, CEO da Cielo, que hoje detém 42% do setor.

A decisão do BC, além de reforçar o interesse da autoridade monetária em se manter como indutora da modernização do mercado financeiro, atende aos apelos dos grandes bancos, que temiam o confronto com uma rede social tentacular na operação de transações financeiras. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) também não via com bons olhos a parceria entre Cielo e Whats­App por acreditar que poderia contribuir com a concentração no mercado — não levando em conta que outras empresas pretendiam entrar na parceria, como a Stone, que negociava a adesão. O BC argumenta que sua determinação tem por objetivo preservar um “ambiente competitivo” em um sistema de pagamentos “interoperável, rápido, seguro, transparente, aberto e barato”.

As características delineadas pelo Banco Central são as mesmas que a instituição usa para defender o PIX, tecnologia de transferência instantânea que deve estrear em novembro no Brasil. Já a proposta de parceria entre Whats­App e Cielo terá de passar por uma série de ajustes e exigências regulatórias para sair do papel. Mas tudo leva a crer que será apenas uma pausa. Apesar da momentânea sobrevida ao sistema tradicional, a decisão não interrompe o ciclo de inovação desse mercado. Segundo um levantamento feito pela consultoria EY, 54% dos brasileiros afirmam que usarão mais serviços financeiros digitais após a pandemia em detrimento do dinheiro vivo.

Em VEJA - Economia - MATÉRIA COMPLETA


terça-feira, 15 de maio de 2018

Política e crime no Rio



Dos 730 mil financiadores da última eleição municipal no Rio, 40% são vistos como ‘laranjas’. Ano passado foram 1,3 milhão de negócios suspeitos de lavagem, 52% em dinheiro vivo 

O Rio é a área metropolitana do Brasil onde o crime organizado mais avançou na política. É o que indica o rastreamento inicial de negócios que vinculam políticos com grupos de milicianos, narcotraficantes e donos de jogos ilegais.  Em Brasília, analistas seguem o fluxo do dinheiro que sustenta a disputa pela hegemonia na economia e nos votos de 830 áreas já mapeadas na capital e em 21 municípios. Discute-se a criação de uma força-tarefa local. Há pendências burocráticas mas, sobretudo, hesitação sobre a conveniência política a sete meses do fim do governo Temer.

O mapeamento do caminho do dinheiro vai além das informações obtidas na etapa carioca da Lava-Jato e no inquérito sobre a emboscada e assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes, dois meses atrás no Centro da capital.  O rastreio preliminar confirma que, nas últimas duas décadas, milícias, narcotráfico e bancas de jogos ilegais conseguiram infiltrar, cooptar, manter e ampliar seus interesses em instituições como a Câmara Municipal e a Assembleia.  A influência política se tornou decisiva ao domínio de territórios, expansão dos negócios locais e impunidade. O controle do voto é uma realidade: a Justiça Eleitoral identificou pelo menos 468 seções eleitorais na capital, com mais de 618 mil eleitores (12% do total) e histórico de concentração de voto em candidatos ligados a milícias dominantes no Chapadão, Maré, Jacarepaguá e Alemão. O acesso de outros candidatos a essas comunidades costuma ser franqueado por “pedágios” — já houve caso de cobrança de R$ 120 mil em 2016.

Com influência no Legislativo, milicianos, narcotraficantes e banqueiros de jogos clandestinos avançaram na manipulação do sistema jurídico e no controle de áreas-chave de serviços públicos. A corrupção institucionalizada na etapa mais recente, desvelada pela Lava-Jato no Rio, acabou ampliando o espaço das quadrilhas na estrutura do estado. Elas participaram da coalizão de interesses que impôs critérios políticos na ocupação dos serviços de segurança (delegacias, batalhões da PM, corregedorias, sistema penitenciário e serviços de inteligência), de regulação dos transportes (trânsito), da ordem urbana (comércio) e do uso do solo, essencial à expansão de loteamentos clandestinos.  Essa dinâmica de negócios e poder político se reflete no crescimento da movimentação clandestina de capitais no estado.

