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segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Quem atribui ativismo ao STF não gosta da decisão, da Constituição ou até da democracia, diz Barroso

O Estado de S. Paulo - Blog do Fausto Macedo

Em evento promovido pelo Estadão e a Universidade Mackenzie nesta segunda, 13, presidente do Supremo diz que o centro ‘precisa recuperar o pensamento conservador que foi capturado pela extrema direita’

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal, afirmou na manhã desta segunda-feira, 13, que a Corte máxima foi um ‘dique relevante contra avanço do autoritarismo’, rebatendo alegações de ativismo judicial por parte da Corte. “Com frequência as pessoas chamam de ativistas as decisões que elas não gostam, mas geralmente o que elas não gostam mesmo é da Constituição ou eventualmente de democracia”, alertou.

O magistrado ainda rechaçou ataques ao Tribunal e deu o recado a parlamentares de que mexer no STF ‘não parece ser um capítulo prioritário das mudanças que o País precisa’. “A democracia e a Constituição ao longo dos 35 anos têm resistido a tempestades diversas, que foram dos escândalos de corrupção às ameaças mais recentes de golpe. A Constituição e a democracia conseguiram resistir e a resposta é afirmativa: quem é o guardião da Constituição? O STF. Então é sinal que ele tem cumprido bem seu papel e o resto é varejo político”, declarou Barroso.[pretende o ministro Barroso pautar o Poder Legislativo? ou aplicar seu entendimento de que "O nosso papel é empurrar a história"  - Migalhas ?]

O presidente do Supremo participa do seminário ‘O Papel do Supremo nas democracias’, promovido pelo Estadão e a Universidade Presbiteriana Mackenzie. Barroso ainda vai falar sobre a pressão contra a Corte e as potenciais retaliações de outros Poderes ante as decisões do Tribunal.

Em sua exposição, o ministro narrou como o Supremo ‘impediu retrocessos diversos’ ao elencar como o populismo autoritário se manifestou no País. Barroso citou por exemplo, o ‘negacionismo ambiental’, com o desmonte de órgãos de proteção, e o ‘negacionismo da gravidade da pandemia’. “Poucos países erraram tanto no tratamento da covid como no caso brasileiro, com o atraso da vacina e a campanha contra o distanciamento e uso de máscaras”, refletiu em alusão ao governo Jair Bolsonaro.

O ministro também apontou como a Corte combateu o ‘aparelhamento das instituições de Estado’ e enfrentou ‘ataques extremamente virulentos’.

“Pedido de impeachment por atos jurisdicionais, ameaças de descumprimento de decisões, desfile de tanques na praça dos três poderes, tentativa de volta do voto impresso, alegações falsas de fraude eleitoral, não reconhecimento da vitória, recusa em passar a faixa presidencial, articulação de golpe militar - tabajaras ou não, mas até com decreto - tolerância com acampamentos golpistas e invasão da sede dos três Poderes da República”, elencou.

‘Centro precisa recuperar o pensamento conservador da extrema direita’
Segundo o presidente do STF, democracias em todo mundo sofreram ameaças do populismo autoritário. Na avaliação de Barroso, parte do pensamento conservador no mundo foi capturado pela extrema direita, ‘com discurso de intolerância, misógino, homofóbico e antiambientalista’, sendo necessário que o centro ‘recupere esse espaço e essas pessoas’.

Ativismo
Já ao rebater as alegações de ativismo judicial no Supremo,
Barroso apontou ‘percepção popular equivocada’. O magistrado ponderou que o protagonismo do STF é fruto de um ‘desenho institucional’ e indicou que a visibilidade sujeita a Corte à críticas porque ‘sempre há alguém contrariado com as decisões’.
 
Veja o desmonte promovido por Rodrigo Constantino na fala do supremo ministro

Blog do Fausto Macedo - O Estado de S. Paulo

 

sábado, 8 de outubro de 2022

‘Este bandido tinha que ser fuzilado’, diz conselheiro da OAB sobre Lula

O Globo - Coluna Malu Gaspar - MATÉRIA COMPLETA
 

sábado, 22 de janeiro de 2022

Legisladores sem voto - Revista Oeste

Gabriel de Arruda Castro

[deuses de barro, idolatrados por pessoas que fingem desconhecer que o adjetivo 'supremo' não confere atributos de SER SUPREMO.]

