Proposta altera de 70 para 75 anos a aposentadoria compulsória a todos os servidores titulares de cargos efetivos
Com ajuda da base governista, o Senado aprovou nesta quarta-feira
projeto de autoria do senador José Serra (PSDB-SP) que estende os
benefícios dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) na chamada
PEC da bengala para todos os servidores públicos. O projeto altera de 70
para 75 anos de idade a aposentadoria compulsória, para todos os
servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e
fundações, membros do Poder Judiciário, dos membros do Ministério
Público, membros dos Tribunais de Contas e dos Conselhos de Contas. Quem
não quiser ficar mais cinco anos, pode se aposentar aos 70 anos. O
projeto foi aprovado por 59 votos sim e cinco não. Também foi aprovada
uma emenda da CCJ incluindo os servidores das defensorias públicas.
Serra defendeu que a nova lei irá permitir a administração pública
uma economia de cerca de R$ 1 bilhão por ano com aposentadorias e
pensões, e não contratação de novos servidores, além de manter talentos
que não querem se aposentar. Ele explicou ainda que muitos funcionários
que não completaram o tempo para se aposentar integralmente, poderão se
aposentar plenamente. - Vocês tem que concordar que é muito raro um projeto que só tem
ganhadores. É o jogo de soma positiva. É vantajoso para quem aposenta e
para o governo do ponto de vista financeiro. Eu fui na festa de
aposentadoria do Adib Jatene aos 70 anos em pleno vigor. Nunca mais ele
foi o mesmo depois de se aposentar da universidade, com capacidade de
formar excelentes cargos, ficou ocioso - discursou Serra.
O
senador Roberto Requião (PMDB-PR) disse que estava recebendo por
celular dezenas de mensagens de jovens juízes pedindo para fazer a
seguinte questão de ordem: “os senadores com mais de 70 anos poderiam
votar essa matéria?” - Eu tenho mais de 70 anos e não quero ser amanhã ser processado por
crime de responsabilidade. Não estaria votando em causa própria? -
questionou Requião.
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Outros senadores, como Randolfe Rodrigues (Psol-AP) votou contra, por achar que a mudança vai impedir a renovação dos quadros. - Isso vai manter as estruturas de poder carcomidas por mais cinco anos. Vai impedir a oxigenação - protestou Randolfe.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) também se preocupou com a renovação, mas defendeu a aprovação. - Enquanto o doutor alemão não chega, tem que deixar o povo trabalhar. Mas é lógico que vai diminuir a renovação de quadros e tirar vaga dos mais jovens - brincou o parlamentar.
Houve discussão sobre a constitucionalidade da mudança por Projeto de Lei do Senado e não por emenda constitucional, como a PEC da Bengala. Mas o relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Lindbergh Farias (PT-RJ) seu seu parecer pela constitucionalidade. - Se houvesse inconstitucionalidade, não poderíamos ter votado e comemorado a PEC da bengala - argumentou o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
Em seu relatório, Lindbergh Faria lembrou que o Ministério do
Planejamento diz que 10.3% da força de trabalho da administração pública
federal é composta por servidores com mais de 60 anos de idade e que no
ano de 2014, 802 servidores públicos civis do Executivo Federal se
aposentaram compulsoriamente aos 70 anos de idade, o que é equivalente a
5.1% do total de aposentadorias naquele ano. “Com o aumento da expectativa de vida da população brasileira, essas
pessoas costumam gozar da plenitude de sua capacidade laborativa e que a
extensão da aposentadoria compulsória para os 75 anos de idade se
mostra vantajosa tanto para os agentes como para a administração
pública, porquanto adia-se a contratação de um novo ocupante para a vaga
daquele que , ao se aposentar, ensejaria vacância do cargo. A
Secretaria do Tesouro Nacional diz que em 2014 gastou mais de R$100
bilhões com aposentadorias e pensões de servidores públicos”, diz o
texto de Lindbergh.
O projeto vai agora para votação na Câmara dos Deputados.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) também se preocupou com a renovação, mas defendeu a aprovação. - Enquanto o doutor alemão não chega, tem que deixar o povo trabalhar. Mas é lógico que vai diminuir a renovação de quadros e tirar vaga dos mais jovens - brincou o parlamentar.
Houve discussão sobre a constitucionalidade da mudança por Projeto de Lei do Senado e não por emenda constitucional, como a PEC da Bengala. Mas o relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Lindbergh Farias (PT-RJ) seu seu parecer pela constitucionalidade. - Se houvesse inconstitucionalidade, não poderíamos ter votado e comemorado a PEC da bengala - argumentou o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
O projeto vai agora para votação na Câmara dos Deputados.
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