Num exemplo, pelo menos 40% dos 730 mil financiadores registrados na última eleição da cidade do Rio são percebidos como “laranjas”, pela Justiça Eleitoral, porque não possuíam patrimônio compatível com as doações.  Durante o ano passado, bancos, imobiliárias, empresas de auditoria, de seguros e de comércio de bens de alto valor comunicaram 1,3 milhão de negócios suspeitos de lavagem, dos quais 52% (740 mil) com dinheiro vivo.  O Conselho de Atividades Financeiras, do Ministério da Fazenda, também aumentou em 73% a produção de relatórios sobre esse tipo de operações financeiras, na maioria com vínculos políticos. E somente um terço desse volume tinha relação direta com os múltiplos inquéritos da Lava-Jato.

José Casado, jornalista - O Globo

 

domingo, 26 de novembro de 2017

Parlamentares guardam milhões debaixo do colchão, em dinheiro vivo

No momento em que a Receita Federal fecha o cerco sobre quem declara altas somas de dinheiro em espécie, levantamento de ISTOÉ revela quem são os parlamentares que guardam verdadeiras fortunas em casa

Muita gente gosta de dispor de dinheiro vivo em casa. Uns por comodismo, outros para escapar das filas e das tarifas dos bancos. Mas há também os que escondem grandes quantias de origem duvidosa debaixo dos colchões para escapar da fiscalização e dos rigores da lei. Foi o caso do ex-deputado Geddel Vieira Lima, que mantinha em um apartamento em Salvador malas com mais de R$ 50 milhões. É de olho nesses desvios que a Receita Federal acaba de adotar uma medida que torna obrigatória a comunicação de operações que envolvam dinheiro em espécie em valor igual ou superior a R$ 30 mil. 


Com a medida, o governo espera lacrar uma porta que ainda estava aberta à corrupção, à sonegação e à lavagem de dinheiro. Daqui em diante, até será possível guardar em casa dinheiro amealhado ilegalmente, mas será muito mais difícil fazer uso da propina. Na prática, a Receita quer saber quem compra imóveis, carros, joias, quadros e outros bens com dinheiro vivo – uma das ferramentas mais comuns da lavagem de dinheiro. Ou seja, a partir de agora, os políticos que lançam mão desse expediente nada republicano deverão ter mais cuidado. ISTOÉ fez um levantamento com base nas declarações de bens de deputados federais das principais bancadas e dos 27 senadores eleitos em 2014 para saber quem poderia cair na mira do Leão caso realize transações em dinheiro vivo. Entre os senadores da safra 2014, somente dois declararam guardar valores em espécie na residência: Acir Gurgacz (PDT-RO), que mantinha R$ 500 mil, e José Maranhão (PMDB-PB) que dispunha de R$ 398 mil.

As seis maiores bancadas, por estado, possuem 269 deputados. São elas: São Paulo (70 parlamentares), Minas Gerais (53), Rio de Janeiro (46), Bahia (39), Rio Grande do Sul (31) e Paraná (30). Desse total, 25 deputados declararam à Justiça Eleitoral, em 2014, terem mais de R$ 300 mil em espécie. Chama atenção os valores milionários mantidos dentro dos portões de suas residências pelos deputados Fernando Torres (PSD-BA) com R$ 3.234.256,82, Leonardo Quintão (PMDB-MG) com R$ 2,6 milhões, Misael Varella (DEM-MG) com R$ 1.374.191,69, e João Bacelar (PR-BA) com R$ 1,2 milhão. Em geral, a justificativa dada aos curiosos é a proximidade de compromissos financeiros de ordem pessoal. Daí a necessária liquidez.

Primeiro lugar
O campeão de recursos em espécie guardados em casa pertence à bancada de Pernambuco. É o deputado Marinaldo Rosendo (PSB), que declarou ter R$ 3,82 milhões. Em agosto desse ano, Marinaldo teve as contas de sua gestão à frente da prefeitura de Timbaúba rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado por três votos a zero. Foi acusado de irregularidades na compra de material escolar e no repasse de recursos de empréstimos consignados aos servidores. De família tradicional mineira, o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que está no 10º mandato consecutivo, possuía, em 2014, R$ 950 mil em dinheiro vivo. Ele foi o relator da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer e proferiu um parecer pela rejeição do caso. [vai ver que o presidente Temer usou os recursos da mala com R$ 500 mil, que o ex-acusador-geral da República diz ser dinheiro de propina,  para pagar o deputado pelo relatório - estaria explicada a origem da dinheirama em poder do deputado Bonifácio.
Já que acreditam nas denúncias sem provas, fica fácil acusar o Loures de em algum momento ter acrescentado R$ 450mil  aos 500 já existentes na mala.