Ministros do STF participam de sessão plenária | Foto: Nelson Jr/STF
Ministros do STF participam de sessão plenária | Foto: Nelson Jr/STF

O exemplo mais recente foi registrado nesta quarta-feira (19), quando o ministro Ricardo Lewandowski determinou que os Ministérios Públicos Estaduais e os Conselhos Tutelares tomem medidas para punir pais que não levem suas crianças para serem vacinadas contra a covid-19. Diz a decisão: “Oficie-se, com urgência, aos Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal para que, nos termos do art. 129, II, da Constituição Federal, e do art. 201, VIII e X, do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990), empreendam as medidas necessárias para o cumprimento do disposto nos referidos preceitos normativos quanto à vacinação de menores contra a covid-19”.

A menção à Constituição é vaga. O artigo 129, inciso II, diz apenas que o Ministério Público deve “zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição”. Os trechos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) tratam do Conselho Tutelar, e permitem “representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações cometidas contra as normas de proteção à infância e à juventude”. O ECA, no qual se baseia o partido Rede Sustentabilidade em seu pedido ao STF, afirma apenas que: “É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitáriase prevê multa de três a 20 salários mínimos (de R$ 3.636 a R$ 24.240).

O Ministério da Saúde e a Anvisa, entretanto, não trataram da obrigatoriedade da aplicação da vacina: apenas autorizaram o seu uso em crianças a partir dos 5 anos de idade. A vacina da febre amarela, por exemplo, também pode ser aplicada em crianças, mas não é obrigatória. Já outras vacinas, como a BCG e a da poliomielite, fazem parte do calendário nacional de vacinação das crianças. Em uma canetada, portanto, o ministro transformou a vacinação infantil de autorizada em obrigatória.

É legítimo discordar sobre o que a Constituição deveria dizer. Mas o STF existe para aplicar a Constituição

Ricardo Lewandowski jamais recebeu o voto de um eleitor sequer. É verdade que ele já ocupou cargos no Executivo, e talvez até sinta saudades daquele tempo. Lewandowski presidiu uma estatal na gestão do governador paulista Orestes Quércia (MDB), entre 1988 e 1999. Também foi secretário de governo da prefeitura de São Bernardo do Campo entre 1984 e 1988, na gestão de Aron Galante. O ministro do STF, aliás, nunca passou em um concurso para juiz: ingressou na carreira por indicação (de Quércia, claro), para compor o Tribunal de Justiça de São Paulo. A carreira no Executivo talvez explique as predileções do ministro. Mas não as justifica: elas não deveriam se sobrepor à Constituição.

É preciso fazer, entretanto, justiça com Lewandowski. Apenas dois dos integrantes da Corte (Luiz Fux e Rosa Weber) foram juízes concursados. E o ex-subordinado de Orestes Quércia está longe de ser o único membro do STF a fazer jornada tripla, ora como integrante do Judiciário, ora como legislador não eleito, ora como autonomeado integrante do Executivo. [com todas as vênias, expressamos nossa modesta opinião que o erro maior está no artigo 101 da'constituição cidadã': "Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada."
Não estamos entre os que entendem que todo  'bacharel em direito' é capaz de ser possuidor de notável saber jurídico. Mas, convenhamos que exigir de um integrante do STF que seja,  no mínimo, bacharel em direito seria algo sensato - apesar de portar tal título não garanta ao portador que saiba redigir uma elementar petição. No Tribunal do Júri e no Parlamento são encontrados semianalfabetos, o que é aceitável por representar o POVO - que em grande parte é analfabeto (vejam os eleitos nas eleições presidenciais de 2002 a 2014).
Entendemos que  para ser ministro do STF, o candidato teria que atender,  os requisitos exigidos para integrar os tribunais superiores.] 
 
É difícil apontar com precisão quando o tribunal mais importante do país assumiu de vez a função de ocupar o que entendia ser a lacuna deixada pelos outros Poderes.  
Mas um dos casos mais emblemáticos foi a votação, em 2011, da legalização da união civil (equiparada ao casamento) entre pessoas do mesmo sexo. Naquele caso, não por coincidência, a tribuna foi ocupada pelo então advogado Luís Roberto Barroso, que defendia o aval do STF à união entre pessoas do mesmo sexo. “O que se pede aqui, em primeiro lugar, que este tribunal declare na tarde de hoje, é que qualquer forma de amar vale a pena”, pediu ele, já no início de sua arguição.

