Evangélicos
lançaram candidatura avulsa de Sostenes Cavalcante (PSD-RJ) para disputa com
Paulo Pimenta
Apesar do
esforço do PT em escolher a Comissão de Direitos Humanos para evitar a candidatura do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), a bancada evangélica preparou uma manobra e
conseguiu adiar para a próxima semana a eleição
para presidência do colegiado. Os evangélicos lançaram a candidatura
avulsa de Sostenes Cavalcante (PSD-RJ) para disputa contra o deputado Paulo
Pimenta (PT-RS). No entanto, o presidente da comissão, Assis do Couto (PT-PR),
negou a candidatura avulsa. Os evangélicos se revoltaram e o clima ficou tenso.
— Isso é ditadura, estão ferindo um
direito. Estão com medo do voto? — criticou o deputado Pastor Everaldo
(PSB- PE).
A sessão
para a eleição do novo presidente da comissão chegou a ser suspensa por 30
minutos. Diante dos impasses, Assis do
Couto decidiu adiar a eleição para a próxima semana e tentar um
entendimento com os parlamentares. O temor era que houvesse obstrução por conta
das trocas feitas pelos partidos, entre eles a o deputado Jean Willys
(PSOL-RJ), que estava na vaga cedida pelo PTB.
Sostenes afirmou que não irá
retirar a candidatura por ser um direito dele e por não ter sido comunicado
sobre o acordo feito na reunião de líderes para garantir que o PT ficasse com a
comissão: — Eu tenho direito a me candidatar como avulso.
O PT sempre manipulou essa comissão com ideologias ateístas e comunistas,
prejudicando os direitos humanos, inclusive dos policiais. Aqui eles só
defendem os bandidos — disse Sostenes. [o simples
fato de uma Comissão permanente da Câmara dos Deputados ser presidida por um
petista já é fator de desmoralização do colegiado que for vítima de
infelicidade.
Sob a presidência do PT a CDH vai
virar um antro de defeso de bandidos, aborteiros, gays, ateus, etc.]
O
deputado Paulo Pimenta (PT-RS) disse que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha,
garantiu que o acordo com o PT será cumprido. — O PT
tem direito a duas comissões, houve um acordo. O avalista do acordo é o
presidente da Câmara. Falei com o Eduardo Cunha e ele me garantiu que será
cumprido. Essa casa se sustenta na palavra e no acordo, se abrir mão da palavra
do acordo, não existe equilíbrio nas relações. Acredito que ele tenha feito
isso por ser um deputado novo, mas acredito que ele irá retirar.
Nessa
terça-feira, a Secretaria Geral da
Câmara informou que a regra definida pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), era a de que apenas deputados do partido que escolheu a comissão
teriam direito de apresentar candidaturas avulsas. Mas a decisão de Cunha é de que, nos termos regimentais, prevalece o bloco, ou seja, é possível uma candidatura de outro
partido, desde que integre o bloco. — Eu lamento este tipo de golpe. Se o bloco
fez o acordo e fechou em torno do nome do deputado Paulo Pimenta (PT),
apresentar uma candidatura avulsa, construída subterraneamente é um golpe. É
óbvio que esse parlamentar não tem nenhuma afinidade com os temas dos direitos
humanos e minorias, e que é simplesmente um capricho da bancada fundamentalista
de tomar uma comissão que defende os direitos das minorais sexuais, das
minorias étnicas, das minorias religiosas. Não devemos nunca esquecer que o
nome da comissão é Comissão de Direitos Humanos e Minorias. O que está em jogo
aí é a disputa simbólica, legislativa e política de [determinar] quem é e quem
não é humano – lamentou o deputado Jean Wyllys.
Fonte: O Globo
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