Janot diz, sem provas, que a mala era destinada ao Temer, mas, pode ser mais uma mancada dos Batista/Janot e a mala tinha como destinatário o deputado mineiro.
Afinal Rodrigo 'enganot' junto com os açougueiros Batista merecem  credibilidade total, tanto que pararam o Brasil por vários meses.]

O deputado Nelson Meurer (PP-PR) é réu da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, acusado de receber propinas de R$ 29 milhões entre 2006 e 2014. Apontado como um dos líderes do ‘quadrilhão do PP’, Meurer declarou ao TSE uma quantia de R$ 762.360 mil em espécie. O processo contra ele na Lava Jato está na reta final e o julgamento será marcado em breve. Outros paranaenses com fortunas em casa são Luiz Nishimori (PR), que possui R$ 800 mil, e Osmar Bertoldi (DEM) com R$ 700 mil. Em São Paulo, a curiosidade é que Paulo Maluf não aparece na lista. O ex-governador declarou ao TSE um patrimônio de R$ 39 milhões, composto de imóveis, terrenos ações, aplicações de renda fixa e fundo de investimento. Mas não tem reserva financeira em casa. Os principais destaques de SP no quesito dinheiro em espécie vão para os deputados Ricardo Izar (PSD), de R$ 800 mil, e Ricardo Tripoli (PSDB), num total de R$ 742 mil. Bruna Furlan (PSDB), que em 2010 tornou-se a deputada federal mais votada da história de São Paulo e é filha do prefeito de Barueri, Rubens Furlan, declarou guardar R$ 300 mil em casa.

Matéria completa em IstoÉ
 
 

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Temer e Lula, a mesma desculpa

Dizer que o país só avança no ‘rouba mas faz’ e que é preciso tolerar corrupção é como acreditar que todo mundo aqui é ladrão 

A CUT - a central sindical do PT - descobriu a causa do desemprego: a Lava Jato. Foi ao detalhe:  cada preso da operação desempregou 22 mil pessoas. Não, eles não estão de gozação. A tese, digamos, foi defendida pelo secretário de comunicação da central, Roni Barbosa, em discurso de apoio a Lula, ontem em Curitiba. No mesmo momento, em Brasília, no plenário do STF, o advogado Antônio Mariz sustentava que a Procuradoria Geral da República "atrapalha o país" ao apresentar denúncias de corrupção contra o presidente.  Isso porque, alegou, a PGR "impede Temer de trabalhar". Chegou a pedir: "deixem o presidente em paz". [deixem o presidente em paz não expressa bem o que o Brasil necessita neste momento de um ainda iniciante processo de recuperação da economia;
o que o Brasil necessita é que DEIXEM O PRESIDENTE TRABALHAR e no inicio de 2019 o investiguem, denunciem, processem, julguem e havendo provas (não vale indícios não indiciários) o condenem.
Mas, agora o Brasil precisa do presidente trabalhando e o presidente é, gostem ou não, MICHEL TEMER - tentar colocar outro será o caos e o CAOS CAÓTICO.] 
Um defende Lula, outro defende Temer, mas a tese, digamos, é exatamente a mesma -uma versão nova do clássico "rouba mas faz".  O pessoal da CUT diz que a Lava Jato paralisou grandes empreiteiras e outras empresas especialmente do setor de óleo e gás, o que levou o país à recessão e ao desemprego. Quer dizer com isso que se não houvesse a operação contra a corrupção, estaria tudo bem: o PIB crescendo, os brasileiros trabalhando, o PT no poder .... e os ladrões roubando sossegadamente. (Esta última conclusão, claro, é nossa.)
Como Lula representa aquele momento de expansão, denunciá-lo e processá-lo é uma conspiração dos que não querem o crescimento do Brasil. Entre estes, certamente estão o presidente Temer e seus associados. Na versão Mariz fica assim: o país está voltando a crescer depois da recessão do lulopetismo, essa recuperação se deve ao presidente Temer, de modo que não é hora de denunciá-lo. Quem faz isso, como o procurador Janot, só pode estar conspirando contra o Brasil. [convenhamos que está conspirando contra o Brasil, tendo em conta que havendo provas contra Temer a futura Procuradora-geral da República, RAQUEL DODGE, certamente o denunciará no momento oportuno, cumprindo as leis, e sem tentar sepultar no nascedouro o ainda frágil inicio da recuperação econômica.
Já Janot denunciando Temer,  de hoje até domingo, -  denúncia que certamente só tramitará na próxima semana, mais provavelmente após uma conclusão sobre o que fazer com os delatores Batista (delatores com FÉ PÚBLICA outorgada pelo Janot) - a única coisa que conseguirá será, ou melhor, as duas que conseguirá serão:
- poder se jactar que denunciou por duas vezes o presidente da República;
- e retardar, ou até paralisar, a recuperação econômica do Brasil.]
Mas como não se pode defender publicamente a corrupção, cujas evidências são arrasadoras, os dois lados se desviam da mesma maneira: é coisa dos outros. Um dos vice-presidentes do PT, o ex-ministro Alexandre Padilha, garantiu ontem que as malas e caixas de dinheiro encontradas no incrível apartamento de Salvador foram resultado de corrupção feita no governo Temer e não quando Geddel Vieira Lima, o dono ou fiel depositário da dinheirama,  foi ministro de Lula e diretor da Caixa Econômica na gestão Dilma. Como pode saber disso? Deu uma olhada nas fotos e "descobriu" que as notas eram novinhas.
Argumento mais do que duvidoso. Geddel ficou anos nas administrações petistas e, na Caixa, controlava financiamentos de bilhões. Foi dali que saiu o grosso da propina, dizem diversos delatores e testemunhas. O governo Temer tem pouco mais de um ano, tempo parcialmente aproveitado por Geddel, que está preso. Mas isso não libva o PMDB, pois Geddel, membro histórico do partido, estava nos governos petistas como representante de Temer. O que fazer? Tentar mostrar que Temer e o partido não têm nada com isso. Ontem, o PMDB formalizou o afastamento de Geddel Vieira Lima.
  
