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quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Sob chuva, manifestantes na Paulista pedem fim do STF e golpe militar

 Manifestantes também atacam o sistema eleitoral e pedem que a população evite a ascensão do comunismo

A chuva que caiu desde o início da manhã em São Paulo nesta quarta-feira chegou a dispersar o público que começou a se reunir por volta das 10h30 na Avenida Paulista, palco de manifestações bolsonaristas neste feriado de 7 de Setembro em São Paulo. Foi só o tempo abrir, no entanto, para o público se aproximar dos trios elétricos que estão estacionados na via.

Vestindo verde e amarelo, os manifestantes exibem cartazes pedindo que o presidente Jair Bolsonaro (PL) acione as Forças Armadas e “expurgue” o Supremo Tribunal Federal (STF). Há também mensagens contra o sistema eleitoral e pedindo ao povo brasileiro que evite a ascensão do comunismo (como em Brasília, há cartazes escritos em inglês), uma referência ao favoritismo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais.

Bolsonaristas protestam na Paulista durante o 7 de setembro -
Bolsonaristas protestam na Paulista durante o 7 de setembro – Sérgio Quintella/VEJA

Um dos primeiros discursos até agora foi o da ex-deputada Cristiane Brasil (PTB), que, a exemplo de seu pai, o ex-deputado Roberto Jefferson, insultou o ministro Alexandre de Moraes, do STF. De cima de um caminhão, ela chamou o magistrado de “ditador”.

Bolsonaristas protestam na Paulista durante o 7 de setembro -
Bolsonaristas protestam na Paulista durante o 7 de setembro – Sérgio Quintella/VEJA

Do outro lado da rua, uma viatura dos Boinas Negras, veteranos da Polícia Militar, foi a atração entre os manifestantes, com pedidos de selfies pelos manifestantes — pedidos que se estenderam até a policiais da ativa, que fazem a segurança na avenida, como já ocorreu em protestos anteriores.

Bolsonaristas protestam na Paulista durante o 7 de setembro -
Bolsonaristas protestam na Paulista durante o 7 de setembro – Sérgio Quintella/VEJA

Em frente ao trio elétrico do Nas Ruas, próximo ao Parque Trianon, o clima festivo só foi quebrado quando os moradores de dois apartamentos em frente expuseram e chacoalharam bandeiras vermelhas. Com gritos e insultos, o público na rua logo esqueceu os adereços. No caminhão é esperado o candidato ao governo pelo Republicanos, Tarcísio de Freitas.

Maquiavel - Revista Veja

 

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Jefferson insulta de novo Moraes e avisa: “Bolsonaro, você vai perder”

Ex-deputado acusou ministro do STF de ser chefe de milícia judicial

 
RADICAIS - Jefferson: governistas querem ampliar anistia a presos pelo STF -

 Jefferson: preso e sem poder se comunicar, dá mais um duro recado a a ministro do STF @blogdojefferson8/Instagram


O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) gravou um novo vídeo para atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Na imagem, o ex-presidenciável afirma que o magistrado determinou a presença de atiradores de elite (snipers) nas praças de Brasília no próximo dia 7 e que o presidente Jair Bolsonaro deveria mandar prendê-los. Na verdade, o esquema de segurança para as manifestações que ocorrerão em Brasília (e em todos os estados do país) foi determinado pelas forças públicas, não pelo STF.

CLIQUE E VEJA VÍDEO

“Temos hoje no Brasil uma milícia judicial cujo chefete é esse cidadão, o Xandão. Como ele vai botar  sniper nas praças de Brasília para impedir o povo de se manifestar embaixo do seu nariz, presidente. Como é que é isso? “Que conversa é essa, Bolsonaro? Você vai perder a eleição. Ele não pode fazer isso. Você tem que mandar seus fuzileiros navais amanhã prender todo sniper que tiver em cima de prédio no Eixo Monumental. Cana! Desarme e mete na chave”.

Atualmente em prisão domiciliar em Comendador Levy Gasparian, cidade fluminense de 8.500 habitantes localizada entre Petrópolis (RJ) e Juiz de Fora (MG), Jefferson não pode sair de casa por causa de medidas cautelares impostas por Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do inquérito que apura a existência de uma organização criminosa digital que ataca magistrados e instituições.

Na última semana, o Tribunal Superior Eleitoral barrou a tentativa de Roberto Jefferson de concorrer ao Planalto. Leia a reportagem aqui

Maquiavel - Revista VEJA


segunda-feira, 4 de julho de 2022

O ['Deslize'] vacilo em foto de Lula que virou munição do bolsonarismo contra o PT

Campanha admite erro técnico na foto de ex-presidente em Salvador na qual há pessoas duplicadas [fraude agora se chama, na quadrilha petista, de 'erro técnico'; denunciamos por ser nosso DEVER alertar que o descondenado Luladrão, que sempre foi mentiroso e também ladrão, continua mentindo empenhado em voltar à cena do crime para continuar roubando o Brasil.]  

Uma foto publicada pela assessoria do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a caminhada que fez em Salvador, na Bahia, no último sábado, 2, vem sendo utilizada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) para acusar a campanha petista de fraude.

Isso porque a foto, que à primeira vista parece mostrar uma rua lotada, conta com algumas pessoas duplicadas. Foi o suficiente para a acusação de que o PT estaria fazendo montagens para exagerar no apoio popular que Lula recebe nas ruas.[é a conclusão que se chega quando se percebe (foto em O Globo, jornal lulista, comprova ao apontar exemplos.) muitas pessoas duplicadas - ou saíram espalhando gêmeos idênticos ao acaso. Lula e o perda total foram, continuam sendo e sempre serão fraudes.]

O empresário bolsonarista Luciano Hang, dono das Lojas Havan, compartilhou no domingo, 3, um vídeo no qual um homem que se diz especialista em fotografia aponta erros técnicos que comprovam que a foto não é o que parece.

Os mesmos erros foram reforçados pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também no sábado. Se fazem isso publicamente para enganar a população de que tem apoio popular, imagina o que não fazem longe das câmeras?”, questionou o parlamentar no seu Twitter.

Outro militante da direita bolsonarista, o influenciador bolsonarista Kim Paim criticou até o fato de a TV Globo ter noticiado que a foto de Lula continha pessoas duplicadas, o que ele chamou de “cortina de fumaça”. Vocês acham que a Globo está criticando a foto manipulada do PT à toa (sic)? Isso é uma cortina de fumaça para as pessoas começarem a criticar o PT pela foto e esquecer o escândalo do PCC, argumentou ele, fazendo referência à delação do publicitário Marcos Valério.

