A crise da Grécia
A Grécia tornou-se a
prova viva do fracasso econômico das esquerdas políticas, cujo programa é
seguido em toda parte.
As
manchetes de todos os jornais do mundo, nos últimos dias, estão debruçadas
sobre o caso da crise econômica da Grécia. Os
jornalistas fingem que não sabem o que vai acontecer: quebradeira generalizada, desemprego astronômico, queda
brutal do PIB, paralisação dos investimentos, fuga de capitais. Isso era possível de ser evitado? Não. A
Grécia vem de muitos anos de irresponsabilidade fiscal, tendo a relação
dívida/PIB explodido desde 2008, estando hoje em quase o dobro do produto.
A quebra da Grécia afetará o
mundo? De forma
alguma. A Grécia é um país pequeno e
os únicos que sofrerão com o default serão os próprios gregos. Será como foi no caso argentino. Os
gregos serão excluídos dos mercados internacionais, não poderão ter suprimento
regular de suas necessidades de importação, o sistema bancário será destruído e
a formação de poupança também. E, claro, não receberá investimentos externos.
O que houve com a Grécia para se
chegar a esse estado de coisas? Basicamente, a Grécia
concedeu benefícios demais, direitos demais, aposentadorias precoces demais e
gastou como se não houvesse amanhã. É claro que o disparate econômico
não pode ter vida longa. Sim, a Grécia tem feito ajustes sucessivos desde 2010,
mas sempre de má vontade, meia-boca, e sempre fraudando estatísticas e
informações para as autoridades europeias. Seus governos perderam
credibilidade. O fato é que nenhum investidor porá dinheiro para ser torrado em
gastos improdutivos, a fim de manter a boa vida de quem não trabalha. O fim da
linha chegou para a economia falsificada.
Só uma coisa sensata poderia ter
sido feita pelos gregos: fazer o melhor acordo possível com os credores, alongando o passivo e atendendo
às exigências de austeridade (na verdade,
ao bom senso) impostas. Mas os governos recusaram e agora o próprio
eleitorado recusou os ajustes, em plebiscito. É a um suicídio nacional que
estamos assistindo. A Grécia poderá regredir para uma situação equivalente à
dos anos Trinta ou até de antes. Vai empobrecer brutalmente. Esse
empobrecimento, todavia, é o menor dos males. O pior é ser excluído das trocas
internacionais e ter uma economia desorganizada, no limite da inoperância. Sem
moeda, o processo de trocas é impedido e chega-se ao colapso. A fome endêmica será o corolário
inevitável. O caos será instalado.
A Grécia tornou-se a
prova viva do fracasso econômico das esquerdas políticas, cujo programa é seguido em toda
parte. Não é possível distribuir
riquezas que não foram produzidas e nada supera o livre mercado. As
esquerdas querem distribuir a riqueza dos outros, tomando empréstimos com o
propósito definido de não pagar nunca. Isso não existe. Se a relação dívida/PIB
sai do controle o país entrará em espiral descendente, no rumo dos infernos.
O único autor do drama grego é
sua própria gente, por sua
vez seduzida
pelas propostas irrealistas das esquerdas populistas, que prometem tudo para se
eleger. O desastre é inevitável e está em curso. Ninguém chorará
pelos gregos, menos ainda os banqueiros.
Fonte: Nivaldo Cordeiro
www.nivaldocordeiro.net
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