Do mesmíssimo modo, o pessoal de Lula está dizendo que Antônio Palocci - chefe de campanha de Lula e Dilma, ex-ministro dos dois, grande chefe do PT por anos - "nunca foi um verdadeiro petista".  Tudo considerado, está na cara que há mesmo uma conspiração nacional: contra a Lava Jato. Claro que os atores dos dois lados sabem perfeitamente que houve grossa roubalheira. Sabem também que não dá para enganar os eleitores por muito tempo.
Tanto sabem que já chegaram às teses mais ridículas. Essa de que cada preso da Lava Jato gerou 22 mil desempregados é o máximo da estupidez. Mas o advogado Mariz, um homem culto, quase chegou a dizer que denunciar Temer trás de volta a recessão e a inflação.  Diante disso, a estratégia que une todos - de Lula a Temer, passando por Aécio - é barrar a Lava Jato para minimizar os danos. Ser réu, acusado, é ruim, mas ainda é melhor que preso.
A decisão do STF de ontem - de manter Janot e ressalta a prerrogativa da PGR de investigar e denunciar o presidente quando julgar necessário - e as sucessivas ações recentes da Lava Jato indicam que não será fácil acabar com a maior operação contra a corrupção.  Uma última palavra: dizer que o país só avança no "rouba mas faz" e que é preciso ser tolerante com a corrupção para preservar o progresso, é como acreditar que todo mundo aqui é ladrão e que este país não tem futuro.
Piada?
Sei que muita gente não gosta de piada numa hora dessas, mas é irresistível. Por exemplo:
Proposta CUT contra o desemprego: soltem todos os presos da Lava Jato.
Dos amigos de Geddel: qual o problema? A família sempre gostou de guardar dinheiro vivo. [não esqueçam que o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, nomeado pela administração petista, não gostava de guardar dinheiro em bancos, tanto que além de um estoque de dinheiro em casa, efetuou o pagamento total de um apartamento em dinheiro vivo.]
Garotinho deixou de apresentar seu programa de rádio por um problema de voz -  voz de prisão.

terça-feira, 4 de julho de 2017

Para Fachin, 42 reais valem mais que malas com meio milhão

O libertador de Rocha Loures negou o habeas corpus requerido por uma mulher presa por tentar furtar dois desodorantes e um punhado de chicletes 

 Em 7 de fevereiro deste ano, como informa a reportagem no site de VEJA, o ministro Edson Fachin negou o habeas corpus que libertaria uma mulher de 39 anos, na cadeia desde 2011. Motivo da prisão: ela tentou furtar, num estabelecimento comercial de Varginha, no interior de Minas Gerais, dois desodorantes e cinco frascos de chicletes que hoje custariam, somados, 42 reais. Fachin encampou o parecer do relator Ricardo Lewandowski, que se mostrou inconformado com o fato de a ré ser reincidente na tentativa de levar sem nada pagar meia dúzia de ninharias. “O contexto revela que a acusada, no caso, é pessoa que está habituada ao crime”, concordou o agora relator dos casos da Lava Jato no STF.

