Estão querendo
transferir para o distinto público — você, eu
e todo mundo — um rombo no Postalis
que chega a R$ 5,6 bilhões. O que é o Postalis? O Fundo de Pensão dos
funcionários dos Correios, cuja direção
é dividida entre o PMDB e o PT. Os fundos de pensão
das estatais são uma das fontes do real
poder do petismo. Ali, o partido
pintou e bordou nos últimos 20 anos, antes ainda de chegar ao poder.
Qual é o busílis? A direção dos Postalis
resolveu fazer o óbvio para tentar sanar o rombo atuarial: cobrar o dinheiro dos
associados. Afinal, se todos os investimentos feitos pelo órgão tivessem sido
bem-sucedidos e rendido maravilhas, ninguém se lembraria de dividir com a
gente os benefícios, certo? Segundo informa o Estadão, os associados ao
Postalis podem ter de empenhar até 25%
do seu salário para tentar tapar o buraco.
Eis que, então,
entram em cena as organizações sindicais: sustentam que os funcionários dos
Correios não têm de pagar coisa nenhuma e que é a estatal que deve arcar com o prejuízo. Como a empresa não fabrica dinheiro, a brincadeira consiste em assaltar o
Tesouro.
A Federação Nacional dos Trabalhadores
em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) decidiu entrar nesta
segunda com duas ações na Justiça: uma para cobrar uma suposta dívida da empresa com
o Postalis, de R$ 1,350 bilhão. Outra para que a estatal assuma o espeto.
Tentei saber a que se
refere a tal dívida. Não consegui. Quanto ao mais, dizer o quê? Onde estava a Fentect quando o Postalis investia em
títulos da Argentina e da Venezuela, por exemplo? Era uma escolha de
mercado ou pautada pela ideologia? O fundo investiu
ainda em empresas de Eike Batista e nos bancos Cruzeiro do Sul e BVA, que quebraram e foram
liquidados.
Tenho uma sugestão à
Fentect: que entre com outra ação na Justiça para responsabilizar civil e
criminalmente os ex-diretores e eventuais diretores do Postalis que fizeram negócios
ruinosos. Um fundo de pensão, afinal, é
um negócio privado, que
diz respeito apenas aos associados, para o bem e para o mal. Só para constar: O Funcef (fundo dos funcionários da CEF) e o Petros
(da Petrobras) também contabilizam perdas bilionárias. Imaginem se pega a moda de
jogar a conta nas costas dos brasileiros.
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