O autor da foto, Ricardo Stuckert, que há anos é o fotógrafo oficial de Lula, explicou ao Portal G1 que fez nove fotos com um drone para montar a imagem panorâmica de 180 graus e, como as pessoas estavam se mexendo, algumas apareceram duplicadas. “Foi uma sobreposição”, disse o fotógrafo petista.  “Tem a outra foto que não é panorâmica, que é uma foto só, no mesmo ângulo, na mesma hora. Se fosse pra falar que tem Photoshop ou qualquer coisa, tem o vídeo que é também na mesma hora onde o drone estava. Não tem absolutamente nada de Photoshop”, se defende ele. [Pessoal, se vocês acreditarem no fotografo oficial do descondenado, lembramos que no inicio de dezembro devem escrever para Papai Noel pedindo presentes.]

Blog Maquiavel - Revista VEJA


sábado, 27 de março de 2021

Ladrões realizam o maior roubo de vacinas do país - Maquiavel

Veja - Tatiana Farah

Ação ocorreu na quarta-feira, 24, na Zona Sul de São Paulo. Na fuga, a dupla de assaltantes levou 98 doses dentro de uma pochete

A polícia de São Paulo tenta avançar na investigação relacionada ao maior roubo já registrado até aqui no país de vacinas contra a Covid. O caso ocorreu na quarta-feira, 24, quando os ladrões levaram 98 doses da UBS Vila Império II, em Americanópolis, Zona Sul da capital paulista. Uma das principais pistas para se chegar aos bandidos é um conjunto de vídeos. A partir dessas imagens, os agentes tentam estabelecer a rota de fuga da dupla de criminosos em uma moto. Pelo estudo do trajeto, que evitou vias de grande circulação, o delegado José  Ademar de Souza, titular do 43.o DP, avalia que os criminosos podem ser da própria vizinhança. Segundo ele, outras características da ação afastam, a hipótese de o roubo ter sido feito por alguma quadrilha especializada ou pelo crime organizado. “Havia um lote de vacinas, mas o ladrão levou alguns frascos. Ele sequer tinha como transportar as vacinas. Usava apenas uma pochete. Chegou na sala de vacinação, fez uma pergunta à funcionária sobre quem poderia ser vacinado. Quando ela começou a responder, ele mostrou a arma e mandou que lhe desse as vacinas. Depois saiu da sala e só foi abordado por um porteiro, desarmado. Mostrou a arma ao porteiro e fugiu, subindo em uma moto. Se fosse uma estratégia de roubo de vacinas para venda, ele teria levado muito mais”, afirma o delegado.

A funcionária que foi abordada pelo ladrão ficará até segunda-feira em casa, recuperando-se do susto. O delegado afirmou ser impossível colocar uma viatura em cada posto de vacinação do estado, já que só na capital são mais de 400 locais desse tipo. A vigilância, no entanto, foi ampliada na maioria dos municípios. Segundo a Secretaria de Segurança do Estado, mais 4 000 policiais foram colocados nas ruas, tanto para a segurança das vacinas quanto para a fiscalização das medidas sanitárias. “O ladrão que rouba um posto de saúde, uma escola, uma creche, está roubando dos próprios vizinhos, está roubando a vacina da avó do amigo dele no bairro”, diz o delegado, para quem mesmo o crime estabelecido na região se ressente desse tipo de comportamento. “Eu achei que seria mais fácil chegar aos autores, mas neste momento ainda não localizamos os ladrões. O ladrão que entrou no posto de saúde colocou a mão na mesa e deixou digitais. Estamos investigando isso”, afirma o delegado. Para ele, pela falta de acondicionamento correto, essas doses podem ter sido até inviabilizadas. “Ele colocou tudo numa pochete, estava calor. Essas vacinas podem ter sido perdidas ou mesmo fazer mal para quem tomar.”

                                   Roubo de Vacinas - vídeo 1/4

 

Confira a seguir os demais vídeos da fuga dos ladrões de vacinas.

Maquiavel - Blog em Veja

 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

As FFAA merecem apanhar (tanto)? - Jorge Serrão

Oficiais Generais - principalmente do Exército - acompanham, atenta e preocupadamente, aos ataques sistemáticos que as Forças Armadas vêm sofrendo da extrema mídia. O fenômeno acontece desde antes da “proclamação” da Nova República de 1985, na campanha das “Diretas, Já” (1983/84), pedindo o fim do regime dos Presidentes Generais. A “guerra” se intensifica na “Era” Jair Bolsonaro - que teve o apoio ostensivo de militares para se eleger.

Os grandes veículos tradicionais de comunicação, deliberada e estrategicamente, têm produzido séries de reportagens com as mais variadas denúncias contra militares. O pacotão de pancadas vai desde gastos questionáveis dos quartéis, passando por supostas denúncias de corrupção, envolvimento com tráfico de drogas, armas e milícias, até casos de importunação sexual em ambientes militares. [enquanto os cães ladram, a caravana passa - nem sempre o "caluniai,caluniai..." de Maquiavel apresenta bons resultados aos detratores.]

A marretada editorial também foca, como alvos, os “três Generais Eduardos”: Eduardo Pazuello (Ministro da Saúde), Luiz Eduardo Ramos (ministro articulador político do governo) e Eduardo Villas-Bôas (ex-Comandante do Exército e assessor especial do Palácio do Planalto). O claro objetivo dos ataques é bater, cada vez mais forte, no Presidente Jair Bolsonaro, atingindo, diretamente, sua mais consistente base de apoio e sustentação: os militares.

A jogada midiática, que é tão manjada e previsível que não consegue esconder os reais objetivos políticos por trás, pode ter
consequências institucionais graves.
A desmoralização sistemática das Forças Armadas só interessa aos inimigos do Brasil.

É patética a vingança ideológica dos comunistas tupiniquins que falharam na intenção de aparelhar e cooptar o Exército, a Marinha e a Aeronáutica para o plano de conquista do poder.

Nem a criação do Ministério da Defesa, para ser ocupado por civis (especialmente por comunistas profissionais), na Era FHC, conseguiu esvaziar o poder militar - que é o sustentáculo de qualquer Nação. Nos governos Lula e Dilma, cometeu-se o erro (proposital) de atrapalhar o natural rodízio de oficiais-generais no comando das Forças. A intenção era cooptar os chefes militares. Não deu certo, e ainda gerou o descontentamento de generais que acabaram preteridos na promoção de carreira. Muitos deles deram o troco em 2018, apoiando a eleição de Jair Bolsonaro.

