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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

O NÓ QUE NINGUÉM DESATA

Perguntaram a um cidadão  o que  fazer diante da incompetência do governo  em enfrentar o desemprego, a alta dos impostos, o custo de vida, a falta da habitação,  da alimentação,  do transporte, saúde e educação. A resposta veio com a Constituição: aumentem o salário mínimo.  Pelo menos, está escrito que deve bastar para atender essas necessidades do trabalhador e de sua família.
A presidente Dilma acaba de elevar o salário  mínimo  para 886 reais. Aumentou 100 reais.  Adiantou? Algum sindicato comemorou? Assistimos passeatas, manifestações, agradecimentos populares? A distância entre as necessidades e os meios para atendê-las não só continua a mesma: aumentou. Tornou maiores as agruras de quem se obriga a enfrentar a sobrevivência da  família, abandonada entre a miséria e o desespero.
Já se imaginou Madame forçada a limitar com o salário  mínimo suas despesas de todos os dias? Mesmo se supondo atendida pelo poder público nas   carências imprescindíveis a permanecer viva, duraria  uma semana?
Aproxima-se o nó que  ninguém  desata. A quem recorrer? Se o salário mínimo revela-se inócuo, amorfo  e inodoro, deve ser descartado. Não dá para aplicá-lo como solução, mesmo se for multiplicado. Substituí-lo pela aplicação do princípio de que a cada um deve ser dado conforme suas necessidades  faz introduzir o egoísmo na equação. Selecionar e descriminar quem deve e quem  não deve  ser privilegiado só aumenta as contradições.
Sendo assim, emerge apenas uma saída: apostar apenas no salário mínimo estendido a todos. E negado a muitos.
Fonte: Carlos Chagas 
 
 
 

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