É legítimo discordar sobre o que a Constituição deveria dizer. Mas o STF existe para aplicar a Constituição. Caberia, portanto, ao Congresso decidir sobre uma eventual mudança na legislação. Bastaria modificar a Constituição.

Hoje ministro do tribunal por indicação de Dilma Rousseff, Barroso se tornou uma das faces mais conhecidas do Judiciário ativista. 
E ele não faz questão de ocultar a sua tese de que os tribunais, especialmente o STF, devem ocupar aquilo que enxergam como lacunas deixadas pelos outros dois Poderes. “O Judiciário ocupou um certo espaço, que é o de atender a demandas sociais que não foram atendidas a tempo e hora pelo Poder Legislativo”, disse Barroso, em entrevista ao site Migalhas, logo após tomar posse na Corte. Esse princípio tem sido aplicado na prática pelo STF nos últimos anos.

Veja a lista:

Quem julga o STF?
Ao tomarem decisões sem respaldo claro na Carta Magna, os ministros do STF argumentam, com frequência, que o que está em jogo são princípios fundamentais, como a igualdade e a liberdade, como estabelece o preâmbulo do artigo 5º da Constituição. Mas esta é uma meia verdade: o preâmbulo do artigo 5º é concluído com a frase “nos seguintes termos”. Ou seja: aquilo que vem em seguida detalha os termos em que esses princípios são aplicados. Lá estão, por exemplo, a igualdade entre homens e mulheres, o direito à propriedade e o veto à tortura. Não vale tudo o que os ministros da Suprema Corte acreditarem ser desejável no momento.
O advogado constitucionalista Gabriel Dayan, diretor-executivo da Associação Nacional dos Juristas Evangélicos (Anajure), afirma que o STF se excede quando ignora a vontade popular — expressa por meio dos representantes eleitos. “Enquanto não houver alteração do regramento, depreende-se que a vontade popular é justamente a manutenção ou o aprofundamento dos debates em âmbito legislativo”, afirma Dayan.
Nada mais coerente que a Casa do povo trate temas pertinentes aos valores morais e aos padrões éticos de comportamento de acordo com a vontade deste e traduza em leis a vox populi.”
 
Para Daniel Fich, conselheiro do Instituto Brasileiro de Direito e Religião, uma alternativa ao modelo atual seria a implementação de um tempo de mandato definido — ele sugere 15 anos. Assim, a influência individual de cada ministro seria amenizada.  
 
A proposta é, de certa forma, semelhante à da deputada Bia Kicis (PSL-DF): abreviar a aposentadoria dos que lá estão. A idade máxima passaria de 75 para 70 anos.  [voltaria aos tempos anteriores à PEC da bengala, que permitiu que pessoas que padecem, de forma crônica, do entendimento que são 'deuses', transformem o que entendem em certeza absoluta =  passam a se considerar insubstituíveis.
Imagine: é corrente a piada -"alguns ministros da Corte acham que são deuses. Os demais têm certeza." Aumentar o tempo de permanência dos 'deuses' fortalece a piada, por consolidar nos incautos a ideia de que são insubstituíveis.  
Esclarecendo: não estamos defendendo a morte dos senhores ministros, ou sugerindo suicídio (alguns  jornalistas assim procederam em relação ao presidente Bolsonaro), mas existe um velho adágio, sempre atual: "Os cemitérios estão cheios de pessoas insubstituíveis.“
„Os cemitérios estão cheios de pessoas insubstituíveis.“

Fonte: https://citacoes.in/citacoes/584526-georges-clemenceau-os-cemiterios-estao-cheios-de-pessoas-insubstituiv/
„Os cemitérios estão cheios de pessoas insubstituíveis.“

Fonte: https://citacoes.in/citacoes/584526-georges-clemenceau-os-cemiterios-estao-cheios-de-pessoas-insubstituiv/
Mas o texto não avançou por falta de apoio no Congresso
Outra ideia que fracassou foi aumentar o número de ministros (ideia que o então senador Magno Malta, conselheiro de Bolsonaro, propôs ainda na época da campanha, mas que nunca decolou). Tampouco avançou o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro ao Senado Federal.

A alternativa mais lenta, mas também mais viável, é apostar no processo (natural) de substituição dos ministros. O primeiro indicado de Bolsonaro, Kassio Nunes, tem adotado uma postura ambígua quanto ao ativismo judicial. O novo integrante da Corte, André Mendonça, parece mais disposto a resgatar o espírito original da Constituição. É sempre bom lembrar que o presidente eleito nas eleições de 2022 escolherá outros dois membros do STF. Há alguns anos, isso não parecia algo que devia ser levado em conta na hora de escolher em quem votar. Agora, mostrou-se mais do que necessário.