Se os Altos-Comandos Militares tiverem sabedoria estratégica, podem tirar muito proveito dos ataques midiáticos covardes. O momento é oportuno para corrigir eventuais erros pontuais, e não para escondê-los debaixo dos tapetes e da burocracia dos quartéis. É fundamental que as Forças Armadas promovam um choque de transparência, claro, preservando os aspectos de Segurança Nacional. Afinal, nenhuma instituição brasileira está livre de críticas - justas ou injustas.

Além disso, é hora de mobilizar, ainda mais, os oficiais da “reserva ativa”. Eles têm mais liberdade que os profissionais da ativa para as “prontas-respostas” indispensáveis ao contraponto dos sistemáticos e estruturados ataques midiáticos. A extrema imprensa e seus ideólogos comunistas (alguns envergonhados, que não saem do armário para assumir seu comunismo) vão continuar na ofensiva. A guerra psicológica tende a se intensificar. Faz parte do jogo (ops, encenação) democrática.

Só resta às Forças Armadas, amadas ou não, se aperfeiçoarem para neutralizar os ataques. O presente do futuro exige militares cada vez mais profissionais, com Forças cada vez mais preparadas para lidar com desafios das guerras (assimétricas) de quinta geração. Além disso, nossas Forças têm uma imensa contribuição a dar nas áreas de segurança, logística, engenharia e gestão de crises, sobretudo em Defesa Civil. O papo de “Ditadura” ficou no passado, e só persiste na canalhice da narrativa esquerdopata.

Nossos militares têm compromisso com o futuro. Seus sabotadores seguem na vanguarda do atraso, até serem neutralizados e reciclados pela força natural do implacável e impiedoso tempo Histórico. Por isso, a reação das Forças Armadas precisa contar com sabedoria, resiliência e estratégia correta. A guerra não é ideológica, como pode parecer. A guerra é institucional. A esquerda só quer aparelhar e mamar nas tetas estatais. Os militares profissionais não podem, nem devem, entrar no joguinho da canhota.

A “intervenção militar” já aconteceu com a eleição de Bolsonaro. Só o tempo dirá se foi uma ação suficiente. Tudo indica que não. Ainda há muito por fazer em reformas e mudanças. Os militares têm ciência de que Bolsonaro representa um Governo de Transição. Só é fundamental que a maioria sadia e inteligente da sociedade brasileira defina para onde vai caminhar tal transição. Felizmente, a maioria concorda que retrocessos são inaceitáveis. Os militares aprenderam essa lição. Isto é o mais importante.  

Releia o artigo de domingo: As 15 Lições Políticas do “Malvadeza”

Blog Alerta Total - Jorge Serrão 

 

 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Impeachment de oportunidade - William Waack

O Estado de S. Paulo

O cenário político não sugere riscos imediatos a Bolsonaro, mas a volatilidade é alta

Trazido por ele mesmo à discussão, o impeachment de Jair Bolsonaro é uma possibilidade de baixíssima probabilidade no momento.A razão está em linha com o principal aspecto da política no Brasil de longa data: o impeachment não é visto como uma questão de princípio, mas, sim, como de oportunidade. 
 
É a oportunidade percebida pelos agentes políticos que faz surgir os motivos, e não o contrário. Soa bastante cínico para quem acredita em princípios na política, e aí reside provavelmente a grande originalidade de Maquiavel: na política é impossível realizar princípios.
 [a pandemia acabando - muitos não querem reconhecer que a pandemia começa a estabilizar em um platô que os arautos do pessimismo consideram alto, esquecem propositadamente que a primeira queda começou com um platô mais alto - e a economia iniciando a recuperação ainda que lenta, Bolsonaro ficará mais firme do que está, consolidando sua popularidade.
Ao ensejo, perguntamos: já atentaram para a besteira que o prefeito paulistano e seu parceiro, 'bolsodoria', estão prestes a fazer?querem usar a segunda dose da CoronaVac, destinada aos que já receberam  a dose inicial, para vacinar outra leva. Se ocorrer algum contratempo e a vacina atrasar,os atualmente felizardos (por terei recebido a dose inicial) passarão ao status de semi vacinados.
Outro absurdo é o cabo eleitoral do Joãozinho Doria, aquele diretor do Instituto Butantan, pretender adaptar o conteúdo do contrato firmado entre aquela farmacêutica e o Governo Federal,às conveniências do governo paulista.
O contrato firmado  estabelece o prazo até maio/21 para o Ministério da Saúde definir se exerce a opção de compra, constante daquele contrato ou se adia.O diretor - Dimas Covas, lembramos - quer que o MS defina agora. Contrato sério ou do tipo 'em cima do muro'?]

Bolsonaro provavelmente tem consciência clara – pois se trata da própria sobrevivência política – de que os interessados em tirá-lo do poder não tem carência alguma de motivos sólidos para montar contra ele um processo político de impeachment. Cumpre, portanto, não criar a oportunidade.  Por enquanto ela está afastada diante do fato de Bolsonaro ter entregue ao Centrão o comando da política – exatamente as forças que ele prometeu nas eleições tirar do mapa. Como se trata de um governo com escasso comando de qualquer programa (qual, aliás?) e norteado apenas pelo princípio da sobrevivência política em nome da reeleição, o entendimento com forças políticas como as do Centrão é bastante conveniente, e fácil.

É o que está acontecendo. Escapar da oportunidade do impeachment não é a única preocupação do atual governo e seu chefe. A outra, igualmente importante, é assegurar algum tipo de continuidade em programas assistenciais num ambiente fiscal sufocante. Considerando o que sempre foi a política brasileira, é fácil prever o que virá.

Confrontados com escolhas políticas difíceis, porém incontornáveis, os governantes (aí entendido o Legislativo) seguirão o caminho do menor esforço. É o da renúncia fiscal para acomodar interesses setoriais (como reduzir impostos sobre combustíveis para agradar a uma plateia que considera importante, a dos caminhoneiros) e aumentar a arrecadação via aumento de tributos – algo que não só o governo federal pratica. 

Atacar a questão fiscal pelo lado do corte de despesas significa não só controlar os chicletes e latas de leite condensado adquiridos pelo governo federal. Significa enfrentar seu maior componente, as folhas de pagamento do funcionalismo, e esta é uma espinhosa questão política para um governo que só pensa em soluções mágicas e adocicadas. Significa mobilizar uma considerável energia política para pelo menos tentar uma reforma tributária que – inevitavelmente – vai bater em setores acostumados a defender seus (legítimos) interesses às custas dos cofres públicos.