Quase cinco meses depois, Fachin resolveu mostrar que no peito de um ministro durão bate um coração que sabe ser compassivo. Na sexta-feira passada, 30 de junho, valendo-se do que o time da toga chama de decisão monocrática”, ele mandou soltar Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado federal e ex-assessor do presidente Michel Temer, engaiolado em Brasília desde 3 de junho. Como sabem milhões de telespectadores, Rocha Loures foi filmado pela Polícia Federal ao sair de uma pizzaria de São Paulo carregando uma mala com 500 mil reais em dinheiro vivo, recebidos de um executivo da JBS. O flagrante cinematográfico é parte da meia delação premiadíssima de Joesley Batista.

Para encerrar a curtíssima temporada na cela do famoso “homem da mala”, Fachin explicou que a possibilidade de Rocha Loures cometer novos crimes foi aplacada ─ atenção para o supremês castiço “em face do transcurso de lapso temporal e das alterações do panorama processual”. Só Deus e Fachin sabem o que quis dizer com isso o doutor que esbanja severidade com quem afana chicletes e desodorantes. A mineira punida em fevereiro por tentar furtar em Varginha menos de 50 reais errou a cidade e a quantia. Se tivesse embolsado numa capital algo em torno de R$ 500 mil, não ficaria presa mais do que 27 dias.

Fonte: Coluna do Augusto Nunes - VEJA

 

domingo, 13 de novembro de 2016

Lula recebeu propina em dinheiro vivo

Em delação premiada, Marcelo Odebrecht diz que fez pagamentos ao ex-presidente Lula em espécie. Recursos faziam parte do montante de aproximadamente R$ 8 milhões destinados ao petista pela empreiteira

Nos últimos meses, o ex-presidente Lula foi emparedado pela Lava Jato. Virou réu três vezes por práticas nada republicanas: obstrução de Justiça, ocultação de patrimônioao omitir um tríplex no Guarujá —, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, organização criminosa e tráfico de influência no BNDES, em razão do esquema envolvendo a contratação de seu sobrinho Taiguara Rodrigues dos Santos. Ou seja, já há uma fartura de provas contra o petista, ao contrário do que costuma alardear sua defesa. Nada, no entanto, pode ser mais categórico e definitivo como conceito de corrupção, na acepção da palavra, do que o recebimento de pagamentos de propina em dinheiro vivo. Por isso, o que ISTOÉ revela agora acrescenta um ingrediente potencialmente devastador para o ex-presidente.


Recursos repassados a Lula teriam vindo do setor de Operações
Estruturadas da Odebrecht, o chamado departamento da propina


Num dos 300 anexos da delação da Odebrecht, considerada a mais robusta colaboração premiada do mundo, o herdeiro e ex-presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, diz ter entregue a Lula dinheiro em espécie. Nunca uma figura pública que chegou a ocupar a presidência da República demonstrou tanta intimidade com a corrupção. Os repasses foram efetuados, em sua maioria, quando Lula não mais ocupava o Palácio do Planalto. O maior fluxo ocorreu entre 2012 e 2013. Foram milhões de reais originários do setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – o já conhecido departamento da propina da empresa. Segundo já revelado pela Polícia Federal, aproximadamente R$ 8 milhões foram transferidos ao petista. Conforme apurou ISTOÉ junto a fontes que tiveram acesso à delação, o dinheiro repassado a Lula em espécie derivou desse montante.

Os pagamentos em dinheiro vivo fazem parte do que investigadores costumam classificar de “método clássico” da prática corrupta. Em geral, é uma maneira de evitar registros de entrada, para quem recebe, e de saída, para quem paga, de dinheiro ilegal. E Lula, como se nota, nunca se recusou a participar dessas operações nada ortodoxas. O depoimento agora revelado por ISTOÉ é a prova de que, sim, o petista não só esteve presente durante as negociatas envolvendo dinheiro sujo como aceitou receber em espécie, talvez acreditando piamente na impunidade. Se os repasses representavam meras contrapartidas a “palestras”, como a defesa do ex-presidente costuma repetir como ladainha em procissão, e se havia lastro e sustentação legal, por que os pagamentos em dinheiro vivo?

