Lacerda
ocupava uma função política e seu afastamento do cargo não significa
uma demissão. Para ser demitido, é preciso que o comando da PM instaure
um inquérito policial militar e apure possível cometimento de crime, o
que aí sim pode resultar em uma perda de patente ou mesmo prisão.
Nos estados:Atuação de bolsonaristas nas PMs preocupa governadores
Para o presidente do Fórum, o processo de "contaminação político-partidária" das PMs não ocorreu só por parte do coronel Lacerda. — Não é um problema de hoje ou ontem. É um problema que vem se repetindo e as instituições não estavam preparadas para responder à gravidade desses atos — disse o especialista.
A diretora-executiva do
Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo, diz que os governadores têm sido
obrigados a agir diante de episódios como o de São Paulo e Pernambuco,
onde policiais militares agrediram uma vereadora que participava de um
protesto contra o Bolsonaro. - É muito melhor quando o próprio comandante da PM lida com isso, mas
nem sempre é simples. Avaliamos que, sim, é positiva (a decisão de
Doria), porque o coronel que foi afastado era um coronel da ativa, em
posto de comando, com um papel importante em relação à tropa, e nós
precisamos segurar esses tipo de politização. Por outro lado, a gente
sabe também que esse afastamento gera uma outra consequência. O policial
acaba sendo visto com mártir e o próprio governador acaba sendo mais
questionado por parte da tropa. De forma nenhuma é positiva essa
situação, mas é importante que haja uma medida nesse sentido — disse ela
ao GLOBO. [perceberam o brilhantismo, a eloquência, a sapiência de mais um especialista? ops.... corrigindo, antes que nos acusem de uma inexistente misoginia: "uma especialista!"]
Coronel
da reserva da PM de São Paulo e ex-secretário nacional de Segurança
Pública, José Vicente da Silva disse que Lacerda cometeu uma infração
grave, principalmente ao ofender Doria, que é quem tem o comando da
tropa. Nas publicações, o coronel chamou o governador de São Paulo de
“cepa indiana”. — Foi absolutamente correta a decisão do
governador. Imagino que até o Coronel Lacerda estava imaginando, já que
ofendeu a principal autoridade a quem se reporta. Como um mal exemplo,
teria de ser removido, justamente como foi. E a partir de agora, o
comando da PM irá verificar as possibilidade de infração disciplinar e
qual a gravidade e o tamanho da punição — disse o coronel. [o coronel José Vicente, apesar de ter classificado o Doria de cepa indiana - o 'joãozinho', em termos do prejuízo que causa ao Brasil está mais para VARIANTE DELTA - pode ser classificado como especialista, conhece do assunto. O coronel por ser oficial da ativa, ainda mais com um comando de importância, teve uma conduta inadequada.]
Ao contrário do que diz Lima, o coronel da reserva não acredita que
há uma politização da PM. Ele diz que os policiais são “simpáticos” a
Bolsonaro e não há nenhum tipo de coordenação nacional em jogo. Para ele, casos como o de Lacerda, apesar de "lobos solitários", não podem passar despercebidos pelos governadores: —
Os governadores precisam assumir definitivamente a governança de suas
polícias. Não podem deixar passar as coisas. Além disso, é preciso estar
atento aos locais onde as polícias estão descuidadas, já que a
insatisfação profunda pode, sim, facilitar a manipulação política. Nesse
sentido, não é preciso ver apenas o rigor da disciplina, mas o ânimo
das polícias — disse José Vicente da Silva. [aqui discordamos da governança; o ideal é que as Secretarias as quais as polícias estão subordinadas, devem voltar a ter a denominação de Secretaria de Segurança Pública - uma questão de organização - e ficar sob o comando de um oficial do Exército brasileiro.]
Em Política - O Globo - MATÉRIA COMPLETA