Do jeito que a agenda eleitoral de Bolsonaro (assumindo que existisse alguma bem articulada) se deteriorou nos últimos dois anos, hoje não se sabe se o presidente repete um mantra verbalizado por Guedes ou se Guedes repete um mantra cunhado por Bolsonaro. Ambos mantêm discurso razoavelmente afinado, no qual cada vez menos gente acredita, segundo o qual, com a pandemia de alguma forma controlada, a economia se recupera de alguma forma, as reformas (só então) se concretizam de alguma forma e então a reeleição se dará de qualquer forma.

Não é uma aposta descabida, dados o ambiente da política brasileira e a incapacidade até aqui demonstrada pelas forças democráticas centristas de organizar um nome, uma agenda e uma estratégia de ação para substituir Bolsonaro e o que ele representa. [aproveitem para sonhar; logo terão pesadelos em vez dos sonhos idílicos.] Existe um componente enorme de volatilidade nesse cenário de precário equilíbrio. É o fato de que, até aqui, Bolsonaro foi o pior adversário de si mesmo. E a boa vontade de quem por ofício terá de denunciá-lo é muito menor do que as aparências sugerem.

William Waack, jornalista - O Estado de S. Paulo 
 

 

sábado, 5 de dezembro de 2020

Inquérito no STF chega mais perto de Bolsonaro – O Globo

Opinião 

Investigações identificam elos do presidente com ‘gabinete do ódio’, fonte de lucros a blogueiros aliados

[Maquiavel aconselha,no tocante à calúnia,a insistência, no estilo agua mole em pedra dura...

É sabido que uma versão mentirosa - sendo moderno, 'fake' - divulgada à exaustão se torna uma VERSÃO crível. 

Mas não há provas que uma versão adaptada aos desejos dos que a propagam, se torne fato. Se há alguma exceção é a nível de criação mental.'

Todo este enfadonho prólogo é para lembrar que desejo,  é coisa que dá e passa. O inquérito do 'fim do mundo', tem tudo para o arquivo. A PGR logo o receberá e cuidará disso - exceto se honrando o 'apelido' a competência de denunciar saia da PGR.

Apesar de tudo que diga respeito à fragilidade  da democracia à 'brasileira' motive acusações de tentativa de desestabilização do regime, faltam provas  - versões e interpretação criativa de notícias não costumam sustentar acusações quando contrapostas a fatos.]

O inquérito sigiloso aberto no Supremo em abril deste ano, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, para investigar o financiamento e a organização de manifestações antidemocráticas, prestigiadas pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, torna cada vez mais cristalinas as ligações dele e de seus filhos com a operação de propaganda para desestabilizar o regime pelas redes digitais.

Parte do inquérito, a que o jornal “O Estado de S.Paulo” teve acesso, confirma que o material que abastecia os canais de desinformação e propaganda tinha origem no próprio Palácio do Planalto, onde foi instalado um grupo que coordenava a rede de milicianos digitais, alcunhado “gabinete do ódio”. O grupo era chefiado por Tercio Arnaud Tomaz, assessor especial da Presidência, indicado ao pai pelo vereador Carlos Bolsonaro, o Zero Dois. Tercio repassava à rede vídeos do presidente.

Ouvidas mais de 30 pessoas pela PF, o inquérito fecha o cerco em torno do Planalto. Entre os depoimentos estão os de Carlos — considerado o comandante do “gabinete do ódio”, com mais de 40 citações —, do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o Zero Três, e do coronel Mauro Barbosa Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro. Cid admitiu ter sido “mensageiro” entre o presidente e o “gabinete”, reforçando o elo de Bolsonaro com o esquema.

Citados noutros trechos do inquérito, a que O GLOBO teve acesso em setembro, chamaram a atenção da Procuradoria-Geral da República para os títulos do material produzido para a milícia digital na pregação por uma intervenção militar. Quase sempre citam Bolsonaro. O presidente era o personagem central da trama, e as investigações o aproximam também da operação do esquema, por meio dos filhos e até do ajudante de ordens. É para onde o inquérito parece apontar.

Uma passagem que reforça toda a linha de investigação é o momento em que Bolsonaro, do alto de uma picape, chega para saudar uma manifestação antidemocrática que transcorria sugestivamente na entrada do Quartel-General do Exército, o Forte Apache, em Brasília. Em discurso, num tom de pré-golpe, afirma que seus seguidores não deveriam “negociar” mais nada.

As investigações detalham ainda como toda a conspiração tornou-se um grande negócio para os blogueiros aliados. Num período de dez meses, alguns chegaram a faturar R$ 100 mil por mês pelo crescimento dos acessos. Um dos donos de canais bolsonaristas no YouTube, Anderson Azevedo Rossi, mudou de vida. Deixou de ser um técnico de informática em Canela (RS), com salário de R$ 3,5 mil, para faturar R$ 1,7 milhão entre março de 2019 e maio deste ano.

O Supremo e a PF, instituições de Estado, se mantêm trabalhando em defesa das leis e da Constituição, sem depender das flutuações inerentes à política. [o 'golpe' do Alcolumbre e Maia, em vias de se concretizar, complica classificar o trabalho do STF e do Congresso, como 'defesa' das leis e da Constituição.]  O fato de o presidente da República ter mudado de comportamento em junho, com a prisão do amigo, parceiro e ex-PM Fabrício Queiroz, não significa que os anos de 2019 e parte de 2020 tenham sido apagados para a Justiça.

Opinião - O Globo

 

sábado, 8 de agosto de 2020

A Corte que se tornou um monstro - Ana Paula Henkel

O que os novos editores do STF pregam não é apenas uma Constituição “viva”, mas uma Carta com 11 cabeças, 22 tentáculos e que se alimenta de lagostas


Qual é o papel adequado de um juiz de uma Suprema Corte? 
Para o juiz norte-americano Antonin Scalia, um juiz deve apenas aplicar a lei, jamais legislar ou atuar sem ser provocado. Nomeado pelo quadragésimo presidente norte-americano, Ronald Reagan, Scalia serviu à Suprema Corte dos Estados Unidos de 1986 até pouco antes de sua morte, em 2016, e era considerado um dos pilares jurídicos e intelectuais do originalismo e textualismo na defesa da Constituição dos Estados Unidos. Ou seja, da doutrina segundo a qual “vale o que está escrito”.

O textualismo, na obviedade do nome, significa que a lei está no texto da própria lei. Junto com o originalismo, que concede a esse texto o exato significado que ele conduzia no momento em que foi aprovado, a linha de ação de juízes que prezam por essa conduta mostra apenas o mínimo do que um país sério merece de suas cortes:
leis não são “organismos vivos” a ser moldados por modismos, pela “voz das ruas” ou por caprichos de juízes. Scalia era irredutível quanto a isso: “As palavras têm significado. E seu significado não muda”. 