Na Odebrecht, as entregas de recursos a Lula sempre foram tratadas sob o mais absoluto sigilo. Não por acaso, segundo apurou ISTOÉ, logo que Marcelo Odebrecht foi preso, em junho de 2015, a empreiteira presidida por ele, naquele momento vulnerável a buscas e apreensões da Polícia Federal, acionou um esquema interno de emergência chamado de Operação Panamá. Consistia em promover uma varredura nos computadores, identificar os arquivos mais sensíveis e enviá-los para a filial da empresa no país caribenho. O objetivo não era outro, senão desaparecer com digitais e quaisquer informações capazes de comprovar transferências de recursos financeiros da Odebrecht ao ex-presidente Lula. Àquela altura, a empreiteira ainda resistia a entregar o petista, topo da hierarquia do esquema do Petrolão. Mudou de planos premida pelo instinto de sobrevivência.

Investigadores da Lava Jato vão querer saber, num próximo momento da investigação, se os repasses em dinheiro vivo ao ex-presidente guardam conexão com a operação desencadeada na última semana pela PF, sob o epíteto de Dragão. Na quinta-feira 10, foram presos os operadores Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran, cujo papel era justamente oferecer dinheiro em espécie para o sistema de corrupção. Pelo esquema, as empreiteiras contratavam serviços jamais prestados, efetuavam o pagamento a Duran e, ato contínuo, recebiam o dinheiro para pagar agentes públicos. A trama só foi desbaratado graças à colaboração de um delator da Odebrecht: Vinícius Veiga Borin. 

Ele contou à PF e procuradores como funcionava a engrenagem da lavagem de dinheiro criada pelas empreiteiras: as contas no exterior sob a batuta de Marcos Grillo, outro executivo da Odebrecht, alimentavam o Departamento de Propina da empreiteira. Quando havia necessidade de entregar valores em espécie no Brasil, eles recorriam a offshores, controladas por Duran. A Lava Jato suspeita que o dinheiro repassado a Lula possa ter integrado esse esquema.

Além de Marcelo Odebrecht, no corpo da delação da empreiteira Lula é citado por Emílio Odebrecht, Alexandrino Alencar, ex-executivo da empresa, e o diretor de América Latina e Angola, Luiz Antônio Mameri. Faz parte do pacote de depoimentos relatos sobre uma troca de mensagens eletrônicas entre Mameri e Marcelo Odebrecht. Nessas conversas fica clara a participação de Lula para a aprovação de projetos da empreiteira no BNDES. Em seu depoimento, o diretor confirmou as mensagens e disse que as influências de Lula e do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, hoje preso, foram decisivas para a aprovação de projetos definidos exatamente como foram concebidos nas salas da Odebrecht, sem que fossem submetidos a nenhum tipo de checagem. Mameri citou obras em Angola e Cuba.

Nos últimos dias, a Procuradoria-Geral da República iniciou o estágio da validação dos depoimentos, em que os 50 delatores e 32 colaboradores lenientes da Odebrecht passaram a ler e confirmar o que já escreveram. Tudo será gravado. A checagem de informações pode durar até o final deste mês, uma vez que nem todos os executivos foram informados sobre a data do encontro com os procuradores.

O ALCANCE DA DELAÇÃO
No total, a empreiteira vai reconhecer que pagou algo em torno de R$ 7 bilhões em propinas no Brasil e no exterior. Marcelo Odebrecht, presidente da maior construtora do País, com 200 mil funcionários e um faturamento anual de R$ 135 bilhões, só decidiu fazer delação premiada depois de março desde ano, após ter sido condenado pelo juiz Sergio Moro a 19 anos e 4 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Aos 48 anos, Marcelo se deu conta de que poderia envelhecer na cadeia. 

Como o empreiteiro ainda é réu em várias outras ações, seus advogados calcularam que ele poderia ser condenado a no mínimo 50 anos. Com o acordo, suas penas reduzirão a dez anos de reclusão. Como já cumpriu 1 ano e cinco meses, ficará detido até dezembro do ano que vem. Depois, passará mais dois anos e meio em prisão domiciliar e outros cinco anos em regime semi-aberto. As outras condenações que vierem estarão englobadas no acerto. 

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