Leia também “E se o governo mandasse o STF passear?”

Gabriel de Arruda Castro, colunista - Revista Oeste

 


terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Favoritos e rejeitados - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo

Aos amigos evangélicos, tudo; aos adversários indígenas, nada. Ou melhor, as migalhas

Com o presidente Jair Bolsonaro viajando e o Judiciário e o Legislativo em recesso, vão surgindo as bombas a serem lançadas em 2020 sobre a opinião pública, senadores e deputados e ministros do Supremo, a quem cabe a última palavra em questões polêmicas. São bombas em forma de medidas provisórias ou decretos em elaboração nas áreas técnicas do governo. Um projeto prevê subsídios para a conta de luz de templos evangélicos, ops!, religiosos. Outro escancara reservas indígenas às mais diversas formas de exploração, [a exploração de algumas áreas de reservas ocorrerá de forma sustentável e possibilitando o aproveitamento do que  hoje está abandonado, sem nenhuma utilização em prol do Brasil e do seu povo;
que adianta um punhado de índios serem ocupantes de reservas de milhares de hectares, sem nenhuma utilização -quando ocorre alguma é realizada de forma fortuita, por aventureiros estrangeiros, comprando dos índios o que eles tem obrigação de preservar.] Resta saber o que o Ministério da Economia acha de um, e a comunidade internacional, do outro. [O Brasil não pode, nem deve, se vincular ao que a comunidade internacional acha - deve sim, ignorar os latidos que só atrapalham,  e se algum país membro da comunidade internacional desejar, sem forçar a barra, conversar com o Brasil, apresentar ideias sobre um melhor aproveitamento, que sente a mesa com o Governo brasileiro e apresente suas propostas.
esse negócio de pirralha, fedelha, pretender opinar sobre assuntos sérios é parte de um circo que o Brasil deve ignorar.]

Em resumo: aos evangélicos, tudo; aos índios, as migalhas. Estes não terão direito a veto ao que for imposto para suas terras, mas poderão ser recompensados pelas atividades ali instaladas. Assistirão à devastação de camarote, estendendo o pires para colher as moedas. Quando abrirem os olhos, cadê as suas reservas? Puff! Evaporaram. Um dos mantras de Bolsonaro é que ele acabou com o “toma lá, dá cá” com o Congresso, mas a verdade é que, além de as emendas parlamentares terem sido liberadas diligentemente em 2019, a troca de favores corre solta especialmente com os aliados e amigos, inclusive de fora do Congresso.

Funcionou na reforma da Previdência dos militares, que perderem na aposentadoria, mas ganharam no soldo, e tem sido recorrente com as polícias, os evangélicos e as bancadas ligadas a ambos. Bolsonaro não esconde os privilégios para seus preferidos, que estão na sua base de apoio no Congresso, na sua base eleitoral no Rio de Janeiro e nas suas relações de amizades. Segundo levantamento do Estado, 30% da agenda pública de Bolsonaro no seu primeiro ano foi dedicada a militares e evangélicos. Ele pôs o "bispo" Edir Macedo no primeiro plano da foto do Sete de Setembro, vai a toda solenidade militar pelo País afora, anunciou indulto de Natal para policiais condenados por “excessos” em serviço e contrariou o ministro Sérgio Moro com o excludente de ilicitude, apelidado de “licença para matar”. [= licença para se defender e não ser morto, ou defender a terceiros e impedir mortes.
O bandido, que parte da imprensa insiste em pintar como o "escalado" para morrer é quem decide a hora, o local e o que estará fazendo quando for abatido.] 

E não são apenas gestos, gentilezas e fotos. Depois de contrariar o superministro da Justiça, Bolsonaro pinga más notícias nos planos do outro superministro, Paulo Guedes, da Economia. Numa hora, proíbe taxação da produção e consumo de energia solar. [se o presidente Bolsonaro taxar a produção e o consumo de energia solar, logo a quase totalidade da imprensa, milhões de gringos e brasileiros simpatizantes o acusarão ser contra a exploração de fontes renováveis de energia.
O presidente Bolsonaro pode ser açodado, cabeça quente, mas não é estupido e sacou logo a armadilha.
A escarrada Dilma é que chegou a comentar o aumento da arrecadação cobrando impostos sobre o ensacamento de vento.]] Noutra, quer subsídio para a energia dos templos evangélicos, ou, se preferirem – mas não é o que ocorrerá na prática –, dos templos das diferentes igrejas. Ou seja, tira receita com uma das mãos e gera despesa com a outra.