O trabalho e a obra de Antonin Scalia são tão permanentes que até políticos da ala mais progressista do Partido Democrata rendem homenagens ao juiz conhecido por seu tradicionalismo.


Não que eu seja uma expert em direito, mas, diante da atual juristocracia que vivemos no Brasil, a ditadura de togas em que se tem como lei os desejos ensandecidos de quem nunca recebeu um voto, fico imaginando se nossas figuras togadas acadêmico-militantes sabem quem foi Antonin Scalia e o que textualismo significa. Se ultimamente nem a Constituição parecem conhecer, parece-me pouco provável. Para os pigmeus morais que ocupam nosso STF, só no grito e no gogó
Infelizmente, não acredito que veremos um intelectual e ministro como Scalia no Brasil, onde juízes intelectuais são joia rara. Nossas criaturas togadas poderiam ter saído das páginas do O Príncipe, de Maquiavel: “É desejável ser amado e temido, mas, caso seja necessário escolher apenas um deles, é mais seguro ser temido do que amado, pois as pessoas temem mais ofender quem se faz temer do que quem se faz amar”. Quem não tem Scalia caça com Toffolis e Alexandres. 
Gritaria para eles, mordaça para nós. Os meninos mimados que resolveram brincar de democracia agora resolveram brincar de editores da nação. Segundo Dias Toffoli, a Suprema Corte do Brasil pode editar o que podemos falar, o que podemos publicar, o que podemos ler e ouvir. O que os novos editores pregam não é apenas uma Constituição “viva”, como Scalia alertava ser uma afronta às engrenagens democráticas, mas uma Carta com 11 cabeças, 22 tentáculos e que se alimenta de lagostas.
A inspiração maquiavélica, no entanto, não é luxo para nosso mostrengo de 11 cabeças. Marx mantinha as páginas de O Príncipe ao lado da cama, Antonio Gramsci e sua filosofia tão presente na esquerda brasileira são a descrição de Maquiavel, e Napoleão Bonaparte eternizou pensamentos sobre a obra em suas anotações. Os revolucionários de toga bebendo na fonte dos revolucionários do mundo. Aww. Emoji de coração.
Como explicar a ação dos editores do STF ao juiz Scalia? “What?”
Depois da edição de nossa Constituição, ao vivo e em cores para todo o Brasil, pelo editor Ricardo Lewandowski no impeachment de Dilma Rousseff, [só que o POVO, sempre soberano, apesar de vez ou outra tentarem tirar tal condição do legítimo DONO DO PODER, desprezou o produto do supremo editor Lewandowski e cassou, nas urnas, de fato e de direito,  o 'mandato' da engarrafadora de vento.] nossos editores capricharam na hora extra. Já anularam condenações da Lava Jato, já libertaram bandidos, já meteram a colher na cumbuca de assembleias estaduais, já proibiram operações policiais em comunidades, expediram mandados de busca e apreensão contra aliados do governo, já blindaram opositores do governo contra mandados de busca e apreensão,cancelaram delações premiadas que colocavam amiguinhos da Corte na lama do parquinho, já soltaram o médico estuprador Roger Abdelmassih, Eike Batista, Sérgio Côrtes, Adriana Anselmo, Anthony Garotinho…
Gilmar Mendes, um dos príncipes maquiavélicos encantados da Corte e que recentemente declarou que o Exército brasileiro está se associando a um genocídio na pandemia, até meados de 2018 havia libertado quase 40 presos da Lava Jato. Segundo o editor Mendes, muitos desses acusados de crimes graves que envolviam quantidades astronômicas de dinheiro não apresentavam ameaça à sociedade e, por isso, as prisões poderiam ser substituídas por “medidas restritivas menos gravosas”.
Depois veio o inquérito bizarro das fake news do editor Alexandre de Moraes, com capítulo especial à parte para a prisão tirânica de jornalistas que criticaram a Corte e alguns editores. Moraes mandou bloquear 16 contas de aliados do presidente Jair Bolsonaro no Twitter e 12 perfis do Facebook, violando diretamente o artigo 5º da Constituição Federal “é livre a manifestação do pensamento” —, com multa diária de R$ 20 mil para as empresas caso não obedecessem imediatamente à sua birra, digo, decreto. O editor-tiranete da Corte ampliou o alcance do bloqueio das contas para fora do Brasil, baseando-se em um inquérito ilegal, imoral e inconstitucional. Já pensaram explicar esse processo a uma pessoa da estirpe e da seriedade do juiz Scalia? “What?”
“Você teria de ser um idiota para acreditar no argumento da ‘flexibilidade’ da Constituição”
Mas nem só de ativismos ideológicos e esperneio midiáticos para a torcida progressista vivem nossos editores maquiavélicos. Entre interferências em outros poderes, há espaço e tempo para discutir cigarros com sabor, sacolas plásticas para supermercados e demais urgências nacionais desse porte que não envolvam os encrencados com a lei que contam com foro privilegiado.
Esta semana, a brincadeira de nossos supremos companheiros no parquinho da democracia foi a de que a delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci não poderá ser usada na ação penal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os ministros entenderam que Sergio Moro, então juiz da Lava Jato, agiu de forma ilegal e por motivação política ao anexar a colaboração de Palocci aos autos. Enquanto Edson Fachin votou por manter a delação do ex-ministro no processo contra o ex-presidente, os editores Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes votaram pela exclusão das provas dessa ação penal. Entenderam a edição?
Antonin Scalia, um norte jurídico para democratas e republicanos da Suprema Corte da mais sólida democracia do mundo, era muito claro em relação a suas decisões: “Se você for um juiz bom e fiel, deve se resignar ao fato de que nem sempre gostará das conclusões a que você chega. Se você gosta delas o tempo todo, provavelmente está fazendo algo errado”. E completa: “Você teria de ser um idiota para acreditar no argumento da ‘flexibilidade’ da Constituição”.
O Brasil sério não precisa de fake news para constatar o supremo vexame quase diário dos editores companheiros do STF. Só as news bastam.
Ana Paula Henkel para a Revista Oeste.

[alguns ministros do STF, a quase totalidade, deveriam se guiar pelas regras de Antonio Scalia,
Propiciarão SEGURANÇA JURÍDICA, NÃO TOTALITARISMO + ABSOLUTISMO, e não transmitiriam a impressão (esperamos que não tenham tal intenção) de que pensam ser supremos.]

