Segundo
Martin Schulz, advogados estudam possibilidade de acelerar ativação do artigo
50 —
procedimento para saída do bloco
O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz,
confirmou que a União Europeia (UE) quer o Reino Unido fora o mais rápido
possível, depois de eleitores britânicos
votarem pela saída do bloco em referendo na quinta-feira. Schulz advertiu
nesta sexta-feira que a decisão do primeiro-ministro David Cameron de atrasar o
início das negociações da saída até que seu sucessor assuma o cargo pode não
ser rápido o suficiente.
Em
entrevista ao jornal “The Guardian”, Schulz informou ainda que advogados da UE estudam
a possibilidade de acelerar a ativação do artigo 50 — o procedimento para sair da União Europeia, que ainda não foi
aplicado. Incerteza é o oposto do que
precisamos — disse Schulz, acrescentando que é difícil aceitar que um
continente inteiro se torne refém de uma luta interna no partido do premier
britânico. — Eu duvido que isso esteja
apenas nas mãos do governo do Reino Unido. Nós temos que estar cientes desta
declaração unilateral de que eles querem esperar até outubro, mas esta não e a
palavra final.
Mais
cedo, em um comunicado conjunto, presidentes das instituições europeias pediram
que as negociações de saída ocorram “o
mais rápido possível”. Eles também negaram a possibilidade de renegociação
sobre a decisão. Esperamos agora que o governo do Reino Unido efetive a decisão
dos britânicos o mais rapidamente possível, não importa o quão doloroso esse
processo possa ser”, disseram eles em uma nota. "Esta e uma situação sem precedentes, mas estamos unidos em nossa
resposta".
Logo após a vitória
do Brexit (abreviação de British
Exit, que significa “Saída Britânica” em inglês) no referendo, Cameron anunciou sua renúncia. O premier afirmou que
a escolha do novo líder britânico só
deve acontecer em outubro, quando o Partido Conservador vai se reunir para
apontar um novo comandante. Estimando uma "década
de incertezas" para a economia, o governo britânico acredita que o
processo para negociar a saída da UE, os futuros acordos com o bloco e os
acordos comerciais com países fora da UE deverá ser concluído no fim de 2019.
A vitória do Brexit foi lamentada
pelas lideranças da União Europeia, com a chanceler alemã, Ângela Merkel,
classificando a decisão britânica de um golpe para a Europa e para o processo
de unificação. Após 43 anos de uma parceria que definiu
os rumos da Europa no pós-guerra, o Reino Unido decidiu na quinta-feira
retirar-se da UE. Por 52% dos votos a
48%, a maioria dos britânicos optou pelo chamado Brexit, a saída do bloco,
em uma votação apertada, na qual as duas opções do referendo se alternaram
diversas vezes na liderança. O resultado foi na contramão das últimas pesquisas
de intenção de voto, que indicavam vitória da permanência do país no bloco.
Fonte: O Globo
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