Por trás desse toma lá, dá cá ampliado, está o futuro: o novo partido do presidente e as eleições de 2022. Quem poderia ser melhor do que evangélicos, policiais e militares para estimular assinaturas do Aliança pelo Brasil? Quem mais tem tanta ramificação no País? Quanto aos índios, pobres, distantes, desarticulados, eles estão entregues à própria sorte. Nada contra a discussão sobre a extensão, o grau de preservação e o uso de áreas indígenas para o desenvolvimento – do País e das próprias comunidades indígenas. O problema é que, no atual governo, que rejeita ONGs e conselhos, trata críticos como inimigos, vê esquerdismo em tudo e em todos e só olha para o próprio umbigo (ou a própria ideologia), as discussões são muito restritas.

E lá vem um projeto que não apenas abre a mineração, como já esperado, mas autoriza a construção de hidrelétricas, extração de petróleo e gás e exploração de agropecuária e turismo nas reservas indígenas. Ou seja, tudo. Se o mundo já recebe com espanto as políticas do governo e as manifestações do próprio Bolsonaro para meio ambiente, imaginem o que vai achar da novidade? [o mundo é o mundo e o Brasil é o Brasil, apenas uma parte do mundo.]
 
Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S. Paulo 
 
 

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

BOLSONARO DEVE SER PATRIOTA ABDICANDO DA CANDIDATURA À REELEIÇÃO? - Sérgio Alves de Oliveira




O retorno, ou não, do PT, ao “trono político”- formando  quadrilha com todo o seu “staff” de  apoiadores de esquerda - a partir de 2022, irá depender , em grande parte ,de  Bolsonaro: se  vence a sua “vaidade”, ou a “inteligência/patriotismo”.

Mas antes de tomar essa decisão, se concorre, ou não, à reeleição presidencial em 2022,o “capitão” Jair Bolsonaro deveria refletir um pouco sobre a seguinte questão: é evidente que a “vaidade”, que  a todos assola, em relação a quem jamais  ocupou  a cadeira presidencial, e se elege para tanto, será grande, mas praticamente do mesmo tamanho da “vaidade” referente à um candidato que foi  eleito, e depois  reeleito. A diferença é muito pequena.                                                                                 
Um  ou dois mandatos  presidenciais não farão  grande  diferença, tanto na “vaidade” pessoal, quanto no “prestígio”(ou “desprestígio”) histórico,do referido “ex”-Presidente. Bolsonaro já obteve a honra  de ocupar a cadeira presidencial durante um mandato de 4 anos, a partir de 1º de janeiro de 2019. A “história” se lembrará dele igualmente ,tanto por um, quanto por dois mandatos, se  porventura reeleito ele fosse. Mas apesar de ter trabalhado e votado em Bolsonaro, mais  por ser anti-PT,  e contra a corrupção - como acredito que teria sido  o caso da maioria dos que o elegeram -  não vejo perspectivas objetivas do mesmo ser reconduzido à Presidência, na eleição de 2022.  Se  ele “tentar”, será vencido pelo PT . E seria o maior culpado por essa “tragédia”.  [resistimos a tentação de tirar as "aspas" da tragédia, pela certeza de quem em 2022 nem PT haverá. e Lula será um refugo  político, curtindo reminiscências.]
Essa tendência vem da “vizinha” Argentina, que politicamente sempre se antecipa  ao que se passará no Brasil político do “amanhã”, e que cometeu   agora o “suicídio” político de escolher um pilantra de esquerda ,para  terminar de destruí-la.                                                                         
“Lá” o peronismo  e a esquerda se encarregaram  de destruir  Macri,elegendo Fernández ;  “aqui”, o PT faz o mesmo em relação à  Bolsonaro, a partir dos interesses do  seu “patrão” ,o “Mecanismo”, filial da “Nova Ordem Mundial, boicotando o  Governo, principalmente através dos seus “serviçais”, o Congresso Nacional, e o  Supremo Tribunal Federal,  para eleger outro “Fernández”, por aqui também, fazendo enormes esforços para que seja  o “larápio” Lula da Silva, que lamentavelmente sempre contou com um rebanho de  ovelhas idiotas para apoiá-lo, aplaudi-lo,  e cair na sua “lábia” tosca.