Transcrito da Revista Oeste


sexta-feira, 12 de junho de 2020

A caminho da reserva - Merval Pereira

O Globo


Militares no governo

[Teorias de Maquiavel, especialmente as que podem fundamentar ilações, começam a fazer escola.]
A autocrítica do General Mark Milley, chefe do Estado Maior Conjunto, principal autoridade militar dos Estado Unidos, por ter participado de uma caminhada com o presidente Donald Trump de cunho político, vem a calhar diante da incorporação de militares, da ativa e da reserva, no governo do presidente Bolsonaro“Minha presença naquele momento, e naquele ambiente, criou uma percepção de envolvimento dos militares na política interna”, disse o general Milley. O mesmo desconforto sentiu o General de Exército da ativa Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, ao participar de uma manifestação política em frente ao Palácio do Planalto no domingo dia 17.

Convocado pelo presidente Bolsonaro, assim como outros ministros, o General Ramos compareceu “disfarçado”, com um boné da Harley Davidson e óculos escuros, e ficou no alto da rampa, sem participar da manifestação. Mas naquele dia o presidente resolveu chamar todos os ministros para próximo dele, e apresentou um a um à multidão, levantando seus braços. Sua presença na rampa do Planalto tinha um inescapável sentido político e foi muito criticada pelo fato de ser um General da ativa. Foi a última vez em que Ramos participou de uma manifestação, e começou a pensar [?] em ir para a reserva.

Vem conversando com o presidente Bolsonaro desde então, e diz que sua decisão pessoal já foi tomada, mas está na “fase de possibilidade de ir para a reserva”, pois ainda não se acertou com o presidente. Ele prefere continuar ajudando no Governo, mas estar na reserva. O General americano Mark Milley gravou um vídeo para ser exibido na abertura do ano letivo da Universidade Nacional de Defesa onde diz: “ Como oficial da ativa, foi um erro com o qual aprendi, e espero sinceramente que todos nós aprendamos com ele. Nós, que usamos as insígnias de nossa Nação, que viemos do povo, devemos sustentar o principio das Forças Armadas apolíticas, que tem raizes firmes na base da nossa República”.  
O governo Bolsonaro tem cerca de 3 mil militares, da ativa e da reserva, em seus quadros, oito militares como ministros efetivos e um interino, o General Eduardo Pazuello, há quase um mês à frente do ministério da Saúde. General da ativa, Pazuello só não foi efetivado porque os ministros militares que têm gabinete no Palácio do Planalto aconselharam o presidente a não fazer isso, pois os problemas da pandemia de Covid-19 cairiam no colo dos militares. Bolsonaro encontrou uma maneira indireta de fazer o que quer, transformando essa interinidade em atividade permanente. Os militares sempre defenderam a tese de que não existem ministros militares, mas ministros que têm origem militar, assim como outros são engenheiros, advogados, ou mesmo políticos.

Mas o fato é que, assim como o PT aparelhou o governo nos seus 15 anos com sindicalistas e políticos fisiológicos do centrão, Bolsonaro está aparelhando o seu com o mesmo tipo de políticos e militares. O ministério da Saúde passou a ser exemplar dessa “militarização” do governo, tendo sido nomeados nesse último mês cerca de 30 assessores militares, alguns em postos chaves do ministério, que perdeu muitos técnicos de qualidade nesse período. O General Luiz Eduardo Ramos é o encarregado dos contatos políticos do Governo e tem um bom relacionamento com eles desde que, como Comandante Militar do Leste, com sede em São Paulo, mantinha encontros periódicos com parlamentares da região. Hoje, atua diretamente em negociações politicas, inclusive com governadores.

A última “missão” de peso de que participou foi organizar a reunião de Bolsonaro com os governadores que marcou um breve interregno no conflito entre Brasília e os Estados. Na ocasião, ele comemorou o sucesso do encontro classificando-o de “histórico”. O General Ramos concorda em tese com o General americano Mark Milley, por isso está trabalhando junto ao presidente Bolsonaro para ir para a reserva sem deixar suas funções na Secretaria de Governo. Ele é amigo de Bolsonaro há décadas, diz que considera importante estar no governo neste momento, mas acredita que, indo para reserva, preserva o “meu Exército, que tanto amo e s
ervi”.



terça-feira, 9 de junho de 2020

Coup d´Presse - Brigadeiro Ferolla, [notória ligação com a esquerda] em mais uma tentativa de desestabilizar os militares - DefesaNet

OESP busca no TenBrig R1 Sergio Xavier Ferolla, com notória ligação com a esquerda, mais uma tentativa de desestabilizar os militares.

Nota DefesaNet
Coup d´Presse - Termo criado por DefesaNet para caracterizar os contínuos ataques difamatórios e agressivos de uma série de jornalistas, apoiados pelos grande órgãos de imprensa e grupos políticos, que visam atacar os militares piara obter inconfessáveis resultados políticos golpistas.

"É inaceitável tentar envolver as Forças Armadas em uma ruptura." A frase foi dita pelo tenente-brigadeiro Sérgio Xavier Ferolla, mas lembra o exemplo de outras, ouvidas nos Estados Unidos. A primeira foi: Quando me tornei militar, há 50 anos, fiz um juramento de apoiar e defender a Constituição". Ela prossegue. "Nunca sonhei que tropas que fizeram o mesmo juramento que eu pudessem receber a ordem, sob quaisquer circunstâncias, de violar os direitos constitucionais de seus compatriotas." Quem a disse foi James Mattis, um general de quatro estrelas, com três guerras nas costas e ex-secretário da Defesa do presidente Donald Trump.

Pela primeira vez na história recente dos EUA, um presidente quis usar o Exército para controlar manifestações populares, garantidas pela Primeira Emenda. Em poucos dias, Trump se tornou um pária entre militares comprometidos com a Constituição. Mattis escreveu sobre o presidente:  "É o primeiro líder em minha vida que não tenta unir o povo americano e nem mesmo pretende tentar fazer isso. Em vez disso, ele busca dividir-nos. Nós estamos testemunhando as consequências de três anos de seu esforço deliberado, três anos sem uma liderança madura." 

[Há uma diferença imensa entre a legislação dos Estados Unidos e a brasileira no que se refere ao emprego das FF AA.
As Forças Armadas dos Estados Unidos são proibidas de atuar em solo americano contra americanos.
As Forças Armadas são expressamente autorizadas pela Constituição Federal a atuar em solo brasileiro, contra brasileiros. Autorização esta que foi mantida na revisão constitucional de 93 e foi complementada/esclarecida pela Lei Complementar 97/99, com instruções específicas sobre o protocolo de requisição do seu emprego.
Assim, o entendimento dos oficiais norte-americanos não se aplica ao Brasil.]

O exemplo de Mattis frutificou. Foi seguido por Colin Powell, outro ex-secretário da Defesa e republicano, que anunciou que votará no democrata Joe Biden. Quase uma centena de líderes militares assinou um manifesto contra Trump. "Militarizar a nossa resposta, como nós testemunhamos em Washington, DC, cria um conflito – um falso conflito – entre o mundo militar e o civil. Isso corrói a moral que assegura um vínculo confiável entre homens e mulheres de uniforme e a sociedade que eles juraram proteger e da qual eles mesmos são uma parte", escreveu Mattis. 

Desde que começaram os atritos de Bolsonaro com o Supremo Tribunal Federal ou desde que seus filhos e amigos são alvo de investigações por desvio de verbas e de malversação do dinheiro público, subsidiando mentiras e propaganda política disfarçada de jornalismo, quase duas dezenas de manifestos foram feitos por militares que só tiveram olhos para decisões monocráticas de ministros do Supremo, [as maiores agressões à independência e harmonia dos Poderes foram praticadas em decisões monocráticas.] mas não se lembraram de lutar contra o odioso privilégio de estar acima da lei, de não ser investigado, de povoar as instituições com amigos que engavetem bandalheiras. 

Alguns generais brasileiros enviam artigos e mensagens aos amigos com textos que fariam corar seus pares americanos. Na semana passada, Maynard Santa Rosa – ex-secretário de Assuntos Estratégicos de Bolsonaro – escreveu O Arquétipo Cincinato. Nele, insinua a tese de que, no inconsciente da população brasileira, está a aceitação do homem providencial, da liderança forte, do salvador da República, personificado no ditador romano Lúcio Quíncio Cincinato. Santa Rosa parece não perceber, na história de Roma (Ab Urbi Condita Libri), escrita por Tito Lívio, a devoção de Cincinato pelo bem comum, repreendendo tanto os tribunos da plebe por suas sedições quanto os patrícios que lhe ofereceram a reeleição como cônsul, rompendo com as regras da República. Para Lívio, as camadas superiores deveriam situar-se diante da sociedade como um exemplo a ser seguido, cujo comportamento moralmente elevado legitimaria a posição que desfrutavam.

Em sua obra Os Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio, Maquiavel disse que a ditadura fazia bem à Roma, desde que o poder não fosse usurpado, em vez de livremente delegado. Eis um detalhe que passou longe do texto de Santa Rosa: são os responsáveis pela República que vão buscar Cincinato em sua propriedade e não as legiões. Muito menos um general que escreve:  "Na hipótese de se chegar ao comprometimento da lei e da ordem, resta o remédio do Art. 142 da Constituição Federal, e o acatamento das Forças Armadas pela opinião pública será essencial na pacificação. Afinal, é no inconsciente coletivo do povo que reside a fé no braço forte e a confiança na mão amiga."

É constrangedor testemunhar militares que ainda acreditam que o povo apoiaria a intentona bolsonarista. O leitor viu aqui que Ulysses Guimarães, ao promulgar a Constituição, chamou de traidores da Pátria aqueles que atentam contra a Carta Magna.  É nesse contexto que surge o exemplo do tenente-brigadeiro Sérgio Xavier Ferolla. Ex-comandante da Escola Superior de Guerra (ESG) e ex-presidente do Superior Tribunal Militar, ele disse: "As Forças Armadas não podem se meter em política.  Elas são instituições de Estado e não de governo. Não deve se meter em política pessoal".  O brigadeiro mandou mensagens aos amigos, alertando-os sobre as iniciativas dos militares ligados ao Planalto."Quem gera as crises é o presidente."

Ferolla representa o distanciamento de parte dos brigadeiros do governo Bolsonaro, ainda mais depois do decreto, que acabou revogado pelo presidente nesta segunda-feira, 8, após as críticas, que dava ao Exército o direito de ter aviação de asa fixas, enquanto os aviões da FAB ficam em solo por falta de combustível. "Heleno está sendo uma decepção. Ele está em uma posição em que devia pensar duas vezes antes de abrir a boca, pois deve dar o exemplo." Ontem, apesar de o Comando da PM de São Paulo dizer o contrário, o general Augusto Heleno tentou vincular os atos de vandalismo de uns poucos, após a manifestação pela democracia, à maioria das pessoas que foi pacificamente protestar contra Bolsonaro. 

"Eu, como ministro do STM, julgava pessoas e não ideologias", afirmou Ferolla. Para ele, um governante não pode escolher um delegado da PF porque é amigo do presidente ou do ministro, nem juiz pode se meter em política. Todos devem dar o exemplo. O brigadeiro conhece de longa data o guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho. "Diga-me: Como é possível vir com essa conversa de Terra plana nessa altura do campeonato? Estamos no século 21. E tem dois amigos dele no governo: o ministro da Educação, esse Weintraub, e o das Relações Exteriores, o Ernesto Araújo."

Ferolla testemunhou a  fala de Abraham Weintraub na posse do reitor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), Anderson Ribeiro Correia."Um discurso que qualquer caminhoneiro faria melhor." Por fim, o brigadeiro conta sua impressão sobre o vídeo da reunião presidencial do dia 22 de abril: "Esse vídeo é um exemplo: dentro de um prostíbulo seria imoral." E Ferolla explica por quê. "Cria-se um ambiente em que ninguém respeita nada. Isso é falta de liderança. O chefe tem de dar o exemplo." É aqui onde Trump e Bolsonaro falharam miseravelmente: o exemplo. O caso de Bolsonaro seria agravado por lideranças militares que o cercam e assistem a tudo em silêncio. E, quando falam, apenas repetem o radicalismo, as bravatas e os desmandos do bolsonarismo. 

"Onde um general da intendência acha que pode ser ministro da Saúde sem ouvir os médicos?", indaga um coronel intendente sobre o general Eduardo Pazuello, ministro interino da Saúde, que loteou a pasta entre militares. Pazuello pode saber como entregar um garrafão de água em um pelotão de fronteira em Roraima, mas está perdendo a guerra contra o coronavírus. [Não podemos esquecer que continua valendo a decisão do STF de que o primeiro combate, especialmente nas medidas de deslocamento e distanciamento, continua sendo atribuição dos governadores e prefeitos.
O Poder Executivo nada pode fazer de efetivo para combater a pandemia. Apesar da OMS - maior mentora científica dos governadores e prefeitos e de grande parte da imprensa - ter credibilidade ZERO = toma hoje uma decisão sobre determinado assunto e amanhã  revoga o decidido = caso da cloroquina e de que os assintomáticos não transmitem o vírus - ou transmitem?

Até por ter optado por mudar o horário de divulgação dos boletins dos vitimados pela covid-19 - mudança de no máximo três ou quatro horas, sem nenhum efeito prático no combate à pandemia, foi revogada por decisão monocrática de um ministro do STF.]
continua Nação não precisa saber da gravidade do momento. Alguém lhe deu o "bizu" de que basta não contar os mortos ou contar de forma diferente. Esse é o exemplo que o general de Bolsonaro dá à Nação.

Coup d´PresseDefesaNet
 

sábado, 13 de julho de 2019

Os militares na política

“Em política o absurdo não é obstáculo”

Napoleão Bonaparte

A campanha de 2022 está nas ruas. Bolsonaro lutará para não entregar o poder ao adversário

O meu primeiro contato com a história militar do Brasil foi aos 15 anos, quando meu pai, Ulysses, me comprou A Retirada da Laguna – Episódio da Guerra do Paraguai, de Alfredo D’Escragnolle Taunay, visconde de Taunay, oficial superior do Exército Brasileiro, senador do Império, membro da Academia Brasileira de Letras (1843-1889).O exemplar pertence à 12.ª edição, sem data, publicada pela Cia. Melhoramentos. É mais completo do que a edição da Companhia das Letras comercializada em 1997 – faltam-lhe a fotografia do coronel Carlos de Morais Camisão e dos subcomandantes, o mapa do trajeto da expedição, desenhos de marchas e combates, documentos do Exército sobre a campanha, a reprodução do retrato a óleo do visconde de Taunay, do pintor Luiz Augusto Moreaux.

A epopeia da Laguna ocupa lugar destacado entre os grandes feitos militares brasileiros. O livro, como escreveu Taunay no prólogo da primeira edição, narra “a série de provações que a expedição brasileira, em operação ao sul da província do Mato Grosso, suportou a partir da fazenda Laguna, a três léguas e meia do rio Apa, fronteira do Paraguai até o rio Aquidauana, em território brasileiro, percorrendo ao todo 39 léguas em 35 dias de dolorosa memória”. Légua é antiga medida de distância, correspondente, no Brasil, a 6.600 metros.

Na 2.ª Guerra Mundial (1939-1945), revidando as agressões alemãs, o Brasil enviou uma divisão da Infantaria à Itália, sob o comando do general Mascarenhas de Moraes, para lutar ao lado das forças norte-americanas. Extensa literatura relata como durante um ano, sob condições adversas, oficiais e soldados do Exército e integrantes da Força Aérea Brasileira superaram os limites extremos da coragem e do sacrifício, na defesa da liberdade e contra a opressão nazi-fascista. Encerrada a guerra, o regime democrático foi restabelecido com a deposição de Getúlio Vargas e a promulgação da Constituição de 18/9/1946. Vigorou por 18 anos. Foi abatido com a derrubada de João Goulart, em 31/3/1964, seguida pela edição do Ato Institucional de 10/4/1964, baixado pelo Comando Supremo da Revolução, representado pelos comandantes-chefes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

Tinha início, como previra João Goulart ao ministro do Trabalho, João Pinheiro Neto, sombrio período autoritário de 20 anos, entremeados por breves momentos de abertura. O regime caracterizava-se pela ausência de segurança provocada pela edição de atos institucionais, atos complementares e decretos-leis, alguns ainda em vigor, acolhidos pela Constituição de 1988. A recessão econômica, o desemprego, o crime organizado, as invasões de propriedades produtivas, o aparelhamento do Estado, a desenfreada corrupção, a compra de votos, o “toma lá dá cá” no Legislativo, a inoperância do Judiciário despertaram na sociedade civil sentimento de indignação, transformado em crescente movimento pela volta dos militares.

A vitória de Jair Bolsonaro, obscuro deputado federal eleito e reeleito por legendas inexpressivas, deveu-se a variada gama de fatores. O primeiro, e mais relevante, o fato de pertencer à reserva do Exército, com a patente de capitão. Durante a breve campanha, na maior parte do tempo recolhido a leito hospitalar, fazia-se conhecer como capitão Bolsonaro. Ao apresentar como pontos programáticos fundamentais o rearmamento da população e o restabelecimento de ambiente de segurança, conseguiu vigorosa adesão do empresariado ligado ao agronegócio, da classe média urbana, de donas de casa, de jovens desiludidos com a velha política. Com o PT desmoralizado e acéfalo por falta de liderança, e o PSDB encolhido e calado pelo receio de fazer oposição, não lhe foi difícil derrotar os adversários e conduzir ao Planalto, na mochila, senadores e deputados.

Promessa feita em campanha só tem valor para quem a ouve, dizia o astuto político mineiro Benedito Valadares. Esquecido do compromisso assumido, Jair Bolsonaro admite publicamente a candidatura à reeleição. Acredito que, se grave erro não vier a cometer, terá chances de ser reeleito. Bons livros sobre política não faltam. Entre os que analisaram o período compreendido entre 1964 e 1985, alguns são essenciais. Temos os publicados por Hélio Silva, Elio Gaspari, Thomas Skidmore e a obra da Editora Getúlio Vargas 21 Anos de Regime Militar – Balanços e Perspectivas. Ao brasilianista Alfred Stepan (27/2/1936-26/9/2017) pertencem duas das melhores obras: Os Militares na Política (Ed. Artenova, RJ, 1975) e Os Militares: da Abertura à Nova República (Ed. Paz e Terra, RJ, 1986).

Neste último encontramos entrevista dada ao autor pelo presidente Ernesto Geisel. Declarou que não havia recebido mandato para iniciar o processo de distensão, mas admitiu ser necessária; que liderava as Forças Armadas como instituições hierárquicas; que não desejava concluir o mandato com o Ato Institucional n.º 5 em vigor. Quando o entrevistador lhe indagou quais os objetivos no longo prazo, respondeu: “Qual o primeiro princípio de Maquiavel? Que os governos devem lutar para manter o poder”. Acrescentou que não desejava conservar-se no poder indefinidamente, registrando, porém, que “nenhum governo diz aos aliados que quer entregar o governo à oposição”.

A campanha de 2022 está nas ruas. Até lá muita água correrá sobre e sob a ponte. Consumidos seis meses, é impossível prever como se sairá o presidente Jair Bolsonaro. Enfrenta desafios urgentes e graves de caráter político, de ordem fiscal e de natureza social, como o desemprego e a pobreza. Ignoro se leu Maquiavel e as obras de Alfred Stepan. Creio, porém, que lutará para não entregar o poder ao adversário.
 
 
O Estado de S. Paulo - Almir Pazzianotto Pinto