A verdade é que o povo tem memória muito curta. E os “canalhas” da política sabem e se valem dessa carência. Sabem que o povo não vai   “lembrar” que o maior estrago  político feito no Brasil começou em  1985,se “agigantando” de 2003 até 2018,  com as eleições de Lula da Silva e Dilma Rousseff/Michel Temer, período onde  a corrupção tomou contornos dramáticos, com a “roubalheira” que fizeram no erário, estimada em cerca  dez trilhões de reais, quase  o dobro do PIB (produto interno bruto) brasileiro.

Talvez o Governo Bolsonaro tivesse condições de melhorar um pouco esse caótico quadro deixado pelo PT “et caterva”, ao afinal do seu mandato. Mas ele não está conseguindo, apesar dos esforços, e  apesar de não haver notícias de “novas” corrupções no  seu Governo. Mas isso ainda seria muito pouco em relação ao que seria preciso fazer, ainda mais que a roubalheira  “passada” não está sendo atacada mediante o  ressarcimento devido. Recuperam “migalhas”. De um total gigantesco. Não adianta condenar  e prender criminalmente  o ladrão e não recuperar o dinheiro que ele roubou.  E é exatamente  isso o que está acontecendo.

Mas a essa altura dos acontecimentos, a “camarilha” do PT ainda  tem a cara de pau de atribuir  ao Governo Bolsonaro,”boicotado” por eles, em todos os sentidos, toda essa desgraça que eles  próprios construíram, durante o longo tempo em que estiveram no poder, com total apoio  do Congresso Nacional, e dos Tribunais Superiores, especialmente do STF.  E a essa altura dos acontecimentos, o preço da corrupção desse período, na prática do  “toma-lá-dá-cá”, entre os Três Poderes, deixou um rombo tal  nas finanças públicas que muitas gerações de brasileiros serão sacrificadas para pagá-lo. E os “cretinos” ainda têm  a ousadia de culpar Bolsonaro pelo que  eles próprios fizeram, e se apresentam agora como “oposição”(ao que fizeram). É muita cara de pau.  Mas a verdade nem sempre é percebida  pelo povo. Esse é o perigo. Se a maioria    acreditar nas mentiras da esquerda , invertendo a culpa pela caótica situação existente, volta o PT em 2022. É a “matemática” das urnas.

Quem tiver  a cabeça bem no lugar, que infelizmente talvez não seja a maioria, não vai entrar nessa armadilha de mentiras  preparada pelo PT. Mas quem decidirá serão os “outros”. Mas, como não há haverá maneira de escapar dessa democracia de “mentirinha” a curto prazo,a única chance de derrotar o PT e sua “quadrilha” de mentirosos  nas próximas eleições, seria a sua oposição agir com muita inteligência,   desprendimento a “nomes” e ,fundamentalmente, patriotismo, colocando  na cabeça de chapa presidencial para 2022,o nome de um  candidato que poderia ser  melhor aceito que Bolsonaro,sem tanto “desgaste”, e que poderia ser apontado em pesquisas de tendências idôneas (nada de Ibope,Datafolha,etc.).       
                   
E a  eventual vitória desse “outro” candidato presidencial  seria também a vitória da inteligência de Bolsonaro sobre a sua vaidade, e sobretudo a demonstração do seu patriotismo. Seria, portanto, a plena  vitória de Bolsonaro. Não se pode ignorar a força da mídia numa eleição presidencial. A Grande Mídia detesta” Bolsonaro.  E apoia o PT, que sempre lhe serviu, tanto quanto  aos  interesses dos grandes  banqueiros. Resta-lhe a força da Pequena Mídia, inclusive a de “fundo-de-quintal”, e as Redes Sociais. Esses “detalhes” devem ser levados em conta na decisão a ser tomada em relação à candidatura de Bolsonaro à reeleição. [Bolsonaro foi eleito para promover reformas de grande importância e que modificarão radicalmente o Brasil;
Bolsonaro deve ao povo essas reformas e o povo deve a Bolsonaro os votos para reelegê-lo em 2022 - com Moro como vice;
Moro tem o perfil para 2026, queira Deus que se realize.
as reformas não foram esquecidas a da Previdência foi apenas a primeira pedra do alicerce e as demais a pedra "angular".]  

 
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo